"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Cifras do conflito colombiano: 6,5% do PIB para a guerra

O semanário VOZ, do Partido Comunista Colombiano (PCC), nos traz esta semana um excelente artigo sobre as cifras do conflito colombiano. O reproduzimos aqui na íntegra:
“...No ano de 2008, 81,2% dos funcionários públicos seriam militares

...Na guerra se gastam hoje na Colômbia 22,21 bilhões de pesos, mais ou menos 6,5% do Produto Interno Bruto que é o total de reservas do país. O PIB colombiano está calculado em 2007 em 351,2 bilhões, deixando claro que um milhão de pesos corresponde a US$2.000 aproximadamente. Os Estados Unidos, que mantém duas frentes de guerra ativos no Iraque e no Afeganistão e subsidiam os aparatos militares de Israel, Paquistão e Colômbia, entre outros, só gasta 4.04% do seu PIB em gastos militares. Os países da União Européia dedicam cerca de dois por cento do PIB para esse fim. Não obstante, as elevadas cifras do gasto militar, o pressuposto para 2008 supera a proporção do PIB em toda a história registrada no século vinte, segundo indica o documento da investigação feita por José Fernando Isaza Delgado e Diógenes Campos Romero.

...Estatísticas históricas

...Afirmam os investigadores que no passado, a Colômbia, além de viver o conflito social e armado que se acirra depois do assassinato do caudilho liberal Jorge Eliécer Gaitán em 1948, enfrentou militarmente o Peru em 1934, elevando seu gasto militar então aos três por cento do PIB. Entre 1974 e 1991, quase três décadas de Estado de Sítio, em uma época de ditaduras no continente, o gasto militar colombiano foi inferior aos dois por cento. Antes, no ano de 1970, havia crescido até 3,2 por cento por conta da compra fuzis G-3 para as Forças Armadas e a aquisição de aviões supersônicos Mirage. O mesmo informe menciona como dado interessante que durante a chamada ditadura do general Gustavo Rojas Pinilla, entre os anos de 1954 e 1957, se registrou na Colômbia um dos mais baixos gastos militares, com 1,5 por cento do PIB.

...Buscar a saída política

...Segundo o ex-ministro Juan Camilo Restrepo e o investigador Pedro Medellín, em 2008, dos 566.084 cargos que o Estado dispõe, 459.687 estarão ocupados por servidores públicos contratados para trabalhos de defesa, segurança e polícia. Isso corresponde a 81,2 por cento dos funcionários públicos colombianos. Os investimentos militares para 2008 foram estimados pelo Governo em 3.56 bilhões de pesos, mas 2.3 bilhões serão destinados para a compra de equipamento militar. De cada peso aprovado pelo governo central, o Ministério da Defesa destina 47 centavos, 47 por cento, para pagar pensões dos militares, que enquanto durou o Estado de Sítio mantiveram a regra de dois por um, ou seja, um ano de tempo cronológico é contado como dois anos de serviço. Na Colômbia, a cada guerrilheiro das FARC e outros grupos insurgentes, participam na guerra 15,5 militares e a cifra só tende a crescer, sentencia a importante investigação na qual os autores assinalam como necessária a busca por uma saída política”.

O Pólo NÃO Marchará


O PÓLO DEMOCRÁTICO ALTERNATIVO decidiu por unanimidade convocar uma concentração no dia 4 de fevereiro na Praça de Bolívar às 11 a.m., sob o seguinte comando: PELO ACORDO HUMANITÁRIO: NÃO À GUERRA, NÃO AO SEQUESTRO.


***


Diante da notícia inexata divulgada na edição de El Tiempo do dia 29 de janeiro entitulada: O Pólo decidiu marchar, desejamos fazer a seguinte declaração:


O PÓLO DEMOCRÁTICO ALTERNATIVO decidiu por unanimidade convocar uma concentração no dia 4 de fevereiro na Praça de Bolívar às 11 a.m., sob o seguinte comando: PELO ACORDO HUMANITÁRIO: NÃO À GUERRA, NÃO AO SEQUESTRO. Em tal concentração participarão a CUT, a CGT, FECODE, outras organizações sindicais e sociais, o Prefeito de Bogotá, Samuel Moreno Rojas, e familiares das vítimas.


O protesto se diferencia substancialmente da marcha convocada por Facebook, a qual se somaram, entre outros, os líderes do paramilitarismo e que foi absorvida publicitária e politicamente pelo governo de Álvaro Uribe Vélez cujos postulados guerreiristas não compartilhamos, por estarmos convencidos de que incitar o ódio e aguçar a guerra, longe de contribuir para a liberação dos seqüestrados, lhes prolonga o cativeiro.


Carlos Gaviria Diaz
Presidente


Daniel García-Peña Jaramillo

Secretário Geral


PÓLO DEMOCRÁTICO ALTERNATIVO

Reyes : Uribe em um beco sem saída


O jornalista Rodrigo Rangel da Revista Época entrevista via Internet o Comandante Raúl Reyes, um dos integrantes do Secretariado do Estado-Maior e Chefe da Comissão Internacional das FARC.

1) O que deu errado na operação para a liberação de Emmanuel, Clara Rojas e Consuelo González?
Em meio ao conflito como o que se apresenta na Colômbia, todo tipo de operação, incluídas as de caráter estritamente humanitário, nem sempre se conclui exitosamente. Nosso gesto unilateral foi sabotado pelo governo do narcoparamilitar Uribe, primeiro sequestrando o menino Emmanuel e segundo, realizando uma imensa operação militar no qual estava sendo usada alta tecnologia por água, ar e terra para impedir a entrega das pessoas. E como sabemos bem que na guerra não se pode atuar de maneira irresponsável nem precipitada, preferimos deixar a entrega para outra oportunidade. Outra coisa, o tempo não nos põe a correr. Pelo contrário, o fazemos andar devagar, seguro e repousado em favor de nossos objetivos revolucionários. Sabemos que nada está nos esperando em um restaurante para comer.

2) O que imposibilita a liberação dos demais reféns?
A lamentável e absurda pretensão de Bush e seu cão de caça na Colômbia, chamado Uribe Vélez, de que colocarão o povo de joelhos com violência, com Terrorismo de Estado, com massacres, com moto-serra, desaparecimentos, deslocamentos forçados, entre outras coisas. Me lembro do que disse Jorge Eliécer Gaitán há 60 anos, dias antes de ser assassinado pela CIA. “A oligarquia está posicionada ao lado do imperialismo e tem a metralhadora apontada para o povo”

3) Como está Ingrid Betancourt? Ela está saudável? Como tem vivido? Sobre o que fala?
Ela e os demais companheiros suportam com estoicismo as dificultades que apresenta a selva tropical. As duras condições geradas pela confrontação definem o seu dia a dia. Tanto ela como os demais prisioneiros querem que a troca seja realizado o quanto antes. Esse é seu tema de todos os dias, mas algum dia será o último, e esse será o da Troca!

4) Quais são as posibilidades de liberação de Ingrid Betancourt?
Sua liberação, a de seus companheiros e a de todas as guerrilheiras e todos os guerrilheiros presos dentro e fora do país, conta com o apoio tanto da maioria do povo colombiano como de grande parte da Comunidade Internacional e muitas personalidades. Nós estamos prontos há anos para a Troca. A Troca é possível. O governo não terá outra saída. Terá que aceitá-lo. O fato de continuar impedindo-o carece de realismo político.

5) Como têm vivido os reféns? Como são os dias das pessoas em poder da guerrilla?
Já disse, tudo depende da situação militar que haja na área onde se encontrem. E como a decisão dos amos do Terrorismo de Estado na Colombia ( Bush e o presidente narcoparamilitar) é o resgate militar, isto complica bastante a situação dos prisioneiros.

6) O que você acha da versão de Uribe de que Emmanuel já não estaria mais em poder das FARC, e sim em um orfanato de Bogotá?
Acontece que ele aprendeu muito bem a lição dada por seu amo terrorista especialista em secuestrar pessoas, transportá-las clandestinamente, contando com o apoio de governo covardes e prisões onde são mantidos nas piores condições. Ou seja, ele já aprendeu a secuestrar, a intimidar, a peseguir, hostilizar, expulsar e tantas outras coisas infames que têm feito tanto dentro como fora do país. Pisoteando o direito da Confidencialidade exigido pela Convenção dos Directos da Crianza, sequestrou Emmanuel com o leviano propósito de sabotar a importante gestão mediadora do Presidente Chávez, da Senadora Piedad Córdoba e dos países que estão apoiando a realização da Troca e não simplesmente da entrega unilateral. Nós fizemos exatamente o contrário, o tiramos do cenário de guerra pois é desumano que uma crianza tenha que suportar os rigores da confrontação.

7) Qual é a melhor maneira do governo brasileiro apoiar a liberação desses reféns?
Sem dúvida a presenta do Profesor Marco Aurélio Garcia indica que o Governo Lula entende perfectamente que existe um conflito armado, que FARC não é um bando de terroristas disparando como loucos para todas as partes e compreendem claramente que a solução do conflito passa por um processo de diálogo entra as duas partes enfrentadas. Como sempre temos afirmado que o destino da Colômbia não pode ser o da guerra civil, é por isso que queremos que a Troca seja convertida em uma espécie de porta que leve rumo à Reconciliação e Reconstrução da Colômbia. Chega de uma guerra fatricida, que entre outras coisas é absolutamente desnecessária! A América Latina e o Caribe querem que a Colômbia avance para a Paz com Justiça Social por caminhos diferentes da guerra. E isso é perfectamente possível. Só que todas as tentativas que fizemos têm sido afogadas pela oligarquia que não quer a paz.

8) A operação que resultaria na liberação de Emmanuel, Clara Rojas e Consuelo González chamou a atenção do mundo e seu fracasso frustrou os que desejam uma solução para o conflito colombiano, além da situação ter exposto o presidente Hugo Chávez. Você acredita que faltou discreção?
Repito, señor jornalista Rodrigo, o tempo não nos coloca para correr. Toda operação, exitosa ou não, é examinada profundamente. Se não foi exitosa e segundo sua importancia se fazem novos planos e bola pra frente! Veja Você a atitude do Governo narco-paramilitar diante do gesto das FARC se poupar o menino do cenário da guerra para evitar traumas. O que Uribe fez? Sequestrou-o, violando o princípio da Confidencialidade. Vale sembrar que os narco-paramilitares, tão estimados por Uribe, há pouco tempo assassinaram um garoto de 8 anos contando-lhe o pênis para que sangrasse até morrer. São desse tipo as vitórias militares de Uribe e Bush. A moto-serra tem sido sua arma preferida. Tanto o ato infame de Uribe como o de seus narco-paramilitares refletem o desespero do amo do Norte e da oligarquia colombiana diante da impossibilidade de calar e derrotar as FARC.

9) Qual é o prometo das FARC atualmente?
Construir um país soberano, independente, integrado com a Pátria Grande, com Justiça Social em Paz e na qual a participação democrática do povo seja o mecanismo principal desse processo que nos condizirá rumo ao Socialismo. Não se trata só de uma frase bonita. É o que queremos e pelo que lutamos.

10) O que é necesario para cessar a guerra na Colômbia?
Que as armas da República não Sejas disparadas contra o Povo. Que não se faça mais da violência uma forma de governar. Que pare a demoníaca ingerência do Imperio dos Estados Unidos da América do Norte. Que não seja assassinada a oposição política na Colômbia.

