"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 30 de junho de 2007

Um merecido presente internacional para uma mulher de fogo

Estamos política e economicamente marginalizados e socialmente discriminados. Seus territórios têm uma importância estratégica para todos os atores do conflito, sendo vítimas freqüentes de ações dos diferentes grupos armados. O direito à terra é uma questão chave tanto no conflito como nos acordos para a paz, e a luta por seu próprio território tem lugar em várias frentes. Para nós não há diferença entre os atores armados legais ou ilegais; quando invadem nossos territórios, ambos causam o mesmo temor. Nenhuma de nossas comunidades estão armadas", por ONIC.


Poporeando (Nota trad.: mascando uma folha de coca), os indígenas resolvem pacificamente seus problemas.


[Pela ORGANIZAÇÃO NACIONAL INDÍGENA DA COLÔMBIA]


LEONOR ZALABATA TORRES: UM MERECIDO GALARDÃO INTERNACIONAL


Leonor "Leo" Zalabata Torres, indígena do povo Ika (Arhuaco) da Colômbia, é a ganhadora este ano, do Prêmio Anna Lindh. Reconhecimento e proteção para uma líder indígena mulher pelo qual a Organização Nacional Indígena da Colômbia, (ONIC), sente-se honrada com tão merecido galardão, também. "Ela encarna o sentimento da mulher indígena colombiana e americana, é um complemento de resistência, pois a Mãe Natureza e a Luta é mulher, e ela defende-la muito bem".


A escolhida este ano é Leonor Zalabata Torres, líder do povo Ika (Arhuaco) da Colômbia, estabelecida na Serra Nevada de Santa Marta, por ser ela uma voz importante para um povo que poucas vezes tem a oportunidade de ser escutado. Não é demais advertir que os povos indígenas têm sido duramente golpeados pelo conflito armado na Colômbia.


Portanto hoje, 19 de junho de 2007, quando Ana Lindh completaria 50 anos, em sua honra será entregue pela quarta vez em Estocolmo o prêmio que leva seu nome. "Leo" recebe o prêmio Anna Lindh 2007 por sua "tenacidade, coragem e fortaleza, Leonor Zalabata Torres realiza uma luta pelo igual direito de todos à uma vida digna e em paz. Como líder daqueles que têm sido ignorados, em uma Colômbia já acostumada à violência, ela é um exemplo por seu inquestionável otimismo e fé no futuro, tal qual Anna Lindh o fez durante sua vida, Leonor dá ênfase ao diálogo e cooperação no trabalho para criar a paz e a reconciliação", disse Jan Eliasson, presidente da Fundação para a Memória de Anna Lindh.


A Colômbia é cenário de um dos conflitos esquecidos pelo mundo. Depois de décadas de confrontos internos, já não chamam a atenção os seqüestros, os assassinatos ou os massacres. Em silêncio se desenvolve um ativo trabalho de base em prol dos direitos humanos e de uma paz sustentável. Decididamente, aqueles que se atrevem a acreditar em mudanças vivem sob ameaças permanentes. Os ativistas de direitos humanos são perseguidos, seqüestrados e assassinados. "Receber o prêmio Anna Lindh é um reconhecimento importante, mas significa também proteção para mim e os indígenas da Serra Nevada e do resto da Colômbia", disse Leonor Zalabata Torres, recém-chegada a Estocolmo.


Leonor Zalabata Torres, coordenava a área de direitos humanos da Confederação Indígena Tayrona (CIT), do povo Ika "Arhuaco), um dos quatro povos que vivem na Serra Nevada de Santa Marta e um dos 92 que enriquecem o país diverso e multicultural que é Colômbia, a partir do desconhecimento de seus direitos ancestrais e constitutivos.


Trabalha ativamente frente ao governo colombiano pelos direitos de seu povo, sua cultura e sua identidade, e pelos demais povos que fazem parte da Mesa Nacional de Direitos Humanos dos povos indígenas com o governo, instância temática prévia à Mesa Nacional de Conserto dos povos Indígenas com o Governo, e que em 1996 conseguiram por meio de uma ação conjunta de todos os povos originários da Colômbia, da qual ela fez parte.


Devido ao fato do governo não ter justificado o porquê de não ter assinado a Declaração de Direitos Humanos da ONU, e os assassinatos sistemáticos de nossos líderes, entre outras muitas razões, os delegados oficiais indígenas, entre eles "Leo", se levantaram da mesa, para não continuar validando oficialmente as ações etnocidas de um governo e Estado que avança às custas dos povos indígenas. Decisão que foi também ratificada pelos delegados oficiais da Mesa de Território, uns dias antes que na Colômbia, foi firmada a Lei de Desenvolvimento Rural, que é um duro golpe contra os povos indígenas e todos aqueles que apostam em seguir plantando sementes em paz no campo.


Ela, como muitas mulheres indígenas na Colômbia, tem incentivado as mulheres Ika (Arhuacas) a desempenhar um papel importante na representação dos interesses de seu povo e estabelecer um diálogo, "ainda que surdo, sem muitas respostas de acordo com as nossas visões, mas se dialoga entre os diferentes atores do conflito para diminuir as confrontações no território Ika (Arhuaco) e em toda a Serra Nevada, porque a Serra é um todo para os quatro povos que ela habitam", manifestou Leonor "Leo".


Que por sua vez, garantiu que "meu trabalho sempre funcionou partindo desse lado, do pequeno para o grande. Mantenho contato com os povos e suas comunidades através de viagens e conversas, para ser depois sua porta-voz. Os povos indígenas na Colômbia somos particularmente vulneráveis frente ao conflito. Estamos política e economicamente marginalizados, e socialmente discriminados. Seus territórios possuem uma importância estratégica para todos os atores do conflito, sendo vítimas freqüentes das ações dos diferentes grupos armados. O direito à terra é uma questão chave tanto no conflito como nos acordos para a paz, e a luta por seu próprio território tem lugar em várias frentes. Para nós não há diferença entre os atores armados legais ou ilegais; quando invadem nossos territórios, ambos causam o mesmo temor. Nenhuma de nossas comunidades está armada".


Leonor se destacou com freqüência em sua busca pela colaboração das entidades estatais colombianas. "Em meio ao conflito atual é uma estratégia importante mas nem sempre viável. A cooperação com organizações internacionais e a participação em foros internacionais é um elemento importante para pressionar as autoridades nacionais. É estranho que quanto mais longe a pessoa está de sua terra é quando mais lhe dão atenção. Geralmente as pessoas são ignoradas em seu próprio país. Os atores internacionais não têm conseguido resolver o conflito, mas podem oferecer certa proteção".


Este reconhecimento internacional chegou como uma surpresa para Leonor. "fiquei espantada. Nunca pensei que receberia um prêmio tão bonito e significativo, sobretudo por ser dado em memória de Anna Lindh é algo especial. Ela também era uma pessoa lutadora pela paz e pelos direitos humanos, mas sobretudo era mulher, isto faz com que me aproxime dela".


A fundação para a memória de Anna Lindh se formou em 2003, em homenagem da chanceler sueca Anna Lindh, assassinada nesse mesmo ano. A fundação apóia mulheres e jovens no mundo que lutam contra a indiferença, a opressão e a injustiça, promovendo uma melhor vida para todos dentro do marco do respeito pelos direitos humanos. Em 2004 o prêmio foi entregue à Amira Hass, jornalista israelense; à organização Tostan de Senegal e à ativista de direitos humanos Tatsiana Revjaka, da Bielorússia.


ORGANIZAÇÃO NACIONAL INDÍGENA DA COLÔMBIA – ONIC
Contatos ONIC, 312-6394123.


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sexta-feira, 29 de junho de 2007

COMUNICADO FARC-EP

O Comando Conjunto de Ocidente das FARC informa que no dia 18 do presente mês, 11 deputados da Assembléia do Valle que foram retidos em abril de 2.002, morreram em meio ao fogo cruzado, quando um grupo militar, não identificado até o momento, atacou o acampamento onde eles se encontravam.

Sobreviveu o deputado Sigifredo López, que não estava nesse instante junto aos demais retidos.

Desde o momento em que se planificou o operativo de retenção, assim como durante seu desenvolvimento, e no transcurso desses 5 anos, foi prioritário para nós manter a integridade física de todos eles em meio aos permanentes operativos de resgate, e de outro ataque aos deputados por parte do exército, em outro acampamento, de onde havíamos logrado tirá-los sem problemas.

Na área dos acontecimentos se desenvolvem, há várias semanas, amplas operações conjuntas de militares e paramilitares, gerando-se, portanto, inumeráveis combates e crescente presença de forças oficiais.

Aos familiares dos deputados falecidos manifestamos nosso profundo pesar pela tragédia. Faremos o que esteja ao nosso alcance para que possam recolher os despojos mortais o mais cedo possível.

A demente intransigência do presidente Uribe para aceitar um intercâmbio humanitário e sua estratégia de resgate militar a qualquer custo, leva a tragédias como essa que estamos informando.

COMANDO CONJUNTO DE OCIDENTE.
FARC-EP
CORDILHEIRA OCIDENTAL, JUNHO 23 DE JUNHO DE 2007

quinta-feira, 28 de junho de 2007

O círculo se fecha

Alvaraco Uribélez é chamado a declarar sob “Juramento para a Corte”, a respeito do Acordo de Ralito. Enquanto um advogado de uma poderosa confederação sindical dos Estados Unidos, solicita oficialmente ao Departamento de Estado que investigue a ‘suposta’ infiltração de paramilitares nas eleições presidenciais que lhe deram o triunfo ilegal e ilegítimo como presidente dos colombianos. O naracoparaco Uribe já é um estorvo para seus amos do norte e o povo colombiano já o perdeu o medo de suas perversidades.


Uribe: Este criminoso deve renunciar!


[ANNCOL]


Alvaraco Uribélez é chamado a declarar sob “Juramento para a Corte, a respeito do Acordo de Ralito. Enquanto um advogado de uma poderosa confederação sindical dos Estados Unidos, solicita oficialmente ao Departamento de Estado que investigue a ‘suposta’ infiltração de paramilitares nas eleições presidenciais que lhe deram o triunfo ilegal e ilegítimo como presidente dos colombianos.


