"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 31 de março de 2008

Por Raúl Reyes.., por nossos mortos, nem um minuto de silêncio

É evidente que tudo tinha sido premeditado por Washington, e por seu cão de caça Uribe, para gerar a crise e culpar todo aquele que tome a palavra contra ele, em oposição ao belicismo do lacaio governo granadino.

Jesús Santrich e Rodrigo Granda/Especial para ANNCOL


Cada combatente fariano é resistência à injustiça, nunca ofensa sem razão à paz. Sua guerra é justa, emanada da reação à injustiça, à opressão, à alienação, à exploração, pela abertura do caminho da construção do socialismo.

Por isso, ainda que, neste caminho de ideais imperecíveis, matem seu corpo, seu exemplo de luta pela causa bolivariana é que é difícil de matar.

O imperialismo seguirá construindo suas infamias.

Mas até quando?

Nosso reino é neste mundo, desta forma, como Carpentier, podemos continuar nos perguntando: “O que é a história da América Latina se não uma crônica do maravilhoso no real?”. Mas nossa fábula, nossa fantasia, tem semelhança, antes de tudo, com a utopia bolivariana, com o sonho da comunhão…neste mundo.

Desta forma, tanto faz se nos chamam de ladrões, como a quem crucificaram em vez de Barrabás; que nos coloquem os INRI que lhes dê na telha; que nos tratem pior do que ao “sambo” Bolívar, com as mesmas canalhices e perfídias que as praticadas pelo santanderismo em seu afã por desmembrar a Pátria Grande e assassinar ao Libertador e seu projeto… Não importa, porque, como expressou o comandante Iván Márquez, “de que vale a vida sem causa e sem bandeira…?”

Ao final, a história nos absolverá, reivindicados serão nossos sonhos de Espartacos, de empobrecidos rebeldes tomando as Tulherías.

Não podemos aspirar a que nossos inimigos, que são os mesmos inimigos do povo, nos tratem melhor do que a Galán, o comunero, do que a Policarpa no cadafalso, que a Caupolicán em seu suplício, que a Tupac destroçado pelos quatro cavalos da morte, que à Eloy Alfaro crivado, desmembrado e queimado no parque El Ejido; do que a Guevara, sacrificado em la Higuera, do que a Sandino, atraiçoado, que a Farabundo Martí fuzilado. Do que a Fabricio Ojeda, Bishop, Julio Antonio Mella, Camilo Torres, Uribe Uribe, do que ao tribuno Gaitán ou do que ao padre Libertador, mesmo em sua agonia de homem órfão de pátria.

Todos seremos delinqüentes frente as oligarquías e o império…

Mas no final, a vitória será dos oprimidos e vilipendiados, porque sempre estaremos sobrevivendo entre as massas oprimidas, armados de sonhos e armando, com nossos sonhos, cada novo empreendimento de liberdade; reiniciando-o cada vez que for preciso, refazendo o caminho com a certeza que nos dá a história, em seu andar inelutável em direção ao estágio do comunismo; nos levantando contra o esquecimento, contra a estigmatização…, porque a história não chegou ao seu fim, porque a rebeldia popular não morre com bombas assim como não morre o sonho de Bolívar com a permanencia das oligarquias; inventando novas táticas para o assalto dos céus; reintentando sem descanso a emancipação, nos rearmando com a dignidade, refazendo a utopia. Existindo na luta…, sendo.

Nenhum inimigo digno teria tratado com tanto desprezo e morbidez seu opositor; nenhum com tanta sanha; nenhum com tanta deslealdade como o foi feito com o comandante Raúl Reyes.
Todavia, por inútil que seja a morte, por mais terriveis que sejam as circunstâncias, por maior que pareça o infortunio, quando a presa das matilhas abomináveis que propiciam-na tropeçam em combatentes que são interminaveis, com homens e mulheres que não podem ser vencidos com a morte porque, como Raúl, sobrevivem em sua organização, dando-lhe força moral na batalha.

Honra que nos faz o povo, ao nos permitir morrer por sua glória eterna.

Honra que nos faz dizer, como no hino da vanguarda: “por nossos mortos nenhum minuto de silêncio, toda uma vida sempre plena de combate, que frente a dor o nosso otimismo não arrefeça e seja um ainda mais claro novo anúncio da vitória…”

Se comprazem em sangue as abominaveis piaras apátridas, destroçando com raiva cada corpo de cada valente.

Mas nenhuma morte vai instaurar o silêncio entre os pobres da terra…, nem por um minuto, nem por um instante, guerrilheiro, miliciano, partizan... Nem um só minuto de silêncio por estes nossos herois que caem para crescer e fixar-se na memória, na consciência dos ideais.

Entretanto, os verdugos amorais que não diferenciam uma morte de outra, porque sua decomposição ética não lhes permite entender que até um ato de guerra deve ser um ato moral, seguirão apodrecendo em meio ao marasmo de seus crimes contra a pátria e contra a humanidade.

Então, qual o significado de Raúl ser abatido?

O que significam seus esforços sacrificados na busca do caminho da paz? Qual seriam, se não os símbolos do revolucionário genuíno? Daquele para quem a revolução, se é verdadeira, tem como destino tão somente o triunfo ou a morte.

Este é o Raúl abatido. É o combatente multiplicado em dignidade, que não teme à morte porque amava a vida e só pensava nela.

Já que, pela parte do regime, estamos, assim como Raúl, condenados a morte, já deixamos expresso que nosso último, assim como nosso primeiro e maior desejo, é o de morrer com as armas nas mãos…, por um futuro melhor para nossos povos.

Morto Raúl, então, a morte novamente terá fracassado.

O cenário foi aquele onde, mesmo antes de chegarmos a ele, já se tinha apascentado as feras, lançando-lhes um missil inteligente, descarregando-lhes tecnologia de ponta, o olho do satélite, num Plano que vai mais além da Colômbia, que é tramado na forma de uma conspiração contra o continente.

Um plano. Sim, um plano para retomar à América é o que continua em marcha. O plano da recolonização yanque.

Pelo que nele está traçado, aqui a morte não é simplemente a morte, pois há mortes vís e cruéis, assassinatos, crimes como os fabricados pelos abomináveis lacaios do império, que sempre vão para além de suas intenções aparentes.

Assim, nesta manobra que se constituiu numa operação de guerra suja, sem a dignidade que devem ter os verdadeiros atos de guerra, por terriveis que sejam, está inscrito o desenvolvimento do Plano colonialista contra Nossa América. Fica evidente a sua estratégia perversa, quando saca de sua cartola de mago da morte a novela sinistra do computador das mentiras, supostamente encontrado no devastado cenário onde foram dizimados Reyes, seus guerrilheiros e pessoas que visitavam o lugar.

Seria um fato risível se não pudéssemos divisar a perversidade envolvida.

A princípio, os agressores se desculparam com o Presidente Correa que ainda, porque não tinha noticia clara do acontecido, não levantava sua voz contra a violação territorial. Mas, tão logo, com integridade e decoro, sua palavra exteriorizou a indignação e a condenação à violação da soberania equatoriana pelas tropas fascistas de Uribe Vélez, do miraculoso computador sai a prova documental sobre a suposta aliança Equador-guerrilha.

Igual, ou pior, acontece quando o Presidente venezuelano Hugo Chávez, com decoro, questiona a agressão ao Equador e toma medidas preventivas com respeito ao belicismo do regime colombiano contra a Venezuela, então, do mágico computador, surge o assunto escabroso e inverossímil da aliança guerrilha-Venezuela para derrubar Uribe, e irrompem, de imediato, as ameaças e o discurso intimidatório dos Estados Unidos, pela boca do falcão George Bush.
É evidente que tudo estava premeditado por Washington, e seu cão de caça Uribe, para gerar a crise e culpar todo aquele que levante sua palavra contra ele, em oposição ao belicismo do lacaio governo granadino.

Assim como não é estranho que este pandemônio esteja desenhado, além do mais, para amedrontar com chantagens aos governos do mundo, para que optem por não contribuir na busca de soluções para o problema do conflito colombiano, a fim de não cairem envolvidos nos impropérios de cada campanha de difamação dos Estados Unidos e do governo colombiano, seu lacaio.

Mas, principalmente, se conclui que o que avança, em seu desdobramento, é um Plano de guerra de recolonização sobre o continente em favor das trasnacionais. Que não nos surprenda que iniciem a causa pela colaboração com o terrorismo contra Venezuela, Equador, Nicarágua e contra todo aquele que passe pela cabeça buscar uma saida pacífica para o conflito colombiano.
Como complemento, não menos pavoroso, estaríamos na situação nefasta na qual o famoso computador servirá agora como a justificação criada pelo uribismo para proceder contra toda a real oposição ou contra as organizações e pessoas que não queiram identificar-se às políticas do fascismo.

Já veremos que começarão a ser acusadas como terroristas as pessoas e as organizações populares da Colômbia maltratada, vilipendiada e dessangrada, que estejam fazendo oposição ao governo.

Não é necessario ser adivinho para chegar-se a este presságio. Todo aquele que seja considerado elemento incômodo para o regime será presa fácil do computador que surgiu como uma falaz licença para reprimir.

Porém, na geometria da luta pela paz está implícita a forma e a dialética das guerras. Dela, em circunstâncias de existência não poucas vezes adversas, como as nossas, é de onde haverão de brotar os frutos da melhoria de vida para os povos.

Seja lá de onde se olhe, a partir de qualquer ângulo ou de seu centro, de fora ou de dentro, é a luta de classes o significado de suas dimensões regulares ou irregulares, no infinito devir da história, onde sobem e descem as linhas da realidade em que estão as curvas da morte, como parte da existência que bem pode aparecer subitamente na estrada da confrontação, como agora nos tem assaltado no seio da mais alta direção de nossa organização.

Não é um fim em si o ato de morrer, senão o cumprimento de um momento de nossa existência no universo, que devemos procurar de maneira natural, nos preservando ao máximo de sua aparição prematura.

Obrigados estamos a tomar as medidas que nos garantam maior segurança em meio ao confronto; mas se a morte chegar a ocorrer, o que é uma possibilidade constante no dia a dia da guerra, deveremos assumi-la como uma nova possibilidade real de ser que, para lá do orgânico, se converte em latência permanente. Da simples queda se pode suscitar uma infinita labareda, e se é a paixão, a entrega com convicção, a que move o desejo, estaríamos frente a uma conjugação do heroísmo que dota a morte com as circunstâncias que configuram a grandeza.

E então, a morte, companheiros, há de se converter no marco da obstinada luta de resistência por nosso povo, numa magnífica vitória, enquanto seu fato é o exemplo do que haveria que fazer nesta estrada que seguimos em prol da libertação. É assim que a morte pode forjar a permanência dos homens, pelo estremecimento da sensibilidade de quem lhes contempla em sua causa. E é assim que, para além desta própria grandeza essencial, como os povos são iluminados pelo sol das circunstâncias em que um revolucionario entrega sua vida, que os dimensionará e elevar-se-á sua imagem até o zênite de sua valoração.

Mas, ao mesmo tempo, é contra essa graça que se transbordam os impropérios das oligarquías, sempre prontas a fazer a guerra contra os nossos, ainda que sabendo-os mortos; se arremetem contra seus méritos que podem ser copiados, contra seu exemplo que pode ser seguido…, e é precisamente por isto que tentam o esmagamento moral, já procurando, então, como destruir o espírito do valente, como acabar com seus sonhos, com seus ideais.

A morte assim, por conta da perfidia dos opressores, termina também, como no caso de Rául Reyes, convertida em consagração dos que cairam.

Que ironia!

Não se trata aqui, então, de analisar somente o importantíssimo fato da violação da soberania equatoriana e da soberania da Colômbia e Venezuela que indubitavelmente tem sido também manchadas por conta do expansionismo yanque, que violenta ao território gran-colombiano da Nossa América.

Se trata, além do mais e sobretudo, de enfrentar a determinação do império e das oligarquias em aniquilar a resistência popular, em suas mais diversas formas e necessidades de luta, mediante a estigmatização que provocam por meio do epíteto de terrorismo.

Estes inimigos funestos tratam de aniquilar o internacionalismo, a solidariedade e o direito dos povos a coordenar e juntar suas causas e seus propósitos, ao mesmo tempo em que se pretendem estabelecer como normais os ignominosos procedimentos do fundamentalismo imperialista, integrados na doutrina pronta da guerra anti-terrorista, a guerra total….

Temos aí, enfim, as políticas contra-insurgentes que, para o caso do contexto internacional latino-americano, não são outra coisa mais do que doutrinas contra a auto-determinação e a soberania dos povos em favor do colonialismo e da espoliação de nossas riquezas.

Pretende-se afiançar a conceituação política do império, justificando, contra as lutas dos povos, o direito à “agressão preventiva”, à “defesa antecipada”, à “legítima defesa”…, onde, de maneira insólita, o agressor se apresenta como agredido.

Afortunadamente, muitas vozes se tem levantado contra essa pretenção plena de mesquinhez e descaramento.

A cúpula do Rio e, em especial, a declaração de Santo Domingo assentaram bons precedentes, que de alguma maneira tentam por freio a estas justificativas que o imperialismo vem utilizando para ultrajar, invadir e saquear aos povos, como ocorre no Iraque, Afeganistão e no oriente médio em geral; ou como, especialmente, ocorre na Palestina, onde Israel atua com carta branca, mostrando o formato do que se quer fazer na América Latina, utilizando o regime fascista colombiano.

De tal sorte que deve satisfazer a todos a forma “cordial” como se concluiu o certame, sobretudo pela magnífica intervenção do Presidente Chávez e pela magnanimidade do Presidente Correa. Mas, em todo caso, ficaram feridas que não se curam com abraços, sobretudo se levam consigo a carga de hipocrisia que se evidencia em Uribe Vélez, em quem nunca se deve confiar, pois ele seguirá em sua escalada de guerra e isso deve ficar claro para o mundo.

O fascismo na Colômbia e contra o continente tem um gasto militar direto de ao menos 6.5 % de seu orçamento ordinário, descontando que todo o orçamento nacional colombiano está atravessado pelo propósito da guerra. Recebe também, dos Estados Unidos, a terceira maior ajuda militar do mundo, não somente para esmagar a resistência interna senão, como já foi dito, para se converter na ponta de lança do belicismo colonizador yanque, que a pouco foi fragrado intervindo na Venezuela bolivariana.

Ante tanta afronta e perversidade, não temos outra escolha legítima que a da resistência, a da solidariedade, a do internacionalismo e da luta em unidade com o povo.

Aqui, agora, e para sempre, não podemos deixar o assunto somente na condenação ao governo colombiano pela violação territorial contra o Equador, mas sobretudo, deverá se continuar a denúncia e a condenação dos povos contra o papel que o imperialismo tem colocado a jogar Uribe contra o conjunto do continente.

A Colômbia foi posta, pela oligarquia no poder, na triste situação de ser a ponta de lança da re-colonização. Há que denunciar e combater também, portanto, a intenção de Uribe em aniquilar toda opção de pacificação, porque é certo que, ao assassinar Raúl, feriram de morte a possibilidade de uma negociação de paz, a fim de manter a desculpa que permite uma maior presença militar yanque na região.

Não importa a Uribe tomar uma posição de ataque aos países vizinhos, nem lhe importará continuarr sendo a plataforma de agressão contra os países que lhe rodeiam. Não lhe importará, sobretudo, se a comunidade internacional continuar guardando o silêncio de conveniência diplomática frente ao genocidio que o regime colombiano comete contra seu povo.

Na América Latina, agora e desde muitas décadas, de maneira especialmente brutal e prolongada, chegou o turno de suportar as mais indignantes agressões, para nós como força revolucionaria e, sobretudo, para os setores mais humildes de nosso povo.

Temos sofrido o vilipêndio e a morte, que são conseqüencia do pertinaz terrorismo de Estado. Fomos levados a sobreviver e resistir ao exterminio da Unión Patriótica, soportar e reter todo o peso da guerra suja que tem semeado as fossas comuns com milhares de mortos em território do Estado. Temos nas costas a infausta circunstância do deslocamento forçado de milhões de compatriotas, o seqüestro e o desaparecimento de milhares de pessoas, a chantagem da extradição dos lutadores, utilizando as piores calunias que somente buscam nos humillar e por-nos de joelhos, tal como o tem pretendido, acusando e condenando combatentes bolivarianos heróicos e valentes, como Sonia e Simón Trinidad (um de nossos porta vozes de paz), aos quais, mediante sinistras mentiras, pretendem esmagar para cobrar às FARC por sua rebeldia contra as injustiças.

Para nós, segue sendo o turno, com o crivamento por bombas de outro gestor da paz, como o era Raúl Reyes, ao qual eliminam para fechar os caminhos da reconciliação…

Já o disse nosso secretariado: mataram Raúl Reyes e feriram de morte o processo de intercâmbio humanitário.

Mas tudo aponta para que, em tempo não muito distante, seja a vez de outros também receberem o peso das piores agressões.

Oxalá isso não ocorra jamais; mas se chegar a suceder, tomara que não se tenha que dizer que já é demasiado tarde para tomar precauções contra os planos colonialistas que estão avançando.

De toda a maneira, nós estaremos aqui, com nossas humildes experiências, solidários e prontos a entregar a vida por qualquer dos povos de Nossa América.

A ameaça mais evidênte é sem dúvida a que paira sobre a Venezuela, cujo território continuará sendo fustigado de diversas maneiras e com infinidades de justificativas: que se violam os direitos humanos, que é plataforma de envio de narcóticos, que é um país que apoia o terrorismo internacional…

Tratarão de minar sua revolução, inoculando a corrupção, a impunidade, o crime, introduzindo o para-militarismo, a especulação econômica, o desabastecimento alimentar e de outros produtos, tudo tendo ao fundo a guerra midiática de quarta geração, etc. etc.; até que, cedo ou tarde, venha a agressão direta, caso não tenha sido possível derrubar seu governo revolucionário, inclusive mediante ao magnicídio.

Assim são as coisas; mesmo porque esta agressão não depende de que se tenham ou não afinidades políticas com as FARC. Este é um plano que tem seu desdobramento com a aplicação mesma do Plano Colômbia e do Plano Patriota, com o propósito de destruir o, para eles, inconveniente sonho de unidade bolivariana: o projeto geral do Libertador. E só há duas maneiras de que não chegue a conclusão o vaticínio: ajoelhar-se e viver na humilhação do colonialismo, ou resistir e preferir morrer de pé do que manter-se na submissão.

A primeira é a opção pior do que a morte e a segunda é a possibilidade de viver com decência ou morrer como decorrência da resistência digna que não comunga com a covardia.