11) Qual é o segredo das FARC para manter tanto tempo uma guerra contra as forças oficiais colombianas, que tem o apoio logístico e militar da maior potência bélica do planeta: os Estados Unidos?
Nossa luta está mais vigente que nunca e conta com um ator fundamental chamado Povo. Por isso decidimos que somos um Povo em armas! Não há em toda a América Latina um povo mais violentado que o povo colombiano. O que acontece é que essa atrocidade tem sido ocultada e muitos acreditam que na Colômbia existe a Democracia mais antita do Continente. No fundo o que existe é uma luta de classes.

12) Em sua mensagem de final de ano, Manuel Marulanda exortou a guerrilla a fazer uma “ofensiva peral” em 2008. O que isto pode significar de maneira prática? A guerra pode ficar ainda mais sangrenta esse ano?
A crise que afeta o regime, o governo e as instituições sem descartar as instituições militares, deixam claro que os que até agora governaram já não governam pois têm se dedicado a perseguir o povo e que seus governados (perseguidos) não querem continuar sendo tratados como até agora. Por isso vemos o ressurgimento do movimento popular, passando por cima dos planos militares que contam com recursos imensos, alta tecnología, assessoria e participação direta do Império Norte-americano. As condições para a luta política estão madurando. Sempre temos dito que as transformações que a Colômbia necessita podem acontecer sem a necessidade de enfrentar armas com armas. Isso é possível.

13) O governo colombiano insiste em relacionar as FARC com o narcotráfico. Este é o principal negócio da guerrilha hoje?
A guerra não se ganha com campanhas de rádio e a televisão contra a Insurgencia. Agora nos chamam de terroristas. Você sabe. E a toda hora mudam de pretexto. O narco-paramilitarismo, tendo como seu representante mais visible Uribe Vélez, se meteu nos três poderes e outras instancias do Estado colombiano. Lá está. Para acabar com o narcotráfico temos feito propostas concretas. Nunca obtivemos resposta e menos ainda agora com a situação que está se apresentando nos EUA, cuja crise pode agravar-se e para onde vai 90% da renda do narcotráfico.

14) Como estão as relações das FARC com o PT (Partido dos Trabalhadores) e o governo Luiz Inácio Lula da Silva hoje? Se os ideais marxistas e a história da guerrilha e do partido se assemelham, então é justo que o PT evite falar abertamente dessa relação? Por que não assumir essa relação?
Nos países amigos as relações conosco se manejam segundo as condições existentes neles. E somos respeitosos nisso. É o que posso dizer.
15) As FARC consideram ter atualmente apoio internacional para sua causa?
Desde Marquetalia, onde nasceram as FARC em 1964, temos contado com esse apoio. Recordo que nessa oportunidade vários intelectuais franceses se dirigiram ao Governo colombiano para solicitar a esse que não empregasse a força militar contra os camponeses dessa região agrária. Esses intelectuais liderados por Jean Paul Sartre, proclamam já que a solução política de um problema político é também política.

16) Você acredita que o Brasil pode ser um bom mediador em uma eventual retomada de negociações entre as FARC e o governo colombiano?
Tanto no Brasil como em outros países, especialmente nossos vizinhos podem ajudar-nos com seus bons ofícios para aclimatar a possibilidade de novas conversações que nos levem à Acordos reais de Paz. A troca seria um primeiro passo. Se nossa parte estamos prontos. Só que Uribe não está interessado na Paz e sim na guerra contra o povo. Ele se converteu no Caim do povo colombiano.

17) O presidente Lula ofereceu o território brasileiro como uma zona neutra para eventual negociação e troca de reféns por prisioneiros? O que pensam as FARC dessa possibilidade? Por que?
Toda proposta que nos ajude a manter acesa a luta pela Troca e pela solução política do conflito será bem-vinda.

18) Por que as FARC insistem na desmilitarização de Florida e Pradera como uma condição para levar adiante a troca de reféns por guerrilheiros presos?
Pela segurança dos negociadores, dos prisioneiros de ambas as partes, dos jornalistas, personalidades e sobretudo porque não acreditamos nem em uma saudação de Uribe.

19) Diante da situação das insistentes negativas do governo Uribe de ceder à exigência para a desmilitarização da área de Florida e Pradera, então não estariam os dois lados em um beco sem saída?
Quem está num beco sem saída é Uribe. Terminará o segundo mandato e ficará marcado por seus feitos pois não nos terá derrotado.

20) Caso um dia seja possível a troca, as FARC não terá mais guerrilheiros presos e não haverá mais secuestrados em poder da guerrilla. Qual será então o futuro das FARC?
Somos um movimento revolucionário regido por um Estatuto e Normas de Comando, temos Comando Centralizado, estamos presentes em todos os Departamentos (estados) do país, onzas tropas permanecem uniformizadas e armadas, estudam, trabalham e vão ao combate; nossa relação com a população se baseia no respeito irrestrito, o apreço, os bons modos e o ejemplo revolucionário. Na Colômbia há um poder alternativo. Nós somos parte dessa nova realidade política. Sendo que “A melhor forma de alcanzar a liberdade é lutar por ela” como nos ensina Bolívar, pois assim estamos junto de nosso sofrido povo, construindo passo a passo as bases para a Paz com Justiça Social, pré-requisito para que o povo avance rumo ao Socialismo.

21) O presidente Hugo Chávez é hoje o maior aliado das FARC na América do Sul?
O povo colombiano é nosso principal aliado. Especialmente os camponeses, homens e mulheres cuja firmeza e decisão são dignas do maior respeito. Sem dúvida, o Presidente Chávez é um grande líder. E queremos que siga avançando. Nele se cumpre o que foi dito por José Martí: “Não é que os homens façam os povos. São os povos que em seu momento de gênesis se tornam vibrantes e triunfantes em um homem”.

22) Álvaro Uribe é todavía o alvo preferencial das FARC?
Nós lutamos pela troca do regime político, pela democracia real, pelas transformações que necessita a Colômbia para que chegue a ser a Pátria Bolivariana que seus filos merecem. Lutamos pela implantação de um sistema econômico que distribua a riqueza e cuide do meio ambiente para que o povo possa desfrutar do máximo de felicidade possível. As desigualdades sociais são uma afronta à dignidade humana. Por isso lutamos por uma sociedade justa com igualdade de condições para todos.

23) Por que manter a política de secuestros? Isso não acaba por criar uma antipatia com a guerrilla na opinião pública internacional, por conta da questão humanitária?
Veja bem, quando no meio do combate uma Guerrilheira ou um Guerrilheiro grite para um oficial, um Sub-Oficial ou um soldado que lhe garante a vida caso se entregue, e isso acontece, não existe razão alguna para que esse acontecimento militar seja chamado de sequestro. Igualmente, quando a confrontação alcanza os estratos da sociedade e os três poderes de estabelecimento caracterizados por seus níveis de violencia sem fim e corrupção espantosa, isso gera presos de ambos os lados. Por isso estamos propondo a realização da Troca de Prisioneiros.

24) Há um medo crescente das autoridades militares do Brasil com a presenta de guerrilheiros no lado brasileiro da fronteira. As FARC têm a pretensão de expandir suas ações militares para além das fronteiras da Colômbia? O que você acha das acusações de que o territorio venezuelano estariam servindo de santuário para as FARC?
Que percam o medo e durmam tranquilos pois oque nós temos é um conflito interno que queremos que seja solucionado pela via política. Em relação com nossos países vizinhos nossa política é que a fronteira seja um espaço de encontro e de convivencia de cidadãos irmanados por uma história comum, que tem os mesmos problemas, as mesmas esperanzas e um mesmo destino.

25) A proximidade entre o atual governo da Colômbia e Washington é um sinal de risco à soberania dos países latinos. Até que ponto isso é um risco?
Para a nossa sorte, Washington já não consegue impôr sua dominação na América Latina, como fazia atá alguns anos atrás. Isso porque nossos povos começaram a construir um processo político alimentado pelo Direito à Auto-determinação. E isso nos fortalece. Pois esses ventos novos que avançam pelo nosso Continente são um sinal de esperanza. São poucos os gobernantes que ficam prestando um serviço apátrida ao Imperio. A missão de nossos povos é seguir lutando pela sua liberação, pois como nos disse Simón Bolívar “os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a praguejar a América de misérias em nome da Liberdade”.

26) A liberação de Clara Rojas e Consuelo González é um sinal de que as FARC estão despostas a ceder?
Por decisão dos Organismos Superiores de nossa Organização Revolucionária foram postas em liberdade essas prisioneiras como gesto de desagravo ao Comandante Hugo Chávez, Presidente da República Bolivariana de Venezuela e a valente Senadora colombiana Piedad Córdoba. Quisemos com esse ato demonstrar nossa firme vontade de que continuarão contribuindo na busca da Paz para nosso país. Menos mal que nessa luta por Paz com Justiça Social o narcoparamilitar Uribe está se tornando como um soldado desconhecido.

27) Por que as FARC prometeram entregar Emmanuel a Chávez se o menino não estava com a guerrilla? O que aconteceu?
Deixar as crianças onde possam estar se relacionando com outras crianças, em meio a um ambiente infantil e tranquilo, desenvolvendo as atividades escolares, recebendo os cuidados que lhe são próprios, longe dos horrores da guerra e para sua segurança , muitas vezes, com outro nome, é a forma como as FARC põem em prática sua responsabilidade em relação com as crianças que nascem no meio da guerra. Fazer isso é ter sentimento de humanidade.
Só quando as circunstâncias exigem, o modus operando é clandestino, seja no país ou no estrangeiro. No caso do menino da senhora Clara, não se pode falar de engano ou armação. O menino estava soba responsabilidade das FARC e foi incluído no grupo de pessoas que liberaria de maneira unilateral como gesto de desagravo ao Presidente Hugo Chávez.
Mas como o objetivo do Governo do narco-paramilitar é impedir que haja Troca de prisioneiros, que se possa aclimatar na Colômbia um ambiente de paz que abra as portas para a Reconstrução e Reconciliação da familia colombiana, então, aconteça o que for, sem lhe importar o princípio da Confidencialidade estabelecido pela Convenção dos Directos da Crianza. Que pessoa honesta pode permanecer tranquila e sorridente diante de uma atitude tão infame e irresponsável que tem sua origem em Washington e no narco-para-militar, seu principal lacaio.

28) As reféns libertadas relatam que as FARC prendem os reféns e os ameaçam de morte constantemente. Se a guerrilla abandona essas práticas, inclusive a estratégia de secuestros, sua causa não seria mais aceita pela comunidade internacional? As FARC poderiam mudar a estratégia atual?
As condições da guerra são duras. E como dizia o Che, “devemos endurecer, mas sem perder a ternura jamais”. Você teve a oportunidade de ver o bom estado de saúde das prisioneiras liberadas e isso porque caminharam durante vários dias em meio aos bombardeios já que os operativos militares (negados pelo governo) estavam em plena execução para impedir o ato de desagravo. Igualmente pôde comprovar o tratamento entre as reféns e a guerrilla. Foi uma despedida sem ódio, sem rencor, ao contrário, em meio a abraços e expressões de amizade. Acontece que nós os revolucionários também somos humanos, e especialmente humanos, por convicção, por ideología, por princípio. Agora, que os prisioneiros passam por dificultades, é óbvio. E os operativos permanente de resgate à força aumentam essas dificultades. Eles andam fazendo turismo ecológico na selva.

29) Quem é, afinal de contas, o pai de Emmanuel? Onde ele está? Qual é sua história com a guerrilla?
O que podemos dizer nesse sentido é que não foi obra do Espírito Santo e sim de um homem de carne e osso e uma mulher, também de carne e osso. Melhor dizendo, se aplicou o ditado que diz: Deus os cria e o diabo os junta.