A corte interrogará sob “juramento’ Alvaraco Uribélez, sobre se nas eleições da primeira campanha presidencial apoiou algum candidato da costa em sua pretensão a uma cadeira no Congresso. Se ele como Presidente da República soube da reunião em Ralito e se eventualmente deu alguma autorização a seu amigo o senador Miguel de La Espriella para assistir a esse encontro com as AUC Paramilitares, com o objetivo de “refundar o país”.


Paralelamente ontem, 14 de junho, o diario El Nuevo Herald de Miami publicou um informe, no qual disse que “um advogado de uma confederação sindical dos Estados Unidos pediu que se investigue a infiltração do paramilitarismo na primeira campanha do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe Vélez, baseando-se num vídeo no qual ele como candidato aparece em uma reunião reservada com o reconhecido comandante paramilitar Frenio Sánchez Carreño aliás, “Esteban”, responsável por ter esquartejado cerca de 80 pessoas e ter desalojado outras 3000. A data que aparece na gravação da reunião é a de 31 de outubro de 2001 e é durante a jornada eleitoral da primeira campanha de Alvaraco Uribélez, no porto fluvial de Puerto Berrío, em Magdalena, região totalmente controlada pelos paramilitares.


“Este vídeo desperta grandes preocupações acerta das interconexões entre as Auc e a campanha eleitoral de Uribe e possivelmente seu governo atual”, escreveu o advogado Daniel Kovalik à secretária de Estado, Condoleezza Rice. “É razoável pensar que Uribe deveria saber que estava se reunindo com membros da AUC, incluindo o comandante Esteban, dada sua ampla notoriedade” acrescenta a publicação.


O Círculo se fecha e todo o Povo trabalhador colombiano, apoiado pelos Trabalhadores dos EUA, começam por fim a entender que Alvaraco Uribélez é um estorvo insuperável para a verdadeira Democracia na Colômbia, e em conseqüência também começam a exigir massivamente em suas manifestações, que deve renunciar junto com toda sua patota criminosa do governo.



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quarta-feira, 27 de junho de 2007

Nova base militar dos Estados Unidos na Colômbia

Especialistas consultados concordam em admitir que uma Base na Colômbia complementaria as existentes e teria capacidade de controlar todas as operações – não apenas relacionadas com a insurgência colombiana – mas com todo o tipo de atividades políticas soberanas que se realizem na América Latina e no Caribe.


Uribe, lacaio a serviço do império!


[ALTERCOM]


No próximo mês de julho, em Lima-Peru, será celebrada outra das famosas Conferências Hemisféricas” sobre “Segurança, Cooperação e Desenvolvimento” sob a batuta dos Estados Unidos da América do Norte e seu ministério de Guerra chamado Pentágono.


Esta conferência do Hemisfério Ocidental despertou ondas inquietantes entre analistas políticos, jornalistas e comunicadores sociais, sociólogos e politicólogos da América Latina e, sobretudo, do Peru e Colômbia, dos países previamente escolhidos por Washington para trasladar a Base Militar localizada atualmente em Manta-Equador, até um desses países. O “Convênio” inconstitucional que adjucou tal base aos militares estadounidenses não será renovado pelo Presidente Rafael Correa, como foi anunciado, acolhendo pedido majoritário da opinião pública nacional, organizações populares e de DDHH.


Em princípio, o país mais cogitado foi o Peru, porém, devido a séria oposição que começou a gestar-se, no Pentágono, ao que parece, inclina-se pela Colômbia que, por intermédio de altos chefes militares e políticos, já havia posto a disposição dos Estados Unidos um extenso território estratégico para que ali instalasse uma nova Base Militar mais moderna e poderosa que a que existe em Manta.


Especialistas consultados concordam em admitir que uma Base na Colômbia complementaria as existentes e teria capacidade de controlar todas as operações – não apenas relacionadas com a insurgência colombiana – mas com todo o tipo de atividades políticas soberanas que se realizem na América Latina e no Caribe.


Jornalistas democráticos da Colômbia, muitos vinculados a organismos defensores de direitos humanos, sustentam que personagens de Alto Comando das Forças Armadas da Colômbia acolhendo a insistente petição do Pentágono já haviam colocado a questão para o ministério de Defesa do presidente Álvaro Uribe Vélez.


Recordaram que Estados Unidos possuem na Colômbia, aberta e encobertamente, três bases militares:

  1. A maior delas localiza-se em Tres Esquinas no Estado de Caquetá.
  2. Outra base militar estadounidense, embora pouco conhecida, está em Florência, igualmente no Departamento/Estado de Caquetá, na Fazenda Larandía.
  3. A terceira está situada no Estado/Departamento de Meta, na parte central da Colômbia, na cidade de Villavicencio. Nesta Base estão acantonadas as unidades de aviação que combatem as guerrilhas das FARC-EP e, também, a chamada “inteligência técnica” do Pentágono.


Especialistas e assessores militares norteamericanos residentes na Colômbia que, aparentemente, sem motivo começaram a crescer em número e em equipamentos técnicos e armamento, seja em grupos ou como conjunto militar assessor-operativo, pressionam de maneira constante aos comandos militares das Forças Armadas da Colômbia interessadas em manter e ampliar os famosos Plano Colômbia e Plano Patriota, para que, por sua vez, pressionem o governo de Uribe, a fim de que ceda territórios para ali instalarem uma nova base militar que abrigue a de Manta.


A América Latina prepara-se para rechaçar essa nova ofensiva militar que os Estados Unidos pretendem montar no território irmão colombiano com o objetivo neocolonizador de dominação total e absoluta e sob o desgastado pretexto da luta contra o ‘narcotráfico’ e o ‘terrorismo internacional’.


E nos mesmos Estados Unidos, setores antiguerristas e democráticos cansados de suportar guerras e vítimas, provocadas para restaurar uma economia em crise e para apropriar-se de recursos energéticos a preço de galinha roubada, levantam a voz em protesto contra uma nova aventura militar intervencionista. Bush e o complexo militar industrial, insensíveis, aproximam a guerra em seu território nacional.


Que a paz esteja conosco? Oxalá...!


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Tomando o touro pelos chifres: conversa com a negra Miguelina

A negra Miguelina, farta de tanto absurdo com a parapolítica e com a burla permanente do regime ao povo colombiano, se meteu comigo em uma discussão sobre as origens ideológicas do para-Presidente, depois de idas e vindas ideológicas, ela, com sua lábia prodigiosa resumiu a coisa em uma máxima; Então, que renuncie o paraco! Disse com voz muito forte, que renuncie o paraco! Eu a olhei nos olhos e podia ver sua raiva.



Uribe Vélez centenas de crimes em seus cinco anos!


[Cesar García Sanclemente/ANNCOL]


A negra Miguelina, farta de tanto absurdo com a parapolítica e com a burla permanente do regime ao povo colombiano, se meteu comigo em uma discussão sobre as origens ideológicas do para-Presidente, depois de idas e vindas ideológicas, ela, com sua lábia prodigiosa resumiu a coisa em uma máxima; Então que renuncie o paraco! Disse com a voz muito forte, que renuncie o paraco! Eu a olhei nos olhos e podia ver sua raiva.


Eu contei a ela que no século XIX se desenvolveram algumas ideologias, entre elas uma chamada a conservadora, que além de explicar o mundo, essas ideologias eram umas instituições no sentido literal do termo, instituições porque teriam seus instrumentos para propagar-se, a imprensa, a rádio, as telenovelas, -digo a TV-, uma igreja, e um ou outro pregador para propagar-se como malesa em lavoura. A negra me meteu em problemas quando me perguntou a diferença entre um liberal e um conservador, eu disse, para escapar, que sua diferença é mínima e esta pode desaparecer se decidem uma quota política; ou uma divisão burocrática, estamos a ponto de ser levados pelo diabo, diz, e como nós suportamos isso?


Tentando ser mais explícito com a Negra Miguelina contei-lhe que os conservadores sabem que as sociedades devem mudar, mas que eles vêem as mudanças sociais, como uma aplicação das mudanças segundo as 7 velocidades da tartaruga paralítica, é como se não gostassem das mudanças, sobretudo se feitas por outros. Os conservadores amam o status quo. Seus lemas principais, Deus, propriedade privada, tradição e família.


Para os conservadores as mudanças sociais são melhores se as estruturas continuarem intactas, é por isso que eles detestam as revoluções; "por isso que Uribe, apesar da Parapolítica não quer que nada mude, é como dizer a mesma coisa em diferentes palavras". Disse a Negra enquanto toma um copo de café. Eu continuo... olha negra, por isso os conservadores estão contra o aborto, contra as relações sexuais antes do casamento- é por isso que Uribito disse a seus filhos que de jeito nenhum trançar antes do casamento- me interrompe a Negra-,... Estão contra os homossexuais, os anarquistas, contra as lésbicas, os comunistas e, sobretudo, contra as idéias progressistas, pois estas dão as costas ao papai do céu.


- A Negra parece refugiar-se em seus próprios pensamentos, e eu levanto a voz para certificar-me de que ainda me escuta-, os conservadores em seu afã de manter intactas as estruturas reivindicam a família clássica, a comunidade, a igreja, a ordem e naturalmente as monarquias ou oligarquias para dizê-lo nos termos das repúblicas bananeiras. A Negra me olha como se lesse meu pensamento: é por isso que Uribito vai à missa e faz cara de santo quando recebe a hóstia e é por isso que a alta hierarquia da igreja o mima tanto, e é por isso que patrocinou os paracos para manter a ordem e as coisas intactas. A Negra entendeu claramente, penso.


"Agora entendo, -continua a negra sem olhar-me- e até quando vamos agüentar este regime de merda, que intercepta as chamadas sem ordem judicial, -e não acontece nada- que tem ministros golpistas,- e não acontece nada- que tem vice-presidente mentor do Bloco capital",-e não acontece nada- que teve como diretor do DAS um amigo de Jorge 40- e não acontece nada-, que tem um presidente eleito na ponta da motoserra, e nada. Para que aconteça algo minha negra- lhe digo como dizendo a mim mesmo- temos que tomar as ruas para exigir sua renúncia e formar um governo de reconciliação nacional que seja capaz de parar a guerra.