Sabemos que o Bravo Povo não é do tipo que desiste e que a espada do libertador sempre será empunhada com dignidade.

domingo, 30 de março de 2008

CUT condena acusações e difamações contra o sindicalismo na Colômbia


Alfonso Velásquez Rico, Diretor do Departamento Jurídico e Alberto Vanegas Z, Secretário de Assuntos do Transporte, do Comitê Executivo Nacional da Central Unitária dos Trabalhadores da Colômbia – CUT -, emitiram um comunicado nesta quinta-feira, 27 de março de 2008, onde expressam o rotundo e categórico rechaço da central trabalhista ao que qualificam de “campanha de acusações contra a CUT e o sindicalismo na Colômbia” por parte dos meios de comunicação como a cadeia de rádio RCN, de propriedade do oligarca monopolista Carlos Ardila Lulle, em cujas transmissões de notícias difamam a central sindical a propósito da detenção do senhor Benjamin Cárdenas Jaramillo, suposto guerrilheiro do ELN, em Soledad, Atlântico.

CUT/ANNCOL

Alfonso Velásquez Rico, Diretor do Departamento Jurídico e Alberto Vanegas Z, Secretário de Assuntos do Transporte, do Comitê Executivo Nacional da Central Unitária dos Trabalhadores da Colômbia – CUT -, emitiram um comunicado nesta quinta-feira, 27 de março de 2008, onde expressam o rotundo e categórico rechaço da central trabalhista ao que qualificam de “campanha de acusações contra a CUT e o sindicalismo na Colômbia” por parte dos meios de comunicação como a cadeia de rádio RCN, de propriedade do oligarca monopolista Carlos Ardila Lulle, em cujas transmissões de notícias difamam a central sindical a propósito da detenção do senhor Benjamin Cárdenas Jaramillo, suposto guerrilheiro do ELN, em Soledad, Atlântico.

De acordo com o boletim da Central Unitária dos Trabalhadores “assenta seu mais decidido rechaço à informação difamatória da noticiosa RCN e autoridades militares. No noticiário do meio dia de hoje, 27 de março de 2008, foi dada a notícia da detenção, em Soledad, Atlântico, do senhor Benjamin Cárdenas Jaramillo, suposto guerrilheiro do ELN.

Condenam que no momento de mostrar as imagens, apresentaram como material de guerra três celulares e um documento público legal, as conclusões do 5º Congresso da Central, fruto da decisão de 1.500 delegados dos sindicatos filiados, realizado em novembro de 2006. A CUT é uma organização democrática, pluralista e legalmente constituída, com Personalidade Jurídica emitida pelo Ministério do Trabalho e Seguridade Social há 22 anos.

Pelo exposto, exigimos ao governo e ao canal RCN, retificar esta informação e garantir nosso direito ao bom nome e o respeito às liberdades sindicais.

Chamamos – assinala a CUT – a solidariedade de todas as organizações sociais e políticas democráticas do país a rechaçar estas acusações contra a CUT e o movimento sindical. Fatos como este põe em risco o movimento sindical; este ano já foram assassinados 13 companheiros.

www,pacocol.org

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“Golpe de efeito”



Assim Maurice Delloye qualificou a proposta de Uribhitler. E conclui dizendo que são “tantas” as trapaças que Uribe Vélez já praticou contra a família de Ingrid Betancourt, que não lhe acreditam mais e sempre estão esperando que tire uma carta da manga.

ANNCOL


Assim, até lá, tem cegado a credibilidade do regime narco-paramilitar colombiano. E como mafioso típico, sua palavra não vale nada, melhor dito, vale o quanto pagarem. Nunca sua palavra é honrada.

E é debaixo da manga que estão as condições. Libera os guerrilheiros, mas – sempre há um ‘mas’ – não podem voltar a ‘delinqüir’. Que em claras palavras significa que Uribhitler e o regime se arrogam o direito de decidir pelos guerrilheiros liberados.

Não, não. Esta não é uma proposta séria. Seria sério ordenar a desmilitarização de Pradera e Flórida por 45 dias. Que grande plano poderiam organizar as FARC em 45 dias em uma região? Nenhum. E isso todos sabem. Então por que não ordenar a desmilitarização?

Por um orgulho tolo. E pela perversidade. Tem gente que se emociona ouvindo as palavras do regime narco-paramilita r, mas tem que ouvir com cuidado, porque sempre as propostas de Uribhitler e seus funcionários guerreiristas trazem uma trapaça.

Como na reunido com os franceses no Panamá com o comissário Dr. Ternura Restrepo, que serviu para o comando Sul dos USAmérica para localizar a região equatoriana onde estava Raúl Reyes e com seus satélites localizá-lo e lançar-lhe 10 bombas inteligentes e 30 bombas cluster para assassiná-lo, porque na verdade ali nunca houve combate.

Razão tem Maurice Delloye. Em Uribe Vélez não se pode acreditar nem em uma informação. Nem pela metade. Nada.

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sábado, 29 de março de 2008

A ressurreição é a vitória!



É domingo de páscoa e páscoa, para o mundo cristão, significa passagem, passagem da morte para a vida.
É o momento da ressurreição.
Jesus preso, torturado e morto nas mãos dos hebreus, volta à vida, para não morrer nunca mais. E isso já faz mais de dois mil anos.

Ana Sofía/ANNCOL

Jesus esta presente em cada um de nós, por isso nos chamamos irmãos.
E isso não é gratuito. Tem um significado enorme para o mundo civilizado.
Não se mata a um irmão, nem se o rouba, agride ou tortura, nem se desaparece com ele e, muito menos, se lhe bombardeia. Ao irmão se respeita, se ama, com o irmão, se fala, se dialoga.

Amarás a teu próximo como a ti mesmo é um princípio religioso que ajuda a construir uma moral e uma ética baseada no respeito ao outro.
Jesus deu a vida pelo amor a seus irmãos. Recomendou a justiça, o valor da paz, a compaixão e desmascarou a hipocrisia, a avareza, a corrupção e a injustiça.
E, por causa de tudo isto, foi perseguido, difamado, traído, preso, torturado e, finalmente, crucificado.

O Cristo que o mundo cristão venera hoje está vivo e presente em cada um dos homens que tem entregado suas vidas por amor a causas nobres e justas, durante todos estes anos de história.
Por isso hoje, dia da ressurreição, é momento de recordar o irmão morto.
O que entregou a vida, que é o mais estimado bem que cada pessoa tem na busca de um mundo melhor. A vida de um homem jovem, um homem justo; um homem livre.

A Jesus, o seguem matando a cada dia. O torturam sem piedade e o encarceram.
Querem a todo o custo apagar sua voz. Porque a voz da justiça e da paz lhes incomoda.

A Colômbia teve, e segue tendo, centenas de cristos que diariamente são torturados, perseguidos, desaparecidos e assassinados para que suas vozes se calem.
Não basta senão mencionar a uns quantos como Jorge Eliecer Gaitan, Bernardo Jaramillo, Jaime Pardo Leal, El padre Camilo Torres, Jaime Garzón entre centenas de camponeses, líderes agrários, comunais, estudantis e sindicalistas que tem morrido nas mãos de muitos governos assassinos que governaram e seguem governando a Colômbia.

Mas há homens que, como Jesus, nunca morrerão.

Raúl Reyes, Ivan Rios, Christian Peréz, o negro Acácio, Martin Caballero e todos os que têm caído pelo ódio assassino dos que não querem a paz vivem hoje e sempre. Porque a ressurreição é para os que amaram, como eles o fizeram.

É sua maior vitória sobre os que tem se encarregado de continuar fazendo o papel de fariseus da morte e Judas traidores que vendem o país ao melhor pagador.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Desinformam sobre a derrota dos EUA na OEA

As grandes agências internacionais e seus curiosos silêncios sobre a recente vitória diplomática do Equador. Quando querem, a notícia deixa de ser notícia.

Por Victor Ego Ducrot / Agência Prensa Mercosur


Um percorrido pelos portais eletrônicos de algumas das mais influentes agências internacionais de notícias, na primeira hora da manhã do passado 18 de março, lançou uma conclusão surpreendente: na contramão do que dizem seus próprios manuais de estilo, os fatos (“just the facts”) deixam de estar no centro da atividade informativa e são substituídos por meras interpretações.

“A OEA aprova resolução sobre Equador-Colômbia (terça-feira 18 de março de 2008 08:59).
WASHINGTON (Reuters) – Ministros do Exterior e embaixadores da OEA chegaram na madrugada da terça-feira a uma resolução que busca reparar as prejudicadas relações entre Colômbia e Equador, após as feridas que deixou uma crise regional desatada por um bombardeio a um acampamento das FARC em solo equatoriano.

Após longas e árduas negociações, os diplomatas reunidos na Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovaram finalmente um documento que foi recebido com reservas pelos Estados Unidos.

O documento enfatiza os pontos acordados pelos presidentes de Colômbia e Equador na reunião do Grupo do Rio na República Dominicana em princípios de março.

O texto busca “assegurar a paz e a segurança do continente”, “assegurar a solução pacífica das controvérsias que surjam entre os Estados membros”, e foi aclamado e aplaudido de pé pelos diplomatas.

Militares colombianos atacaram em inícios de março um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), onde morreu um dos líderes dessa guerrilha conhecido como Raúl Reyes, o que desatou uma profunda crise, à qual se somaram Venezuela e Nicarágua em apoio ao Equador.

Estados Unidos apoiou o texto, porém expressou reservas sobre um ponto que rechaça o bombardeio colombiano a um acampamento das FARC no Equador. Para Washington, Colômbia atuou em legítima defesa.

Os chanceleres de Equador e Colômbia aprovaram o documento de nove pontos, o que para países como Brasil e Venezuela reforça a autoridade dos países latino-americanos no marco do Grupo do Rio – no qual não participa Estados Unidos – para solucionar problemas.

O documento reafirma o respeito à soberania territorial dos Estados, registra as desculpas de Bogotá pelo bombardeio e reitera o “firme compromisso” dos 34 países da OEA de combater a ação de “grupos irregulares” na região, como buscava Bogotá.

“(A OEA) reitera o firme compromisso de todos os Estados membros de combater as ameaças de segurança provenientes da ação de grupos irregulares ou de organizações criminais, em particular aquelas vinculadas a atividades do narcotráfico”, disse o documento.

A resolução “Toma nota” dos trabalhos de uma missão da OEA em ambos os países, liderada pelo secretário-geral do organismo, José Miguel Insulza, a quem se pede que “exerça seus bons ofícios” para que a resolução se cumpra e para restabelecer a confiança entre Bogotá e Quito.
O texto pede, ademais, que Insulza apresente um informe sobre avanços no tema na próxima Assembléia Geral da OEA, na cidade colombiana de Medellín em junho.

Os diplomatas chegaram a um acordo depois de horas de estancamento pela pressão do chanceler brasileiro, Celso Amorim, que expressou que uma resolução de chanceleres não poderia desautorizar as declarações dos presidentes colombiano e equatoriano no marco do Grupo do Rio.

Na segunda-feira causou agitação nos corredores da OEA uma suposta foto do ministro de Segurança Interna e Externa de Equador, Gustavo Larrea, publicada pelo diário colombiano “El Tiempo”, junto ao falecido guerrilheiro Raúl Reyes. Quito esclareceu que não se tratava de Larrea, mas sim do secretário-geral do Partido Comunista argentino, Patrício Echegaray. O diário admitiu o erro.

Colômbia insistiu em que os computadores de Reyes, expropriados depois do bombardeio, mostram vínculos entre as FARC e o Governo equatoriano, e também entre a guerrilha e o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Ambas informações foram categoricamente rechaçadas pelos países mencionados”.

Deveríamos deter-nos na ordem narrativa deste cabograma da agência Reuters, e assinalar que a aplicação dessa ordem é uma das técnicas mais eficazes para marcar Intencionalidade Editorial (posicionamento político ideológico do meio ou do jornalista ante o fato noticiável).

Recém no terceiro parágrafo se faz menção a que a Organização dos Estados Americanos (OEA) se pronunciou em concordância com o documento do Grupo do Rio, subscrito a 7 de março, em Santo Domingo, pelos mandatários latino-americanos dos países que integram a OEA, sem fazer menção de seus conteúdos: apoio ao Equador na defesa de sua soberania frente a ataques da Colômbia, desculpas expressadas do presidente Álvaro Uribe e compromisso deste a não reiterar esses comportamentos condenados pelo direito internacional.

No quarto parágrafo se destacam fatos derivados (“assegurar a paz...”) sem mencionar ainda o centro da questão: que a OEA rechaçou a conduta da Colômbia e não subscreveu uma das doutrinas centrais da política externa estadunidense – a da guerra preventiva –, encoberta detrás do véu discursivo da “segurança dos povos”, tal qual o formulara Uribe sem êxito em Santo Domingo.

Outro dado curioso. Para Reuters a vergonhosa manobra do diário colombiano “El Tiempo”, tendente a desqualificar ao Equador através de uma fraude informativa – técnica comunicacional e de inteligência prevista e aplicada conforme a doutrina da guerra preventiva – só merece ser mencionada nos últimos parágrafos do despacho noticioso.

A atitude da agência AFP foi ainda mais chamativa. Para a abertura de sua página digital nesse mesmo dia, a reunião da OEA nem sequer existiu.

Reproduzamos, a seguir, o resumo informativo de primeiras horas do 18 de março.

“O Dalai Lama se demitirá se se degrada a situação no Tibete: O Dalai Lama renunciará a sua função como chefe espiritual dos tibetanos se a situação no Tibete se degrada, afirmou nesta terça-feira durante uma entrevista com jornalistas em Dharamsala (norte da Índia)”.

Wen Jiabao acusa ao Dalai Lama e seu “bando” dos motins no Tibete: a China tem “as provas” de que os motins de Lhassa da semana passada foram “fomentados e organizados pelo bando do Dalai Lama”, afirmou nesta terça-feira o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que, no entanto, deixou aberta a porta para o diálogo, sob a condição de que o líder espiritual tibetano renuncie à independência”.

“Morre em Kosovo um policial ucraniano da ONU ferido em enfrentamentos: Um policial ucraniano da força da ONU em Kosovo morreu por causa dos ferimentos sofridos na segunda-feira em enfrentamentos com manifestantes sérvios na localidade de Kosovska Mitrovica, anunciou nesta terça-feira a polícia kosovar”.

Idêntica atitude adotou a agência EFE: silêncio total.

“CHINA-TIBETE Pequim detém a suspeitos casa por casa e acusa ao Dalai Lama de instigar a revolta: Pequim, 18 mar (EFE) – A polícia chinesa percorre Lhasa casa por casa para deter a suspeitos de participar nos distúrbios e manifestações dos últimos dias, denunciaram dissidentes tibetanos, enquanto em Pequim o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, acusou ao Dalai Lama de haver instigado as revoltas”.

“Última hora. Puig não descarta um pacto estável com o PSOE se Zapatero muda de atitude a respeito da Catalunha: Barcelona, 18 m (EFE) – O secretário-geral adjunto de CDC, Felip Puig, assegurou hoje que não descarta um pacto estável mais adiante entre o PSOE e CiU se José Luis Rodríguez Zapatero muda radicalmente de atitude a respeito da Catalunha, e lamentou que CiU não defendesse “com paixão” suas propostas em campanha”.

“Numa entrevista em TV3 recolhida por Efe, Puig assegurou que CiU tinha “bem orientada” sua campanha, porém que “talvez não a interpretamos com suficiente paixão”.

“Manila, 18 mar (EFE) – Ao menos quinze pessoas, entre elas estudantes, resultaram feridas hoje por causa da explosão de uma granada na entrada do colégio La Consolación de Manila, segundo a investigação preliminar da Polícia.

Fontes do Hospital Mary Chiles indicaram que quinze pessoas ingressaram no centro, enquanto a rádio filipina informava de mais feridos atendidos no ambulatório da Universidade Santo Tomás e no Manila Doctors Hospital.

O envio de remessas superou os 8.100 bilhões de euros em 2007 e 19,5% mais que em 2006. Madri, 18 mar (EFE) – As remessas dos imigrantes desde Espanha para o estrangeiro de janeiro a dezembro de 2007 alcançaram os 8.135 bilhões de euros, 19% mais que os 6.807 bilhões enviados no mesmo período de 2006, segundo os dados publicados hoje pelo Banco de Espanha.

A cifra alcançada supera amplamente os 5.500 bilhões de euros que o Governo espanhol destinará este ano à dotação dos créditos do Fundo de Ajuda ao Desenvolvimento (FAD).

Ciudad Real-Hamburgo e Kiel-Barcelona, serão as semifinais da Liga de Campeões de handebol:

Redação esportes, 18 mar (EFE) – Os duelos hispano-alemães Ciudad Real-Hamburgo e Kiel-Barcelona serão as semifinais da Liga de Campeões de handebol, cujo sorteio teve lugar esta manhã em Viena.

Ademais, na Recopa o Valladolid ficou emparelhado com o Rhein-Neckar Lowen, também alemão, e na Copa EHF o CAI Aragón com outro conjunto germânico, o HSG Nordhorn.

Botticelli e Giordano abandonam Itália para viajar a Caixaforum: Madri, 18 mar (EFE) – O percorrido pela espiritualidade do Ocidente em torno à idéia de que o sacrifício de Jesus Cristo redime do pecado original guia “O pão dos anjos”, a exposição que hoje se inaugura em Caixaforum e que permite ver por primeira vez fora da Itália obras-mestras de Botticelli e Giordano.

Caixaforum logrou que a Galeria dos Uffizi, em Florença, permita a saída da Itália de 45 obras realizadas entre os séculos XV e o XVII, das quais sobressaem pinturas de Botticelli, Luca Signorelli, Parmigianino, Luca Giordano e Cristofano Allori, entre outros, peças que habitualmente nem sequer se encontram em exibição”.

Houve que se concentrar na Agência Bolivariana de Notícias (ABN) de Venezuela, por exemplo, para encontrar a informação tratada como o prescreve o próprio preceito estabelecido desde a mídia e a escolas de jornalismo: situar o dado noticioso, destacá-lo e, posteriormente, dar-lhe contexto.

“Vitória do Equador e derrota dos Estados Unidos na OEA. ABN 18/03/2008: Caracas, 18 Mar. ABN – A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou o rechaço à violação da soberania equatoriana perpetrada por militares colombianos, porém esta resolução não contou com o acordo dos Estados Unidos.

A representação estadunidense ficou isolada frente a toda a comunidade da OEA ao expressar seu desacordo porquanto o acordo rechaça a violação da soberania dos países da região. Estados Unidos disse que não estava incluído “o direito dos países à autodefesa”, avaliação que se corresponde com seu postulado de “guerra preventiva”, um conceito que antes havia utilizado o regime de Hitler”.

O acordo da OEA, logrado quase por consenso, foi possível sobre a base da declaração aprovada pela reunião cúpula do Grupo do Rio, realizada no passado 7 de março, na capital da República Dominicana, e vale destacar que nessa ocasião a construção do consenso foi mais rápida e simples, posto que os Estados Unidos não formam parte da organização.

A resolução acordada hoje pela OEA sublinha a necessidade de respeitar a soberania territorial consagrada de maneira irrestrita pela Carta do organismo continental, e a necessidade de resolver os conflitos de maneira pacífica, sem o uso ou ameaça do uso da força.

Os países do continente também receberam as “plenas desculpas da Colômbia” e seu compromisso de que fatos similares não se repetirão sob nenhuma circunstância.