A condenação perpétua disfarçada contra Trinidad



A sentença política –não jurídica- de Condenação Perpétua Dissimulada (CPD) de 60 anos em uma prisão de segurança máxima, que foi proferida por um juiz dos E.U.A. contra o comandante guerrilheiro Simón Trinidad não é uma lição de cruel desumanidade, como tem tentado apresentar diante da falsa-mídia o presidente Uribe Vélez.

É uma mensagem precipitada e de última hora do Império, dirigido à romper a imagem na qual aparece o presidente da República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez, ao lado do membro do secretariado das FARC-EP Iván Márquez, junto com a senadora do partido liberal colombiano Piedad Córdoba.

A foto da escadaria do Palácio de governo de Caracas, que causou todo tipo de repúdio nos círculos anti-venezuelanos que governam na Colômbia, e que os altos comandos militares do Comando Sul e do Departamento de Estado dos E.U.A. tomaram como uma aliança “estratégica” dos três para desestabilizar a Região Andina; foram legalmente advertidos de que o governo dos EUA usou a doutrina jurídica para considerar que, o derrube e posterior captura em combate dos três espiões contratados do US Army em Caguán, é um ato de terrorismo e barbárie incompatível com a civilização, cometido por uma organização terrorista em um país onde não existe nenhum conflito social armado e no qual não existe nenhuma outra possibilidade exceto seu aniquilamento e submissão militar.

A senadora liberal Piedad Córdoba intimidade pelo terrível justiçamento de seu assessor, sozinha, ameaçada de morte e isolada na Colômbia sob a direção política de César Gaviria não representa nenhuma ameaça para o poder governante. O conflito armado colombiano segundo o ministro de Defesa Santos, é administrável e manejável pela Força Pública e, a tão falada mudança social da revolução bolivariana na Venezuela, pode ser detida na fronteira por uma ação combinada de narco-paramilitares, meios de comunicação e contrabando de cocaína. Mas uma vez coincidiram os três fotografados no empenho de conseguir um Intercâmbio Humanitário, humanizar a confrontação regularizando suas ações e buscando uma Saída Política ao conflito armado da Colômbia; e formaram um eixo que já desestabilizou a Região!

À eles deve-se responder com uma clara advertência jurídica anti-terrorista Global que deixe justificada a posterior ação militar; agora que a crise de recessão da economia Norte-americana começa a mostrar-se como um devastador tsunami pelo resto do Globo. Que a aventura guerreira no Iraque e Afeganistão consumiu enormes quantidades de recursos econômicos. Que a situação no Oriente Médio e Paquistão não consegue se estabilizar. Que as ameaças de guerra contra o Irã chocaram-se com a negação das potências atômicas como Rússia, China e Índia. E que o partido Republicano começa a sentir os efeitos eleitorais da impopular gestão petroleira do presidente Bush (30%), que exigem uma aventura militar para subir nas encostas da opinião pública e voltar a estabilizar a Região Andina.

A Condenação Perpétua Dissimulada de Simón Trinidad é pois uma escalada a mais no empenho de impedir por todos os meios possíveis o Intercâmbio Humanitário e de bloquear de maneira definitiva, qualquer outra solução que não seja a militar. Já o disse Julius Fusik antes de ser degolado na prisão Nazi de alta segurança. “Homens, fiquem alertas”!

E esse alerta leva a realizar todas as ações possíveis de denúncia e desmascaramento dos planos de guerra imperiais e oligárquicos, ao mesmo tempo que devemos ir construindo no dia a dia um novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, que semeie a Paz na Nova Colômbia, com justiça social, liberdade, independência e soberania nacional.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Olivo Saldaña, instrumento de Uribe


Denunciam os prisioneiros de Guerra das Farc mantidos nas masmorras do regime colombiano.


“Desconhecemos e rechaçamos as asseverações feitas pelo desertor e posteriormente reinserido ‘Olivo Saldaña’, a quem consideramos um instrumento útil ao governo de Álvaro Uribe Vélez”.


Rechaçam, em comunicado enviado redação de ANNCOL, que eles têm um delegado para falar com o governo, “não existe porta-voz autorizado das prisões para negociar com o governo, com exceção das determinações advindas do Secretariado Nacional das FARC-EP”.


O governo narco-paramilitar de Uribe se caracterizou por lançar “borbulhas desinformativas” com a finalidade de confundir a opinião pública sobre o suposto ‘caos’ no interior dessa organização beligerante e a perda de controle em suas unidades guerrilheiras.


A este comunicado se somam também os presos e presas políticas reclusos e seqüestrados pelo estado nas prisões colombianas. “Declaramos enfaticamente nosso respaldo ao intercâmbio humanitário ou troca, sendo esta a única via recíproca para a recuperação da liberdade”, afirmam os prisioneiros do povo.

A cidade de Medellín, completamente paramilitarizada durante a visita de Condolezza



“Foi tudo um êxito”, disse a imprensa da cidade, que a senhora Rice se foi encantada com os cavalos do senhor Uribe e os cultivos de flores que há no caminho do Rio Negro, onde este têm uma “fazendinha” de descanso. E a forma eleita para chegar lá também foi belíssima, claro, a via mais rápida não foi eleita pois não se pode colocar em contradição a tão cacarejada política de segurança democrática que tem sido um êxito segundo o senhor Uribe.



Subir a montanha pelas colinas de casinhas miseráveis, caminhos de pedra e crianças desnutridas, não era então uma boa opção. Subir por Santa Helena –município de Medellín- é, além de tudo, perigoso, de um lado da estrada fica o bairro 8 de março, um dos territórios onde permanecem milicianos das FARC-EP.
Na cidade, não importou o incômodo que tiveram que padecer os que tinham que viver a sua rotina diária, ir para o trabalho e deslocar-se de um lado para o outro em meio à uma cidade em colapso.

Os que vivem em “outro mundo”, que dizem que tudo anda bem, tiveram que se dar conta de que a cidade estava sendo visitada por uma senhora muito importante que vem dos Estados Unidos supostamente para visitar nossa cidade porque está muito bonita. Ah! E diz também que veio para fazer com que se assine o tratado de livre comércio que tanto “bem” nos vai fazer... Que bom receber visitas de gente tão importante.

Para que tanto exército e polícia na cidade? Haviam mais uniformizados que gente ... que segurança democrática é essa? ... e os helicópteros de artilharia sobrevoando a cidade o dia todo? Deviam ficar quietos e mostrar que possuem o controle. Claro, o controle paraco de Dom Berna, que controla tudo, taxistas, vendedores ambulantes, vigilância privada e outras coisas.

Na Universidade de Antioquia, (que fica logo ao lado do parque “EXPLORA” que também foi visitado pela senhora), há muito tempo não se via tanto verde e tanto camuflado e isso porque é um dos lugares que eles, -desde o prefeito chiliquento ao Patrão Uribe- adoram visitar, gostam tanto que decidiram que devem cuidar muito bem e por isso formaram todo um cordão de segurança ao seu redor, não se podia fechar ao público durante a visita da senhora importante, porque tudo deve funcionar normalmente já que está sob controle, e todos que estavam lá tiveram que submeter-se a vasculharem suas mochilas para demonstrar que não levavam nada que pudesse perturbar a tão ilustre senhora.

Nesse mesmo dia inventaram uma marcha pela paz onde todos iriam de branco, era legal que a senhora pudesse ver que esta gente quer a paz ... mas o mais chamativo foi a quantidade de helicópteros de artilharia sobrevoando a cidade....

...

A senhora se foi encantada mas não sem antes felicitar àqueles que fizeram coisas tão boas por uma cidade que vive em seus bairros sob o controle dos paramilitares, que não se envergonha de ter filhos e filhas nas ruas vivendo da prostituição ou morrendo de fome. Que não se compadece da quantidade de famílias que chegam deslocadas para viver em suas ruas, expulsas de bairros da cidade ou de outras cidades pelos paramilitares, uma cidade onde o que se atreve a tomar algo que não é seu (por menor que seja) um relógio, uma bala ou um pedaço de pão... se for pego em flagrante desaparece como quem cai em um poço profundo, pois os poços profundos também abundam nessa cidade onde a lei é ver, ouvir e calar. Aqui não vai além disso parceiro!

Nos contam que os paracos estão “convidando” a marchar no dia 4 de fevereiro. Levarão as pessoas, com certeza, sob ameaças. Dom Berna está convocando a marcha da prisão, segundo ele para rechaçar o terrorismo, o sujo falando do mal lavado.

René Higuita solicitará que tirem o status de terrorista das Farc



O goleiro colombiano René Higuita manifestou que ele tentará um diálogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e pedirá à um comitê europeu internacional que remova o status de terrorista.


Higuita admitiu que gostaria de chegar ao Senado e se pronunciou a favor da troca humanitária, declarou de Buenos Aires a agência EFE.


Ainda que tenha deixado claro que a sua praia “é o futebol” e não pensa em pendurar as chuteiras, Higuita se declarou admirador do presidente venezuelano Hugo Chávez, à quem agradeceu sua intervenção para que as Farc entregassem Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, no início desse mês.


‘Me encanta o socialismo. O vejo (Chávez) em “Alô, presidente”. Sou admirador seu e conhecê-lo é um de meus sonhos. Oxalá eu possa ter um encontro com ele em seu programa’, disse o famoso goleiro colombiano.

Pedro Juan Moreno Villa pode ter sido assassinado.

de Dick Emanuelsson.

Muitos telefonemas, cartas, mensagens e informações e documentos de fontes que, as vezes, são “plantados” buscando um interesse especial ou pessoal, chegam aos jornalistas.
Por isto, o jornalista deve ser muito minucioso e crítico em suas investigações sob o intento de confirmar a veracidade dos fatos.No caso que se segue consultei e confrontei várias fontes na Colõmbia e no exteriorm chegando a conclus~]ao de que o fato tem credibilidade.

A mensagem

“Te escrevo rapidamente, pois continuo nervosa porque acho que deram-se conta do que estava ocorendo. Este senhor berna voltou a ligá da prisão.
Chama seguidamente e tem seus guardacostas junto com ele, todos vivendo lá para os lados de itagui. E, como te disse ontem, ficaram muito injuriados comigo, pois os ouví falar desse senhor Pedro Juan Moreno que te disseram ter caido do helicóptero, por que aquí se manteve o mistério e não se sabe se o presi uribe deu a ordem, mas que ele sabia e don berna também”.

“Aqui se rouba tudo, tiram as peças sobressalentes dos aviões e helicópteros e as vendem sem importar-lhes que caia com gente dentro, pois a companhia de seguros tem tudo acertado e lhes pagam.Tenho medo de contar isto aos policiais e militares, porque eles vem aquí pelas comissões que trocam pelas peças que eles roubam de seus próprios aviões e helicópteros”.

“Aqui está o pessoal da oficina de envigado [fachada da estrutura narcoparamilitar da máfia, nota do redator], que apoderou-se do eliporto herrera ou seja os capanga de dom berna. E como estão em guerra contra o tal macaco, cuidam muito quando falam na frente dos empregados. Mas, se ouvo, como vou tapar as orelhas?”.

“Há dois dias que levaram os corpos destas garotas para enterrar na fábrica, onde tem o seu próprio cemitério à parte do da catedral. Lá é como um campo de paz, as pessoas crêem que é para orações, mas não. Lá às enterram. Já estão matando até os transportadores, porque não lhes vendem seus negócios. E este governado calado, fazendo-se de louco...Isto esta horrível.”