Então vamos à rua! - Disse a negra - apesar de meus quilos a mais!.



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A terça-feira, dia "D" para Juan Manuel Santos. Briga entre comadres.

Na terça-feira, se estivéssemos numa democracia decente, digamos ao menos digna, não uma "democracia de papel" – como disse um amigo meu-, Santos teria que renunciar e assumir o custo político de seus atos. Porém não, Germán Vargas Lleras não votará contra ele, pelos motivos que temos ilustrado. Escreve o sociólogo Johnson Bastidas.


Juan Manuel Santos, personagem sem dignidade!


[Johnson Bastidas]


Na terça-feira será resolvida a moção de censura contra o ministro de defesa da casa Santos pelo escândalo dos grampos ilegais, que o Ministro Santos não soube explicar satisfatoriamente quem ordenou isso, e sejam estabelecidas as responsabilidades políticas e jurídicas necessárias. Já sabemos o final, se escudarão num bode expiatório, um cabo ou um sargento aparecerá à luz pública como culpado, enquanto na sombra ficarão os verdadeiros delinqüentes que hoje atentam contra o Estado. Os generais descabeçados, muitos deles com currículos nada santos, também, foram vítimas dessa idéia que faz carreira: "tudo vai à luz pública graças à segurança democrática".


Os leitores não podem esquecer que em um dos ataques de histeria do presidente, ele mesmo nos deu a conhecer que espiava a oposição, que sabia tudo o que diziam por telefone. Estas escutas, apresentadas como o capricho de um suboficial, têm nas altas esferas os seus responsáveis, se nos ativermos a um detalhe simples. Os equipamentos com que são feitas são de tecnologia de ponta, equipamentos que chegam ao país mediante a cooperação com os EEUU e sujeitos a serem manipulados por oficiais de confiança máxima e sob a supervisão das agências gringas de segurança. Aqui o ministro tenta nos enganar. E o que é pior, acredita que acreditemos nele.


Este não é um caso isolado, em Medellín se espiavam as ONGs. E apesar de as responsabilidades terem sido estabelecidas pela procuradoria, o coronel Mauricio Santoyo encarregado de fazê-las será premiado com uma promoção por seu excelente trabalho, receberá a benção presidencial para sua promoção. Premia-se com uma estrela, um trabalho sujo que conduz à morte de sindicalistas, defensores de direitos humanos, e opositores políticos. Notemos que oficiais da Polícia e do Exército que têm passado por Antioquia – durante o governo de Uribe Vélez – são premiados na escala de mando e até são objeto de desagravos, como no caso do General paramilitar Rito Alejo del Rio. Compra de silêncios dirão alguns. O agora coronel Santoyo, muito pronto General da república de nossas gloriosas FFMM, interceptou ilegalmente mais de 1400 chamadas falsificando para isto a assinatura de fiscais. Este oficial é tão da confiança de Uribe, que foi levado por este ao palácio como seu chefe de segurança. Diante disto não nos causa estranheza que o Ministro Santos não seja censurado, pois, é um 'digno' representante da classe dirigentes deste país.


Porém olhemos por quê Santos se salva da moção de censura. Para além da lealdade presidencial para com seus cúmplices, no caso de Santos isto vai bem mais longe.


Entretanto em nosso país há colombianos – inclusive na mesma esquerda – que pensam que há uma classe dirigente boa e outra má, da mesma maneira que pensa que o capital pode ter rosto humano. O que chamamos de burguesia Colombiana é uma só, pois a define o mesmo papel; a produção e acumulação de riqueza, e capital, embora conceitualmente possa se dividir em burguesias industrial, financeira, mercantil, mafiosa, todas elas coincidem em sua sede de acrescentar seus capitais. Porem, não são homogêneas, elas têm suas contradições, suas disputas com o poder, por posicionarem-se no mercado, na política, nos eixos do poder, nas altas instâncias. Não esqueçamos, que um dos homens ilustres do poder, o que mais interpretava fielmente seu pensamento e filosofia Álvaro Gómez Hurtado, foi assassinado por essas alianças entre elites, que são capazes de chegar a grandes acordos, e a grandes ódios para saciar sua sede de riqueza.


Se a burguesia faz isso com um de seus homens ilustres, imagine-se o que pode acontecer com um sindicalista, com um comunista ou com um opositor político. Isto explica comportamentos e atitudes, aos quais os Santos nos têm acostumado, como aquela onde Juan Manuel Santos, sem ruborizar, acusou Rafael Pardo de ter uma suposta aliança com as FARC-EP com fins eleitorais. Ou a agitada política de Francisco Santos para tirar do caminho a Ministra de origem paramilitar Conchi Araújo. Aqui não atuaram, como dizem eles, para defender a institucionalidade, aqui tiraram as unhas de fora para defender suas parcelas de poder. Destes comportamentos temos milhares de exemplos que ilustram como a tarefa é ir tirando competidores políticos. O custo não importa. Santos – neste caso Juan Manuel - demonstrou que é golpista, demonstrou isso no golpe contra Chávez, "voltou a democracia na Venezuela" disse nessa ocasião com seu cinismo habitual.


Na terça-feira, se estivéssemos numa democracia decente, digamos ao menos digna, não uma "democracia de papel'-como disse um amigo meu-, Santos teria que renunciar e assumir o custo político de seus atos. Porém não, Germán Vargas Lleras não votará contra ele, pelos motivos que temos ilustrado. Quanto custará ao erário público esta manobra que garantirá a impunidade do ministro de defesa. Não sabemos, porém imaginamos. Vargas Lleras, Uribista confesso e praticante dá uma mão ao Patrão da casa de Nariño e lhe salva a estrela. O argumento de Vargas Lleras , passara para a história como um monumento às piadas. "Com o ministro Santos nos veremos na praça pública" – disse Vargas Lleras. Como se a política colombiana se fizesse na praça pública. Vargas Lleras pretende nos fazer acreditar que ele ignora, que a política se faz com motoserra, e terrorismo de Estado.


Para o diretor do Partido Mudança Radical o parlamento colombiano não é o cenário idôneo para personalizar responsabilidades, por isso votará a favor de Juan Manuel Santos na moção de censura. O dia 12 de junho de 2007 será para Juan Manuel Santos, um dia comum e corrente porque se arquivará a moção de censura contra ele, graças a Vargas Lleras. Nossa democracia de opereta e folhetim está definitivamente caindo muito baixo, imagine-se que nem Vargas Lleras acredita no parlamento como cenário para estabelecer responsabilidades políticas.


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Santa Marta: Que se levante o espírito do Libertador!

Em artigo publicado em 26 de março de 2004 mostrávamos a crua realidade da vida a que foi submetida Santa Marta. Hoje, o chefe narco-paramilitar Hernán Giraldo trata de desculpar-se do rio de sangue na capital do Magdalena. Quem estava – E ESTÃO – detrás de Giraldo? Desde ANNCOL, refrescamos-lhes a memória aos assassinos do povo.


Bolívar cavalga de novo!


[26.3.2004 (Publicado por ANNCOL)]


Santa Marta, a bela capital do Estado [departamento] do Magdalena, se converteu no espelho em que devemos mirar-nos os colombianos para analisar a política que o Império estadunidense e seu fiel vassalo Uribe Vélez, promovem em Colômbia. A pérola do Caribe, segundo o qualificativo dado pelo Libertador Simón Bolívar, sofreu, no passado, as manifestações da violência para impor um modelo econômico e político. E, ainda hoje, segue sofrendo.


A bonança da maconha


Na década dos 70´s sofreu a violência que trouxe a bonança da maconha, exercida sobretudo pelos narcotraficantes guajiros (nascidos na Guajira) e alguns outros de outras regiões. Nessa época não era infreqüente morrer indefesamente em meio de um tiroteio protagonizado por facções rivais de narcotraficantes. "É estar no lugar equivocado, no momento equivocado", diziam. Quem não recorda, em Santa Marta, os tiroteios, os mortos e os ataques com bombas que protagonizavam os Valdeblánquez contra os Cárdenas, e vice-versa, que, paradoxalmente, eram primos entre eles e que iniciaram sua guerra por questões de saias. Na Serra Nevada, a imensa e única montanha do litoral de tais dimensões que beija o mar, a qual tem uma superfície de 383 mil hectares e possui desde o clima tórrido ao nível do mar até as neves perpétuas dos picos Cristóbal Colón e Simón Bolívar ( 5.778 e 5.775 m.s.n.m., respectivamente), os cultivadores da "erva" sofriam os abusos dos narcotraficantes. Assassinados, violadas suas mulheres e filhas, roubados seus poucos pertences e suas colheitas, os campesinos se arriscavam a semear a "erva maldita" com a esperança de uma boa venda que melhorasse sua sacrificada vida desmatando montanha.


"Adán Izquierdo", o moreno costeiro


Triste vida sujeita ao azar traiçoeiro dos capos do negócio. Até que chegou a guerrilha das FARC-EP e disse: não mais!!! E, à ponta de chumbo, se fez respeitar pelos narcotraficantes e estabeleceu regras de jogo que tiveram que aceitar pela forças das armas. Os campesinos viram nas FARC seu exército salvador e acolheram com carinho a seus comandantes, em especial ao inefável Adán Izquierdo, um moreno costeiro de gargalhada franca e grande firmeza revolucionária. "Todo aquele que abuse, de uma forma ou outra, dos campesinos terá que ver conosco", foi a palavra de ordem, ainda recordam os mais velhos.


