Assassinada liderança de deslocados
por Luis García
Ana Fabricia Córdoba, assassinada pelos paramilitares o dia 7 de junho, em Medellín
Ana Fabricia e seus filhos tinham sido deslocadas desde 2001, para Medellín, após o assassinato de seu marido e outros parentes na região de Urabá. Na cidade organizava as comunidades que exigem a restituição das terras tomadas de forma violenta por latifundiários e paramilitares. Onze meses atrás, um de seus filhos, Jonathan, também foi morto e Ana Fabricia tinha assinalado publicamente a responsabilidade de organismos policiais da cidade nesse assassinato.
Horas depois desse assassinato, seus filhos foram ameaçados de novo, como Diana, uma das filhas de Ana Fabricia, disse à Agência Efe: "Na noite passada nós recebemos uma ligação com ameaças de morte, também.
"Ana Fabricia tinha denunciado as ameaças recebidas contra sua vida na Mesa Metropolitana de Direitos Humanos, ante os governos nacional, estadual, municipal e outros organismos", lembraram na terça-feira algumas organizações sociais. Apesar dessas denúncias, "nada foi feito para proteger a sua vida", disse um comunicado do Comitê impulsor das Mesas de Direitos Humanos (Corpades) e a Corporação Nova Gente.
De forma trágica, uma morte desmente milhares de palavras do governo Santos e seus agentes. Ante o assassinato de Ana Fabricia, repetindo as mesmas frases vazias ditas diante do assassinato de várias dezenas de líderes de organizações que lutam pela restituição de suas terras, o governo, por boca do vice-presidente Angelino Garzón, disse: "Chegou a hora das vítimas na Colômbia. O Governo reafirma o seu compromisso para com as vítimas e os seus direitos e adverte aos criminosos que casos como o de Ana Fabricia não ficarão na impunidade ".
Respondendo a Angelino teríamos que afirmar: Chegou o momento de que as vítimas esqueçam qualquer ilusão de que o atual governo, agente e representante da mais canalha burguesia latifundiária imperialista que transformou o país em uma grande cova comum, que é responsável pelo derramamento de tanto sangue nas últimas décadas, coloque a capacidade do Estado para atender as vítimas. O governo colombiano, como apontado pela filha de Ana Fabricia, é responsável por todo o sofrimento e a dor das vítimas e é ele quem deve ser julgado em primeiro lugar. Em seguida, virá o julgamento e punição para todos e cada um dos autores e da responsabilidade individual.