“Não existe trabalho por lá? Eu estive perguntando em outra paragens, mas não achei nenhum. Mas qualquer coisa melhor, eu vou que me vou. Não aguento esta tensão que está me atingindo os nervos. Eu não disse nada na casa nem ninguém sabe nada.Se puder escrevo amanhã.

Até logo.Nancy”.

Foram estas as palavras, com todos os seus erros ortográficos, parecendo uma pemonição, de uma mensagem de aproximadamente 3621 letras, que escreveu Nancy Ester Zapata Orozco, uma funcionária do aeroporto Olaya Herrera de Medellín a uma fonte vinculada à organizações de direitos humanos que pediu, por razões lógicas, sigilo sobre seu nome.

Os fatos

Em 1° de novembro de 2007 noticiou-se que o cadáver de uma mulher foi encontrado no hangar do Aeroporto Olaya Herrera de Medellín Sob o corpo da vítima havia uma placa, cujo texto dizia: “Aqui não são permitidas sapas”.

Em 28 de dezembro de 2007, o jornal El Tiempo noticiou, sobre o mesmo fato: “Por sapa”. As duas palavras, pintadas em uma cartolina, caíram junto ao corpo de Nancy Esther Zapata. Seu assassinato, segundo as autoridades, é a última manifestação de uma delinquência organizada”.

Em 3 de novembro a revista Cromos publicava uma coluna de Alberto Aguirre: “Em 1º de novembro Nancy Ester Zapata Orozco foi assassinada num hangar do aeroporto Olaya Herrera”.

A Radiosucesos RCN informava: “Está havendo um ajuste de contas da máfia, comentou o comandante da Policía Metropolitana, general Marco Antonio Pedreros, quanto ao assassinato da senhora Nancy Ester Zapata Orozco, ocorrido no Aeroporto Olaya Herrera de Medellín”.

Quem era Nancy Ester Zapata Orozco?

A revista Cromos continua: “A família afirma que Nancy Patricia 'Era uma mulher temente à Deus, que havia entregado sua vida para Cristo a 15 anos'. Era membro de uma Igreja Cristã e estava se preparando para ir, com seus filhos, aos exercícios espeirituais em La Ceja. Tinha 45 anos, quase não tinha amigos e nunca tinha sido rueira. Trabalhava fazia 20 anos numa oficina de reparos de aviões em Olaya, era cumpridora de seus deveres e se preocupava com uma dívida contraída para adquir uma casa própria para ela e sua família. Seria um disparate tratar mulher de tamanha fleuma por “garota de programa”.
Mas era mulher e foi morta: alguma culpa tinha que ter. Vejamos por outro lado, se era mulher e foi morta violentamente, não duvide: ela tinha culpa. Nela se origina a ação do assassino, não no próprio assassino”.


A “reação” das autoridades

A Radiosucesos RCN prossegue:
“O general Marco Antonio Pedreros declarou que não pode ser negado que nos aeroportos funcionam pistas clandestinas para o tráfico de drogas e fez um pedido aos administradores para que haja maior legalidade nos terminais aéreos.
A Associação Colombiana de Usuarios Aeroportuarios condenou o assassinato e exigiu da Aviação Civil, maior controle e segurança para as pessoas que trabalham no terminal aéreo.
Ainda que as autoridades judiciais e a polícia tenaham guardado silêncio sobre o crime que se registrou em 1º de novembro passado, ele alarmou os empregados e usuários do aeroporto que tem se tornado inseguro devido a numerosos assaltos e tentativas de incêndio de hangares. As diretivas do terminal aéreo exigiram uma investigação rápida e eficaz para encontrar os responsáveis pelo homicídio da funcionária Nancy Zapata”.

Por sua vez, o El Tiempo de 28 de dezembro disse:
“São ajustes de contas de movimentos mafiosos, por perda de embarques de drogas e outras circunstâncias', afirma o general Marco Antonio Pedreros, comandante da Polícia do Valle de Aburrá. Segundo o oficial, parte das 210 naves que oferecem vôos privados são dedicadas à negócios ilegais.”

Não obstante, fica claro que Zapata não fazia parte desta engrenagem criminal.'Pelo contrário: aparece como vítima', disse um jornal local.

Ela tinha 45 anos e administrava uma oficina de reparos de aviões no hangar 70, onde mataram-na em 1º de novembro. Lhe acertaram a cabeça com uma arma dotada de silenciador, afirmam os investigadores.

Embora sua família sustente que o fizeram para roubar-lhe 15 milhõs de pesos, o aviso deixado na cena do crime evidencia que a intenção era catigá-la por algo que denunciou”.

O colunista do Cromos é duríssimo com as autoridade policiais, devido a total falta de uma investigação sobre o assassinato. “ Se haviam feito sequer um princípio de investigação? Nadica de nada; nem um cisco. Para que? Não vês que a morta era uma mulher? Se é mulher e aparece morta, a culpa é sua. Dela; não do assassino. E se acomoda o narcotráfico, porque neste lugar – el Olaya – reina o narcotráfico”.

Sapo, ou sapa, é a pessoa que delata. Se foi colocada uma placa na mulher assassinada era por que havia delatado algo ou alguém e pretendia-se advertir à terceiros o que aconteceria se fizessem o mesmo.

A causa seria a mensagem que ela enviou à fonte que a mim fê-la chegar? Não é estranho que as autoridades na Colômbia, e mais ainda en Medellin, se esquivem de sua responsabilidade de investigar, quando não lhes interessa fazê-lo. “Ajuste de contas” é um termo muito apropriado para justifivar os crimes em Medellín e não investigá-los. É bastante claro que cobraram caro à Nancy Ester por ter denunciado algo.

Pedro Juan Moreno Villa

Em 24 de fevereiro de 2006, a revista Semana noticiava: “Pedro Juan Moreno foi um dos homens mais controvertidos da era Uribe. Primeiro como seu mais próximo amigo e confidente e, ao final, como o mais decepcionado dos amigos. A partir da dirção de sua revista La Otra verdad, Pedro Juan Moreno, se fez famoso por suas denuncias contra personagens poderosos da vida pública nacional e que levaram à queda do general Leonardo Gallego, comandante da Polícia de Medellín. Moreno também amargou os dias, no Palacio de Nariño, de Fabio Echeverri Correa, talvés o mais poderoso dos assessores de Álvaro Uribe, e o protagonista por trás dos múltiplos conflitos e pressões que sofreu a ex-ministra de Defesa Martha Lucía Ramírez”.

E segue: “Porém, poucos conheciam a outra face de Pedro Juan Moreno. Além de engenheiro e industrial, foi um homem de negócios de sucesso e herdeiro de uma grande fortuna familiar, que foi crescendo com a aquisição de terras e com seus negócios em vários setores: têxteis, artes gráficas, confecção, construção e uma comercializadora de insumos químicos chamada GMP”.

É importante recordar os fatos: Que a DEA reteve insumos químicos à GMP e que daí surgiu a longa e viceral peleja entre o general Leonardo Gallego y Pedro Juan Moreno. (Leia os detalhes em: http://www.narconews.com/gmpdocumento1.html).

E Uribe?

Numa entrevista concedida em 10 de abril à W radio, o presidente Uribe se refere a Pedro Juan Moreno assim: “Eu o estimei, lhe tive muito carinho, ele se distanciou do Governo, foi mais duro com o Governo, mas procurei nunca lhe responder e tenho minha consciência tranquila de que, por muitos anos, a única voz que defendia a Pedro Juan Moreno quando para ele se voltavam as atenções, foi a minha. Já no dia em que Pedro Juan começou a converter-se no grande acusador do Governo Nacional, já neste dia para alguns setores dos meios de imprensa nacionais, ele deixou de ser vilão e passou a ser heroi”.

Sobre o dia do acidente, a mesma revista Semana informa: “Contudo, as 6:32 da manhâ, o helicóptero BELL 2006 B da empresa Helicargo estaria partindo do aeroporto Olaya Herrera, com destino ao município de Apartadó. As 7:14, entre Dabeiba y Mutatá, o helicóptero perdeu contato com a torre de controle. Após várias horas de sobrevôo sobre as montanhas nubladas e selvagens de Dabeiba, as autoridades da Força Aérea encontraram finalmente a aeronave e o Ministério de Defesa anunciou que nenhum dos quatro tripulantes havía sobrevivido".

Essa investigação “fede”: Felipe Zuleta

Para muitas das fontes colombianas e extrangeiras consultadas, a forma como morreu Pedro Juan Moreno Villa esteve marcada por sérias interrogações. Não só pelo que representava, para a opinião pública, seu enfrentamento com o governo, se não porque poderiam existir outros interessados em silenciá-lo. Por tudo isso, merecia uma séria e profunda investigação, a qual nunca ocorreu.

“Não creio nos resultados da investigação relacionada à morte de Pedro Juan Moreno. Na Colombia há crímes impunes há 20 anos, logo torna-se suspeita a prontidão e eficácia dos investigadores para concluir que Pedro Juan Moreno morreu num acidente. Essa investigación “fede” ao que cheira tudo o que sai do palácio: Podridão. Por mais que suba, mais estrondosa será sua queda.O mal é que, com ele, cairemos os colombianos que nada temos a ver con a máfia”, sentenciou Felipe Zuleta no seu blog na quinta-feira, 21 de diciembre de 2006.

“Aqui se rouba tudo, tiram as peças sobressalentes dos aviões e helicópteros e as vendem sem importar-lhes que caia com gente dentro, pois a companhia de seguros tem tudo acertado e lhes pagam.”, escreveu Nancy Ester em sua mensagem. E ella teria com saber já que, como noticia Cromos: “trabalhava fazia 20 anos numa oficina de reparos de aviões em Olay”.

O silêncio da Aerocivil

Quando consultei várias fontes em Medellín, especializadas em assuntos aeroviários, me disseram que a onda de acidentes aéreos que atravessava a cidade era recorde e que o mais incrível era que todos saíam do Olaya Herrera. Mas o mais preocupante era o silêncio cúmplice da Aerocivil e das demais autoridades. “Desde que Sergio Fajardo tornou-se o governador, tudo aqui tem que ser ocultado porque afeta a imagem dele e da cidade”, afirmaram.

Outro aspecto interessante de tudo isto é que Pedro Juan Moreno tornou-se não só inimigo do governo de Uribe, como também dos militares e policiais. Os quais também tinham, segundo Nancy Ester, negocios escusos: “Tenho medo de contar isto aos policiais e militares, porque eles vem aquí pelas comissões que trocam pelas peças que eles roubam de seus próprios aviões e helicópteros”.

A reportagem da Radiosucesos é clara: “Ainda que as autoridades judiciais e a policía tenham guardado silêncio sobre o crime que se registrou em 1º de novembro passado, ele alarmou os empregados e usuários do aeroporto que tem se tornado inseguro devido a numerosos assaltos e tentativas de incêndio de hangares”.

Isto quer dizer que no Olaya Herrera vem se passando cossas há muito tempo mas as autoridades fizera vista grossa e deixaram os funcionários e usuários à mercê dos criminosos. A não ser que as mesmas autoridades de policía e militares estejam envolvidos no crime de Nancy Ester Zapata Orozco.

O que sabe Uribe?