Narcotraficantes financiadores dos políticos


Os dólares do narcotráfico começavam a chegar aos montões e era tal sua quantidade que, ante a impossibilidade de contá-los, pesavam-nos nas taleigas militares que chegavam. Um quilo são tantos milhares de dólares, um milhão são tantos quilos. E se acreditaram os donos do mundo. Compravam tudo. "Quanto custa sua casa, 3 milhões?". " – Tenha 6 milhões, porém, se mande agora mesmo!" " – Quanto custa este hotel?" " – Tanto." " – Tenha tanto e suma." E havia que tomar o dinheiro e desaparecer deixando tudo, roupa, lembranças, porque, ou se não te matavam! Andavam em camionetes Ford, as famosas Ranger, a toda velocidade e cuidado lhes reclamavas porquê te colocavam uma nove milímetros na têmpora. "A quem lhe reclamas H.P.?" Compraram tudo, até os políticos, e aos juízes, a todo mundo que necessitavam comprar. Nessa época ainda se via o fenômeno como algo aceitável. Erigiram-se no poder real.


Quem não se lembra do famoso "Maracas"? Ou do magnânimo "Lucho Barranquilla", que comprou um supermercado para que fossem todos os dias os pobres por seu "mercado"? Ou os famosos capitão" Blatt e sua esposa Ubida Pitre? Ou a Lisímaco Peralta, que até o nomeavam numa famosa canção vallenata? Os políticos eram seus amigos ou mandadeiros. Quem não sabe dos laços de Edgardo Vives Campo com "Maracas"? Os narcotraficantes ou "emergentes" eram os financiadores dos políticos e alguns até incursionaram na arena política. Porém, a maconha deixou de ser comercial porque já os gringos a semeavam em seu país. Já não havia demanda, pois tinha que morrer a oferta.


E o negócio passou a ser a coca, porém, já o Cartel de Medellín o controlava e a semeava noutra parte do país, ou trazia a pasta base do estrangeiro. E Santa Marta acreditou que poderia viver em Paz. Quão equivocados estavam! Seu desígnio é padecer. Desgraçadamente, tem alguns filhos nefastos. Já nos anos oitenta começa a implementar-se o projeto paramilitar na Colômbia. São conhecidos os esforços do General Farouk Janine Díaz desde Puerto Boyacá para desenvolver o paramilitarismo como projeto contra insurgente. E em Santa Marta existiam os elementos necessários para desenvolvê-lo. § Uma classe política disposta a defender seu status a como desse lugar, já que ela também era "oligarca" ou dos "velhos ricos". § Dinheiros provenientes do narcotráfico que ainda circulavam e narcotraficantes, velhos e novos, dispostos a "ajudar" as forças da ordem em troca de impunidade. § E o elemento militar disposto a desenvolver em toda sua plenitude os postulados da Doutrina do Conflito de Baixa Intensidade (DCBI), aliando-se impudicamente com os narcotraficantes.


Hernán Giraldo, Edgardo Vives Campo, Miguel Pinedo Vidal e os Gnecco, juntos no estrume do Paramilitarismo.


A Segunda Brigada e a I Divisão do Exército, preocupadas pela consolidação da 19 Frente das FARC-EP na Sierra Nevada de Santa Marta, começam a desenvolver o projeto paramilitar. Encontram o homem-chave para fazê-lo, Hernán Giraldo, um interiorano escondido nas montanhas de Guachaca, quem sabe por que crimes anteriores. Este se converte no "cuidador" oficial dos políticos do Magdalena, na cabeça visível dos paras e no unificador dos diferentes bandos, como "los chamizos" e outros. Com os dinheiros aportados pelos narcos, pelos bananeiros e pecuaristas, investem na compra de depósitos de alimentos no Mercado Público de Santa Marta e iniciam, desde ali, seu processo de expansão e de controle de toda a cidade. Chamam a pessoas propensas a eles e lhes propõem a montagem de armazéns nos diferentes bairros periféricos, convertendo-se em serviços de inteligência dos paracos. Deste maneira, o controle da cidade se tornava em algo real. Hernán Giraldo, já como chefe supremo, se consolida na região de Guachaca, localizada nos estribos da Sierra, e expande seu controle até Buritaca, Mendiguaca, Palomino e os limites com o Estado da Guajira (Esta região é a única com cultivos de Amapola, já que, no resto da Sierra Nevada, o campesinato decidiu, apoiando-se nas Frentes 19 e 57 das FARC-EP, não cultivá-la para não tornar a padecer dos problemas que trazem acasalados os cultivos ilícitos, numa decisão de imenso valor político.) Esta imensa zona e os moradores se convertem, para "o bem" ou para "o mal", em seguidores de Giraldo e em fortim político do paramilitarismo, entrando já a negociar com os políticos. Os Edgardo Vives Campo, Miguel Pinedo Vidal, os Gnecco, são os políticos profundamente comprometidos no desenvolvimento do projeto "paraco" e isto lhes permite expor que "se não estás comigo..."


E começam a assassinar, não já a aqueles valentes que se negavam a aceitar a tutela forçada dos paras, se não que começam a matar a oposição, "os comunistas". Assassinaram a Marco Sánchez Castellón, jovem advogado samario, que dirigia a Fundação de Amigos Pró-Sierra Nevada de Santa Marta, em 1987, por ser de "esquerda", "isto é, guerrilheiro das FARC", por ordem direta da comandância da I Divisão do Exército, com sede em Santa Marta. E continuam seguindo assassinando a todo aquele que não siga suas orientações.


Nos anos 90, o General Maza Márquez captura, como chefe do DAS, a Hernán Giraldo, o leva aos calabouços do DAS em Bogotá e dali lhes é arrancado de suas mãos pelos parlamentares Edgardo Vives Campo e Miguel Pinedo Vidal (logicamente, que com ordem presidencial), os quais o regressam são e salvo a seu fortim em Guachaca. Montaram, ao amparo da segurança que lhes brindava a legislação das Cooperativas Convivir de Ernesto Samper e Fernandito Botero, um escritório à frente do Liceu Celedón, o colégio de bacharelado mais prestigioso de Santa Marta, e enviaram seus sicários a todos os comerciantes com cartas em que lhes exigiam determinada quantidade de dinheiro pela prestação de seus serviços, e todos, ou quase todos, pagaram. "Quem disse medo!!!"


Porém, começaram a dividir-se e a ter opiniões encontradas sobre como manejar o projeto e suas alianças políticas, e começaram a matar-se entre eles. Em 1997, Hernán Giraldo manda assassinar a seu lugar-tenente por uma diferença de critérios e o finalizam a balaços numa cafeteria, estando em companhia de um dos Vives. E os militares... Tudo bem, tudo bem. E a polícia... Tudo bem, tudo bem!!! Entra em cena o tristemente célebre Carlos Castaño – com Salvatore Mancuso, cujo pai vive em Santa Marta – e começa a reduzir aos partidários de Giraldo para ele tomar o controle, já que os paracos de Guachaca assassinaram a dois agentes da DEA em Guachaca, e isso incomodou enormemente aos amos gringos. (Cumpre-se o provérbio de "cria corvos e te sacarão os olhos".) Inicia-se, assim, uma nova escalada de violência. Colocam bombas nos depósitos do mercado central, outrora base do controle paraco. Vão-se assassinando sistematicamente aos que se opõem ao novo chefe. Porém, também assassinam a um vendedor de uma drogaria porque nunca se dobrou às orientações políticas dos Vives Campo ou Pinedo Vidal e militou no grupo de Juan Carlos Vives Menotti (cujo pai é Nacho Vives, não apoiadores do projeto paramilitar). E assassinam a um comerciante porque não quis vender-lhes seu negócio. Assassinam de uma a duas pessoas ao dia. E ninguém diz nada! Nem o Prefeito de Santa Marta. Nem o Governador do Estado. Muito menos os Comandantes da Polícia e da I Divisão do Exército.


Em 30 de janeiro de 2002, assassinaram essas duas pessoas, em plena visita do Subdiretor Nacional da Polícia, General Tobías Durán Quitanilla, quem pediu aos colombianos "união contra o terrorismo" e recordou que a "segurança é um compromisso de todos" no marco do lançamento do Plano Estratégico para a Redução dos Índices Delinqüenciais, ato cumprido no salão de atos da Casa da Aduana, o qual contou com a presença das autoridades civis da cidade e do Estado [Departamento], ademais de grêmios e entidades privadas.


75 assassinatos no mês passado


Assassinam e assassinam, em Santa Marta houve 30 mortes mensais em média durante o ano 2003; em janeiro e fevereiro de 2004 houve 85 e 87 mortes, respectivamente. Assassinaram a ex-magistrados da Corte Suprema de Justiça (Dr. Noguera), a jornalistas (Zully Codina e a Ahumada), educadores e professores da Universidade, sindicalistas, estudantes. Também os "paracos" assassinaram mendigos, "gays", ladrões de galinha, numa política de limpeza social, ademais de assassinar à vontade aos que, desarmados, se lhes opõem a seus desígnios. E ameaçam até os jovens dos bairros Bastidas, Cundí, Mariaeugenia, Pescadito e outros mais, pelo simples fato de portar tatuagens ou anéis ou brincos em diferentes partes de seu corpo.


É a fascistização da vida dos samarios. Ninguém tem liberdade de fazer nada se não conta com a aprovação dos chefes paramilitares, nem sequer em seus próprios corpos. Perguntamos: Por que o silêncio das autoridades civis? O silêncio dos militares e da polícia se explica. Por que o silêncio da Procuradoria, da Defensoria do Povo? Por medo. Já assassinaram aos que se atreveram a denunciá-los ou a iniciar-lhes julgamento.


Assassinaram a defensores de direitos humanos, a juízes que levavam investigações contra os paramilitares; assassinaram, por ordem de Edgardo Vives Campo, Pinedo Vidal, Name Terán e Robertico Gerlein (estes últimos políticos do estado do Atlântico), ao membro do M-19 Hernando Villa Salcedo por ser o representante legal de uns pobres pescadores que lhes estavam disputando a possessão dos terrenos de Pozos Colorados no Rodadero. Hoje em dia, estão num processo de extorsão desaforada ante a perspectiva de uma desmobilização. Exigem 10, 20, 50, 100 milhões de pesos colombianos (entre 5 e 50 mil dólares USD) aos comerciantes, pecuaristas, campesinos etc., sob a ameaça de que, se não pagam, os matam. É a velha fórmula de acumulação capitalista praticada pela oligarquia colombiana durante os anos cinqüenta. Os ameaçados, se não pagam, são assassinados ou, no melhor dos casos, devem optar pelo deslocamento. E os chefes "paracos" se apropriam da terra deixada abandonada. Os paramilitares desejam ter as arcas cheias para enfrentar a "nova" vida, isto é, ser novos ricos quando seu chefe, AUV, lhes dê a ordem de legalizar-se. Têm submetida a Santa Marta pelo terror!!!