O secretário-geral da OEA recebeu o mandato de exercer seus bons ofícios para observar o cumprimento da resolução e do restabelecimento da confiança entre os governos de Equador e Colômbia.

A chanceler equatoriana, María Isabel Salvador, destacou que esta é uma vitória da diplomacia de seu país e que recebeu o respaldo de todos os países membros da OEA”.

A sorte de exercício que propõe esta nota não só aponta a revelar a manipulação informativa das grandes corporações – guerra midiática ou jornalismo de “baixa intensidade” – senão que permite introduzir-nos em algumas considerações teóricas em torno à prática profissional, tanto na área de produção como de análise de conteúdos jornalísticos.

Para isso, abordaremos em forma muito sintética alguns dos conceitos centrais do modelo teórico desenvolvido desde a Faculdade de Jornalismo e Comunicação Social da Universidade Nacional de La Plata (UNLP), da Argentina.
Em rigor de verdade, todos os meios desenrolam sua própria Intencionalidade Editorial (parcialidade e carga valorativa e interpretativa sobre os fatos da agenda – a seleção desta e de fontes também forma parte dessa opção de parcialidade ou tomada de partido por -).

E não está mal que isso suceda – não poderia ser de outro modo porque, em última instância, não há atitudes humanas parciais – dentro do jogo da democracia comunicacional. No entanto, devemos apontar o seguinte. Democracia comunicacional significa exercício efetivo do direito dos cidadãos e cidadãs a informar e estar informados e o cenário regional e global atual demonstra que esse princípio não rege, desde o momento que a propriedade e a funcionalidade dos principais meios de comunicação registram o índice mais alto de concentração da história.

As corporações unificam meios, tecnologias e discurso em torno a um só objetivo estratégico: a consolidação de sentidos convalidantes do modelo sócio-político hegemônico.

Casos concretos do reflexo desse cenário de poder sobre construções simbólicas (coberturas jornalísticas, por exemplo) podem ser constatados na produção do Observatório de Meios de APM, consultável desde a capa de nossa página eletrônica.

Por último, e aos efeitos desta nota, o outro ponto que convém ser sublinhado é a mitificação informativa como recursos sistêmicos dos grandes meios hegemônicos.

Isso implica: a) nunca admitem sua parcialidade; b) a sua própria parcialidade a qualificam de “objetividade”.

A transformação falsária da parcialidade própria em “objetividade” obedece à necessidade de eficácia para produzir e reproduzir sentidos hegemônicos; isto é, para converter uma leitura ou interesse de classe ou grupo ou interesse de validade universal.

Se voltamos aos casos das agências citadas neste artigo, poderíamos concluir que a minimização dos fatos sucedidos na OEA – mais ainda sua negação – é um requerimento desse processo de conversão da própria parcialidade em “objetividade” com possibilidades de eficácia.

Se as grandes agências reconhecessem sua parcialidade – a histórica defesa dos sentidos hegemônicos no marco do sistema capitalista-imperialista –, então estariam descobrindo seu jogo, estariam admitindo que suas “objetividades” não são outra coisa que suas próprias parcialidades.

Essa é a lógica fechada do fenômeno que qualificamos “meios e mentiras inteiras”.

quinta-feira, 27 de março de 2008

O computador atômico de Raúl Reyes


Na Colômbia dizem que se o chefe do narco-paramilitarismo “don Varito” tem 84% de popularidade, isso significa que ainda assim sobram 16% que não se submeteram.

Anncol


E como a crise regional andina segue avançando e as contradições internas no país continuam marchando, a falsa-mídia do terrorismo de Estado, esse 84% que controlam os Santos, o general Padilla de León (o mesmo do massacre da Cienaga grande) e o general “coca” Naranjo a partir da central de inteligência da Polícia; continuam fabricando notícias de falsos positivos para tratar de ocultá-la e tapá-la: Como os gatos!

Agora, quando a história de pescador do terrorismo da insurgência colombiana, segundo os documentos das reuniões dos países latino-americanos e caribenhos na OEA e Santo Domingo, SÓ ACREDITAM os governos dos EUA e da Colômbia; arrumam outra história de fidção parecida com as do invencível agente imperialista 007 da guerra fria, “que tinha licença para matar”, de que a insurgência colombiana, tem “Urânio enriquecido” para fabricar uma bomba atômica e “aterrorizar com armas de destruição em massa” em todo o continente. Essa é a prova que faltava para provar que são terroristas. Tal como a mentira inventada pela CIA para justificar a agressão ao Iraque.

Mas qualquer cidadão latino-americano comum e corrente pode, com um par de perguntas, destruir toda essa mentira cabeluda: Por acaso não se sabe que há mais de 60 anos, uma das primeiras invenções da guerra fria e do agente 007, era um aparelhinho para rastrear as radiações que esses metais radioativos emitem, e que hoje em dia são rastreados desde a hora de sua extração nas minas até o seu destino final, por complicados satélites que só quem possui é o exército dos EUA?

Por acaso qualquer estudante de bachalerado não sabe que, para produzir urânio enriquecido, necessita-se um complicado sistema tecnológico e industrial, que só alguns poucos países do mundo o têm, no chamado clube atômico, o qual inclui EUA, Rússia, China, França, Israel, Paquistão, entre os mais importantes, e que as ameaças de guerra do governo dos EUA aos países do “eixo do mal” como Irã e Coréia do Norte, têm como justificativa de que estes países querem ter essa exclusiva e complicada tecnologia atômica chamada ‘armas de destruição em massa’?

Mas será que a necessidade de construir e propagar uma mentira para a propaganda do terror do Estado colombiano pode mais que a mais simples e elementar decência jornalística, como ficou mostrado com a publicação em massa da foto do ministro do interior do Equador, Larrea. Então, mais uma vez a partir do jornal El Tiempo se espalha a notícia, que imediatamente é reproduzida pela Caracol, RCN, Yamil Amat, etc, e já está: “A partir do indestrutível mega-super-hiper-computador da marca INRI de Raúl Reyes, as Farc pensavam em construir uma bomba atômica”. Portanto, podemos ir atrás dele onde quer que ele se encontre, em ‘um ato legítimo de guerra’ tal como acabou de grunhir a hiena J. M. Santos.


Pobrezinhos. A cegueira de sua ganância e avareza não lhes deixa entender por qual razão uma força irregular como a insurgência colombiana, diferente das outras forças insurgentes do mundo, não se desmoronou imediatamente como eles o anunciaram, depois de haverem assassinado dois importantes membros de sua direção coletiva, mas estão aí e seguirão aí vivinhas e lutando, produzindo feitos político-militares, enquanto subsistam as profundas causas econômicas, políticas e sociais de seu alçamento e resistência armada.


8 embaixadas ameaçadas por narco-paramilitares


Sérias ameaças contra as embaixadas da Suécia, Espanha, Canadá, Noruega, Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina por parte dos ‘Águias Negras’ foram denunciadas por funcionários dessas diante da Defensoria do Povo, segundo o semanário El Espectador.

ANNCOL

O governo do narco-paramilitar presidente Uribe Vélez disse que na Colômbia não há paramilitares, mas a realidade demonstra que sim. Governos anteriores tiveram a mesma atitude, negar a realidade, encubrí-la. Sem dúvida, os chamados ‘grupos emergentes’, que são nada mais que os mesmos narco-paramilitares, com diferentes ‘comandantes’, passeiam por todos os cantos do país cometendo seus crimes de Lesa Humanidade.

O narco-paramilitarismo é uma política de Estado, sustentada na Doutrina de Segurança Nacional (DNS) e suas sucessoras, e mobilizou-se e desenvolveu-se por todo o país da mão dos políticos (a chamada ‘classe política’), e dos militares, que permitem que eles pratiquem o Terrorismo de Estado com o qual têm massacrado o povo colombiano.

Apenas durante os governos de Andrés Pastrana e o 1º de Uribe Vélez foram assassinados mais de 40.000 colombianos vítimas de massacres, desaparecimentos forçados e execuções extra-judiciais. Mortos que são prova irrefutável do quanto as forças militares-narcoparamilitares ou os funcionários estatais acusam alguém, em seguida vai o atentado de morte.

Acusações que diariamente fazem os funcionários do estado. Desde o presidente Uribe Vélez acusando aos defensores de direitos humanos passando pelo vice-presidente Francisco Santos que ameaça todo mundo, desde sindicalista até ONG´s de direitos humanos, em clara amostra do que seria seu ‘comando’ do Bloco Capital dos narco-paramilitares; até o mafioso assessor de Uribe, José-Obdulio Gaviria, primo de Pablo Escobar Gaviria, o assassino chefe do Cartel de Medellín.

Nisso o estado está apoiado pela falsa-mídia de El Tiempo e os outros diferentes meios em poder da oligarquia. Nos meios vemos que reproduzem as mentiras dos comandos militares, como a dos 50 quilos de urânio enriquecido –já encontrado, pelo que dizia o computador de Raúl Reyes, em mostra de quão amadores são em questões de ‘inteligência militar’-, e uma notícia que compromete ao país pode desembocar em uma crise diplomática, não merece nada além da abordagem no semanário El Espectador.

Isso mostra o quanto o país está fora do rumo. Militares acusados de torturas seus soldados. Militares condenados por matar policiais em luta pelos favores dos chefes do narco-paramilitarismo. Militares chamados à julgamento por massacres como o de San José de Apartado. Militares chamados à julgamento pelos ‘falsos positivos’. Políticos chamados à julgamento por conta do escândalo da narco-para-política uribista, da qual a presidenta do senado deve saber muito. 65 parlamentares chamados à julgamento, 23 deles na prisão como um delinqüente qualquer (que mostra que são). Ex-parlamentares, governadores, prefeitos, conselheiros, etc, vinculados ao escândalo da narco-para-política uribista.

Mas nada disso é importante. Tampouco as ameaças às 8 embaixadas. O importante é o que dizem as balbucientes bocas, cheias de saliva, dos generais e de J. M. Santos, e todos os funcionários estatais. Que roubam dos pobres até a terra. Veja o caso Carimagua. O importante é a Guerra que fazem por conta do império estadunidense, pelo desprestigiado Mr. Bush.

E fazem as afirmações mais inverossímeis. Dizem que um presidente que está isolado internacionalmente –como Uribe Vélez-, cujo desempenho como presidente é um evidente fracasso –veja as verdadeiras estatísticas de pobreza, indigência, mortalidade infantil, doenças que não se controlam, consumo de água potável, etc, etc,-, tem uma alta porcentagem nas pesquisas que os institutos de pesquisa realizam, 82% dizem, pesquisas realizadas entre os uribistas, ou por via telefônica, em um país em que todo mundo mento porque não sabem quem está falando do outro lado.

As ameaças às 8 embaixadas em Bogotá são de tal gravidade que nunca as coisas na Colômbia chegaram a tal ponto. Porque ninguém havia se atrevido a tanto. As guerrilhas nunca, nunca ameaçaram nem atacaram um centro diplomático de um país estrangeiro. Sem respeitou os outros países. O narco-paramilitarismo se atreve, sem hesitar, à esse tipo de coisa, através dos ‘Águias Negras’, que talvez por alguma razãoi tomaram como logomarca o animal insígnia do império.

O país desmorona diante dos olhos de todo o mundo. Devemos remover esse aparato corrupto e putrefato e construir um novo Governo de Reconciliação e Reconstrução Nacional, que nos leve rumo à uma Nova Colômbia, em Paz, com Justiça Social, Liberdade, Independência e Soberania Nacional.

JMC

TLC estimulará o plantio de coca na Colômbia e venda de cocaína nos Estados Unidos

O Pólo Democrático Alternativo, através de seu presidente, Carlos Gavíria Díaz, enviou uma carta à presidenta da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, ao líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid e aos pré-candidatos à Presidência, Hillary Clinton e Barack Obama, na qual expressa seu desacordo com a aprovação do Tratado de Livre Comércio entre os Estados Unidos e a Colômbia. – A Colômbia, disse o Pólo, perderá com esse Tratado “qualquer possibilidade de desenvolvimento próspero” como se arruinará a agricultura colombiana. – Esta ruína da agricultura, agrega, “estimulará o plantio de coca na Colômbia e o narcotráfico nas ruas das cidades norte-americanas”.

ANNCOL

Bogotá D.C. Marzo 24 de 2008

Senhora NANCY PELOSI

Presidenta Cámara de Representantes

Senhor HARRY REID

Líder de la mayoría demócrata en el Senado

Senhora HILLARY CLINTON

Senhor BARAK OBAMA

Ref. É um acerto não aprovar o TLC.

O Pólo Democrático Alternativo, partido político colombiano, é partidário das relações econômicas, políticas e culturais de nossa nação com todos os países do mundo incluindo, claro, os Estados Unidos, porque elas contribuem com o bem-estar dos povos, na medida em que sejam desenhadas com o objetivo de conseguir benefícios recíprocos entre as partes.

O problema fundamental do Tratado de Livre Comércio (TLC) entre os Estados Unidos e a Colômbia é que fica reduzido à um acordo entre ganhadores e perdedores. Infortunadamente, os colombianos assumimos este último papel, pois perdemos qualquer possibilidade de desenvolvimento próspero. Igualmente, acertam os que dizem que com isso ganham apenas alguns poucos nos Estados Unidos, mas não o povo estadunidense. Por exemplo, a ruína da agricultura colombiana que o Tratado provocará vai estimular o plantio de coca na Colômbia e o narcotráfico nas ruas das cidades norte-americanas.

Sob um outro enfoque, os fatos demonstram que o governo do Presidente Álvaro Uribe Vélez não tem dado resposta satisfatória à violência que assola aos colombianos e, em especial, aos dirigentes sindicais e aos ativistas dos direitos humanos, como demonstram as alarmantes cifras do último mês, no qual foram assassinados quatro dirigentes sindicais. Assim acusam os recentes estudos do Departamento de Estado e as Nações Unidas. Inclusive, a Oficina do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia acaba de emitir um comunicado no qual expressa sua “profunda preocupação pelas ameaças de morte das quais foram vítimas líderes das organizações sociais e de direitos humanos que participaram ativamente na recente marcha do dia 6 de março” em memória das vítimas de todas as violências.

Contribui positivamente, então, o Partido Democrata à melhora das relações entre os povos ao não aprovar o TLC entre os Estados Unidos e a Colômbia.

Atentamente,

CARLOS GAVIRIA DÍAZ

Presidente Polo Democrático Alternativo

Bogotá, Colombia

March 24, 2008

Congresswoman NANCY PELOSI

Speaker of the House of Representatives Senator

HARRY REID Senate Majority Leader

Senator HILLARY CLINTON

Senator BARACK OBAMA

RE: Voting against the FTA is the right decision.

The /Polo Democrático Alternativo/ (Democratic Alternative Pole, a Colombian political party), supports our nation’s economic, political and cultural relations with all the countries of the world including, certainly, the United States, because these relations contribute to the well-being of the people, to the extent that they are designed to meet the goal of achieving reciprocal benefits among the two parties. The fundamental problem with the Free Trade Agreement (FTA) between the United States and Colombia is that it has been reduced to an agreement between winners and losers. Unfortunately, we Colombians are the losers, because we lose any possibility of achieving prosperous development. Likewise, many have also indicated correctly that this FTA benefits only a select minority in the United States, not the general population. For example, the destruction of Colombian agriculture caused by the FTA will stimulate the planting of coca in Colombia and more drug dealing in the streets of American cities. In addition, the record shows that the government of President Alvaro Uribe Velez has not responded adequately to the violence that plagues Colombians and particularly union leaders and human rights activists, as is demonstrated by the alarming figures from last month, in which four union leaders were murdered. Recent studies conducted by the State Department and the United Nations reflect this current situation. In fact the United Nations Office of the High Commissioner for Human Rights in Colombia has recently released a statement in which they express "deep concern over the death threats directed at leaders of social and human rights organizations who actively participated in the recent March 6 demonstration" in memory of the victims of all the violence in Colombia. Therefore, the Democratic Party can make a positive contribution to improving relations between the people of our two countries by voting against the FTA between the United States and Colombia.

Sincerely,

CARLOS GAVIRIA DÍAZ

President Polo Democrático Alternativo

quarta-feira, 26 de março de 2008

Colômbia, um estado narco-paramilitar, mafioso


Os uribistas se vangloriam porque na Colômbia, apesar de tudo –de tudo!- há pessoas que se atrevem a denunciar que o Estado colombiano se narco-paramilitarizou, ou seja, é um estado mafioso.

ANNCOL

Ontem os putrefatos uribistas realizaram, encabeçados pela presidente do Senado, Nancy Patricia Gutiérrez, um debate contra a senadora liberal, Piedad Córdoba. E deveria vê-los chorando porque a negra Piedad disse no exterior o mesmo que disse na Colômbia, e utilizavam isso para atacá-la como se fosse um crime de Lesa Pátria.

Gutiérrez não viu, por exemplo, os 64 parlamentares chamados a prestar depoimento por conta dos escândalos da narco-para-política uribista, 23 deles estão morando na Modelo agora, presos. Tampouco viu a quantidade de ex-parlamentares vinculados à esse escândalo.

Tampouco a senhora Gutiérrez viu os magistrados com relações com elementos da máfia. Caso do magistrado Escobar –filho de Escobar Sierra, coincidentemente-. Tampouco sabe dos juízes que ditam a sentença de acordo com a quantidade de notas de dólares que chegam aos seus bolsos.

Muito menos viu os militares que assassinam policiais, no caso Jamundí. Ou Guaitairilla. Ou de oficiais que prestam seus serviços aos chefes do narco-paramilitarismo. Ou de oficiais narco-traficantes, diretamente. Caso Oscar ‘cocaína’ Naranjo, que nunca soube que seu irmão traficava a droga na Alemanha. Ou do general Castro, que foi pego com 409 quilos no México.

Tampouco sabe que a Fiscalía é uma cova de narco-paramilitares. Luis Camilo Osorio e Iguarán são apenas dois casos estrelas, mas e os fiscais médios? Muitíssimo menos viu Jorge Aurelio Noguera Cotes, nem sabe o que o ‘bom moço’ fazia.

Muitíssimo menos viu o círculo próximo do narco-paramilitar presidente da Colômbia. Nunca ouviu falar de José-Obdulio e seu primo Pablo Escobar, primo também de César Gaviria. Tampouco que o ministro do interior, Holguín, tem estreitos vínculos com a Casa Estrela, dos narco-traficantes do Valle Del Cauca, os Grajales. Inclusive, nunca viu Mario Uribe. Nem sabe que Fachito Santos desejava fervorosamente controlar o Bloco Capital dos narco-paramilitares, para cometer quem sabe que atrocidades.

Porque a verdade é que Ela é surda, cega e muda. Como agora são até os cantores.