“Não se sabe se o presi uribe deu a ordem, mas que ele sabia e don berna também”

A mulher assassinada se refería ao presidente Álvaro Uribe? No é claro ese punto. Mas o é enquanto a identificar “don Berna” e que ele, e a quem ela chama de “o presi Uribe”, sabiam sobre o helicóptero de Pedro Juan Moreno Villla e haviam mantido um segredo de como ele caíra, E outra coisa bastante grave: “Don Berna” ou “Adolfo Paz”, como é chamado o narcotraficante Diego Fernando Murillo Bejarano, segue atuando no crime a partir da prisão de Itagüí, exportando cocaína para os Estados Unidos e controlando o Aeroporto Olaya Herrera, pois como informa a revista Semana em 16 de julho de 2007:

“Através da subordinação de grupos e gangues de bairros o pagamento por serviços à delinquência organizada e a conformação de grupos contrainsurgentes, todo coordenado pela chamada “Oficina de Envigado”, codinome “don Berna” consolidou seu projeto paramilitar para lutar contra as milicias da subversão e todo aquele que “tender” para esquerda, assim como atacar toda institução, fundação ou organização que tentar opor-se a seu “projeto” militar, social e político e investigá-lo como narcotraficante, razão pela qual o governo dos Estados Unidos está solicitando sua extradição”.

O El Espectador em 4 de agosto de 2007 afirma: “Ainda que a chamada Oficina de Envigado de Diego Fernando Murillo, vulgo Don Berna, supostamente tenha sido desmontada desde o momento em que o chefe paramilitar se desmobilizou, em Medellín e sua área metropolitana é público e notório que persistem as famosas cobranças por parte desta organização, que sua estrutura permanece intacta, no que pese algunas capturas, e que o tráfico de drogas é o motor de sua atividade terrorista. Ademais, que o silêncio frente a suas atividades ilícitas é a constante se quer-se sobreviver por ali”.

Nancy Ester foi mais contundente: “Aqui está o pessoal da oficina de envigado, que apoderou-se do eliporto herrera ou seja os capanga de dom berna. E como estão em guerra contra o tal macaco, cuidam muito quando falam na frente dos empregados."

É líquido e certo que “Don Berna” está em guerra com “Macaco” e que por isso os separaram por um tempo: um foi mandado para o cárcere de Cómbita e o outro para um barco da Marinha de guerra colombiana. Mas logo “Don Berna” foi, de forma esranha, transladado a Itagüí.

É também muito claro que os narcoparamilitares não estão num verdadeiro lugar de reclusão, pois vivem com seus guardacostas dentro da prisão e saem para a rua sem nenhum problema. Há alguns meses atrás, Ernesto Báez foi visto na rua Junín, no centro de Medellín, na oficina de Ernesto Garcés Soto - transportador e cafeicultor indicado por uma fonte como não alheio aos grupos paramilitares - quando deveria estar na prisão de La Ceja. Isso foi encoberto imediatamente por ordem do prefeito Sergio Fajardo e arrumando a desculpa de que visitava o doutor (sim, estava visitando ao doutor Garcés Soto).

Uribe está com seus dias contados?

Uma das fontes internacionais, ampliamente conhecedora do problema das drogas, afirmou:

“Enquanto George Bush for presidente dos Estados Unidos, “Don Berna” e “Macaco” ficarão na Colombia. Por razões geopolíticas, como combater às FARC, conter Chávez, impedir as mudanças no Equador, Bolivia, Argentina e bloquear o Banco del Sur, Uribe é útil no poder e não lhe incomodarão. Mas quando o governo mudar para os democratas, sua extradição será realizada em questão de horas, e neste dia o mundo saberá quem é Uribe, porque estes delinquentes cantarão como rouxinóis".

Então você crê que Uribe não os extradita por medo de que falem?, perguntei-lhe.

“É óbvio que sim. Uribe ficará no poder por mais um mandato. Zelará por sua segurança e pela de seus amigos. Mas, o governo dos Estados Unidos sabe tudo, mais do que vocês sabem, sobre o presidente Uribe; como sabía de Noriega, de Saddam Hussain e de Pinochet. Quando ele não for mais útil ao gobierno dos Estados Unidos, lhe atacarão sem compaixão. Uribe não é bem visto pelos democratas. Al Gore o demonstrou muito claramente”.

Você crê que Uribe pode estar envolvido na morte de seu amigo Pedro Juan Moreno Villa ou que sabia que ela iria ocorrer?

“Isso não cabe a mim dizer; isso cabe às autoridades colombianas investigar. Mas pelo que tenho lido e perguntado, a investigação foi insuficiente. Havia interesse em sair rápido desse assunto. Não houve nem sequer um informe da “caixa preta”. Os helicópteros, assim como os aviões, também tem “caixa preta”. Agora com o disse a jovem assassinada, tudo isto soa muito estranho. Por desencargo de consciência, seria bom que o presidente Uribe desse oportunidade a uma comissão de investigação independente”.

Mas, segundo você, se “Don Berna” for extraditado, saber-se-á?

“Isso e muito mais. Pedro Juan Moreno Villa sabia muito sobre o passado do presidente Uribe. Eram amigos. Trabalharam juntos no Governo de Antioquia. Na época em que o general Leonardo Gallego era comandante anti-narcóticos, ele confiscou uns insumos para narcóticos de Moreno Villa, que guardou essa vingança contra o general. Quando o general Gallego era Comandante da Policía Metropolitana, o presidente Uribe lhe serviu numa bandeja de prata a Moreno Villa para que se vingasse.”

E como fez isso?

“Deixou que Moreno Villa o atacasse para que lhe destituissem. Normalmente, deveriam promovê-lo ou transferí-lo. Mas não. O deixaron à mercê de Moreno Villa e este se vingou desta forma. Mais tarde, Moreno Villa se afastou do presidente Uribe e adquiriu um periódico chamado “LA OTRA VERDAD” onde contava muitas coisas que incomodavam Uribe e os narcotraficantes. Quando Pedro Juan Moreno Villa morreu no “acidente”, supostamente não encontraram o helicóptero. Quando acharam-o, disseram que não encontravam o corpo. Não deixaram ninguém investigar nem se aproximar de nada.

Se depois, foi uma investigacão arranjada, como foi o que todo o mundo pensou, era porque haviam silenciado a Pedro Juan Moreno Villa?

“Com esta carta da jovem, se confirmou. Igual ocorreu com o comandante do Bloco Metro das Autodefesas, aliás “Duplo Zero” ou “Rodrigo Franco”. Que sempre pedia ao presidente Uribe que lhe explicasse por que o perseguia e permitia o ingresso dos narcotraficantes nos grupos paramilitares. Duplo Zero estava se aproximando da DEA, por isso o mataram depois de localizarem-no triangulando um correio eletrônico e uma chamada que realizou. Tudo foi feito a partir da “Oficina de Envigado”. Uribe, Don Berna e os demais narcos tinham uma forma de legalizá-los e eles o apoiavam na campanha. Por isso se deu o pulo de “Duplo Zero” e por isso o mataram. Também, ocorreu uma matança de dois lugares tenentes dos narcos em La Ceja, porque eles estavam esperando que os extraditassem para continuarem com o negócio."

– Isto é certeza. Referia-se a “Duplo Zero”, uma reportagem publicada pelo Diario El Mundo da Espanha, 31 de março de 2003, que disse: “Para ele, os chamados paramilitares se transformaram nos lacaios dos chefes mafiosos e a guerra que travam já não é para acabar com a guerrilha, mas sim para acumular dinheiro protegendo as plantações e os laboratórios de coca de seus novos amos”.

Ex-agente de segurança do Estado

Sobre a tecnologia da Oficina de Envigado e a vendetta, disse o El Espectador em 4 de agosto de 2007:

“O testemunho contou para este semanário que Rogelio (ex-agente dos organismos de segurança do Estado, agora chefe do narco-paramilitarismo em Medellín) tem se infiltrado tanto nos organismos de segurança, que até tem “uma oficina técnica parecida com as do DAS para triangular chamadas”. Assim localizou Daniel, então seu sócio, em Copacabana (Antioquia) e o conduziu para um fazenda de propriedade da Oficina, situada no caminho da antiga cadeia de La Catedral (célebre por ser o centro de reclusão que lapidou Pablo Escobar), onde acabou com a sua vida”.

“Como em seus inicios, nos anos 80, quando funcionou sub a égide assassina de Pablo Escobar, esta organização mantém seu modus operandi e inspira o mesmo temor de antigamente, com uma exceção: seus principais líderes se renovaram após os assassinatos de seus antecesores, como costuma ocorrer no mundo da máfia. (...) Murillo Bejarano continuava manejando os fios dessa tenebrosa estrutura paramilitar. Esta denuncia está sendo investigada minuciosamente pela promotoria e pela Polícia. Quando comprovar-se sua participacão na morte de Danielito e em quase duas dezenas de assassinatos ocorridos en Medellín e sua área metropolitana no decorrer deste ano, Don Berna poderia perder os beneficios da Lei de Justiça e Paz", afirma o El Espectador de 4 de agosto.

Mas, segundo você, se extraditan “Don Berna” y “Macaco”, saber-se-á de tudo isto?

“Isso e muito mais. “Don Berna”, como as coisas estão lá na Colombia e em Medellín, é mais poderoso que Pablo Escobar. “Macaco” vem a seguir, nas outras regiões. Não há guerrilha em Medellín e não podem jogar-lhe a água suja nela. Por isso se inventou a estória das “quadrilhas emergentes” que são os próprios paramilitares.

Mulheres assassinadas e enterradas na "La Catedral", antiga cadeia de luxo do Chefe do Cartel de Medellín, Pablo Escobar.

Sob a fachada de um centro de oração funciona o mais tenebroso cemitério clandestino de todo o mundo: “La Catedral”. Num sitio da AFP em 25 julho de 2007 se lê:

“BOGOTÁ (AFP) - A antiga penitenciária de Envigado, de onde fugiu em 1992 o chefão colombiano Pablo Escobar, foi entregue em regime de comodato à comunidade dos monges beneditinos que se propõem a utilizá-la como mosteiro e centro de peregrinação, informaram nesta sexta-feira autoridades locais. O sacerdote beneditino Gabriel de Jesús Jaramillo, solicitou a concessão dos terrenos da cadeia que foi abandonada, a qual, nos tempos de Escobar, foi batizada irónicamente como 'La Catedral'.

Jaramillo disse que seu propósito é "mudar o estigma que tem Envigado como um centro do narcotráfico e da violencia, transformando-a em centro de peregrinação e oração".

Funcionarios do municipio de Envigado disseram que a penitenciária será entregue à comunidade de monges, depois do fracasso de vários projetos para convertê-la em centro turístico e um parque natural.

O sacerdote Jaramillo assinalou que erguerá no lugar uma capela em honra da Virgen dos Aflítos, uma invocação de María que surgiu na Alemanha e que é muito popular noutros países de América Latina, particularmente no Brasil”.

Outro Sitio da ACI diz:

“BOGOTÁ, 16 Jul. 07 / 04:23 am (ACI).- A antiga penitenciária do municipio de Envigado, vizinha da cidade colombiana de Medellín, de onde o narcotraficante colombiano Pablo Escobar fugiu em 1992, brevemente se transformará num mosteiro e centro de peregrinação benedictinos, informaram as autoridades locais”.

Disse a mensagem de Nancy Ester:

“A dois dias que levaram os corpos destas garotas para enterrar na fábrica, onde tem o seu próprio cemitério à parte do da catedral. Lá é como um campo de paz, as pessoas crêem que é para orações, mas não. Lá às enterram. Já estão matando até os transportadores, porque não lhes vendem seus negócios. E este governado calado, fazendo-se de louco...Isto esta horrível.”