E este é o modelo que desenvolve em todo o país o presidente Álvaro Uribe Vélez. Só esperamos que se levante o espírito do Libertador e, desde a Quinta de San Pedro Alejandrino, conclame os samarios a lutar e armar-se para combater o opressor como o fizeram seus filhos: Adán Izquierdo (William Medina), Jaime Bateman Cayón, Alfonso Jacquin e tantos outros que abraçaram a luta armada como única opção que deixaram os assassinos de nosso povo. Santa Marta, pérola do Caribe, merece viver outro desígnio!!!


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TLC fecha primeiro ano com números vermelhos para América Central

Todos os países que já ratificaram o tratado, com exceção de Nicarágua, viram decair suas exportações e aumentar as importações norte-americanas. Os casos mais dramáticos foram os de Guatemala e El Salvador. Costa Rica é o único país da América Central que ainda não ratificou o TLC; e, no entanto, logrou aumentar suas exportações aos Estados Unidos em mais de 20% no ano passado.


Diga NÃO ao TLC.


[ANNCOL]


Tomado de Tiempos del Mundo, La Nación, Extra e outros meios de comunicação da Região Centro-Americana.


Todos os países que já ratificaram o tratado, com exceção de Nicarágua, viram decair suas exportações e aumentar as importações norte-americanas. Os casos mais dramáticos foram os de Guatemala e El Salvador


A frontal oposição a este Tratado, levada a cabo pela mais ampla diversidade de organizações e movimentos sociais e políticos da Costa Rica, parece ter um importante fundamento, já que, ao analisar os dados oficiais sobre os resultados de seu primeiro ano de vigência, mostram que a América Central passou de uma balança comercial positiva frente aos Estados Unidos, a importar muito mais do que exporta a esse país.


Costa Rica é o único país da América Central que ainda não ratificou o TLC; e, no entanto, logrou aumentar suas exportações aos Estados Unidos em mais de 20% no ano passado.


Dados oficiais do Departamento de Comércio dos Estados Unidos mostram que o ano 2006 passará à história como o mais deficitário para a América Central em sua relação comercial com os Estados Unidos na última década.


Em El Salvador, a um ano de haver-se implementado o TLC, o déficit comercial se incrementou em 24%, afetando principalmente aos pequenos produtores agrícolas e ao setor informal, e provocando, até o momento, a perda de mais de 93 mil empregos no agro.


El Salvador passou de ter, antes do TLC, um superávit de $ 135 milhões em sua relação comercial com os Estados Unidos a uma situação deficitária de $ 300 milhões em 2006. Com o TLC as importações aumentaram de $ 1.800 bilhão a $ 2.160 bilhão, e as exportações caíram de $ 2 bilhões a $ 1.800 bilhão.


Longe do que a propaganda oficial anunciava, esta invasão massiva de produtos dos Estados Unidos não se traduziu numa redução dos preços ao consumidor. Ao contrário, as tarifas de serviços públicos e o custo da cesta básica tiveram um elevado incremento no ano passado, golpeando os setores mais pobres do país.


Na Guatemala, país que tem os Estados Unidos como seu principal sócio comercial (já que lhe vende 34% de todas as suas exportações e lhe compra o equivalente a 41% de suas importações), a situação foi muito mais dramática. Desde o 10 de março, data em que se aprovou o acordo, passou de uma balança comercial positiva a ter uma perda comercial superior a $ 415 milhões.


Por outro lado, a empresa estadunidense Ferrovías de Guatemala, subsidiária da Railroad Development Corporation (RDC), estabeleceu a primeira demanda contra a Guatemala ao amparo do Tratado de Livre Comércio. A companhia espera obter uma indenização por $ 65 milhões de parte do governo guatemalteco.


Segundo fontes oficiais, a companhia nunca investiu um centavo nem pôs a operar a ferrovia, pelo que o governo do presidente Oscar Berger deu por concluído o contrato com a RDC em agosto de 2006.


De acordo com as cláusulas do TLC entre Estados Unidos e América Central, uma empresa norte-americana pode reclamar um julgamento internacional para dirimir um conflito de interesses com um Estado signatário, sem necessidade de esgotar as instâncias judiciais internas.


Honduras, (pese a que a balança comercial com os USA fechou em números positivos) passou de ter um superávit de quase $ 500 milhões, em 2005, a um de tão só $ 25 milhões em 2006.


Nicarágua é o único país dos signatários do TLC que, em 2006, logrou duplicar suas exportações aos Estados Unidos no que se refere às importações; e logrou marcar uma diferença a seu favor de mais de $ 770 milhões.


De acordo com o empresário hondurenho Oscar Galeano, Nicarágua tem sido o grande ganhador até o momento porque o nível de salários desse país é o mais baixo da América Central, o que significa uma enorme vantagem na competição por atrair inversão estrangeira e em competir com seus produtos no mercado.


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terça-feira, 26 de junho de 2007

Educação, conhecimento e informação

A situação da educação na colômbia é dramática e pretende ser estrangulada pelo regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe Vélez com a ‘lei de transferências’. A situação na Colômbia é crítica em tanto que na Venezuela, Equador, Bolívia avança-se em direção à erradicação do analfabetismo. A informação, a educação e o conhecimento e sua realidade hoje, escreve Allende La Paz.


Cuba, um exemplo em educação.


[Por Allende La Paz, ANNCOL]


As políticas do regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe Vélez – mais conhecido como ‘Doutor Varito’, o ‘miniführer’, ‘o ubérrimo’, etc. – levaram a população colombiana ao colapso. Os indicadores sociais são prova patente do anterior. Tais políticas tem uma definida conotação de classe, que favorecem à minoria que detém o poder na Colômbia e desfavorece aos setores privados da riqueza material.


E fica mais que patente no que se relaciona com a educação, o conhecimento e a informação, todos eles em poder quase que exclusivo e exclusivista dos que chamamos na Colômbia de ‘os ricos’.


A educação na Colômbia
2,5 milhões de crianças fora da escolaridade e 12% da população analfabeta.


A educação é a reprodutora do sistema imperante. Desde a colônia tem sido a reprodutora daquilo que alguns investigadores chamam de ‘paradigma imperante’ e outros chamam ‘o sistema’. Em todo o caso, chame-se como se chame, a educação joga o papel e reproduzir esse sistema e sua perpetuação. No capitalismo está ao serviço da minoria dominante e no socialismo advém em instrumento para a libertação dos povos.


E fica mais patente na Colômbia onde seu principal objetivo é a produção de mão-de-obra qualificada e barata, dos setores populares, em tanto que produz ‘profissionais’ dos setores oligárquicos e burgueses, os quais dirigirão o estado e as grandes empresas. A situação da educação não poderia ser mais crítica, apesar dos esforços governamentais por ‘maquiar’ as cifras e esconder o problema (como todos os demais problemas).


2.500.000 crianças vão às escolas e certos informativos falam que 20 de cada 100 crianças não vão à escola (A Controladoria Geral da República em um informativo de 2002 falava de 3,5 milhões de crianças fora da escolaridade). O analfabetismo está crescendo e no ano de 2004 se falava de um 12% de população analfabeta; no mencionado informativo da Controladoria se fala de 8% de analfabetismo na população maior de 15 anos (Isto não contraria a população menor de 15 anos). Contraria essa situação, os países como Equador, Bolívia, Venezuela, avançam em direção à meta de analfabetismo zero (0).


Estas cifras são apenas uma pequena mostra da situação da educação, situação que pretende ser desconhecida pelo regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe e, como sempre, recorre à maquiagem das cifras, à mentira, para tratar de enganar os ingênuos.


Como se não bastasse, a chamada ‘lei das transferências’ atenta contra o financiamento da educação na Colômbia. Segundo o senador do PDA, Jorge Enrique Robledo, “de acordo com os cálculos dos investigadores do Centro de Investigações para o Desenvolvimento (CID) da Universidade Nacional da Colômbia, os recortes pela lei de transferências serão de 56,4 bilhões de pesos entre 2008 e 2019, dos quais 33,89 bilhões foram tirados da educação e os restantes perderam a saúde e o saneamento básico. Por sua parte, os investigadores do Banco da República Ignácio Lozano, Jorge Ramos e Hernán Rincón, na revista Apagadores de Economia, de abril de 2007, dizem que “é claro que com a mudança do regime ... o governo deixará de fazer giros anuais às regiões que, em média, equivalem a 1,5% do PIB”, quer dizer, a uns seis bilhões de pesos ao ano. A sua maneira, o Ministro da Fazenda também reconheceu a redução: “voltar ao esquema que pretendia a Constituição de 1991 ( que é o que vão modificar) significaria para o país cerca de 45 bilhões de recursos adicionais até 2016”, soma que aponta que se não se reduz “haveria que cobri-la com novos impostos” (O Tempo, 25 de maio de 2007). E o dito recorte foi estabelecido em acordo subscrito entre o governo da Colômbia e o Fundo Monetário Internacional em 23 de maio de 2006, como pode confirmar quem queira”.


Eduardo Sarmiento é um artigo intitulado “O estado da educação” assinala os efeitos das políticas uribianas em matéria de educação e como estas afetam a educação de todos os níveis, pré-escolar, primeiro grau, segundo grau, educação superior. “Os resultados em matéria de qualidade são mais preocupantes. Nos exames do Icfes se encontra que 80% dos estudantes obtêm menos de 2,25 de 5 em matemática e física, e que o desempenho se deteriorou no período 2000-2004. Nos exames internacionais do mesmo tipo, a Colômbia obteve o posto 44 entre 45 países. Na educação superior, quer dizer, nas universidades, os desempenhos são melhores. Com exceção de umas poucas instituições, a norma geral nos exames do estado (Ecaes) é que de cinco perguntas são respondidas menos de duas corretas.