Mas são, em definitivo, membros da classe política os que têm narco-paramilitarizado o Estado. Porque o Estado sempre foi mafioso. Os Santos, os Lleras, os Gómez-Hurtados, os Escobar, os Pastrana, etc, etc, sempre usufruíram do estado utilizando sua estrutura mafiosa. Mas esses funcionários como a Gutiérrez, levaram o estado à sua narco-paramilitarização. Ou seja, converteram as estruturas do narco-paramilitarismo em parte do Estado colombiano. E para isso institucionalizaram o narco-paramilitarismo e em muitos casos eles mesmos se narco-paramilitarizaram.

E por conta da tal narco-paramilitarização, que segue cegamente os ditames imperiais, a Colômbia tem sido qualificada como uma nação pária na América do Sul. O Israel da América do Sul. Não é porque a negra Piedad o disse. Não. É porque os acontecimentos concretos, reais, repetidos em tempo e espaço, mostram que a Colômbia é um Estado mafioso, narco-paramilitarizado. E assim todo o mundo o vê, menos os uribistas.

Por isso, o melhor que pode acontecer à Colômbia é que a realidade fique conhecida para que se possa fazer as correções indispensáveis. E o corretivo é contruir um Novo Governo de Reconciliação Nacional, que erradique o narco-paramilitarismo, a corrupção, as pré-vendas, o roubo de nossos recursos naturais, e leve rumo à Nova Colômbia em Paz com justiça Social, liberdade, independência e Soberania Nacional.


ALP

Ladrou o cão do império: J. M. Santos


Enquanto o narco-paramilitar presidente Uribhitler orava às três virgens para que o ajudasse a sair do atoleiro no qual se meteu, o que significa que o buraco era de marca maior, pois uma só virgem não podia dar conta do fardo de 23 mortos, o cão do império, J. M. Santos, segue latindo aos povos sulamericanos.

ANNCOL


Agora ladra com as mesmas histórias de Mr. Bush, e sua corte. Que atacará todo aquele que tenha o menor vínculo com os ‘grupos terroristas’, e claro, aí estão incluídas as FARC. Ladra incitando ‘ações preventivas’ e em ‘defesa própria’, como se bombardear com 10 bombas inteligentes e quem sabe quantas de estilhaçamento, que se parecem minas, fosse uma ação de ‘legítima defesa’.

Isso é o mais puto Terrorismo. Terrorismo encuberto em mentiras lançadas ao ar em forma de latidos e rosnadas. Não houve tal ‘ato legítimo’. Legítimo de que? ‘De defesa da democracia’? E quem disse à esse cidadão que a democracia se defende lançando 10 bombas inteligentes e 30 bombas estilhaçantes contra uma área de território de um país estrangeiro e ainda por cima irmão?

Quem disse à ele que a democracia se defende metendo tropas em um país vizinho para que executem os sobreviventes. Não. Não. Não invertamos as coisas. A democracia se defende utilizando os canais que permitem uma vida civilizada, não uma vida regida pela ‘lei da selva’ ou ‘do velho-oeste estadunidense’.

A democracia se defende respeitando ao outro, comunicando-se com ele, informando-lhe da possibilidade de realizar uma ação em seu país, solicitando permissão do país para fazê-la. E se o país não quer, claro, não se pode realizar. É o livre jogo democrático, o livre arbítrio de um país, que tem direito a tomar as decisões que mais convenha ao seu país.

Porque o estúpido ministro acredita que se defende a democracia matando um equatoriano em território equatoriano. Um equatoriano pode estar onde quiser em seu território, no território do seu país. E ali, em seu país,deve sentir-se a salvo de qualquer agressão. Além do mais, ninguém esperaria um ataque em seu país. E daí que estava em um acampamento? Mas esse acampamento estava em território de seu país e deviam ser as autoridades do seu país as encarregadas de zelar pela soberania do seu Equador. E haviam não só civis equatorianos, mas mexicanos, que realizavam uma visita de estudos, de estudo da realidade latino-americana.

Mas o cão ladra defendendo o indefensável. Isso não tem nenhuma defesa no mundo. Nenhuma. As invasões a outros países contam com o repúdio de todos os países do mundo. Ainda mais se a desculpa é uma mentira. Ainda mais se sustenta-se em princípios aberrantes do império. Ainda mais se é uma ação ilegal!

Além disso a Colômbia foi condenada pela OEA e a pelo Grupo do Rio na República Dominicana. Que não venha o ministro da guerra da Colômbia a remedar, em uma cópia fajuta, ao império que diz que ‘seguirá’ com suas ações contra o Direito das Nações, porque pode piorar ainda mais. Que Uribe Vélez tome nota disso e o mande plantar batatas. Porque a oligarquia colombiana na Colômbia está acostumadinha a violar sua própria constituição burguesa. Na Colômbia há leis para tudo, mas nenhuma é cumprida. Só a resistência armada das FARC lhes contém.

Porque se há algo que os ‘valentes’ Membros da oligarquia teme é, precisamente, a insurreição. Tanto é assim que nenhum, NENHUM, de seus filhos são enviados para combater a guerrilha.

São covardes. E hoje estão arrotando valentia por conta do apoio que lhes deu –e lhes dá- o império estadunidense. Mas os povos da América Latina demonstraram que não estão dispostos a permitir o esmagamento pela bota gringa. Tampouco o povo colombiano que enfrentou valorosamente o assassino Plano Colômbia, plano de agressão de toda a América do Sul.
Mas o cão continua latindo... ‘os cães ladram Sancho, sinal que estamos avançando’...

Toda pessoa que se relacione com FARC é objetivo militar, disse o general Padilla de León


Os povos do mundo estão advertidos. Tanto o ministro da guerra, perdão, defesa, da Colômbia, como o próprio comando militar, nas palavras de Freddy Padilla de León, o disseram de boca cheia. Assim, já sabemos a que nos devemos ater no estrangeiro.

ANNCOL


A notícia veio da rádio Caracol (na Colômbia a chamam de Paracol): “O comandante das Forças Militares, general Freddy Padilla de León, advertiu que toda pessoa que tenha relação com a guerrilha das FARC, se converte imediatamente em um objetivo militar das autoridades colombianas.

...Padilla afirmou que uma pessoa não pode ir a um acampamento guerrilheiro ou ter vínculos com pessoas à margem da lei e “sair tão tranqüila e com a consciência limpa”.

...Agregou que as autoridades estão dispostas a assumir as solucitações internacionais que sejam feitas diante das operações desenvolvidas contra as FARC.

...O oficial insistiu que são legítimas e constam no Direito Internacional todas as operações efetuadas pela Força Pública.”

Falou um dos cães à serviço do império. Falou o assassino do povo colombiano. Falou o promotor dos grupos narco-paramilitares. Falou o comandante de umas forças militares que matam policiais para proteger um chefe narco-paramilitar, como em Jamundí. Falou o torturador de soldados em treinamento. Falou o que lança bombas inteligentes e de estilhaçamento contra um país irmão. Falou o crápula.
Assim, no mundo, tanto na América como na Europa, estamos tremendo de medo. Ladram os cães. Falaram de morte... Que horror!

O que sente um jornalista ao ser declarado um objetivo militar?


Caso fosse verdade que a jornalista Marta Ruiz, da revista Semana, tivesse sido declarada como um objetivo militar por uma organização armada, seria sob as seguintes acusações:

Dick Emanuelsson*


1. É uma agente encuberta da inteligência militar colombiana.

2. É uma agente encoberta do imperialismo através da SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa.

3. É uma representante de um meio de comunicação da genuflexa e assassina oligarquia colombiana, que participou em diferentes eventos nacionais e internacionais como porta-voz dessa ideologia maldosa.

4. Porque trabalha para a Revista Semana e esta não é nada mais que um meio à serviço da guerra total do narcopresidente Álvaro Uribe Vélez.

Como se sentirá agora Marta Ruiz, depois de ler a declaração anterior? Sua boca seca? Sua frio? Pensará primeiro que “não pode ser” ou o “porquê logo eu?”. Pensará em sua família? Pensará em tirar sua família do país? Passará por sua cabeça o que deve fazer com a dívida hipotecária de sua casa, com seu carro, com os bens móveis que possui? Difícil situação, verdade?

Bom. Menos mal que isso não tenha acontecido com ela. Mas comigo aconteceu! E graças a uma infame publicação da Revista Semana onde me acusa de ser uma “ponte entre o Secretariado das FARC e a imprensa européia”. E é nessa revista que ela trabalha e é a encarregada dos temas da ordem pública. E como tal, era sobre esse tópico que trocamos apenas três mensagens.

Mas para o colega de Marta Ruiz, Camilo Jiménez, que escreveu de Berlim para a Revista Semana, e esta o publicou no dia 16 de fevereiro de 2008: “A frente européia das FARC”. Em uma coleção das mais ridículas mentiras, esse sujeito disse: “Por encargo das Farc, o trabalho será realizado por um documentarista chileno situado na Holanda que pede para ser chamado de Ivan van der Boer. O roteiro foi aprovado por ‘Raúl Reyes’. As pontes da guerrilha para a sua pós-produção na Europa, também nesse caso, permanecem os habituais: um correspondente sueco com o nome de Dick Emmanuelson (nem sequer escrevem correto), que segue trabalhando a Colômbia há mais de 20 anos e é co-fundador da Anncol, estabelece contatos com a imprensa européia e coordena a produção do documentário na Europa”.

Qualquer jornalista com ética e um mínimo de tempo na área, sabe que tão perigosa denúncia requer várias coisas: Sólidos elementos de julgamento –que certamente não os têm-, provas muito contundentes –que não apresentam- e uma fonte extremamente séria e crível. Além disso, uma confrontação com o acusado. Se isso não ocorre, se desqualifica sua publicação.

Ninguém da revista Semana me contactou. Li a horrível denúncia na edição digital e imediatamente escrevi uma carta aberta à redação de Semana, a qual nem sequer tiveram a educação de responder, pisoteando TODOS os princípios éticos e profissionais do jornalismo.

Se o trabalho da revista Semana era colocar-me com uma lápide ao colo, podem celebrar pois já conseguiram. Sou objetivo militar.

Assim como a foto de Reyes e Larrea que o El Tiempo publicou.

Os colega de Marta Ruiz e a revista Semana, os donos do El Tiempo, publicaram uma foto de Patricio Echegaray, presidente do Partido Comunista da Argentina, colocando-o como Gustavo Larrea, o Ministro de Segurança e Justiça do Equador. É a mesma irresponsabilidade com a qual a Semana me acusa. É o mesmo livreto da inteligência militar/policial do Estado, que entrega aos Idiotas úteis (IU) uma foto e lhes ordena: “Publiquem-a! Esse é o ministro babaca do Equador que temos que apertar um pouco porque nos nega o direito à ‘Guerra Preventiva’”.

Escreveu o colunista de EL TIEMPO, Óscar Collazos, sob o título “QUINTA COLUNA, Imprensa, infiltrações, credibilidade”, acerca da montagem do El Tiempo:

“Tal infiltração tinha o propósito de reafirmar a tese de que o país vizinho do sul vinha tolerando e monitorando a presença dessa guerrilha em seu território. Tão claro era o propósito, que foram distribuídas cópias da nota de EL TIEMPO nas reuniões que aconteciam e nas quais se buscava uma saída diplomática para o conflito entre os dois países”.

Dizem os diretores de El Tiempo que foram “enganados”. Pois não engolimos a mentira senhores Santos. Se tivessem recém saídos da faculdade de Comunicação Social, quem sabe pudéssemos engolí-la. Mas um diário com tantos anos de mentiras sistemáticas aos seus leitores, não. Não engolimos a mentira.

E Collazos ainda acrescenta:

“O episódio que esse jornal conduziu em seu editorial de terça-feira deveria ser gravado como exemplo das difíceis relações que os informadores mantém com as fontes oficiais. E não porque estas não sejam também fontes, mas porque essas informações SÃO POUCAS VEZES SUBMETIDAS À VERIFICAÇÃO (...) abundam os exemplos nos quais falsos positivos e mentiras de mais alto calibre colocaram em contradição a envergadura moral de organismos e altos funcionários do Governo”.

Onde está a evidência de Semana sobre a acusação que me fizeram?

Disse Marta Ruiz, em um dos três únicos correios que trocamos na semana passada: “A verdade Dick, sabia da carta e sei que a discutiram. Não sei se discutiram o assunto da veracidade, mas suponho que tenham discutido a idéia de perguntar ao autor da reportagem sobre o sustento de sua afirmação. Como você sabe, essa reportagem foi escrita por uma pessoa que vive na Europa e inclusive estava assinada por ele. Não fiquei sabendo da reportagem antes de ser publicada... em todo o caso, pessoalmente, sinto muito”.

Marta Ruiz, a única pessoa da revista Semana que me respondeu em meu direito de réplica, disse que aparentemente não esteve envolvida na reportagem. Não acredito. Porque em temas desse calibre, se reúnem todos os membros da redação do meio para discutir muito à fundo e confrontar os argumentos, as acusações, as denúncias e colocá-las numa balança para verificar a credibilidade deles. Isso acontece pelo menos nos meios europeus. Suponho que deveria acontecer o mesmo na Colômbia.

Outra coisa: Marta Ruiz foi enviada à América Central para representar a Revista Semana nos eventos organizados pela SIP (os donos dos meios no continente americano e ferozes inimigos de tudo que é esquerda, Cuba e Venezuela). Ela faz declarações públicas em nome da Revista Semana à imprensa estrangeira e é encarregada da redação dos temas de ordem pública, ou seja, da guerra na Colômbia. Depois do bombardeio ao acampamento do comandante Raúl Reyes, fez declarações ao jornal sueco Dagens Nyheter.

Mas porque Marta Ruiz falou sobre a reportagem “A Frente Européia das FARC” do correspondente da revista Semana na Europa?

1. Não sabe se os diretores discutiram a veracidade do colega na Europa.

2. Confirma que em Semana não é o coletivo da redação e os diretores que assumem a responsabilidade sobre a VERACIDADE das acusações e sim o autor; “A idéia de perguntar ao autor da reportagem sobre o sustento de sua afirmação”.

3. O correspondente vive na Europa e como foi afirmado por ele, sustenta e então a revista Semana lava as suas mãos e volta a responsabilidade da prova ao correspondente na Europa. Que barbaridade!

Senhores(as) da revista Semana: Vocês o publicaram, vocês devem responder pelas acusações!

Os “Falsos Positivos” midiáticos


No caso da foto, Larrea-Reyes, publicada pelo El Tiempo e a reportagem da “Frente Européia das Farc”, da revista Semana, onde me acusam de ser “ponte” entre as FARC e os meios europeus, é óbvio que para todos os jornalistas colombianos e estrangeiros que cobrem o país, que os canais existentes e abertos entre a inteligência militar e os meios de comunicação são uma realidade. O Estado terrorista de Uribe talvez tenha sido o mais eficaz com os meios para que esses se ponham à serviço da guerra na Colômbia. O Departamento E-5, da inteligência do exército, onde um dos melhores jornalistas colombianos presta seu serviço, está mais ativo do que nunca e é uma peça-chave na Guerra Psicológica contra o povo colombiano.

Os “Falsos Positivos” de atentados com bombas, também têm seu paralelo virtual e escrito na imprensa colombiana. El Tiempo e a revista Semana são claros exemplos disso. Ou seja, o estreito “contato” com os organismos de segurança como o DAS e o E-5, consiste em que eles lhes entregam documentos, fotos, vídeos, transcrições de chamadas telefônicas ou de correios eletrônicos “grampeados” aos jornalistas que deveriam verificar se os documentos são de alta credibilidade e se o que eles dizem é verdade; mas na realidade os jornalistas correm para publicar, sem a menor análise.

Por isso achei graça e pensei, quando vi a foto de Patricio Echegaray, que aqui temos um novo caso de como estes agentes conseguiram plantar uma nova “prova” na imprensa colombiana. Entrevistei o dirigente comunista argentino em 2001 e em 2005 em Buenos Aires, e sabia, porque foi publicado em vários meios argentinos, que o argentino havia se entrevistado com Raúl Reyes em 2005 [1].

Os jornalistas que jogam com a guerra

Já havia dito antes sobre o jornalismo colombiano, mas vale a pena repetí-lo para todos: Uma notícia falsa publicada pode destruir a vida de uma pessoa. Não estou falando nenhuma novidade, eu sei, mas faço questão de lembrar aos que se dizem jornalistas.

Onde está a “objetividade”? É possível exercer o jornalismo, investigando, questionando e apresentando resultados aos leitores, telespectadores ou ouvintes, quando o jornalista veste o uniforme do exército colombiano, jogando com a guerra, como tentam faze os jornalistas colombianos no campo de treinamentos do exército em Tolemaida? Como vai denunciar o coronel XX por massacres se esse lhe entregou o uniforme esse domingo e colocou-lhe o fuzil no ombro para que se sentisse como um “Soldado da Pátria”?

Esses cursos que as forças militares organizam anualmente aos jornalistas, é parte da guerra psicológica para armar e forjar meios de comunicação à serviço da guerra total. Os jornalistas ingênuos, em uniforme verde-oliva, já não são mais tão ingênuos e inocentes depois da “batalha”, porque já não podem romper com a corrente que o coronel colocou esse domingo em seus ombros de jornalistas.

Como um jornalista poderá questionar as “provas” que agora Bush, Uribe, os patrões da revista Semana e a família Santos, dizem possuir a partir dos três computadores blindados de Raúl Reyes, se fizeram a guerra em Tolemaida com seus colegas colombianos?

Com toda a segurança que encontrarão fotos, cartas e publicaçõs minhas nesses outros discos rígidos que como um “milagre” confirmam o que sai na reportagem infame da revista Semana.

Mas terão a certeza de que são provas plantadas? Se atreverão outra vez a publicar algo onde farão o papel de ridículos internacionais como os diretores de El Tiempo?

Jornalistas, senhora Marta Ruiz: Pensem, investiguem, questionem, confrontem e falem com os protagonistas envolvidos antes de tirar suas próprias conclusões apressadas e evitarão julgamentos éticos e legais futuros.



* Jornalista sueco que cobre a América Latina. Viveu muitos anos na Colômbia, de onde se viu obrigado a sair pela perseguição do pessoal militar.


O regime narco-paramilitar desaforado assassina cada vez mais gente

O regime narco-paramilitar aproveitou a Semana Santa para continuar com a sua macabra tarefa de assassinar os mais apreciados de nosso povo. Seus melhores filhos estão sendo assassinados. Sindicalistas, políticos de esquerda, promotores da marcha do 06 de março, mulheres, crianças.

ANNCOL


Segundo informa a BBC Mundo –para que não digam que é mentira-, uma carta enviada há 4 ou 5 dias, a qual está assinada por 150 dirigentes do Partido Trabalhista, entre as quais estão as do Prefeito de Londres, Ken Livingstone, acusa: “Colômbia tem um dos piores récords em matéria de direitos humanos no mundo”, e denuncia que nos últimos 15 anos foram assassinados lá 4.000 sindicalistas, “a maioria desses assassinatos são atribuídos às Forças Armadas e aos paramilitares que tem o patrocínio do Estado” e solicitam a Gordon Brown suspender “a ajuda econômica à Colômbia até que tal Estado aplique as repetidas recomendações do Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos”. Mariella Kohn, da organização não-governamental Justiça para Colômbia, que elaborou aquele documento e compilou os dados, “disse à BBC Mundo que sua ONG, assim como os assinantes, acreditam em uma solução política negociada do conflito, que já leva 40 anos”.