Várias informações sobre Medellín indicam que a situação está pior do que grave. Os assaltos de rua, os assassinatos de cidadãos indefesos, estupros, tiroteios, etc., são parte do dia à dia dos cidadãos. Já na promotoria se propõe às pessoas que não denunciem porque nada se pode fazer. Mas tudo cai sob um manto de silêncio por ordem do prefeito Sergio Fajardo. Parece que o prefeito de plantão não olha sua cidade por estar se olhando ao espelho e tem deixado seu povo a mercê de “La Oficina” de “Don Berna”.

Segundo as fontes consultadas, no centro atacadista de Itagüí-Medellín, existe um homem a quem apelidara “O Rei da Cebolinha”. Este homem manda assassinar os camponeses que não vendem para ele e vão a vender nos armazéns Exito. Os incêndios nos bares destes armazens, estão ligados a este homem como elo de “La Oficina”. O dos transportadores também foi confirmado. Inclusive, eles pedem que o governo central envie um grupo de investigadores independentes do prefeito Fajardo.

Os crimes cometidos pelos narco-paramilitares são crimes de lesa-humanidade que não tem perdão nem esquecimento. Os relatos macabros são muios. Como esse de que queimam suas vítimas em olarias de Altavista y Guayabal en Medellín, de esquartejamentos e enterros na “La Catedral”.

A seguir o informe de El Espectador de 4 agosto:

“Assim localizou Daniel, então seu sócio, em Copacabana (Antioquia) e o conduziu para um fazenda de propriedade da Oficina, situada no caminho da antiga cadeia de La Catedral (célebre por ser o centro de reclusão que lapidou Pablo Escobar), onde acabou com a sua vida”. Este lugar, já identificado pelas autoridades, é o centro de torturas da organização. 'Lá existe um forno enfeitiçado. Então, logo que a pessoa é esquarejada, a enfiam numas caixas de 50 galões onde caben duas pessoas, mas antes fazem um colchão com pedaços de mantas. Em cima vão os corpos picados junto com uma camada de cola de sapateiro. Tocam fogo em tudo isso e fica ardendo por dois días sem que sobre nada. Logo tiram as cinzas e as jogam estrada a fora', narrou com extrema frieza a testemunha. 'Assim mataram Danielito'.”

Pelos fatos e datas e pela mensagem de Nancy Ester, o comodato é a fachada para ocultar os corpos enterrados das centenas de vítimas que podem estar ali.

Por isso, a situação pessoal em que se encontrava Nancy Ester lhe parecía insuportável:

“Não existe trabalho por lá? Eu estive perguntando em outra paragens, mas não achei nenhum. Mas qualquer coisa melhor, eu vou que me vou. Não aguento esta tensão que está me atingindo os nervos. Eu não disse nada na casa nem ninguém sabe nada.
Se puder escrevo amanã.
Até logoNancy".

Por que não pediu a ajuda da Polícia?

“Uma pergunta que me foi feita a este respeito: E se a mulher tivesse pedido ajuda à polícia e tivesse sido a mesma polícia que à denunciou para “La Oficina”?

Foi por esta sua última mensagem que a mataram? Porque ela disse que policiais e militares iam ali para “cobrar comissão” por “peças”. Com a tecnología que manejam decifraram sua mensagem?

Não seria esse o motivo para que ninguém investigasse a fundo seu assassinato e as mesmas autoridades teriam utilizado seu conhecido “ajuste de contas”?

Segundo a página Judicial do El Espectador, este segundo chefe da Oficina de Envigado “mantém as autoridades em alerta pelo alcance de seus tentáculos sobre membros da Polícia e da promotoria”.

Além de que Rogelio é um homem que conhece o mundo policial, em Medellín florecem os rumores de que Rogelio tem sob suas ordens certa quantidade de policiais. Conta o ex-membro da Oficina de Envigado:

“Cada patrulheiro ganha $2 milhões por mês, o qual passam fazendo requizições em cada esquina, mas não para proteger às pessoas, senão aos ‘paras’”, lembrando tambén que a misma promotoria está infiltrada pela organização mafiosa. Com razão, Nancy Zapata não se atrevía a entrar em contato com autoridades de nenhum tipo para denunciar a corrupção, os roubos e os assassinatos.

Onde Uribe era prefeito

Medellín é a cidade onde Álvaro Uribe Vélez iniciou , na qualidade de prefeito e posteriormente de governador, sua política da “Segurança Democrática”. O que existe hoje, dezembro de 2007, é uma cidade onde reina o terror e o temor em consequencia de que aqui se construiu uma estrutura de Estado mafiosa.

Soa também como ironia da vida, que dentro da mesma mafia se assassinam e se chantajeiam com o passado como arma. Por estes dias revelou-se novamente que o helicóptero do pai de Álvaro Uribe, que foi confiscado no gigantesco complexo cocalero chamado Tranquilandia, comandado por um dos chefes do Cartel de Medellín, Rodríguez Gacha, aliás ‘El Mejicano’, não tinha os papeis de multa do dono, como o atual presidente da República tem sustentado. Agora a “mudança de dono” se reduziu a um simples aviso pago na revista Cromos de 1984.

O então ministro da Justiça, Rodrigo Lara, expressou-se com preocupação pelo confisco deste famoso helicóptero, com as palavras de que esse helicóptero seria sua morte, a qual se confirmou pouco tempo depois quando o ministro foi metralhado com seus três guarda-costas.

Do aeroporto Olaya Herrera também partiu num helicóptero o ex-amigo de Álvaro Uribe, Pedro Juan Moreno Villa, que depois se acidentou. As investigações deste acidente tão pouco foram feitas em profundidade.

Nancy Zapata, uma crente e humilde mulher foi assassinada e parece que sabia que a morte estava próxima. Quiçá, após uma exaustiva investigação sobre sua morte, se poderia encontrar as respostas de muitos outros casos não esclarecidos em torno de Álvaro Uribe.

______
*Jornalista Sueco correspondente para a America Latina.

Texto original: http://www.anncol.nu/index.php?option=com_content&task=view&id=129&Itemid=2

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Simon Trinidad e o Intercâmbio Humanitário


O guerrilheiro das FARC, Simon Trinidad, foi condenado ontem a 60 anos de prisão, o máximo permitido nesse país que não pode condená-lo à prisão perpétua por causa de tratados com a Colômbia.


Mas é como se fosse. Simon Trinidad tem 57 anos e a condenação é praticamente uma condenação à prisão perpétua. Ainda que a Fiscalía gringa, -em seu desejo onírico- planeje uma revisão em 1 ou 2 anos, caso as FARC liberem os três espiões militares estadunidenses em seu poder. Como se fossem as FARC tão ingênuas.


Eles, as FARC, sabem que a extradição de Simón e Sônia ordenada pelo narco-paramilitar presidente colombiano, Álvaro Uribe Vélez, foi como ‘ter lhe trancado por dentro e jogado a chave ao mar’. Mas como Deus sempre se lembra de seus pobrezinhos, e põe em seu caminho a solução, o único caminho e o verdadeiro para a liberação dos dois guerrilheiros é o Intercâmbio Humanitário ou Troca.



“Me dê meus dois guerrilheiros”. “Pegue seus três espiões”. Dê-me e tome. Ou tome e dê-me. Não há outra solução. Se os gringos pensam que assustaram as FARC, acreditamos que estão equivocados. Nunca havíamos visto guerrilheiros com tal firmeza ideológica como a mostrada por Simón e Sônia.



Os guerrilheiros farianos mostraram o que é o templo de um guerrilheiro e a fortaleza que dá a justiça de sua decisão e determinação de lutar com as armas em mãos contra um regime corrompido, narco-paramilitar, como os dos presidentes colombianos, que desde sempre assassinaram os pobres. Porque as FARC são e estão convencidas da justiça de sua luta, e ‘só há uma guerra justa. A do povo contra seus opressores’.


E ali, ontem e hoje, estava a solidariedade internacional com Simón. ‘A solidariedade é a ternura dos povos’.



Queremos que nossos leitores apreciem a opinião das outras agências e meios alternativos em torno do tema:



Caracas, 28 de janeiro de 2008 / A condenação a 60 de prisão que recebeu esta segunda nos Estados Unidos o dirigente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) Simón Trinidad foi rechaçada por manifestantes congregados fora da Corte Federal do distrito de Columbia, em Washington.


Ricardo Palmera, melhor conhecido como Simón Trinidad foi condenado como autor do seqüestro de três estadunidenses na Colômbia. A sentença, muito superior à condenação entre 63 e 78 meses que havia proposto a defesa, responde à pena solicitada pela Fiscalía. Havia sido extraditado pela Colômbia no dia 31 de dezembro de 2004.


“Estamos aqui para nos opor à condenação de Ricardo Palmera” comentou uma manifestante na frente da Corte Federal. A jovem qualificou o julgamento como ‘ofensa contra o povo colombiano, e uma bofetada em todos os colombianos que acreditam na soberania de seu país’.


Simón Trinidad havia sido extraditado da Colômbia em 2004. E no primeiro julgamento ao qual foi submetido em 2006 por esse mesmo caso, o jurado não chegou à um consenso sobre sua responsabilidade direta no seqüestro dos estadunidenses. O julgamento terminou então em um ‘não veredicto’.


Trinidad é mantido preso em uma cela de confinamento solitário em uma prisão federal nos arredores da cidade de Washington. Não está autorizado a receber visitas de seus familiares nem amigos, como tampouco repórteres de meios de comunicação.
Segundo a agência de notícias ANNCOL, as medidas são tão extremas que nem sequer seu advogado de defesa na Colômbia pôde visitá-lo.


Julgamento político:


Na audiência dessa segunda, logo após escutar a sentença, Simón Trinidad denunciou que o seu foi um julgamento de claro fim político e repudiou as condenações extra-territoriais que realiza a potência norte-americana em nome de uma suposta legalidade.


Trata-se de “uma prática neo-colonial que lesiona a soberania de nosso país”, expressou e assegurou que cumprirá sua pena em nome de seu país, ao somar-se “aos que a história já deu e dará absolvição”.


“Quando me juntei às FARC o fiz consciente de que poderia perder minha vida pela liberdade e luta pela justiça social. Hoje perdi minha liberdade física, mas meus ideais se mantém intactos”, afirmou Trinidad.


O comandante advogou por um Intercâmbio Humanitário em seu país, ao expressar seu sincero desejo de que os estadunidenses detidos voltem às suas casas, sãos e salvos, e se reúnam com suas famílias.


“É meu sincero desejo que Thomas Howes, Marc Gonsalves e Keith Stansell regressem o mais rápido possível sãos e salvos aos seus lugares, junto de seus entes queridos”, afirmou.


O guerrilheiro concluiu sua intervenção clamando: “Viva Manuel Marulanda (o chefe das FARC), vivam as FARC, exército do povo, viva Bolívar cuja espada libertadora segue percorrendo a América”.


Na audiência esteve presente a senadora colombiana Piedad Córdoba, quem junto ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, conseguiu que a guerrilha entregasse dois reféns no começo de janeiro.



Ora/VTV/TeleSUR/Efe-Afp-Anncol


O "Senhor Morte"

Já havíamos dito. É mentiroso, esbravejador, fanfarrão e no final de tudo sempre é um covarde. O vimos com ‘o rabo entre as pernas’ na Europa, pedindo ‘apoio para a luta contra o terrorismo’, e apenas chegou à Colômbia e já começou a aprontar.