O conhecimento é poder


O conhecimento no sistema capitalista se converte em fonte de poder. “O conhecimento é poder” falou sir Francis Bacon. E esta máxima se converteu em pilar do sistema capitalista, por tal razão somente as classes ‘privilegiadas’ poderiam – e podem – ter acesso ao conhecimento.


Prova disso é que os chamados ‘países desenvolvidos’, quer dizer, a potências, que representam pelo menos 15% da população mundial, produzem 85% dos artigos publicados cada ano em revistas científicas e técnicas (se uma investigação ‘do terceiro mundo’ não é publicada nelas, não existe); patenteiam 91% dos ‘descobrimentos’ do mundo, assim seja roubando aos ‘índios’ sulamericanos e os povos do mundo, recebem 98% do total mundial arrecadado pelo uso de ‘direitos de propriedade intelectual’ e são os ‘donos’ das 500 melhores universidades, segundo suas próprias medidas. Isto, logicamente, está inscrito entre os propósitos imperiais de que se chamam ‘as geopolíticas do conhecimento’.


Tal situação se concretiza na Colômbia ao comprovar que 20% da população (setores ricos) acolhe 52% dos melhores salários. Em Bogotá tal situação é mais visível quando 10% da população tem ingressos 48% mais altos que os 90% restantes. E mais aberrante é a brecha entre o campo e a cidade.


Diante de tal situação o povo colombiano se revela e luta. Hoje em dia é quase impossível que um filho de um obreiro, um camponês, incluso setores da classe média, possam estudar uma carreira universitária. 35% dos estudantes da educação superior desertam depois do primeiro obrigados pela situação econômica. Hoje os professores e os estudantes foram às ruas e lutam contra as nefastas políticas do regime narco-paramilitar.


Tal luta está em sintonia com a permanente luta do povo por educar-se, desde a época da luta pela independência. O invetigador colombiano, H.Vanegas, nos diz em um artigo intitulado ‘O pensamento complexo do Libertador Simon Bolívar’ que ‘Bolívar sempre foi sabedor da necessidade da instrução pública, projeto ao qual incorporou seu próprio professor Simon Rodríguez, com a proposta, mesmo em plena campanha libertadora, de “atrair aos sábios de todas as partes, com a maior generosidade, consciente de que este era o caminho que tinha que seguir para construir a América sonhada, dese os dias em que seu pensamento se abriu ansiosamente para a tarefa de fazer realidade as ânsias de progresso”. (Ramos Pérez D. pg 96)


http://www.pensamientocomplejo.com.ar/doc_articulo.asp?IdDocumento=84


“...São famosos seus escritos sobre instrução pública, qualidade dos educadores e do significado que tenha a educação para elevar o nível de vida dos povos hispano-americanos. Neste campo é famosa sua sentença” que reproduzimos mais abaixo.


A informação


A informação é procurar dados, símbolos, etc., ao receptor e somente o processamento desta informação pelo sujeito aprendiz ele converte em conhecimento. Mas não somente o receptor aprende neste ato, mas também o emissor, que assimila a resposta do receptor para ir assim engrandecendo seu próprio conhecimento. É precisamente o ato educativo que permite esta transformação. Daí a importância do ato pedagógico em qualquer sociedade.


Nos momentos atuais, com o processo de ‘globalização’, pretende-se converter a informação em conhecimento. Nesse processo de ‘globalização’ se entope de informações lixo ao receptor para que o mesmo desenvolva um falso processo de conhecimento’. De outra parte, o direito à informação é um direito inerente a todo ser humano e é de sua necessidade subjetiva – mas também objetiva – dar-lhe a característica de conhecimento. Então o conhecimento é a apreensão ativa, e interativa, da informação, e ambas estão infiltradas profundamente pelas realidades históricas, sociais, etc.


É de singular importância então nestes momentos quem são os ‘emissores’ da informação e quem são os ‘receptores’ dela. Por meio deles é completamente justificado que o governo bolivariano da Venezuela decida de forma soberana ir desenvolvendo os mecanismos para que a informação que recebe o ‘aprendiz’ – o povo – seja o menos supérflua possível, seja uma informação útil (Telesur, Radio del Sur, recuperação da soberania não renovando a concessão À RCTV, rádios e tvs comunitárias, etc.). E na Colômbia é completamente justa a luta do povo, dos professores e estudantes, pela defesa da educação pública perante as pretensões do regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe de privatiza-la também, como fez, por exemplo, coma saúde, com as empresas estatais, etc.


Esta luta dos povos – colombianos e venezuelanos – a partir de condições diferentes vão-se entrelaçando como corresponde à luta de dois povos irmãos e unidos pelo pensamento bolivariano. Hoje mais do que nunca está vigente a sentença do Libertador Simon Bolívar, quando dizia:


“Um povo ignorante é presa fácil de manipulação e de sua própria destruição”.
Simon Bolívar



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DD.HH E DIH

Neste 13 de junho o pedido massivo e unânime pedindo a renúncia de Uribe Vélez, estou seguro, chegará somente até Washington senão até os Campos Eliseus. Esse é o grito “Patriótico” atual e frente ao qual não vamos a ser inferiores. Contem com isso” Escreve Pinzón Sanchez.


O tirano deve renunciar!


[Alberto Pinzón Sánchez/ANNCOL]


O regime “Democrata Genocida” colombiano (também caracterizado com seus equivalentes de Fascismo Narco Paramiliar ou simplesmente como Terrorismo do Estado Colombiano); depois de muitos anos termina encalhado e sem saída com sua própria argúcia militarista da guerra contra-insurgente, derivada da teoria dos dois demônios que executou o militarismo Imperialista a sangue e fogo, nos países do Cone Sul da América durante a década de 70.


Colocar em um mesmo lado o corpus democrático e consuetudinário dos Direitos Humanos, que desde a época da revolução francesa corresponderam aos Estados “legitimamente” constituídos a defender e aplicar, confundindo-lhes com as leis de Direito Internacional Humanitário recopiladas, aprovadas e protocolizadas na convenção de Genebra em 1947, e que regulam os conflitos armados internos que se apresentem nos diferentes países.


Duas matérias diferentes com duas legislações diferentes desde o ponto de vista, mas cuja deliberada confusão elaborada pelo departamento de guerra psicológica do militarismo oligárquico colombiano assessorado pelo Pentágono, pacientemente difundidas como propaganda através da grande imprensa colombiana dentro e uma grande porção das “classes médias”, alguns setores sindicais , serviu de justificativa e de sustento ao Fascismo colombiano. Como em qualquer fascismo!


O embrulho autoritário do regime que desde um princípio nos fez crer que era de um eterno e indestrutível teflon norte-americano, saltou em anos como conseqüência de uma larga e penosa luta de massas pela Saída Política verdadeiramente democrática e popular à larga crise histórica colombiana.


A raiz interna do conflito colombiano, já começa a ser conhecido e assimilado no exterior. A confusão mantida muito dentro das fronteiras colombianas e para consumo interno, também graças à ruptura do certo político-militar à informação que se tratou de impor em vão sobre as agências alternativas e imprensa colombiana; foi rasgada no que era fundamental.


Hoje não há ninguém mais provinciano que seja (nem sequer o Colombiano de Medellín) que não considere o conflito armado colombiano como um problema Transnacional ou se assim quer “Global”. E se resta alguma dúvida, a cúpula que se acaba de organizar no Norte da Alemanha aclarou: A crise colombiana agora já não é somente no quintal dos Estados Unidos, mas se converteu em um campo aberto mundial, ou se preferem é uma oportunidade de negócios concertada” para qualquer potência ou coalizão das mesmas, que se cria com direito a intervir e a provar a efetiviade de seus próprios Sistemas Militares de Segurança Global baixo a roupagem de uma grande intervenção humanitária. Esse é o “grãozinho de areia que o presidente UribeVélez aportou à vitória eleitora do Presidente francês Sarkozy ayer” e que o editorial do jornal oficial O Tempo reclama triunfante hoje, 12 de Junho de 2007.


Mas também faz sentido o realismo a que chegou o grupo de Rodrigo Rivera, duplo político e César (OEA) Gavíria, em sua coluna editorial no mesmo joral oficial e cujo parágrafo mais decente, depois de 40 anos de cumplicidade criminal de seu Partido, esclarece a argúcia contra-insurgente no momento entre Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário.


Má tendência. Pelo caminho de dizer que a guerrilha e paramilitarismo são a mesma coisa vão tratar de ambientar ma lei de perdão e esquecimento para todos. Não necessitam que as FARC intercedam, com quem uma negociação de paz encontra-se ainda distante. Basta que o façam


O ELN ou um grupo de guerrilheiros soltos das FARC e o requeiram como o preço pela “paz”. Por isso, o Consenso no qual insisto, deveria incluir a decisão de tratar qualquer novo processo de paz separadamente, no lugar de adotar o perigoso critério de que tudo o que se pactue com ELN ou FARC se aplicará retroativamente Às AUC”.


Enquanto isso na cúpula do Poder; depois da volta de Washington do Miniführer Uribe Vélez com o rabo entre as pernas e com a moção de censura contra o Ministro golpista e Paramiliar de Defesa, que não falou esta boca é minha sobre o massacre de ontem em Balsillas e cuja sorte está nas mãnas ma sobre o massacre de ontem em Balsillas e cuja sorte est, que nadotar o perigoso critargdesenvolvendo os mecanismos para os de um novo gabinete gatopardo para o Consenso presidido por este, com o argumento de que o responsável da decadência atual não é Uribe Vélez, ma os “males” que o rodeiam.


Mas também no lado oposto; no setor do Povo Trabalhador, chegou-se definitivamente à conclusão que o atual auge das massas está de acordo com os processos democráticos e populares que se vivem em toda a América Latina; a crise da Colômbia não se resolverá em “Consensos pelegos e novos gabinetes”, mas na ruas, estradas e caminhos reais. Nas Universidades, fábricas, colégios e calçada: criando uma nova Legalidade e uma nova Legitimidade democrática e popular de massas, que passa necessariamente pela renúncia do Miniführer Uribe Vélez e toda sua manada Narco Para Política.