Por sua parte, a Confederação Sindical Internacional (CSI), com sede em Bruxelas, a qual representa 168 milhões de trabalhadores no mundo, disse em setembro de 2007: “Colômbia volta ao vergonhoso título de ser o país mais perigoso do mundo para a atividade sindical”. Informa a CSI “que no anos de 2006 –último desde que se tem notícia computada- 78 sindicalistas morreram assassinados nesse país”. E acrescentam que “a maioria desses assassinatos foram cometidos em plena impunidade”.

O regime de Uribhitler está desesperado. Seus instintos assassinos o levam a tratar de assassinar a todo aquele que ouse meter-se no meio de seus planos criminosos. Declaração de guerra aos indígenas colombianos. Assassinatos dos organizadores das marchas do dia 06 de março. Por conta do regime foram assassinados 9 durante a Semana Santa.

O mundo olha impávido a orgia de sangue do regime narco-paramilitar de Álvaro Uribe Vélez. 11.282 colombianos assassinados ‘fora de combate’, e 85% realizados pelos narco-paramilitares e 10% pelas forças militares estatais, nos primeiros quatro anos de seu ‘mandato’. Agressão à soberania do Equador ao atacar o acampamento de Raúl Reyes, com assassinatos e aniquilamento, abandono de feridos, de pessoas civis de nacionalidade equatorianas e mexicanas, executados em território de outro país. Para ele serve a desculpa esfarrapada de ‘legítima defesa’, o qual levou a todos os países da OEA a rechaçar tal argumento, com a exceção, claro, dos EUA.

O desespero do regime é total. Sua crise é uma crise nunca vista. É um governo profundamente corrompido. 65 congressistas investigados pela Corte e a Procuradoria, 23 deles na prisão, ilustra o fato. Crise na justiça, nos militares. A presidência e José-Obdulio comprometidos com um narco-traficante capturado esses dias. Crises em todos os níveis.

O regime está desmoronando. Pouco a pouco está virando água. Suas ações não podem tapar a torneira governamental e estatal.

Vociferantes funcionários estatais e golpe de estado

Os funcionários do corrompido regime narco-paramilitar colombiano estão cada dia mais desesperados. Por isso, como único argumento, esgrimem sua braveza, seus gritos histéricos, que estão apoiados pela falsamídia de El Tiempo e demais meios de alienação de massa nas mãos da tradicional oligarquia mafiosa.

ANNCOL


Ao que parece não foi suficiente o tapa na cara que os países lhe deram na Reunião do Rio na República Dominicana e na reunião de chanceleres em Washington. Na Rep. Dominicana foi no desesperado narco-para-presidente Uribe Vélez, que ia correndo de um lado para o outro; e em Washington, em pleno coração do império, os povos latino-americanos enfrentaram ao império e seu lacaio, e desbarataram uma manobra da falsa mídia com a foto de Larrea, que não era na verdade de Larrea, e sim de Echegaray, o comunista argentino, em uma vergonha que mostrou toda em toda a dimensão o El Tiempo e os meios em poder da oligarquia.

Porque em todo esse esquema que armaram, está excluindo claramente a verdade. No dia 1º de março –parece- que houve um golpe de estado, talvez transitório, mas houve. O ministro da defesa, ‘a Hiena’ J. M. Santos, dirigiu toda a operação de agressão ao país vizinho, Equador, violando sua soberania e massacrando mais de 20 pessoas, entre eles um cidadão equatoriano –assassinado em seu próprio país por uma força estrangeira invasora-, além de não prestar auxílio aos feridos e deixá-los abandonados à sua própria sorte, em clara violação dos direitos humanos, consagrados na ONU.

Nesse golpe militar –temporário-, ‘a Hiena’ J.M. Santos, controu com o total respaldo de funcionários do governo dos Estados Unidos, com que manteve estreito contato posteriormente. Resulta disso o fato dos funcionários colombianos recitarem –que nem papagaios-, a tese estadunidense de ‘guerra ao terrorismo’, ‘ataque preventivo’ e ‘desrespeito à soberania de outro país’. Teses que não são do acervo dos países latino-americanos, muito menos da Colômbia.

Por conta de uns funcionários incapazes colombianos, Colômbia recebeu o título nada honroso de ‘Israel da América do Sul’ e transita solitária o escabroso caminho de ser qualificada como ‘ponta de lança’ do império contra a revolução bolivariana na Venezuela, e contra os governos progressistas e revolucionários da região, Equador, Bolívia, Argentina, Brasil. Porque apesar do que digam El Tiempo e outros meios, a Colômbia hoje está isolada no concerto das nações. Na América e na Europa.

Como se fosse pouco, ‘A Hiena’ Santos se esforça em gritar ameaças de guerra contra os países fronteiriços da Colômbia, tratando de ganhar o apoio dos funcionários imperiais dos EUA em sua carreira pela presidência da república, e de mostrar-se como o mais submisso lacaio entre todos da espécie que existe na Colômbia, capaz de provocar uma guerra entre países irmãos. Tal pretensão a endereça com um lamentável editorial em El Tiempo que parecia saído de uma pluma venenosa, o qual li –estranhamente, porque eu aplico aquilo de que ‘não é necessário comer a barata para se saber o que sabe’ – no dia de hoje. Nessa tentativa, ‘a Hiena’ Santos, pretende tirar de cena seus fortes competidores, Uribe, Vargas Lleras, a Noemí e outros borra-botas por lá igual esses outros.

Mas o nosso povo, com golpe militar e tudo, sabe que a oligarquia deve ser derrotada totalmente para poder solucionar os claros problemas que padece. É uma oligarquia –seja tradicional ou mafiosa ou tradicional-mafiosa -, ávida de sangue, que recorre à violência como forma de manter-se no poder.
Por isso, no dia de hoje o povo trabalha por conseguir um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, que avance na construção da Nova Colômbia, em Paz com Justiça Social, liberdade, independência e SOBERANIA NACIONAL. Bandeiras todas que são o mais caro anseio popular e as quais só serão realizáveis que o povo tiver o poder em suas mãos.

terça-feira, 25 de março de 2008

A luta de um povo, o delito político

Guerra insurgente e Intercâmbio Humanitário

Juan Leonel y Luis Pedro Lizcano.
Março de 2008

A inexistência na Colômbia de um Estado democrático desde há mais de 60 anos, tem levado juristas, jornalistas, políticos, sacerdotes e gente do comum a conviver, aceitar e justificar a intolerância violenta do Estado convertida pela classe dominante em política de extermínio para não permitir que o contraditor político (a oposição de esquerda) lhe dispute de igual para igual o domínio do poder e sua permanência no governo, através dos mecanismos permitidos pela Constituição.

É como se essa prática oficial de perseguição violenta houvesse sido convertida em Lei. Porque não mereceram sequer uma investigação superficial, por exemplo, a violência que custou ao país mais de 300 mil mortos, entre os anos 1948 e 1953 tive sua origem no assassinato de Jorge Eliécer Gaitán, cometido pela CIA e a oligarquia, quando era o candidato presidencial com mais probabilidades de chegar à presidência. Nem a ditadura do General Gustavo Rojas Pinilla, de 1953 a 1957, que matou indefensos cidadãos e estudantes em Bogotá, assassinou ex-dirigentes guerrilheiros camponeses que tinham entregado suas armas porque acreditaram nas promessas oficiais de paz; arrasou populações no sul-oeste do país e ilegalizou o Partido Comunista,. O nascente Terrorismo de Estado ficou na maior impunidade. Assim iniciou-se a aplicação da Segurança Nacional na Colômbia, chamada hoje Segurança Democrática.

O bombardeio e assalto com 16 mil soldados, de que foram vítima em 1964 as regiões agrárias de Marquetália, Rio Chiquito, O Pato e Guayabero, sediadas no sul do país, durante o governo de Guillermo León Valencia, seguindo a diretriz do chamado Plano LASO, desenvolvido pelos EUA; o enxotamento violento de milhares de camponeses que perderam todos seus bens, não produziram o mais mínimo rechaço. Até o Senado foi convertido em tribuna pelos mais reacionários para acusar essas regiões de ter-se convertido em "Repúblicas Independientes" às que era preciso 'exterminar' para retomar a 'soberania'.

Por diversos meios os camponeses buscaram evitar a agressão. Meses antes, comissões de moradores dessas regiões visitaram várias entidades governamentais pedindo que em lugar de agredi-os com guerra, os ajudaram com recursos para a construição de estradas de chão, pontes, escolas, postos de saúde, créditos para melhorar as moradias e para fazer produzir a terra.Na intransigência e violência do Estado e do Estabelecimento achamos uma das razões que levaram ao levantamento armado desses camponeses perseguidos e desrespeitados, dando assim origem em 1964 às FARC (Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia).

Quantos mortos, quanto sangue injustamente derramada, quanto choro, sofrimento e dor; quanto dinheiro jogado fora por causa de uma guerra absolutamente desnecessária. Todo isso houvesse podido se evitar desde aquele tempo, se em lugar de aceitar o mandato de guerra dos ianques, se tivesse optado pela solução dos problemas e necessidades dos camponeses e dos mais pobres da nação, buscando com isso seu bem-estar e portanto a convivência pacífica e a paz.

O movimento insurgente das FARC nasceu com uma Plataforma Política contida no Programa Agrário dos Guerrilheiros. Naquele tempo, o 70% dos colombianos morava no campo. A luta pela terra era tema sensível para os camponeses e, portanto a bandeira mais destacada da guerrilha 'fariana'.

Muito pouco se tem analisado esse levantamento político e militar, que devemos entender como o direito inalienável do povo colombiano, de se levantar contra um Estado que deixou de cumprir o mandato constitucional de garantir a vida dos cidadãos, para se converter em verdugo de seu povo.

Naquele tempo, ainda, existia o delito político, conhecido como rebelião ou sedição. Se era capturado um guerrilheiro, se lhe condenava a cumprir de 5 a 8 anos de prisão. Por isso, nesse tempo, a guerrilha não fazia retenções militares nem políticas, já que seus militantes eram capturados e julgados por motivos políticos. Ao ficar em liberdade, uns regressavam para a guerrilha e outros se dedicavam a cuidar sua família e para isto trasladavam-se às regiões de colonização, para poder ter um pouco de segurança. Porém, nessa época o Estado eliminou muitos prisioneiros aplicando-lhes a lei de fuga ou execuções extrajudiciais.

A guerra política. O Intercâmbio Humanitário.

Na década dos anos noventa, se difundiu por todos os meios de comunicação, que a gerrilha tinha abandonado a luta política para se didicar ao narcotráfico. O Embixador dos EUA, Lewis Rambs, quem mais tarde acho-se comprometido com o narcotráfico em Costa Rica, junto ao Coronel North, no escândalo Irã-Contras, foi o criador do termo "narco-guerrilha". Agora o mote de moda para definir os insurgentes é "terrorista". Trata-se de deslegitimar a luta rebelde contra o sistema opressor e assassino, y em parte isso tem sido conseguido, contando para isto com o apoio dos grandes meios de "informação". O objetivo e fazer desaparecer o delito político e aplicar a lei anti-terroristas. Assim as coisas, qualquer combatente capturado é condenado a 40 anos, quase a prisão perpetua, se tem sorte, porque o mais provável é que seja assassinado. Ademais, pode ser extraditado para os EUA com pretexto de ser narcotraficante No colmo da vergonha, modificaram o código penal e aumentaram a condena para 60 aos. Por isso, o guerrilheiro Simon Trinidad (extraditado a EUA) recebeu uma condena de 60 anos, ficando como única alternativa para sua libertação, que as partes em conflito –Estado – Guerrilha – realizem o Intercâmbio Humanitário. Caso contrário morrerá lá.

Na Colômbia há mais 500 combatentes insurgentes nos cárceres condenados a longos anos de cadeia e encontram-se em condições infra-humanas. Com isto o Estado busca semear o terror nos guerrilheiros, seus familiares e em toda pessoa que demonstre simpatia e compreensão do conflito.

A classe dominante nunca tem tido interesse real, nem vontade política de buscar a pacificação do pais pela via do diálogo. Por trás dessa apátrida atitude está a infame ingerência do Império estadunidense. Hoje isto está mais claro que nunca.

E como a confrontação militar tem passado a níveis maiores de crescimento, facilitando assim a consolidação política e militar das forças insurgentes e o avanço na construção de uma estrutura de Novo Poder, então, chegou-se ao ponto de manter nas montanhas os prisioneiros políticos e de guerra. E não só isso. Tem-se demonstrado capacidade militar para não permitir que o governo os resgate usando a força.

Os prisioneiros de guerra e políticos, de parte e parte, são conseqüência do conflito, ou se querem, um efeito colateral. No fundo, o que existe na Colômbia é uma acirrada confrontação de classe. Para sua solução as FARC têm feito todo o possível pela troca de todos por todos. Só que não têm encontrado no outro contendor vontade política. O mundo sabe disso. Vejamos:

Em 1998 se propôs ao Senado a elaboração de uma Lei de Troca. A idéia das FARC dera fazer menos dura a guerra. Para isto, o soldado do exército que fosse vencido em combate, seria entregue a uma entidade acordada entre as partes, que poderia ser a Cruz Vermelha, a Igreja ou outra; e se um guerrilheiro fosse capturado pelo exército do governo seria entregue a essa mesma entidade acordada. Essa proposta foi descartada pelos governos de Ernesto Samper Pizano (1994 – 1998), de Andrés Pastrana (1998 – 2002) e Álvaro Uribe Vélez (2002 – 2010)

Foi proposta uma Lei de Troca por uma só vez, já que nesse momento as FARC tinham capturado em combates vários, 400 oficiais, soldados e policiais. Também foi negada pelos governos.

As FARC deram clara mostra de sua vontade política para a Troca de Prisioneiros, ao deixar em liberdade 350 soldados e policiais, sem nenhuma exigência nem condição, mas o governo de Pastrana rechaçou fazer a Troca com os demais prisioneiros que estavam em poder tanto do Estado quanto da Guerrilha.

Trocou-se o termo TROCA pelo de Intercambio Humanitário. Se propôs despejar os Municípios de San Vicente del Caguán y Cartagena del Chairá, no Estado do Caquetá, mas o presidente Uribe disse que não, porque era uma jogada mestre das FARC para diminuir a pressão exercida pelo Exército em cumprimento do Plano Colômbia. Então, se propôs o despejo dos Municípios de Florida e Pradera no Estado do Valle del Cauca, no sul-oeste da Colômbia, mas o presidente disse que não é possível porque é um problema de soberania.

A desmilitarização desses dois Municípios é absolutamente necessária, pois não se pode confiar em um governo que viola a soberania de paises vizinhos como Brasil, Venezuela e ultimamente Equador, onde massacrou o Comandante Raúl Reyes, sua pequena escolta e vários civis que se encontravam no acampamento fazendo pesquisas sobre a guerrilha e a paz da Colômbia.

É necessário o reconhecimento de Força Política e Beligerante às FARC, pois obtido esse status, todos os prisioneiros das FARC que estão nos cárceres ficariam em liberdade por pena cumprida e, imediatamente as FARC deixariam em liberdade os prisioneiros de guerra e políticos.

As FARC seguirão lutando pelo Intercâmbio Humanitário e a solução política do conflito social, econômico, político e armado que assola à Colômbia desde há mais de 60 anos. Daí os gestos unilaterais que a Comunidade Internacional tem recebido com alvoroço, ao ver que tem entregado ao Presidente Hugo Chávez e à Senadora Piedade Córdoba, vários prisioneiros, e, para surpresa de todos, a maioria deles, em excelente estado de saúde. Seguindo esta línea, a recente Cimeira do Grupo de Rio na República Republicana demonstrou que não fica outra saída distinta para obter a paz na Colômbia que a realização do Intercâmbio Humanitário e a reabertura dos Diálogos entre as forças enfrentadas, o Estado e a Insurgência. É o primeiro passo para volver a discutir as medidas sociais, políticas e econômicas que permitam obter uma Paz estável e duradoura. Sim dúvida a participação da Comunidade Internacional é determinante.

Medidos com a mesma régua: A China apresenta informe sobre Direitos Humanos nos Estados Unidos.



Fonte: Agência Xinhua, 13 de março de 2008

A China publicou hoje o Registro dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2007, em resposta aos Informes por Países sobre Práticas de Direitos Humanos em 2007, emitidos na terça-feira pelo Departamento de Estado norte-americano.

O documento, dado a conhecer pelo Escritório de Informação do Conselho de Estado, o gabinete chinês, informa sobre numerosos casos que demonstram a situação dos direitos humanos nos Estados Unidos e as graves violações destes direitos cometidas pelos EUA em outros países.

"Como em anos anteriores, o Departamento de Estado lançou acusações infundadas contra a situação dos direitos humanos em mais de 190 países e regiões, incluindo a China, mas furtou-se a se referir às violações dos direitos humanos em seu próprio país", assinala o documento.

A publicação do Registro dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2007 contribuirá para que os povos de todo o mundo possam ter um melhor entendimento da situação real dos direitos humanos nos Estados Unidos e levar este país a refletir sobre suas próprias questões, disse o documento.

O documento está dividido em sete partes: sobre o direito à vida, à propriedade e segurança pessoal; sobre as violações dos direitos humanos cometidas pelos órgãos judiciais e policiais; sobre os direitos civis e políticos; sobre os direitos econômicos, sociais e culturais; sobre a discriminação racial; sobre os direitos das mulheres e das crianças e, finalmente; sobre as violações dos direitos humanos em outros países.

O aumento da violência criminal nos Estados Unidos representa uma grave ameaça para a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seu povo, indica o documento.

O Escritório Federal de Investigação (FBI) dos Estados Unidos informou, em setembro de 2007, que durante 2006 se produziram 1,41 milhões de delitos violentos nos Estados Unidos, cifra que sofreu um aumento de 1,9% em relação ao ano anterior.

As estatísticas dadas a conhecer pelo FBI mostram que, em 2006, o número de assassinatos e homicídios involuntários nos Estados Unidos cresceu 1,8%, enquanto que o número de roubos teve um incremento de 7,2%.

Neste mesmo ano, os residentes norte-americanos maiores de 12 anos de idade experimentaram 25 milhões de delitos violentos e roubos.

Cerca de 30.000 pessoas falecem em decorrência de ferimentos causados por armas de fogo a cada ano nos Estados Unidos, segundo informou a agência Reuters em 19 de dezembro de 2007.

Os abusos de poder por parte dos departamentos judiciais e policiais tem dado lugar a graves violações das liberdades e direitos dos cidadãos dos Estados Unidos, disse o documento.