Quem sabe foi porque chegou ‘com o saco vazio’. Não trouxe nada para Colômbia mas os meios de alienação dizem que foi um tremendo triunfo. Ou quem sabe algum dos generais que lhe disse que era possível. Ou quem sabe foi Zapatero, ou Solana, que lhe sopraram aos ouvidos tamanho despropósito. Seja quem for, o enganaram. Como sempre. Ouvindo os ‘clarins da guerra’ soar se entusiasma e acredita que é verdade a mentira que lhe dizem. E a que ele diz. E a diz.

Desejos oníricos de vencer as FARC. Um ódio visceral que lhe impede de pensar corretamente. Menos governar. Ele fez de tudo menos isso. A menos que entregar a soberania nacional às multinacionais gringas e européias se chame governar. E acredita nas histórias que lhe contaram. Que podiam cercar ‘os acampamentos’ onde estavam os detidos pelas FARC. Ah, que ingenuidade. Podem localizar acampamentos com ajuda dos espiões gringos –dos quais três já estão em poder das FARC-, com tecnologia especial, mas e se nos cercam, nos sitiam, ainda tem alguns problemas. Certo, Juan Manuel?

Porque como disse o general Fernando Tapias: “Se existe uma área geral, demandaria trabalho demais e recursos para definir o ponto exato onde estão. Se conseguirmos, para cercá-los, é necessário um cerco tal que com certeza comprometerá a vida dos seqüestrados”.

E como ele também acredita que Invamer Gallup lhe disse a verdade com as pesquisas de ‘popularidade’, então ele se acha poderoso. Machoman. Superman. Batman. O cavaleiro solitário. O homem-aranha. A mulher maravilha. C.S. (Counter Strike). Far Cry. Crisis. Halo 3. Enfim, todos os ‘super-heróis’ juntos ficam pequenos. Ele joga com seus filhos todos os playstations de guerra. Mas a verdade é que é uma paródia como o “Chapolín Colorado”. ‘Não contavam com minha astúcia’.

E sonha que a comunidade internacional vai fazer o jogo do ‘Senhor Morte”. Ele acredita que tem o poder de convocação que Chávez tem. E mais, ele inveja a Chávez em seu tremendo poder de acompanhamento. Por isso sonha que terá cercada as FARC, em seu acampamento, e chefa a ‘comissão internacional’ para resgatar os detidos em seu poder. E sonha também que os helicópteros voam, pla, pla, pla, e levam os ‘detidos’ e ele se torna o ‘Grande Salvador’, como ‘O Messias’.

Mas a verdade é que ele não esperará a ‘comissão internacional’. Ou seus generais. Entrará para ‘resgatar’ os inresgatáveis, os detidos. Mas no ‘fogo-cruzado’, desgraçadamente, eles serão os primeiros a cair.

E se mostrará que é o “Senhor Morte”, o assassino mais impiedoso da Colômbia. Resgatará, mortos, os detidos. Já o prometeu. Mas até agora não pôde cumprí-lo. De quebra, como prova de seu poder maléfico já são 11 assassinados, além de 11.282 assassinatos ‘fora de combate’ atribuídos ao ‘Senhor Morte’. Mas também mais 10 mil de sua própria tropa (mas isso ele não diz e nem o contam).

E apesar de tantas baixas, ainda tem vontade de uma ‘guerra contra Venezuela’. Claro que tanto na guerra interna, como na externa, é manejado como uma marionete pelos Estados Unidos da América do Norte. A noite negra segue... aqui está o ‘Senhor Morte’. Senhor dos infernos...Mas não devemos esquecer:

“Cada cidadão faz a si mesmo responsável de tudo o que seu governo faz: tem que prestar-lhe todo o seu apoio enquanto esse governo vai tomando decisões aceitáveis. Mas no dia em que a equipe que está no poder causa dano à nação, cada um dos cidadãos tem a obrigação de retirar-lhe seu apoio... se a injustiça cometida é intolerável, é um direito e um dever não submeter-se à ela”.

Mohandas Karamchand Gandhi
(Índia 1869-1948)

Popayán: 4 anos de atropelos

Durante quatro anos o Governador do Cauca Juan José Chaux Mosquera aplicou de maneira ultrajante as políticas de privatização e repressão características do Governo de Álvaro Uribe Vélez. Como prêmio para sua atuação violenta, Bogotá o nomeou embaixador na Europa.


Nos primeiros dias do mês de janeiro Juan José Chaux Mosquera, ex-governador do departamento de Cauca, tomou posse de seu cargo como Embaixador dos Países Baixos. Ele assumiu o cargo após a renúncia de Carlos Medellín, em dezembro de 2007. O motivo dessa rápida decisão não é outro senão o eterno compromisso que o ex-governador caucano demonstrou com a Política de Segurança Democrática e em geral com todas as políticas do Presidente Álvaro Uribe Vélez.

Mas, o que fez Juan José Chaux no Cauca para agradar tanto ao Presidente da República?

A primeira coisa que devemos ressaltar sobre o período de Chaux como Governador do Cauca é que a presença de grupos paramilitares, como “os rastroios” e “águias negras”, aumentaram consideravelmente, alcançando a sua consolidação em zonas onde tinham presença. E com eles incrementou o número de pessoas expulsas e deslocadas, em sua maioria estudantes, camponeses e cidadãos; além das constantes ameaças aos diversos setores da oposição.

Durante esse período foram liquidadas a Divisão Departamental de saúde, (deixando sem emprego centenas de pessoas e sem acesso à saúde milhares de habitantes do Departamento) e Centrais elétricas do Cauca (o qual se encontra em processo de venda à entidades privadas); e na lista de liquidação está a Indústria de Licores do Cauca. Como se isso fosse pouco, a Água do Maciço Colombiano foi concedida à engarrafadora de água Cristal. Por outro lado, as mobilizações e expressões de protesto próprias de nosso povo contra as políticas departamentais e nacionais foram reprimidas violentamente por Chaux Mosquera com o Esquadrão Móvel Anti-distúrbios (ESMAD) e as Forças Militares. Estas declarações apresentadas à um diário de circulação local no início de sua campanha pelo governo, já davam conta de seu pensamento guerreirista “Um estado que perde o monopólio das armas é um Estado em crise”. Assim que as recuperações de terra chamadas “Pela Liberação da Mãe Terra” levadas à cabo pelos indígenas caucanos em diferentes zonas do departamento, em outubro de 2005, abril de 2006 e novembro de 2007 foram perseguidas com as violentas ações da força pública.

Nestes acontecimentos as balas oficiais assassinaram Belisario Camayo Güetoto em outubro de 2005, um jovem indígena do Reserva de Caldono, e em Dezembro de 2007 ao jovem de 22 anos de idade Lorenzo Largo Dagua, guarda indígena da reserva de Tacuevó. Os responsáveis dessas mortes se encontram na total impunidade. Em maio de 2006 os departamentos do Cauca, Valle e Nariño se mobilizaram em diferentes zonas como Popayán, El Bordo, Rosas, Santander (Cauca), Remolinos, Tumaco (Nariño) entre outros; contra a Reeleição, o Tratado de Livre Comércio, a Política de Segurança Democrática, pelo direito à vida, à educação e à saúde.

A resposta não podia ser outra senão a brutal arremetida da Força Pública nas diferentes populações mobilizadas por quase 2 semanas. As conseqüências; mais de uma centena de feridos, 1 morto ,Pedro Maurício Poscué, cidadão indígena de Corinto, 10 desaparecidos e muitos outros ameaçados e expulsos posteriormente de seus territórios.

O setor estudantil também sofreu o brutal assalto da força pública, no dia 31 de maio de 2007, quando 16 estudantes da Universidade do Cauca que se encontravam em ocupação Pacífica no Claustro de Santo Domingo, dentro do programa da Assembléia geral permanente estudantil, foram violentamente desalojados, por ordem direta do Presidente da República, com a aprovação de Chaux Mosquera, e com o silêncio da Administração Universitária, violando todas as normas e sobretudo pisoteando a Autonomia Universitária.

A última notícia de Chaux

Como todo o país sabe, o ex-chefe paramilitar Ever Velosa, apelido H.H., confessou livremente diante da Fiscal 17 da Unidade Nacional de Justiça e Paz de Medellín, conhecer pessoalmente e haver se reunido em várias ocasiões com Juan José Chaux, o qual haveria assistido, segundo H.H. à reunião paramilitar. Velosa assegurou que homens de confiança haviam se reunido com conselheiros e aspirantes ao conselho do Município El Tambo afim de que o Grupo Calima apoiasse a candidatura de Chaux Mosquera. Ele por sua vez, admitiu haver se encontrado com os “paras” apenas por razões humanitárias ao servir de mediador para a liberação de um parente.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O respeito e a defesa à vida

O Intercâmbio Humanitário colocou no centro da vida nacional vários temas ocultos. Temas que os governos oligárquicos, e este do narco-paramilitar presidente não é exceção, tentaram esconder da população.

Em primeiro lugar, temos o respeito e defesa da vida. A oligarquia -e nela englobamos a mafiosa- violou sistematicamente e frequentemente esse direito. A prática do Terrorismo de Estado, que se traduziu em massacres, execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados, demonstra claramente o desrespeito desse direito humano fundamental, porque sem vida é impossível desfrutar dos outros direitos humanos.

Essa violações têm produzido uma orgia de sangue que tomou o território nacional. As cifras são aterradoras pelo desprezo à vida humana por parte do Estado. Desde 1986 até 2006, de Barco até Uribe Vélez (5 mandatos presidenciais), se produziram na Colômbia 3.726 massacres, 8.003 desaparecimentos forçados e 28.245 execuções extrajudiciais (ver abaixo).


Massacres / Desaparecimentos / Execuções

  • BARCO 264 / 500 / S.D
  • GAVIRIA S.D / 674 / 7.865
  • SAMPER 825 / 1.093 / 1.316
  • PASTRANA 2.317 / 4.213 / 13.839
  • URIBE 500 / 1.613 / 5.155


O desrespeito à vida produziu a degradação do conflito colombiano. Degradação que ocorreu por conta da oligarquia. As guerrilhas, especialmente as FARC, têm sido sempre defensoras do direito à vida. Precisamente elas nascem no dia 27 de maio de 1964 vítimas de um ataque militar calculado em 16.000 soldados e utilização da aviação e guerra biológica (‘peste negra’).

E em resposta à essa agressão com a pretensão do extermínio físico dos 48 camponeses marquetalianos, nascem as FARC, que colocou no centro do debate o “respeito do direito à vida”. São as FARC que planejaram desde sempre a busca de uma saída política ao conflito político, social e armado que padece a Colômbia por conta da oligarquia e o império estadunidense. São, incrivelmente, os agredidos, os guerrilheiros, que planejam o respeito do direito à vida e à Paz. Porque as FARC enfrentaram ‘fuzil contra fuzil’ por não haver permitido a oligarquia outra forma de fazer política. As FARC são a conseqüência e o Estado a causa.

Os seguintes presidentes colombianos tomam em suas mãos a guerra declarada às FARC e persistem em suas tentativas do extermínio físico desses lutadores populares. Declararam uma guerra que não terminou. Cada qual coloca seu nome pomposo. Tal como fez o atual presidente colombiano, Álvaro Uribe Vélez, que continua assassinando agora não só aos colombianos -11.282, segundo o Observatório de Direitos Humanos, em seus primeiros 4 anos-, mas que na atual conjuntura não hesita em assassinar também aos próprios funcionários e políticos detidos pelas FARC. Para isso ele leva adiante o Plano Colômbia (Plano Patriota, Plano Consolidação), e nesse ano de 2008 gastará 6.5% do PIB nisso.