Neste 13 de junho a reunião massiva e unânime pedindo a renúncia de Uribe Vélez, estou seguro, chegará não só até Washington mas até os Campos Eliseus. Esse é o grito “Patriótico” atual frente ao qual não vamos ser inferiores. Contem com isso!


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Vigilância e fustigação contra o defensor dos direitos humanos Athemay Sterling

Fustigação mediante vigilância contínua por pessoas indeterminadas da qual é vitima Athemay Sterling, advogado defensor de direitos humanos, professor universitário, integrante da comissão de promoção do Intercâmbio Humanitário e da Junta Diretora e subdiretor do Comitê Permanente em Defesa dos Direitos humanos no Valle do Cauca – CPDH – Valle.




Alva-raco assassina defensores de DH .


FATOS E ANTECEDENTES

  1. Em 23 de Outubro passado de 2006 o doutor Athemay Sterling foi visitado em seu Escritório do Centro de Direitos Humanos da Universidade Santiago de Cali do qual é Diretor, pelo Senhor Agente de Polícia que se identificou com o nome de Juan José Zamora, acompanhado de outras pessoas, todas vestidas de civis, informando que o faziam em representação da Direção Nacional de Polícia da Presidência da Repúblcia.
  2. O objetivo da visita a nosso Subdiretor era preencher e diligenciar um formulário denominado "componente biográfico do avaliado" para estabelecer o grau de risco de Athemay Sterling por ser Diretor do Centro de Direitos Humanos da Universidade, advogado defensor de direitos humanos, professor universitário, integrante do CPDH e promotor do Intercâmbio Humanitário.
  3. É preciso ressaltar que nosso Subdiretor nunca havia solicitado a essas dependências do Estado proteção alguma, nem denúncias de riscos iminentes, apesar de atuar publicamente como advogado defensor de direitos humanos na região, na nação a nível internacional.
  4. O mais preocupante é que esse mesmo agente acompanhado de outra pessoa percorreu diferentes escritórios da cidade de Cali, onde supostamente o Advogado Athemay Sterling atua em exercício público de sua profissão de jurista, fazendo a mesma averiguação.
  5. Nosso Subdiretor Athemay Sterling preocupado com essa situação anormal, mediante oficio CDH-USC 118-06 lavrado em 24 de Outubro de 2006 escreveu à Inspeção Geral da Polícia Nacional solicitando que lhe indicassem a veracidade dessa ação, de que autoridade procedia e com qual objetivo se praticam essas ações, segundo documento que anexado a este escrito.
  6. O Ofício CDH-USC 118-06 com data 24 de Outubro de 2006 que aqui se publica e anexa foi enviado como cópia e carta, para conhecimento e fins pertinentes, nessa data, ao: Doutor Hebert Celín Reitor da USC, Conselho Superior Universitário USC, Doutor Luis Carlos Restrepo Alto Comissário de Paz, Presidência da República; Comunicador Angelino Garzón Governador do Valle del Cauca; Doutor Apolinar Salcedo, Prefeito de Cali; Doutora Gloria Inés Ramírez, Senadora; Doutor Wilson Borja, Deputado Federal; Doutor Heriberto Sanabria, Deputado Federal; CPDH; Andas; Doutor Carlos Lozano Guillén, Diretor de VOZ; Doutor Jairo Ramírez, CPDH; Comitê Operativo Departamental de Dereitos Humanos; Doutor Orlando Riascos, Secretário de Governo Departamental; Doutor Jair Erazo, Secretaria de Governo Departamental; Doutor Miguel Yusty, Secretário de Governo Municipal; Doutor Jaime Caicedo Turriago PCC; Conselho Departamental de Paz do Valle; Comissão de Promoção ao Intercâmbio Humanitário; Siprusaca; Cooprusaca; Dereito Preventivo & Direitos Humanos; Fedefam; Fenalprou; Doutora Jael Quiroga, Reiniciar; Acadeum; ASF, Defensoría do Povo; Dr. Ernesto Rey Cantor, CIDH; Dra. Dilia Francisca Toro, Presidenta do Senado da República; Ministério Público Municipal Cali.
  7. Acusaram recebimento da cópia enviada e manifestaram que atuariam no marco de suas competências, a Presidência do Senado da República; o Ministério Público Municipal de Cali, a mesma Polícia Nacional, o Doutor Jair Erazo, Subsecretário de Governo Departamental e o Comitê Operativo Departamental de Direitos Humanos do Valle; o Agente Mulato de DDHH da Polícia Metropolitana de Cali, a Universidade Santiago de Cali; o doutor Jairo Ramírez, Secretário Executivo do CPDH, Direito Preventivo e Direitos Humanos, a Doutora Dora Lucía Arias de Acadeum, Doutor Ernesto Rey Cantor Juez adhoc na Corte Interamericana de Direitos Humanos, Gilberto Pareja Secretário Político do PCC Valle.
  8. O Companheiro Athemay Sterling fez conhecedor pessoalmente da situação ao doutor Luis Carlos Restrepo Alto Comissário de Paz, o Honorável representante da Câmara de Representantes pelo Valle o doutor Heriberto Sanabria, o Doutor Carlos Lozano Guillén Diretor do Semanário Voz, o Doutor Jorge Gómez da Direção Nacional do PCC, o doutor Rodrigo Vargas Diretor do CPDH no Valle do Cauca e a Junta Diretiva de Professores da Universidade Santiago de Cali e seu Presidente o doutor Diego González.
  9. A vigilância injustificada concentra-se ultimamente nos arredores da residência do Companheiro Athemay Sterling e do Despacho do CDH onde ele é Diretor.
  10. Todos estes fatos preocupam sumamente ao CPDH, a nosso Subdiretor e companheiro Athemay Sterling, à comunidade universitária, a juristas, a sua família, amigos e amigas, aos seus estudantes universitários, aos democratas, ao movimento sindical do qual também é parte, aos partidos políticos, organizações populares e sociais considerando que o advogado Athemay Sterling é agora mesmo, Candidato de Unidade à Assembléia Departamental pelo Pólo Democrático Alternativo no Valle do Cauca e reconhecido professor universitário, defensor dos direitos humanos e integrante da Comissão de Promoção ao Intercâmbio Humanitário ao lado de Deputados, acadêmicos, juristas e familiares das pessoas privadas de sua liberdade como conseqüência do conflito interno colombiano.
  11. Athemay Sterling destacou-se como educador e importante dirigente sindical do magistério ao nível nacional e na região em Fecode, Cut, Acpes e o Sutev, e agora na Federação Nacional de Professores Universitários, Fenalprou e, no Sindicato de Professores da Universidade Santiago de Cali.
  12. Em seu tempo foi destacado líder estudantil a nível nacional e regional, e agora patrimônio da luta pela democracia, a paz com justiça social e a solução política ao conflito interno colombiano; reconhecido conferencista nacional e internacional sobre temas jurídicos, de DDHH, do DIH e do DPI.
  13. É advogado defensor dos direitos humanos, professor universitário, Diretor do Centro de Direitos Humanos da Universidade Santiago de Cali, Subdiretor do CPDH Valle, Subdiretor de Andas Valle, Conselheiro Superior Universitário da USC; Pesquisador e Diretor do Grupo de Investigação Palenque, apoiado pelas Universidades Livre e USC registrado em Colciencias; escritor, analista e historiador político.
  14. Foi Conselheiro Departamental de Paz em 1997 na administração do Doutor Germán Villegas e Ramón Elias Giraldo; Assessor de Paz e Convivência durante a Administração do Escritor Gustavo Alvarez Gardeazábal.
  15. Atualmente Consultor da Seção América da Federação Sindical Mundial com sede em Havana – Cuba.
  16. Integrante da equipe de jornalistas do Semanário VOZ A verdade do Povo e colaborador de meios de comunicação alternativos internacionais, de revistas jurídicas e políticas especializadas e universitárias.
  17. Athema y Sterling é vítima e sobrevivente do genocídio político cometido pelo Estado contra o Partido Comunista Colombiano e a União Patriótica que moveram ação contra o Estado Colombiano ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA com sede em Washington e cuja fase se encontra em ruptura e em trâmite até a Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA com sede em San José de Costarrica.

O COMITÊ PERMANENTE PELA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS NA COLÔMBIA, CAPÍTULO VALLE DO CAUCA E SUA JUNTA DIRETORA DEPARTAMENTAL, ALÉM DE DENUNCIAR A PESESGUIÇÃO MEDIANTE VIGILÂNCIAS A NOSSO COMPANHEIRO SUBDIRETOR ATHEMAR STERLING SOLICITA AO ESTADO COLOMBIANO, PARA QUE POSSAMOS EXERCER NOSSO TRABALHO LEGAL E PÚBLICO EM DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS, PELO INTERCÂMBIO HUMANITÁRIO E SOLUÇÃO POLÍTICA AO CONFLITO SOCIAL E ARMADO QUE AFRONTA NOSSO PAÌS.




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Colômbia: as "Razões de Estado" em um Estado Mafioso e o G-8

Álvaro Uribe 'o chefe dos chefes' como carinhosamente o chamam seus sócios criminosos e mafiosos: Mancuso, dom Berna, Jorge 40 (e outros), defensor e responsável por ter instalado na Colômbia esse aberrante e criminoso método de eliminar a todos aqueles que se opõem à injustiça e à opressão implementada pelas elites oligárquicas colombianas. Escreve Carlos Andrés Gómez.


Uribe Vélez!


[Carlos Andrés Gómez*/ANNCOL]


Se durante os últimos vinte e cinco anos os diversos governos colombianos por "razões de Estado" têm incentivado, criado e patrocinado grupos e Esquadrões da Morte como os chamados 'Paramilitares' colombianos, o mais lógico é que o narco-paraco governo de Álvaro Uribe recorra à mesma fórmula de invocar 'razões de Estado' – em um Estado mafioso- para ajudar seus comparsas que se encontram presos por atividades ilícitas.