Segundo estatísticas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os casos nos quais as autoridades, encarregadas da aplicação da lei, violaram os direitos civis das vítimas aumentaram em cerca de 25% entre o ano fiscal de 2001 e o de 2007 se comparados aos sete anos anteriores,

"Entretanto, a maioria dos oficiais encarregados da aplicação da lei que foram acusados de brutalidade policial acabaram por não ser processados", destaca o documento. Por outro lado, a liberdade e os direitos dos cidadãos vêm sendo visivelmente marginalizados nos Estados Unidos.

O direito dos trabalhadores a sindicalizarem-se tem sido restringido nos Estados Unidos. O documento informa que o número de membros de sindicatos diminuiu 326.000 em 2006, com o que a porcentagem de empregados afiliados em sindicatos decresceu de 20% em 1983 para 12% na atualidade.

Os direitos econômicos, sociais e culturais dos cidadãos norte-americanos não tem sido protegidos de forma apropriada, acrescenta o documento.

A população pobre nos Estados Unidos cresce constantemente.
Segundo estatísticas dadas a conhecer pelo Escritório de Censos dos Estados Unidos em agosto de 2007, a taxa oficial de pobreza entre os norte-americanos em 2006 foi de 12,3%, o que faz supor que 36,5 milhões de pessoas, ou 7,7 milhões de famílias, viviam em condições de pobreza.

O número de pessoas famintas e sem teto tem crescido de maneira significativa nas cidades dos Estados Unidos.
O Departamento de Agricultura declarou, num informe apresentado em 14 de novembro de 2007, que 35,52 milhões de norte-americanos, incluídos 12,63 milhões de crianças, sofreram de fome em 2006, um incremento de 390.000 pessoas em relação ao ano de 2005.

"Recomendamos ao governo dos Estados Unidos que enfrente seus próprios problemas em matéria de direitos humanos e pare de aplicar as equivocadas e pouco inteligentes práticas de utilizar dois pesos e duas medidas a este respeito", finaliza o documento.

Este é o nono ano consecutivo que a China publica o registro dos direitos humanos nos Estados Unidos em resposta aos informes anuais do Departamento de Estado norte-americano.

A seguir, o texto integral do registro de direitos humanos nos EUA em 2007:

***

BEIJING, 13 mar (Xinhua) – Em seguida apresentamos o texto integral do Registro dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2007, publicado hoje nesta capital pelo Escritório de Informação do Conselho de Estado, o gabinete da China:

Registro dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2007. Pelo Escritório de Informação do Conselho de Estado da República Popular da China

Em 11 de março de 2008, o Departamento de Estado dos Estados Unidos publicou seus Informes por Países sobre Práticas de Direitos Humanos correspondentes ao ano de 2007.

Como em anos anteriores, o Departamento de Estado lançou acusações infundadas contra a situação dos direitos humanos em mais de 190 países e regiões, incluindo a China, mas furtou-se a se referir às violações dos direitos humanos em seu próprio país.

Para permitir que os povos de todo o mundo possam adquirir um melhor entendimento da situação real dos direitos humanos nos Estados Unidos e fazer com que este país reflita sobre suas próprias questões, publicamos o

Registro dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2007.

I. Sobre o direito à vida, à propriedade e segurança pessoal

O aumento da violência criminal nos Estados Unidos representa uma grave ameaça para a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seu povo.

O Escritório Federal de Investigação (FBI) de Estados Unidos informou, em setembro de 2007, que durante 2006 se produziram 1,41 milhões de delitos violentos nos Estados Unidos, cifra que sofreu um aumento de 1,9% em relação ao ano anterior.

As estatísticas dadas a conhecer pelo FBI mostram que, em 2006, o número de assassinatos e homicídios involuntários nos Estados Unidos cresceu 1,8%, enquanto que o número de roubos teve um incremento de 7,2%.[FBI: Release its 2006 Crime Statistics, FBI, http://www.fbi.gov/pressre1/pressre107/cius092407.htm ]

Neste mesmo ano os residentes norte-americanos maiores de 12 anos de idade experimentaram 25 milhões de delitos violentos e roubos, o que significa 24,6 delitos violentos para cada 1.000 pessoas neste grupo etário e 159,5 delitos contra a propriedade para cada 1.000 lares.
Um total de 26 de cada 1.000 rapazes do mesmo grupo etário foram objeto de crimes violentos, enquanto que foram registradas 23 vítimas para cada 1.000 mulheres.
As cifras dos afetados se situou em 33 para cada 1.000 cidadãos afro-americanos, bem mais alta do que os 23 para cada 1.000 habitantes de origem caucasiana [Criminal Victimization 2006, Departamento de Justiça dos Estados Unidos, http://www.ojp.usdoj.gov/bjs].
Nos Estados Unidos, se cometeu um crime violento a cada 22,2 segundos, um assassinato a cada 30,9 minutos, uma violação sexual a cada 5,7 minutos, um furto a cada 1,2 minutos, e um assalto com danos físicos a cada 36,6 segundos [FBI Release its 2006 Crime Statistics, FBI, http://www.fbi.gov/ pressre1/pressre107/cius092407.htm ].

Um estudo realizado pelo Fórum de Investigações sobre Execuções policiais em 163 cidades dos Estados Unidos mostra que em 65% delas registrou-se um incremento ou nenhuma mudança nos índices de homicídios durante o primeiro semestre de 2007. Ao mesmo tempo, 41,9% das cidades sofreram um aumento ou nenhuma mudança no número de assaltos qualificados, enquanto, quanto aos índices de roubos, esta porcentagem foi para 55,6% das cidades [Survey Shows Shift in Violence, USA Today, 12 de outubro de 2007].

Em Nova Orleans foram executados 209 assassinatos em 2007, número que significa um aumento de 30% se comparada ao do ano anterior [New Orleans Homicides up 30% Over' 06 Level, USA Today, 3 de janeiro de 2008]. Em Washington D.C. registraram-se 181 homicidios em 2007, com um incremento de 7% em comparação com o ano anterior [Killings in D.C. up After Long Dip, The Washington Post, 1 de janeiro de 2008]. Em Baltimore o número de homicídios em 2007 chegou aos 282 [City Marks First'08 Slaying, The Baltimore Sun, 2 de janeiro de 2008] , enquanto em Nova York foram cometidos 428 assassinatos nos primeiros 11 meses de 2007 [City Homicides Still Droping, to Under 500, The New York Times, 23 de novembro de 2007).

Entre janeiro e setembro, em Chicago, foram cometidos 119.553 delitos criminais, incluídos 341 assassinatos e 11.097 roubos [Departamento de Polícia de Chicago, http://www.egov.cityofchicago.org].

De janeiro a novembro, 737 pessoas foram assassinadas em Los Angeles, cifra que indica que duas pessoas morreram a cada dia por este motivo [World Daily, 4 de dezembro de 2007].

Em Detroit, o crescente número de crimes violentos obrigou muitos moradores a se mudarem para outros lugares. As estatísticas da Escritório de Censos mostraram que a população da cidade diminuiu em cerca de um milhão de habitantes desde 1950 [Study: Detroit Most Dangerous City, Associated Press, 18 de novembro de 2007].

Os Estados Unidos contam com o maior número de armas de propriedade privada do mundo. As freqüentes violências com armas de fogo tem provocado sérias ameaças para a vida dos cidadãos e a segurança de suas propriedades.

Estima-se que há 250 milhões de armas de fogo de propriedade privada neste país, o que significa que quase todos os cidadãos norte-americanos, inclusive os ex-criminosos com antecedentes por delitos graves e os menores de idade, possam se armar.

A agência Associated Press (AP) informou, em 29 de janeiro de 2007, que cerca de 410.000 moradores da Flórida tinham licença para carregar uma arma legalmente escondida. Entre eles contavam-se 1.400 pessoas que tinham sido declaradas culpadas ou estavam à espera de uma sentença final por causas relacionadas com crimes graves, em decorrência de lacunas jurídicas, erros judiciais e a falta de comunicação entre as autoridades.

Nos Estados Unidos, cerca de 30.000 pessoas morrem a cada ano em decorrência de ferimentos causadas por armas de fogo [Update 2-Senate Passes Gun Bill in Response to Rampage, Reuters, 19 de dezembro de 2007].

Em 5 de dezembro de 2007, o jornal USA Today informou que os assassinatos com armas de fogo aumentaram em cerca de 13% desde o ano de 2002. Estima-se que 25% de todos os crimes violentos foram cometidos por assaltantes que portavam armas de fogo. A presença destas armas estava envolvida em 9% dos incidentes [Criminal Victimization 2006, Departamento de Justiça dos Estados Unidos, http://www.ojp.usdoj.gov/bjs]. Segundo um informe do Departamento de Justiça do Estados Unidos em dezembro de 2007, dos estudantes com idades entre 12 e 18 anos, cerca de 1,5 milhões foram vítimas de delitos cometidos nas instalações educativas no ano de 2005.

No mesmo ano, 8% dos estudantes na faixa dos 9-12 anos afirmaram ter sido ameaçados ou feridos por portadores de armas durante os 12 meses anteriores. Entre 1 de julho de 2005 e 30 de junho de 2006, registraram-se 17 mortes violentas vinculadas à escola entre os jovens da faixa entre 5 e 18 anos de idade [Indicators of School Crime and Safety 2007, Departamento de Justiça dos Estados Unidos, http://www.ojp.usdoj. gov/bjs].

Em 16 de abril de 2007, na Universidade de Tecnologia de Virginia, se produziu um dos tiroteios mais sangrentos da história moderna dos Estados Unidos, com um total de 33 mortos e mais de 30 outras pessoas feridas [AFP, 17 de abril de 2007].

Em 12 de fevereiro de 2007, dois tiroteios distintos em Salt Lake City e Filadelfia deixaram um saldo de oito pessoas mortas e várias outras feridas [AP, 13 de febrero de 2007].

Em 9 de junho em Delevan, no Wisconsin, um homem assassinou quatro adultos e duas crianças com uma arma de caça [Chicago Tribune, 11 de junio de 2007].

No dia 31 de outubro, uma mulher grávida de 38 anos de idade foi atingida num tiroteio entre bandos criminosos quando regressava a sua casa com seus dois filhos depois de ter celebrado a noite de Halloween.

No incidente, recebeu um balaço na cabeça e morreu em conseqüência dos ferimentos [Chicago Tribune, 2 de novembro de 2007].

Em 5 de dezembro, um homem abriu fogo contra os clientes de um centro comercial em Omaha, no Nebraska, matando oito pessoas e ferindo a outras cinco, suicidando-se posteriormente [AP, 5 de dezembro de 2007].

Em 7 de dezembro se registraram três tiroteios em San José, até então considerada a cidade "mais segura" dos Estados Unidos. Quatro pessoas morreram por ferimentos à bala nesta cidade em menos de um mês [Ming Pao, 9 de dezembro de 2007].

No dia 9 do mesmo mês, dois tiroteios em igrejas deixaram um saldo de cinco pessoas mortas e outras cinco feridas, no estado do Colorado [Reuters, 9 de dezembro de 2007].

Nos dias 24 e 25 de dezembro, pelo menos nove pessoas foram assassinadas em diversos incidentes relacionados com o uso de armas de fogo na cidade de Nova York [http://www.chinesenewsnet.com, 26 de dezembro de 2007]. No dia seguinte, foram encontrados os corpos sem vida de seis pessoas com ferimentos de bala num edifício residencial na região leste de Seattle [http://www.chinesenewsnet.com, 27 de dezembro de 2007].

II. Sobre as violações dos direitos humanos cometidas pelos departamentos judiciais e policiais

Os abusos de poder por parte dos departamentos judiciais e policiais tem dado lugar a graves violações das liberdades e direitos dos cidadãos dos Estados Unidos,

Segundo estatísticas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os casos nos quais as autoridades encarregadas da aplicação da lei violaram os direitos civis das vítimas aumentaram em cerca de 25% entre o ano fiscal de 2001 e o de 2007, se comparados aos sete anos anteriores [Police Brutality Cases up 25%; Union Worried Over Dip in Hiring Standards, USA Today, 18 de dezembro de 2007].

A média nacional de queixas de cidadãos contra abusos perpetrados pelos departamentos policiais é de 9,5 por cada 100 funcionários de seus quadros [The New York Times, 14 de novembro de 2007]. Entretanto, a maioria dos oficiais encarregados da aplicação da lei que foram acusados de brutalidade policial acabaram por não ser processados.

Entre maio de 2001 e junho de 2006, um total de 2.451 agentes policiais de Chicago receberam entre 4 e 10 queixas cada um e 662 deles afrontaram-se com mais de 10 reclamações, mas somente 22 foram penalizados. Além do mais, alguns agentes chegaram a acumular mais de 50 demandas por abuso policial, mas nunca se lhes aplicou nenhuma medida disciplinar [The Chicago Police Department's Broken System, Universidade de Chicago, http://www.law.chicago.edu].

No dia 17 de agosto de 2006, uma moradora de Chicago de 52 anos de idade, chamada Dolores Robare, esteve a ponto de ser atropelada por um carro da polícia que passava a grande velocidade quando ela atravessava a rua. Os agentes obrigaram-na a parar e lhe exigiram que mostrasse seu documento de identidade. Quando lhes perguntou por que estavam demorando tanto para liberá-la, foi brutalmente golpeada pelos policiais [The Chicago Tribune, 1 de maio de 2007].

Em 15 de dezembro de 2006, quatro homens de negócio foram espancados num bar, sem nenhuma razão aparente, por seis agentes policiais fora do serviço [The Chicago Tribune, 9 de junho de 2007].

Em 3 de agosto, Geffrey Johnson, um cidadão afro-americano de 42 anos de idade, foi assassinado em sua casa pela polícia com o uso de um Taser (arma que dispara descargas elétricas). No dia 6 de agosto, um jovem negro de 18 anos, Aaron Harrison, foi atingidodo pelas costas por um policial que o perseguia e morreu em conseqüencia dos ferimentos [The Chicago Tribune, 9 de agosto de 2007].

No 1 de maio, quando imigrantes latino-americanos participavam numa campanha pela defesa dos direitos dos imigrantes ilegais no Parque MacArthur, centro de Los Angeles, vários agentes policiais esmurraram, num fragrante abuso de poder, tanto aos manifestantes como à jornalistas, após o que, dispararam balas de borracha contra eles [The Los Angeles Times, 9 de outubro de 2007].

Em 12 de novembro, cinco agentes da ordem realizaram 20 disparos, dos quais oito atingiram o corpo de um jovem com 18 anos, Khiel Coppin, em frente a sua casa, despois de confundirem um pente que tinha na mão com uma pistola [The China Press, Nova York, 19 de novembro de 2007].

De acordo com um informe publicado em outubro de 2007 pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, entre 2003 e 2005, somando 47 estados e o Distrito de Columbia, 2.002 pessoas faleceram quando estavam sendo aprisionadas. Entre elas, 1.095, ou seja 55%, foram mortas por disparos de policiais locais ou estaduais [Death in Custody Statistical Tables, Departamento de Justiça dos Estados Unidos, http://www.ojp.usdoj.gov/bjs].

Os Estados Unidos contam com o maior número de presos em todo o mundo e tem a taxa mais alta na proporção presos/população do planeta.

Em 5 de dezembro de 2007, uma reportagem da agência de notícias espanhola EFE citou estatísticas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos que mostravam que o número de prisioneiros nos cárceres do país aumentou em 500% no decorrer dos últimos 30 anos. No final de 2006, havia 2,26 milhões de internos nas prisões dos Estados Unidos, um incremento de 2,8% em relação ao ano anterior. Esta quantidade é a mais alta dos últimos seis anos.

A população dos Estados Unidos correspondia a 5% da população do planeta, mas sua população carcerária representava 25% do total mundial. Havia 751 reclusos para cada 100.000 cidadãos norte-americanos, muito acima das taxas de outros países ocidentais [EFE, 5 de dezembro de 2007].

Cerca de 96% dos presidiários estava cumprindo penas de mais de um ano, o que faz supor que quase um de cada 200 cidadãos norte-americanos estavam cumprindo este tipo de sentença [Prisoners In 2006, Departamento de Justiça dos Estados Unidos, http://www.ofp.usdoj. gob/bjs].

Desde os ataques de 11 de setembro, a taxa de re-encarceramento vem crescendo nos Estados Unidos.

Segundo as estatísticas, cerca de dois terços da população carcerária cometeriam um segundo delito num período de três anos após sua volta à liberdade. Dois em cada três prisioneiros voltariam a ser detidos depois de haver conseguido sua liberdade, sendo que 40% deles entraria novamente na prisão.

Os abusos nas prisões norte-americanas são também costumeiros.

De acordo com um informe publicado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em dezembro de 2007, um número estimado de 60.500 reclusos, ou cerca de 4,5% dos presos em penitenciárias estatais e federais, sofreram um ou mais ataques sexuais. Em torno de 2,9% informou ter sofrido incidentes nos quais estava envolvido o pessoal das instalações penitenciárias, enquanto 0,5% afirmou ter sido atacado sexualmente por outros presos E pelo pessoal penitenciário, e outros 0,8% ficaram feridos como resultado de agressões sexuais [Sexual Victimization in the State and Federal Prisons Reported by Inmates, Departamento de Justiça dos Estados Unidos, http://www.ojp.usdoj. gov/bjs].

O governo dos Estados Unidos reconheceu, num informe publicado em 16 de janeiro de 2007, que imigrantes ilegais sospeitos foram maltratados em cinco prisões, o que caracteriza uma violação do princípio de custodia humanitária [The Washington Post, 17 de janeiro de 2007].

O The Washington Post de 17 de dezembro de 2007, publicou que jovens encarcerados numa prisão juvenil de West Texas foram agredidos sexualmente ou espancados e foi-lhes negado o acesso a tratamento médico. Para aqueles que informaram sobre o crime, se lhes aplicou uma dura vingança. A situação não melhorou, nem mesmo meses depois de o escândalo ter sido revelado [Dad Dismissed Prison Reform, The Washington Times, 17 de dezembro de 2007].

Em janeiro de 2008, sete presos da penitenciária do estado da Georgia apresentaram um processo coletivo no qual acusavam aos guardas e outros funcionários do centro de ter cometido abusos e torturas contra eles entre outubro de 2005 e agosto de 2007, incluindo práticas tais como golpear-lhes com cassetetes e "socos inglêses" especiais com couro negro e bater suas cabeças contra a parede.

As informações dos meios de comunicação indicam que cerca de 40 prisioneiros das penitenciárias da Georgia tinham apresentado queixas para casos similares, nos quais os guardas supostamente atavam os presos desnudos a camas ou cadeiras de ferro, lhes negando o acesso a comida, água ou banho durante um período de até 48 horas provocando, assim, a morte dos presos [International Herald Tribune, 8 de janeiro de 2008].

Os guardas das prisões dos Estados Unidos usam regularmente pistolas Taser. De acordo com o informe de 2007 da Anistia Internacional, desde o ano de 2001, 230 cidadãos norte-americanos morreram em decorrência do uso deste tipo de arma. Em julho de 2006, uma prisão no condado de Garfield, Colorado, foi acusada de utilizar regularmente estas pistolas ou pulverizadores de pimenta contra os presos e de depois lhes amarrar a cadeiras em posturas estranhas durante várias horas.