Militares e narco-paramilitares, mandados por oligarcas, detentores de terras, ‘classe política’, empresários e máfia, convertem o assassinato na forma para manter-se no poder. Esse assassinato adquire conotações patológicas, doentes, como a figura do ‘assassino da moto-serra’ e os ‘arranca-cabeças’, que inclusive jogavam futebol com as cabeças dos mortos e arrancavam os órgãos genitais das crianças para que ‘morresse a semente’.

Sob uma maniqueísta obrigação constitucional, Uribhitler ordena ‘resgates à sangue e fogo’ e agora a modalidade do ‘cerco de zonas guerrilheiras onde estejam os detidos’. Tal maniqueísmo esquece, conscientemente, que não há bem maior do que a vida humana. E à ela se submetem os outros valores. Nenhum está acima desse.

Definitivamente o Intercâmbio Humanitário, e as FARC, desmascararam a essência do regime uribiano. É totalmente desumano. Está totalmente desumanizado e sua essência é que são “homo sapiens demens”. E sabemos que o ‘demens’ tem toda sua escala de valores alterada. E não haverá tratamento que faça ele voltar à “normalidade”. Quem sabe uma larga estadia em hospital psiquiátrico. Pela vida toda!

Nosso Libertador disse ao general Briceño em carta enviada no dia 1º de janeiro de 1817:

“A fortuna não deve lutar vencedora contra quem a morte não intimida; e a vida não tem preço senão o tanto que é gloriosa.”

Simon Bolívar

Classe política e narco-paramilitarismo



O narco-paramilitarismo é uma política de Estado. Por ser uma política de estado possui íntimos laços com todas as instâncias da sociedade. Militares –seus pais e criadores diretos-, classe política, empresários, máfia, etc.

O narco-paramilitarismo uribista tem Uribhitler até nos ossos. O está asfixiando e provoca nele “choque de trens para tratar de distrair a atenção. Mas, pouco a pouco, as verdades verdadeiras vão aparecendo na superfície. Mas como quando quem fala é um mafioso que favorece à eles, então não criam caso; mas quando não lhes favorece é um ‘delinquente’, então os desqualificam com epítetos. Como fizeram com García.

Salvatore Mancuso ameaçou dizer os nomes dos empresários ligados ao narco-paramilitarismo. Fem com que todos tremessem. Mas ficou na ameaça. Preferiu fazer silêncio ou mandaram ele se calar.

Agora o chefe paramilitar que se chama H.H., ameaça dizer quem são os políticos pertencentes ao narco-paramilitarismo na zona do Valle del Cauca e arredores. Em entrevista dada ao jornal El País de Cali o narco-paramilitar disse muitas coisas, algumas verdades, algumas mentiras, mas leia e tire suas próprias conclusões:

...”Como foram as relações com os políticos do Valle?

...Tínhamos relações com políticos da região. Os políticos nesse país se aliam com quem quer que seja para chegar ao poder. Nós tínhamos um domínio nas comunidades e os ajudávamos para que essa população os apoiasse.

...Entre esses políticos estão pessoas que atualmente desempenham altos cargos no governo e no congresso?

...Claro que sim, mas o direi quando estiver na Justiça através da Lei de Justiça e Paz.

...Em uma de suas versões livres, você falou de Juan José Chaux, ex-governador do Cauca e atual embaixador nos Países Baixos. Que relação ele teve com as auto-defesas?

...Estamos esclarecendo isso com os fiscais e explicar porque aconteceu a reunião de Chaux conosco.

...Essa reunião foi quando era governador?

...Não, antes.

...Você tem falado de uma relação com Bayron Carvajal?

...O conheci quando era capitão em Urabá. Já declarei que ele teve vínculos com as AUC, mas não tenho conhecimento do ocorrido no caso Jamundí.

...Patrulharam ou cometeram crimes?

...Patrulhamos juntos. Contarei quais operações fiz com Bayron, quais houveram baixas e qual foi a relação dele.

...Edith Montilla é uma ex-representante na Câmara del Cauca que você mencionou em sua versão?

...A mencionei porque se reuniu com uns membros das auto-defesas, eu estaria lá, mas não consegui chegar e meus homens se reuniram com ela.

...Você falou que em Urabá, entre 1995 e 1996 houveram 1.200 homicídios. No Valle a situação foi similar?

...Não, em Urabá foi diferente. Ainda que no Valle tenha acontecido também muitas mortes; desde o setor de Barragan até Buga e Bolo Azul, a entrada foi muito difícil.

...Como confirmavam os vínculos com a subversão das pessoas que matavam?

...Através de informação de inteligência e de dados das comunidades. As comunidades também têm responsabilidade em muitos dos erros porque acusavam as pessoas para que nós as matássemos, mas aconteceram casos que, depois de mortos, ficamos sabendo que se tratavam de problemas pessoais.

...Na parte alta de Florida aconteceu o assassinato de um líder indígena com sua esposa e seu filho?

...Não tenho conhecimento desse caso, havia uma orientação de que não se podia fazer nada com as crianças. Mas em muitas oportunidades erros foram cometidos e morreram pessoas que não deviam morrer.

...Quantas fossas existem no Valle?

...Acreditamos que são como 400, mas podem ser mais.

...El País entrevistou paramilitares detidos em Palmira, eles passaram uma lista dos que iam entregar as fossas...

...Falaram de 300 fossas, isso é falso. Estavam montando um negócio e lhes cobraram milhões de pesos caso listassem as fossas. Essa lista está sendo apurada, de 250 que entregaram, ficaram 50 apenas.

...No Valle houveram desmembramentos?

...É uma prática que não é uma orientação da organização, onde se praticou foi por vontade própria do comandante do grupo. No Valle não é uma maioria, mas houveram sim degolados.

...Por que enterravam suas vítimas em não permitiam que seus familiares o encontrassem?

...A prática das fossas comuns começou a ser implementada no país a pedido da Força Pública para que não subissem os índices de mortalidade”.

http://www.prensaescrita.com/diarios.php?codigo=AME&pagina=http://www.elpais.com.co

Diante do fracasso de Motossera Uribe na Europa: Resgate militar à qualquer preço


Os vergonhosos meios de desinformação colombianos estão demonstrando uma vez mais sua incondicional afinidade com o neo-fascismo na Colômbia e seu irrestrito apoio às políticas do Estado narco-terrorista instaurado pelo narco-paramilitar Álvaro Uribe, e nisso se empenharam essa semana toda, chegando ao cúmulo de tentar mudar a realidade do que foi a turnê de “Varito” pela Europa.
Afirmam sem um pingo de vergonha que moroserra-Uribe foi recebido “calorosamente” e não que ele foi escurraçado, como realmente foi em sua tentativa de isolar e condenar as FARC e a Venezuela.

Os propósitos da “improvisada” turnê do “chefe dos chefes” ‘Varito’ Uribe estavam orientados para que alguns países europeus isolassem e questionassem a participação do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em uma possível comissão de mediação sobre o acordo humanitário entre as FARC e o governo colombiano, sem descartar que ele serviria para acusar uma suposta intromissão deste nos assuntos internos da Colômbia.
Outro objetivo era evitar que as FARC fossem tiradas das “listas de terroristas” imposta pelos E.U.A., a União Européia e o ocidente, e que de quebra não lhes dessem o status de beligerante, já que na Colômbia, segundo o ponto de vista do governo, não existe conflito armado interno, mesmo que esse já tenha 60 anos de enfrentamentos.
E um terceiro objetivo, que França, Espanha e Suíça voltassem a formar o grupo de facilitadores no intercâmbio humanitário dependentes da igreja católica, ou seja, que sirvam de distração, submetidos à manipulação e manuseio de motoserra-Uribe enquanto ele se empenha à fundo no resgate militar à sangue e fogo.

O fracasso de Uribhitler em conquistar os objetivos para o qual havia se porposto é tal que fez com que os meios de des-informação e o governo se empenhassem para afirmar que com a turnê diplomática alcançaram um suposto grande triunfo. Ainda que essa turnê tivesse o propósito apenas de negar, para não dizer esconder, a existência de um grave conflito armado colombiano entre duas partes desafiantes, aconteceu tudo ao contrário. Hoje na arena política mundial apareceu com força o debate sobre o conflito armado colombiano, como nunca antes, no qual umas forças insurgentes enfrentam um governo de duvidosa legalidade e legitimidade, por sua relação com os narco-paramilitares, para comprová-lo basta apenas ler qualquer jornal da Ásia ou da Europa e inclusive dos E.U.A..

Imediatamente viria outra porrada por parte do Presidente Sarkozy ao dizer claramente a Uribe que “para que os esforços de facilitação dos três países – França, Espanha e Suíça – fossem úteis estes deveriam ter garantias de independência e margens de discussão essencial para seu êxito”.

Mas o golpe de misericórdia seria dado pela Chanceler Federal da Suíça, Micheline Calmy-Rey, ao dizer que “seria importante para os três países ter garantia para trabalhar independentemente para oferecer-lhes suficiente espaço de manobra”.

Os meios de des-informação colombianos dizem que Uribe recebeu o apoio de parte da União Européia (UE) para não tirar as FARC da “lista de terroristas” da boca de Javier Solana, representante de Política Exterior e Segurança Comum do Conselho da EU.
Antes de tudo é necessário lembrar que apesar do nome pomposo do cargo de Solana, os países membros da Uniçao Européia até hoje não cederam suas competências em matéria de relações exteriores à EU, isto quer dizer que cada país membro desenvolve suas próprias relações internacionais de acordo com seus próprios interesses. Portanto, temos que saber o que os três países dizem e insinuam sobre estas listas.

As conclusões resultante disso demonstram que existe uma margem de negociação que pode mudar diametralmente a atual condição. Sobre isto podemos citar três elementos diferentes que confirmam o anterior: França abre uma ampla possibilidade de reexaminar o papel das FARC de acordo com seu comportamento, que na linguagem da política internacional significa muitas possibilidades de negociação nas quais por sua vez podem arrastar a UE; quanto à Espanha é necessário ressaltar que pesa a aliança golpista/guerreirista firmada por Uribe com Zapatero/la-Corona/Aznar contra o governo de Chávez, em nenhum momento Zapatero durante toda a rodada de imprensa se referiu às FARC como um grupo terrorista; e para a Suíça as FARC não são uma organização terrorista.

O inquestionável fracasso de Uribe em sua turnê pela Europa fica demonstrado pelas palavras do ministro de Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, ao reiterar esta quinta “que o governo colombiano segue tendo como opção a mediação do presidente venezuelano Hugo Chávez Frías para a liberação dos detidos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).” E outro elemento que corrobora novamente é a mentirosa e ambígua linguagem militarista de Uribhitler, que assim que chegou à Colômbia ordenou às forças armadas e policiais –e claro aos seus sócios para-militares- que “cerquem sítios onde estão os seqüestrados”, isto não é mais que uma ordem para resgatar militarmente os prisioneiro à sangue e fogo sem importar à eles sua segurança pessoal, nem sua vida.

Deixando manifesto assim que diante do fracasso de Motoserra Uribe na Europa, a única opção válida para ele e seus cúmplices narco-paramilitares é o resgate Militar à qualquer preço, sem importar-lhe ficar como um mentiroso diante da comunidade internacional, nem diante dos países que brindam seus esforços para que se dê um Acordo Humanitário. Motoserra-Uribe dirá que o descrédito não tem importância se ele tem o apoio da Casa Branca e que além disso tem aos seus pés os para-meios de des-informação para que lavem sua ensangüentada imagem e têm a Gallup para que publique pesquisas manipuladas onde o presenteiam com 90% de mentiras à seu favor.