Pois é ele, Álvaro Uribe 'o chefe dos chefes' como carinhosamente o chamam seus cúmplices e sócios no crime: Mancuso, dom Berna, Jorge 40 (e outros) defensor e responsável por ter instalado na Colômbia esse aberrante e criminoso método de eliminar a todos aqueles que se opõem à injustiça e à opressão implementada pelas elites oligárquicas colombianas.


É 'o chefe dos chefes' como líder reconhecido, o responsável por ter convertido este macabro projeto narco-paramilitar por "Razões de Estado" num verdadeiro Holocausto Colombiano.


Mas essa barbárie não foi suficiente, agora Uribe pretende que os monstruosos crimes de lesa humanidade cometidos pelos paramilitares contra humildes e indefesos camponeses, sindicalistas, estudantes e opositores ao opressor regime mafioso colombiano, não só fiquem mais uma vez impunes, mas que saiam de trás das grades os narco-paramilitares e para-políticos que estão presos.


Quando os paramilitares e para-políticos, que se encontram presos prenderam o ventilador, porque seus verdadeitos Chefes criadores e responsáveis do paramilitarismo não haviam cumprido com os acordos que haviam se comprometido, então vieram as declarações pela boca dos chefes paramilitares nas quais não apenas planejavam que o projeto paramilitar é uma política de Estado, mas que além disso comprometiam diretamente ao próprio Álvaro Uribe de ser o "chefe dos chefes"; também afirmavam que a casa da família Santos estava comprometida na criação de frentes paramilitares e no planejamento de golpes de Estado; que empresas como Postobón e Bavária (logo seus proprietários, Ardila Lula e Santodomingo, também) patrocinam com dinheiro o paramilitarismo; que empresas bananeiras nacionais e estrangeiras fazem o mesmo; que altos oficiais do exército e da polícia são auxiliadores e responsáveis de muitas as torturas, desaparecimentos e massacres cometidos nas últimas décadas na Colômbia.


Somente bastou que os chefes paramilitares dessem um pequeno adiantamento do que sabem e do que podem dizer, para que Álvaro Uribe saísse imediatamente tentando encobrir e desviar a atenção nacional e internacional dos horrendos crimes de lesa humanidade cometidos nos campos e cidades da Colômbia, nos quais não somente estão comprometidos o próprio Álvaro Uribe e a sua família, já que vários destes massacres foram cometidos em propriedades da família Uribe Vélez, mas também os verdadeiros 'patrões' do projeto de Estado paramilitar: a corrupta e lacaia elite colombiana, a cúpula empresarial e industrial, proprietários de terra e pecuaristas, os altos oficiais das forças armadas e da polícia. Com isto se confirma uma vez que na Colômbia o que existe são umas elites política e miltar cujo principal modus operandis é o terrorismo de Estado para sustentar-se no poder.


Diante das declarações dos paramilitares, Álvaro Uribe em um esforço para diminuir a pressão das acusações e ameaças dos chefes paracos, que se somam aos grotescos escândalos políticos e judiciais que tem-lo contra a parede e que já batem tanto à sua porta de seu próprio gabinete como a de seus mais próximos colaboradores, e buscando que não continue aprofundando a tremenda crise de instabilidade política e governamental que vive hoje a Colômbia, lança unilateralmente a proposta da "liberação dos membros das FARC" que se encontram prisioneiros nos cárceres do regime burguês colombiano. Para tal propósito afirma invocar "razões de Estado" as quais correspondem mais com as típicas formas de atuar e aos interesses de um Estado mafioso.


Álvaro Uribe busca com esta proposta estender uma cortina de fumaça que seja capaz de esconder os escândalos da para-política governamental, a profunda crise política que não tem limite e o terrorismo de Estado colombiano.


Além disso, seus objetivos são:


  1. Desviar a atenção nacional e internacional para evitar que continuem acusando o governo de Uribe Vélez de ser o típico regime de um Estado mafioso. Igualmente pedir que a justiça avance em suas investigações a congressistas, militares, personalidades e contra seu governo, por evidentes nexos com a para-política.
  2. Libertar uns desertores que dizem ser insurgentes, os quais foram cautelosamente escolhidos para que correspondam aos propósitos midiáticos de propaganda implementada pelo regime uribista. Junto a estes desertores foi arrancado da prisão Rodrigo Granda, membro da comissão internacional das FARC, seqüestrado pelos serviços de inteligência colombianos em Caracas, com essa jogada que não estava nos planos de Uribe mas que foi produto da 'sugestão' do presidente francês (N. Sarkozy), se fortalecia e ampliava a campanha publicitária.
  3. Uma vez realizado o espetáculo com a tribuna midiática, entra em cena a mesma mentira de "razões de Estado" para tirar das prisões todos os paramilitares acusados de crimes de lesa humanidade e a todos os para-políticos e membros da administração sindicados por sua relação e implicação no projeto paramilitar estatal.


Uma vez anunciado o famoso plano, os meios de comunicação trataram de semear a confusão de que em meio a um "transcendental gesto de generosidade" dado pelo governo de Uribe e acompanhado com os bons ofícios de Sarkozy, presidente da França, em poucos dias os detidos ou prisioneiros de guerra que estão nas mãos das FARC seriam liberados, pois não lhes restaria outro caminho a se seguir.


Com esta argumentação forjada o que estão tentando fazer é abrir o caminho e ambientar a possível opção do resgate pela via militar a sangue e fogo por parte das forças militares do governo de Uribe, onde a vida dos detidos correria grave perigo. Para sustentar tais ações militares se apoiarão na tese de que como Uribe foi com sua "generosidade capaz de liberar" membros das FARC e estes por sua vez novamente demonstram sua "falta de vontade de paz e de negociação"


O governo narco-paraco de Uribe e os meios de desinformação colombianos cheios de entusiasmo argumentaram que com a ajuda de Nicolas Sarkozy as coisas seriam diferentes, pois ele levaria o tema à reunião do G-8 na Alemanha, para que em seu conjunto o G-8 respaldasse a política do Governo de Uribe, mas vejamos que foi realmente o que saiu dessa Reunião diante do Conflito na Colômbia, e qual foi a "porrada travestida de apoio" que Uribe recebeu.


Antes de seguirmos é bom fazer uns comentários necessários sobre o documento da Reunião 2007 na Alemanha no que diz respeito à Colômbia, e o que se publica na versão-tradução falsa em espanhol pela Revista Semana e jornal El Tiempo, onde se omitem palavras e frases completas, mudam seus significados de outras e não contentes ainda, pretendem moldar sua interpretação. A continuação do texto original em inglês do G-8 tirado de sua página oficial (CHAIR´S SUMMARY, Heiligendamm, 8 June 2007, página 8 (ver aqui o documento original em pdf). As palavras em negrito e sublinhadas são as palavras e frases que se omitiram ou que se trocou o significado por parte da Semana e El Tiempo:


http://www.g-8.de/Webs/G8/EN/G8Summit/SummitDocuments/summit-documents.html


Colombia: We have discussed the recent developments that have occurred in Colombia in the last few days. We acknowledged and welcomed the bold and courageous decision by President Uribe of Colombia to release a significant number of prisoners, including Mr. Rodrigo Granda, as a positive humanitarian step.


Against this background, we call on the FARC to consider urgent steps that would contribute to a humanitarian solution leading to the liberation of hostages detained by the FARC, as well as guerilla fighters that have not yet been released. We urge all those concerned to continue to make the best use of French, Spanish and Swiss facilitation in this regard. We expressed our hope that such a humanitarian solution might pave the way to the resumption of a peace process to the benefit of the entire Colombian people.


O que mais chama a atenção é que as versões que estes meios de desinformação publicam é exatamente igual (Ver o artigo de Semana aqui) e a maneira deliberada como omitem em um texto tão curto palavras e frases chave. Valeria a pena perguntarmos por que omitiram a tradução da palavra "bold", cujo significado em português é: 'intrépido' e sua segunda opção segundo o dicionário se refere a uma pessoa "que faz algo ou fala sem reflexão." Será que faz inequívoca referência a Uribe?


http://www.semana.com/wf_InfoArticulo.aspx?IdArt=104240


E quanto à palavra "consider" que significa 'considerar' aqui traduzem convenientemente por "aceitar". Mas o mais grave e o cúmulo do descaramento é a seguinte frase pelos profundos conteúdos político que esta leva, vejamos o que planeja textualmente o documento do G-8 em inglês: "as well as guerrilla fighters that have not yet been released." Sua tradução exata é: "assim como também os COMBATENTES GUERRILHEIROS que ainda não foram libertados". Valeria a pena que Semana e El Tiempo explicassem o porquê da omissão.


Se agora lermos com atenção vamos entender por que deliberadamente a Revista Semana e El Tiempo coincidem em publicar uma falsa tradução, pois o que esperava o governo de Uribe, os meios de desinformação colombianos e a elite política era que em alguma parte deste documento fizesse referência ao terrorismo, e deram de cara, para a desgraça de Uribe, com um documento da Reunião do G-8 que não somente reconhece o Status político de organização beligerante das FARC como chama as partes para que a liberação dos reféns seja o resultado de um acordo humanitário de negociação entre as partes, e que fruto dele, do acordo humanitário, 'se converta em um caminho para o reinício do Processo de Paz, que possa beneficiar toda a sociedade colombiana.'


E seguindo o ditado que ultimamente se impõe na Colômbia a reflexão que se impõe é que "foram por lã e saíram tosquiados."


Concluindo se pode afirmar que novamente a bola está na quadra do Estado mafioso colombiano e nas mãos do "chefe dos chefes", e que agora cabe a ele decidir jogar por um acordo humanitário para a liberação dos reféns que seja o resultado de uma negociação em uma zona despejada entre Governo-FARC ou se vai optar por um rigoroso resgate pela via militar. Qualquer dos caminhos que se tome vão haver dois elementos de peso hoje: Um, que agora mesmo a comunidade internacional está olhando de binóculo os acontecimentos do conflito interno colombiano, e dois que com o reconhecimento de combatentes guerrilheiros que o G-8 concede às FARC, as coisas mudam enormemente tanto na arena política nacional como internacional


* Carlos Andrés Gómez: Analista de temas Latino-americanos.


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