Em agosto, um preso chamado Raul Gallegos-Reyes foi amarrado a uma cadeira pelos guardas da penitenciária do condado de Arapahoe, no Colorado, por gritar e bater na porta de sua cela. Morreu depois de ter sido atacado repetidamente pelos guardas com uma Taser.

Os prisioneiros norte-americanos morrem freqüentemente por infecção de HIV/AIDS ou por atenção médica inadequada.

Um informe dado a conhecer pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em setembro de 2007 assinalava que havia 22.480 pessoas encarceradas em prisões estaduais e federais que eram portadoras do HIV ou enfermos confirmados de AIDS no final de 2005, entre eles um total de 5.620 presos que se confirmou terem contraído a AIDS. Durante 2005, um número estimado de 176 reclusos estaduais e 27 federais morreram por causas relacionadas com a AIDS [HIV in Prisons 2005, Departamento de Justiça dos Estados Unidos, http://www.ojp.usdoj/bjs].

De acordo com uma informação do Los Angeles Times de 20 de setembro de 2007, durante o ano de 2006, registraram-se 426 casos de morte nas prisões da Califórnia, devido a um tratamento médico tardio . Dentre eles, 18 falecimentos foram considerados como "evitáveis" e outros 48 como "possivelmente evitáveis".

Em 14 de abril de 2007, Rodolfo Ramos, um prisioneiro diabético de 41 anos de idade, morreu depois de ter sido abandonado sozinho e coberto por suas próprias fezes durante uma semana. Os funcionários da prisão não lhe proporcionaram tratamento médico, apesar de conhecerem sua condição [AP, 27 de abril de 2007].

A justiça do sistema judicial dos Estados Unidos está cada vez mais sob suspeita. Vários estudos mostram que, desde a primeira libertação por prova de DNA, em 1989, houve 209 casos nos quais se poderia demonstrar a inocência de presos nos EUA por meio destas provas. A média de tempo que estes presos libertados ficaram sob pena na prisão é de 12 anos. A idade média no momento de sua condenação era de 26 anos, sendo que 15 destes presos libertados através de provas de DNA passaram um tempo pelo corredor da morte [Facts on Post-Conviction DNA Exonerations, Innocence Project, http://www.innocentproject.com].

A agência AP informou, em 3 de janeiro de 2008, que Charles Chatman, do Texas, foi inocentado por meio de prova de DNA, depois de ter passado 26 anos na prisão. Em 1981, tinha sido sentenciado a 99 anos de prisão depois de ser declarado culpado de haver cometido graves ataques sexuais. Foi o décimo quinto preso libertado por uma prova de DNA em Dalas desde 2001 [Texas Man Exonerated by DNA After 26 Years, AP, 3 de janeiro de 2008].

III. Sobre os direitos civis e políticos

A liberdade e os direitos dos cidadãos vêm sendo visivelmente marginalizados nos Estados Unidos.

A Câmara de Representantes e o Senado do Congresso dos Estados Unidos aprovaram a Lei para a Proteção dos Estados Unidos 2007, em 3 e 4 de agosto do mesmo ano, respectivamente.

Esta lei permite à administração norte-americana espionar as conversações de suspeitos de terrorismo nos Estados Unidos sem uma autorização da corte. Além do mais, permite aos serviços de inteligência manter sob vigilância eletrônica as comunicações digitais entre suspeitos de terrorismo fora dos EUA, se estas forem transmitidas através do país [The so-called Protect America Act, http://public.findlaw.com, 10 de agosto de 2007].

De acordo com uma reportagem publicada pelo The Washington Post em 10 de março do mesmo ano, entre 2003 e 2005 o FBI obteve de maneira indevida informações pessoais de mais de 52.000 pessoas, sem a supervisão da corte, mediante o uso das Cartas de Segurança Nacional,

A Verizon Communications, segunda maior companhia de telecomunicações dos Estados Unidos, revelou que o FBI lhe pediu para fornecer informações para identificar não só às pessoas que realizaram uma chamada, mas também a todas as pessoas as quais os clientes chamara.

Entre janeiro de 2005 e setembro de 2007, a Verizon forneceu informações às autoridades federais em 720 ocasiões "sob o argumento de ser uma emergência". Os arquivos incluem direções de protocolo de Internet e dados telefônicos.

Neste período, a Verizon entregou informações às autoridades federais protegidas com um memorando ou uma ordem da corte em 94.000 ocasiões. A informação foi utilizada principalmente numa classe de investigações criminais incluídas as anti-terroristas [The Washington Post, 16 de outubro de 2007]. Em agosto de 2007, Mike McConnell, diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos, revelou que, dentro de seu país, menos de 100 pessoas são supervisadas com a autorização da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira. No entanto, disse, milhares de pessoas são supervisionadas fora do país [AP, 23 de agosto de 2007].

O FBI destinará 1.bilhão de dólares para construir a maior base de dados informatizada sobre características físicas de pessoas do planeta, chamada Identificação de Próxima Geração, um projeto que daria ao governo norte-americano facilidades sem precedentes para identificação de indivíduos nos Estados Unidos e no estrangeiro.

O uso crescente da biometria para a identificação tem suscitado questões sobre a capacidade dos cidadãos norte-americanos em evitar exames profundos não desejados [FBI Prepares Vast Database of Biometrics, The Washington Post, 22 de dezembro de 2007].

As estatísticas mostram que a captura de informação e vigilância eletrônica ilegal do governo tem colocado em risco o sigilo pessoal da intimidade de milhões de pessoas.

Somente em 2006, foram encontradas 477 violações nas bases de dados do governo. Foi informado que mais de 162 milhões de arquivos tinham sido perdidos ou roubados em 2007, cifra que triplicou os 49,7 milhões de arquivos que foram declarados como extraviados em 2006 [Página web do USA Today, 10 de dezembro de 2007]. Em julho de 2007, o Departamento de Segurança Nacional atribuiu mais de quatro milhões de dólares para instalar 175 câmeras de vídeo nas ruas das cidades de Saint Paul, Madison (no estado de Wisconsin) e Pittsburgh. Também destinou centenas de milhões de dólares para instalar novos sistemas de vigilância em todo o país, aumentando, com eles, a percepção de uma "sociedade vigiada" [The Boston Globe, 12 de agosto de 2007].

O direito dos trabalhadores a sindicalizarem-se tem sido restringido nos Estados Unidos.

O documento informa que o número de membros de sindicatos diminuiu 326.000 em 2006, com o que a porcentagem de empregados afiliados em sindicatos decresceu de 20% em 1983 para 12% na atualidade.

A resistência dos patrões impediu que 53% dos trabalhadores não sindicalizados se incorporassem a um sindicato [Sharp Decline in Union Members in '06, The New York Times, 26 de janeiro de 2007]. De acordo com um informe do Human Rights Watch, quando as lojas Wal-Mart enfrentaram um processo de sindicalização, a companhia infringiu a lei com freqüência, escutando os trabalhadores às escondidas, usando câmeras de vigilância para observar as suas atividades e despedindo àqueles que estavam a favor dos sindicatos [Report Assails Wal-Mart Over Unions, The New York Times, 1 de maio de 2007].

Nos Estados Unidos, o dinheiro é o "leite materno" da política, entrementes as eleições são "jogos" dos endinheirados, destacando a hipocrisia da democracia norte-americana, a qual pode ser corroborada nas eleições presidenciais de 2008.

A "sustentação financeira" para participar nas eleições presidenciais dos Estados Unidos tem se tornado cada vez mais alta. Ao menos 10, dos 20 candidatos dos grandes partidos que estão buscando a presidência nas eleições gerais de 2008, são milionários, de acordo com uma reportagem da EFE publicada em 18 de maio de 2007. Por sua parte, a AFP informou, em 15 de janeiro de 2007, que as eleições presidenciais de 2008 seriam as mais custosas da história.

Os gastos da última campanha presidencial, em 2004, considerada o topo em sua época, foram de 693 milhões de dólares. Estima-se que os gastos totais deste ano se aproximarão do 1 bilhão de dólares, sendo que a revista Fortune elevou recentemente sua projeção dos gastos totais para 3 bilhões.

Um importante candidato presidencial do Partido Democrata reuniu um total de 115 milhões de dólares em 2007, enquanto outro candidato, também importante, do mesmo partido arrecadou 103 milhões. Por sua vez, um candidato republicano declarou que sua campanha contou com 12,7 milhões de dólares, enquanto outro aspirante à Casa Branca do mesmo partido, um abastado homem de negócios, informou que usou 17 milhões na sua.

O The New York Times informou em 26 de novembro de 2007 que, frente às desmesuradas diferenças em relação aos Democratas em arrecadação de fundos, os funcionários do Partido Republicano tem recrutado agressivamente candidatos endinheirados, que possam gastar grandes somas de seu próprio dinheiro para financiar suas campanhas para as eleições do Congresso. Alguns republicanos de boa posição econômica já investiram de 100.000 a um milhão de dólares cada um. No distrito eleitoral número 20 de Nova York, estimou-se que cada candidato gastaria pelo menos três milhões de dólares.

Esta "corrida do dinheiro" tem permeado vários tipos de eleições nos Estados Unidos.

De acordo com números de instituições pertinentes, nos anos de 2005 e 2006, os candidatos das cortes superiores estaduais reuniram mais de 34 milhões de dólares para suas campanhas, através de doações . Em uma campanha na Pensylvania para eleger a dois novos membros da Corte Suprema Estaduais, os candidatos aos juizados romperam recordes de arrecadação de fundos, conseguindo 6.8 milhões de dólares [USA Today, 5 de Novembro de 2007].

Depois de ganhar as eleições, alguns membros do Congresso procuraram garantir os interesses dos doadores de suas campanhas.

De acordo com uma nota publicada pelo The Washington Post em 10 de dezembro de 2007, o montante das dotações que o líder da Maioria da Câmara de Representantes patrocinou no orçamento de gastos do Congresso para 2008, tanto em emendas individuais, como com outros legisladores, alcançou os 96 milhões de dólares. Somente uma destas dotações chegou a 9.8 milhões de dólares. As ditas dotações de fundos incluem muitas que beneficiariam aos doadores de sua campanha.

Quando o orçamento de gastos de 471.000 milhões de dólares do Pentágono foi aprovado, em novembro de 2007, um deputado do estado da Pennsylvania disse, num telejornal, que ele o tinha ajudado a garantir oito milhões de dólares em financiamentos para sete companhias de seu distrito na área de Pittsburgh, incluídas as companhias que contribuíram para sua campanha.

Além disso, 20 novos membros do Congresso asseguraram dotações de verbas para grupos de interesses especiais. O financiamento flutua entre oito milhões e 18 milhões de dólares ["Earmarks" Analysis Shows Money Follows Power, USA Today, 12 de dezembro de 2007].

Para privilegiar seus interesses, algumas companhias têm pago viagens para algumas importantes personalidades políticas e outros funcionários do governo. Os arquivos mostram que legisladores aceitaram viagens gratuitas num valor que totaliza cerca de 1,9 milhões de dólares durante os primeiros oito meses de 2007, mais do que em todo o ano de 2006 [Limits Don't Slow Trip Perks for U.S. Lawmakers, USA Today, 24 de outubro de 2007].

Segundo outra nota publicada por este mesmo jornal em 23 de agosto de 2007, numa revisão de mais de 600 informes de viagens de funcionários do governo federal durante um período de 12 meses, se apurou que mais de 200 viagens foram financiadas por companhias ou grupos de negócios relacionados a elas.

O atual chefe da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo e seu predecessor realizaram, desde 2002, cerca de 30 viagens que foram pagas, na totalidade ou em parte, por associações de negócios ou fabricantes de produtos. Os gastos totalizaram 60.000 dólares.

A administração norte-americana manipula a imprensa.

Em 23 de outubro de 2007, a Agência Federal para a Gestão de Emergências dos Estados Unidos concedeu uma coletiva de imprensa acerca dos incêndios descontrolados na Califórnia. Um total de seis perguntas foram realizadas durante 15 minutos, ocasião em que os membros da agência posaram como se fossem repórteres, após o que, a notícia foi colocada no ar pelas estações de televisão norte-americanas.

Depois do The Washington Post revelar a farsa, a agência tratou de se defender por realizar uma representação teatral de uma sessão de informação [FEMA Official Apologizes for Staged Briefing With Fake Reporters, The Washington Post, 27 de outubro de 2007].

Quando a soldada rasa Jessica Lynch e o irmão de Pat Tillman, o ranger do exército que havia desaparecido, estavam testemunhando ante o Congresso, em 24 de abril, desacreditaram ao Pentágono, por ter convertido a desastrosa experiência dela e de Pat Tillman num conto de falso heroísmo, e criticaram severamente à administração norte-americana por mentir sobre o incidente [The Times, 25 de abril de 2007].

IV. Sobre os direitos econômicos, sociais e culturais

Os direitos econômicos, sociais e culturais dos cidadãos norte-americanos não têm sido protegidos de forma apropriada.

A população pobre nos Estados Unidos cresce constantemente.

Segundo estatísticas dadas a conhecer pelo Escritório de Censos dos Estados Unidos em agosto de 2007, a taxa oficial de pobreza entre os norte-americanos em 2006 foi de 12,3%, o que faz supor que 36,5 milhões de pessoas, ou 7,7 milhões de famílias viviam em condições de pobreza.
Em outras palavras, quase um em cada oito cidadãos norte-americanos vive na pobreza.

A taxa de pobreza no Mississippi vem crescendo até chegar aos atuais 21,1% [Poverty drops as nation's income hits 5-years high, USA Today, 29 de agosto de 2007]. Já entre as principais cidades norte-americanas, a taxa de pobreza nelas chegou a 16,1% , a 15,2% nos subúrbios e a 13,8% no sul do país. As cifras em Washingthon D.C alcançaram 19,8%, o que significa que cerca de uma quinta parte de seus cidadãos vive na pobreza [DC's "two economies" headed in different directions, report finds, DC fiscal Policy Institute, 24 de outubro de 2007).

A riqueza do grupo dos mais ricos nos Estados Unidos vem crescendo rapidamente no último ano, ampliando o fosso que separa os ricos dos pobres.

A renda do 1% mais rico da população ocupou 21,2 % da renda total nacional de Estados Unidos em 2005, quando em 2004 era de 19%. No entanto a renda dos 50% mais pobres dentre a população só ocuparam 12,8% da renda nacional, taxa que representou uma redução de 13,4% em relação à 2004 [Reuters, 12 de outubro de 2007].

A percentagem das famílias norte-americanas com posse sobre valor líquido de propriedade altíssimo, ou seja, aquelas com um valor líquido de 5 milhões de dólares ou mais, excluído o valor de suas residências, alcançou o número de 1,14 milhões em 2006, um aumento de 23% em relação aos 930.000 de 2005 [Richest Households Pass 1 Million Mark, CNNmoney.com, 17 de abril de 2007]. O número de multi-milionários cresceu das 13 que eram em 1985, paraa mais de 1.000 em 2006 [The Observer, 24 de julho de 2007].

Os executivos das grandes empresas dos Estados Unidos ganharam, em média, mais de 10 milhões de dólares anuais em 2006, 364 vezes mais do que os trabalhadores normais. O dinheiro ganho por estes executivos em um único día de trabalho equivale quase ao que é ganho pelos trabalhadores comuns num ano completo de trabalho [AFP, 4 de janeiro de 2008].

Durante os últimos cinco anos tem sido registrado um crescimento relativamente forte da economia de Estados Unidos, mas as fortunas de milhões de norte-americanos foram postas a perder.

O índice de gastos de salário dos norte-americanos em relação ao Produto Interno Bruto desceu ao nível mais baixo desde que esta estatística começou a ser registrada, em 1947. A média da renda das famílias com membros em idade laboral têm experimentado uma redução contínua nos últimos cinco anos e é 17% menor do que a cinco anos atrás [U.S. News & World Report, 1 de janeiro de 2007].

De acordo com uma pesquisa nacional sobre o estado de depressão, realizada nos Estados Unidos em setembro de 2007, o dinheiro e o trabalho foram os maiores fatores estressantes para quase três quartas partes dos pesquisados. De um total de 1.848 adultos, 51% encontravam-se preocupados com o custo das residências.

A casa foi fonte de pressão "muito significativa ou algo significativa" para 61% dos moradores do oeste e para 55% dos do leste. [USA Today, 24 de outubro de 2007].

Segundo o último informe do governo dos EUA, a taxa de suicídio entre os norte-americanos com idade entre 45 e 54 anos cresceu 20% entre 1999 e 2004, tornando-se a mais alta registrada nos últimos 25 anos [AP, 14 de dezembro de 2007].

O número de pessoas famintas e sem teto tem crescido de maneira significativa nas cidades dos Estados Unidos.

O Departamento de Agricultura declarou, num informe apresentado em 14 de novembro de 2007, que 35,52 milhões de norte-americanos, incluídos 12,63 milhões de crianças, sofreram de fome em 2006, um incremento de 390.000 pessoas em relação ao ano de 2005. Cerca de 11 milhões de pessoas viveram em condições de "segurança alimentar muito baixa" [Over 30 Million Americans Faced Hunger in 2006, Reuters, 15 de novembro de 2007]. Resultados da pesquisa sobre a fome e a falta de moradia de 2007, realizada pela Conferência de Prefeitos dos Estados Unidos, mostraram que em 16, das 23 cidades pesquisadas, registrou-se um aumento das solicitações de assistência alimentar de emergência. Das 15 cidades que proporcionaram dados, o aumento médio anual foi de 12%, sendo que Detroit experimentou um aumento de 35%.

Em 13 das cidades pesquisadas, 15 % das famílias com crianças não recebeu a assistência alimentar de emergência solicitada.

Em 20 das cidades pesquisadas, um total de 193.183 pessoas solicitaram albergues de emergência ou casas de transição. O número de residentes que solicitaram subsidio governamental de renda subiu 30% no condado de Baltimore em 2007 [More Seeking U.S. Rent Subsidy, The Baltimore Sun, 17 de dezembro de 2007). Se estima que nos Estados Unidos existam 750. 000 pessoas sem teto [Care Critical for Homeless, The Washington Post, 22 de outubro de 2007].

No condado de Los Ángeles há mais de 73.000 pessoas sem teto [Dying Without Dignity: Homeless Deaths in los Angeles County, Los Angeles Coalition to End Hunger and Homelessnes, 27 de dezembro de 2007].

Phoenix tem entre 7. 000 e 10.000 pessoas nesta situação, e outras 3.000 que não tem sido albergadas pelo governo [Rebelión, España, 2 de janeiro de 2008).

Em Nova Orleans o número de pessoas sem teto chegou a 12.000 [Katrina's Wrath Lingers for New Orleans Poor, USA Today, 13 de dezembro de 2007]. A California, por sua parte, tem uns 50.000 soldados aposentados vivendo nas ruas [Sing Tao Daily San Francisco Edition, 8 de Novembro de 2007].

As condições de saúde da população sem teto é preocupante. A investigação mostra que entre um terço e metade das pessoas que vivem nas ruas padecem de enfermidades crônicas e a expectativa de vida de uma pessoa sem teto flutua entre 42 e 52 anos [Care Critical for Homeless, The Washington Post, 22 de outubro de 2007].

Em muitas cidades norte-americanas, as pessoas sem teto ocupam uma alta proporção entre os delinqüentes sexuais.

Em Boston, cerca de dois terços dos 136 transgressores sexuais de alto risco não tem um domicílio permanente. Na cidade de Nova York, mais de 100 agressores sexuais estão registrados em pelo menos dois albergues para pessoas sem teto [Many Sex Offenders Are Often Homeless, USA Today, 19 de Novembro de 2007].

O número de pessoas que não contam com um seguro médico está aumentando nos Estados Unidos.

Uma reportagem da Reuters, publicada em 20 de setembro de 2007, citou dados do Escritório de Censos dos Estados Unidos indicando que 47 milhões de pessoas no país não desfrutavam do seguro médico. Uma organização norte-americana de famílias declarou que cerca de 90 milhões de pessoas com menos de 65 anos não possuía este tipo de seguro no período compreendido entre 2006 e 2007 ou em certo ponto deste período, cifra que significa cerca de 34,7% da população desta faixa etária [Reuters, 20 de setembro de 2007]. Mais de 10 milhões de jovens com idade entre 19 e 29 anos também não desfrutavam deste tipo de seguro [Reuters, 8 de agosto de 2007].

A taxa de pessoas não seguradas no Texas era de 23,8%; no Arizona, de 20,6%; na Florida, de 19,7% e na Georgia, de 19% [Ming Pao San Francisco Edition, 26 de Junho de 2007].

Em 2007, as parcelas do seguro médico elevaram-se em 7,7%, se comparadas com o ano anterior, fazendo que o montante de um típico plano familiar oferecido nos Estados Unidos pelos patrões tenha alcançado os 11. 480 dólares. A porcentagem de pessoas que contam com um seguro médico por conta de seu emprego caiu em 0,3 pontos percentuais, atingindo 59,7% [Census: Health Benefits Scarcer. USA Today, 28 de agosto de 2007]. Entretanto, o número de pessoas cujos rendimentos familiares estavam acima da linha de pobreza, mas que não podiam custear os serviços médicos aumentou de 4,2% da população total em 1998 para 5,8% em 2006 [Ming Tao San Francisco Edition, 26 de junho de 2007].

V. Sobre a discriminação racial

A discriminação racial é um problema social profundamente arraigado nos Estados Unidos.

A população negra e outras minorias étnicas se encontram no nível inferior da escala social norte-americana.

De acordo com as estatísticas publicadas pelo Escritório de Censos dos Estados Unidos em agosto de 2007, os rendimentos médios anuais das famílias negras ficaram nos 31.969 dólares em 2006, cifra que representava 61% da renda anual das famílias brancas. Por sua parte, os rendimentos médios anuais das famílias hispânicas alcançaram os 37.781 dólares no mesmo período, cifra que significava 72% dos alcançados pelas famílias brancas.

A proporção dos afro-americanos e hispânicos que vivem na pobreza e carecem de seguro médico é muito mais elevada do que a dos brancos.

Em 2006, a taxa de pobreza entre os cidadãos de cor era de 24,3%, três vezes a registrada entre a população branca, que era de 8,2%. No entanto, entre os hispânicos era de 20,6%, mais de duas vezes do que entre os brancos. No mesmo ano, a porcentagem dos negros que careciam de seguro médico cresceu dos 19% do ano anterior para 20, 5%. Entre a população hispânica, o número de pessoas que não dispunham desta cobertura médica chegou a 34,1%, totalizando 15, 3 milhões. Entre os brancos, a taxa se situou nos 10,8% [Income, Poverty, and Health Insurance Coverage in the United States: 2006, Escritório de Censos, http://www.census.gov].

Do mesmo modo, os índices de afetados pelo HIV/AIDS ou outras enfermidades são mais elevados entre os negros e os hispânicos do que entre a população branca.

De acordo com uma reportagem publicada pelo The Washington Post, 80,7% dos 3.269 casos identificados de HIV/AIDS entre 2001 e 2006 foram registrados entre a população negra [Study calls HIV in DC. A "Modern Epidemic", The Washington Post, 26 de novembro de 2007].

O risco de contrair o vírus HIV/AIDS entre os negros era sete vezes maior do que entre os brancos [Liga Urbana Nacional: The State of Black America 2007, http://www.nul.org].

Um informe publicado pelo Centro Conjunto de Estudos Políticos e Econômicos, que se dedica à investigação sobre minorias étnicas, indicava que o número de famílias brancas com uma posição social e econômica ascendente era duas vezes superior ao das famílias negras. Por outro lado, o número das famílias de cor com rendimentos descendentes perfazia o dobro do das famílias brancas na mesma situação [Washington Observer Weekly, 30 de novembro de 2006].

Nos Estados Unidos, as minorias étnicas tem sido objeto de discriminação quando se trata de conseguir um emprego e de seus postos de trabalho.

De acordo com as estatísticas dadas a conhecer pelo Departamento de Trabalho em novembro de 2007, a taxa de desemprego entre os hispânicos foi de 5,7%, enquanto a dos afro-americanos se situou nos 8,4%, cifra que duplica a registrada em 4,2% entre a população branca [The Employment Situation: novembro de 2007, publicado pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos em 7 de dezembro de 2007, http://www.bls.gov].

Uma pesquisa do Centro de Investigação Pew, realizada em 2007, mostra que 67% dos entrevistados negros consideravam que esta minoria enfrentava problemas de discriminação na hora de solicitar um emprego [As Black Middle Class Rises, Underclass Falls Still Further, The Baltimore Sun, 3 de dezembro de 2007). Segundo estatísticas dadas a conhecer pela Comissão para a Igualdade de Oportunidades no Emprego dos Estados Unidos, das 75.768 denuncias que recebeu no ano de 2006, um total de 27.328, ou 35,9%, estavam relacionadas com casos de discriminação racial [Charges Statistics FY 1997 Through FY 2006, http:/www.eeoc.gov/stats/ charges.html].

Em 2007, a empresa norte-americana de material esportivo Nike, conseguiu um acordo após enfrentar um processo coletivo no qual quatro ex-trabalhadores negros da loja Niketown de Chicago, em nome dos 400 empregados negros, acusaram o gerente da loja de utilizar insultos com conotações raciais para referir-se aos trabalhadores e clientes de cor, além de destinar aos empregados negros os trabalhos pior remunerados e realizar acusações infundadas sobre supostos furtos contra estes trabalhadores, assim como exigir ao pessoal de segurança da loja que vigiasse aos empregados e clientes negros [ABC News, 31 de julho de 2007].

Em março do mesmo ano, foi apresentada outra querela coletiva contra a Walgreen, a maior cadeia de farmácias dos Estados Unidos, na qual se sustenta que a companhia praticava discriminação racial generalizada contra milhares de trabalhadores negros. A empresa também foi acusada de realizar decisões sobre a designação de cargos de responsabilidade e das promoções com base em considerações raciais [CBS, http://cbs2chicago.com].

A discriminação racial também é grave no setor de educação dos Estados Unidos.

Segundo dados divulgados pela imprensa, as escolas públicas tendem a impor sanções disciplinares mais duras aos estudantes negros e a taxa de castigos entre os alunos de cor é muito mais alta que a registrada entre os estudantes brancos.

Em Nova Jersey, os estudantes afro-americanos tem 60 vezes mais probabilidade do que os brancos de serem expulsos por infrações disciplinares graves. Em Minnesota, o número de estudantes negros aos quais se impôs uma suspensão de estudos foi seis vezes superior ao dos brancos.

Em Iowa, os negros representavam só 5% do total de estudantes nas escolas públicas, mas eram 22% do total dos que receberam suspensões de estudos nestes centros docentes [Chicago Tribune, 25 de setembro de 2007].

Em 2 de agosto de 2006, um aluno negro da escola superior Jena, na Louisiana, perguntou a um dos responsáveis da escola se os negros poderiam se sentar sob a sombra de uma árvore que tinha sido reservada tradicionalmente aos brancos, ao que o responsável respondeu que sim. No entanto, no dia seguinte, três alunos brancos penduraram cordas - símbolo do linchamento racista no sul dos Estados Unidos - nos galhos da árvore [AP, Jena, Estado de Louisiana, 20 de setembro de 2007].

Segundo uma reportagem do New York Times de 23 de outubro de 2007, o diretor negro de uma escola superior do Brooklyn recebeu uma corda junto a uma carta repleta de expressões racistas como "o poder dos brancos para sempre". Também apareceu uma corda pendurada na porta da sala de um catedrático negro da Universidade de Columbia.

As universidades de Macalester, Trinity y Whitman também registraram incidentes nos quais os alunos participaram de festas vestindo trajes racistas. Numa delas, um estudante da universidade Macalester vestia uma camisa com uma máscara negra e uma corda atada no pescoço [AP, Saint Paul, Minnesota, 11 de fevereiro de 2007]. Além disso, foi encontrado no campus da Universidade de Columbia em 2007, o símbolo da suástica nazi contra os judeus norte-americanos, segundo uma reportagem do jornal local World Daily.

A discriminação racial no sistema judicial dos Estados Unidos é escandalosa.
De acordo com o informe anual de 2007 sobre a situação dos norte-americanos negros, publicado pela Liga Urbana Nacional, os afro-americanos - em especial os homens - tem mais probabilidade do que os brancos de serem declarados culpados e de receber condenações de maior duração. Do mesmo modo, os negros têm sete vezes mais possibilidade de serem encarcerados do que os brancos [Liga Urbana Nacional: The State of Black America 2007, http://www.nul.org].

Além disso, a probabilidade de que os negros sejam encarcerados por delitos relacionados com drogas é 10 vezes superior à dos brancos, apesar de que ambos os grupos utilizem e vendam estas sustâncias na mesma proporção [Study Finds Racial Divide Across U.S. in Drug Arrests, The Washington Post, 5 de dezembro de 2007]. As estatísticas do Escritório de Censos dos Estados Unidos mostram que, até fins de 2006, 815 de cada 100.000 negros estavam na prisão, enquanto a proporção para os hispânicos deu-se nos 283 e para os brancos nos 170.

Conforme os dados publicados em dezembro de 2007 pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, até o final do ano de 2006 existiam 560.000 pessoas de cor nas prisões estaduais e federais, número que representava 37,5% do total da população presa.

Os hispânicos e latino-americanos encarcerados somavam 308.000 presos, cifra que representava 20,5% do total.

A proporção dos homens negros encarcerados era de 3.042 para cada 100.000 cidadãos da mesma raça, seis vezes superior a proporção do total da população norte-americana (501 presos para cada 100.000 habitantes).

O índice dos homens hispânicos alcançou os 1.261 para cada 100.000 cidadãos da mesma raça.

Quase 8% dos homens negros de idade entre 30 e 34 anos receberam penas de prisão, frente ao 1,2% dos homens brancos do mesmo grupo etário [Prisoners in 2006, publicado pelo Departamento de Justiça do Estados Unidos em 5 de dezembro de 2007, http://www.ojp.usdoj.gov/bjs]. Nos Estados Unidos, a porcentagem de jovens condenados a prisão perpétua é muito diferenciado em função dos grupos étnicos. O índice dos jovens negros que tinham sido condenados a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional era dez vezes superior ao dos brancos. Esta proporção desigual subia até as 20 vezes na California [Los Angeles Times, 19 de novembro de 2007].

A prática judicial nos Estados Unidos se aplica uma dupla medida, uma para os cidadãos negros, outra para os brancos.

A agência AP informou que no caso dos "seis de Jena", seis jovens negros foram presos por golpear a um companheiro branco e cinco deles acusados por tentativa de assassinato, o que provocou um protesto de 2.000 alunos neste povoado que tinha uma população de só 3.000 habitantes [AP, Jena, Louisiana, 20 de setembro de 2007). Entretanto, duas professoras acusadas de terem mantido relações sexuais com seis alunos negros conseguiram liberdade sob fiança [AP, 28 de março de 2007].

Nos Estados Unidos, as minorias étnicas são as principais vítimas dos crimes violentos e do ódio, assim como dos assassinatos.

De acordo com um informe publicado pelo FBI em novembro de 2007, foram registrados um total de 7.722 delitos vinculados com preconceitos discriminatórios no país em 2006, um aumento de 8%. Entre eles, 51,8% esteve motivado por preconceitos raciais. Os crimes de ódio contra os muçulmanos se incrementaram em 22% e os incidentes similares cometidos contra a população hispânica cresceram 10% [FBI: Hate Crimes Escalate 8% in 2006, USA Today, 20 de novembro de 2007].

Na cidade de Nova York, os crimes vinculados com preconceitos discriminatórios aumentaram 20,9% em 2007 se comparado ao ano anterior. Dos 512 delitos por ódio ocorridos em Los Angeles em 2006, 68% teve sua origem em problemas raciais [The China Press, 8 de junho de 2007]. Segundo um estudo do Departamento de Justiça dado a conhecer em agosto de 2007, os negros representavam 13% da população dos Estados Unidos, mas foram vítimas de 15% dos crimes violentos que não resultaram em morte e de 49% de todos os homicídios cometidos no país en 2005 [Black Victims of Violent Crime, http://www.ojb.usdoj.gov/bjs].

VI. Sobre os direitos das mulheres e das crianças

As condições das mulheres e das crianças nos Estados Unidos são preocupantes.

As mulheres constituem-se em 51% da população norte-americana, mas só 86 delas fazem parte do 110º Congresso deste país.

As mulheres ocupam 16 dos 100 assentos do Senado, 16%, e 70 dos 435 da Câmara de Representantes, ou seja,16,1%. Até dezembro de 2007, somente 76 mulheres trabalhavam nos escritórios executivos estaduais, o que representa 24,1% do total.

A proporção de mulheres nos corpos legislativos estaduais é de 23,5%. Até setembro de 2007, dos 1.145 prefeitos das cidades norte-americanas com populações superiores aos 30.000 habitantes, somente 185, ou 16,2%, eram mulheres [Women Serving in the 110th Congress 2007-09, Center For American Women and Politics, http://www.cawp.rutgers.edu].

A discriminação contra as mulheres está presente no mercado de trabalho e nos locais de trabalho dos Estados Unidos.

A Comissão para a Igualdade de Oportunidades no Emprego disse ter recebido 23.247 denuncias de discriminação sexual em 2006, número que representaria 30,7% de todas as denuncias [Charge Statistics FY 1997 Through FY 2006, http://www.eeoc.gov/stats/charges.html].

Segundo informações dos meios de comunicação, cerca de 1,6 milhões de mulheres poderiam se unir no maior processo sobre discriminação de gênero na história dos Estados Unidos, no qual a gigantesca cadeia varejista Wal-Mart foi acusada de discriminação contra as mulheres em matéria de salários e promoções [Reuters, Los Angeles, 6 de fevereiro de 2007].

O rendimento médio das mulheres nos Estados Unidos é inferior ao dos homens. Estatísticas reveladas pelo Escritório de Censos dos Estados Unidos em agosto de 2007 mostram que, em 2006, as rendas médias das mulheres maiores de 15 anos de idade eram de 32.515 dólares , 77% dos 42.261 dólares amealhados em média pelos homens [Income, Poverty and Health Insurance Coverage in the United States: 2006, emitido pelo Escritório de Censos de Estados Unidos, http://www. census.gov).

A taxa de pobreza das mulheres é mais alta que a dos homens.

Estatísticas mostram que, ao término de 2006, mais de 5,58 milhões de mulheres solteiras maiores de 18 anos viviam na pobreza, 22,2% de todas as mulheres deste grupo. Cerca de 4,1 milhões, ou 28,3%, das famílias encabeçadas por mães (famílias sem esposo nem pai) viviam na pobreza em 2006, número muito superior à taxa nacional de pobreza familiar, que era de 9,8% [Income, Poverty and Health Insurance Coverage in the United States: 2006, Escritório de Censos dos Estados Unidos].

As mulheres de cor estão em maior risco de cair na pobreza e miséria.

Um informe publicado pelo Centro Norte-americano de Direitos de Reprodução mostra que a taxa de mortalidade materna deste país ocupa o 30º lugar no mundo. A mortalidade materna das mulheres de raça negra é quatro vezes maior do que a das de raça branca. A proporção de mulheres afro-americanas infectadas com o virus da AIDS e outras enfermidades venéreas é 23 vezes e 18 vezes a das brancas, respectivamente.

Entre todas as mulheres que vivem na pobreza nos Estados Unidos, as de origem africana, hispânica, indígena e asiática ocupam 27%, 26%, 21% e 13%, respectivamente, em comparação com os 9% das brancas.

As mulheres norte-americanas são vítimas de violência intra-familiar.

De acordo com uma informação da Organização Nacional para as Mulheres, nos Estados Unidos, a cada ano, cerca de 1.400 mulheres são assassinadas a pancadas por seus esposos ou namorados.

O cálculo anual de mulheres espancadas neste país gira entre dois e quatro milhões. As mulheres tem dez possibilidades a mais de serem agredidas por seus parceiros do que os homens.

As mulheres separadas, divorciadas ou solteiras, assim como aquelas com baixos rendimentos e as afro-americanas, são vítimas numa medida desproporcional de ataques e violações. A taxa de violência intra-familiar nas famílias que vivem abaixo da linha de pobreza é cinco vezes mais alta do que a das demais famílias.

Estatísticas mostram que 37% das mulheres nos Estados Unidos receberam tratamento médico de emergência devido a manifestações de violência intra-familiar pelo menos uma vez; 30% das mulheres em estado de gravidez sofrem ataques por parte de seus parceiros; 50% dos homens norte-americanos agridem com freqüência a suas esposas e filhos; 74% das mulheres profissionais sofrem violência por parte de seus colegas.

Segundo uma reportagem da AP, a violência familiar nos Estados Unidos está se estendendo aos locais de trabalho. O ex-esposo separado de Yvette Cade ateou-lhe fogo em seu local de trabalho, ocasionando queimaduras de terceiro grau em 60% de seu corpo [AP, Washington, 18 de abril de 2007].

As mulheres são freqüentemente vítimas de assédio sexual em seus locais de trabalho e nos acampamentos militares.

A Comissão para a Igualdade de Oportunidades no Emprego disse que, em 2006, recebeu 12.025 denuncias de assédio sexual, 84,6% das quais foram
apresentadas por mulheres [Sexual Harrasment Charges EEOC & FEPAs Combined: FY 1997-FY2006, http://www.eeoc.gov].

Segundo a Organização Nacional para as Mulheres, aproximadamente 132.000 mulheres reportaram ter sido vítimas de violações ou tentativas de violação a cada ano e que entre duas e seis vezes essa mesma quantidade, que eram efetivamente violadas, se abstinham de o reportar.

O departamento encarregado de investigar os crimes militares nos Estados Unidos recebeu cerca de 1.700 denuncias de assédio sexual em 2004, entre elas, 1.305 casos de violação. Uma investigação da Universidade da Califórnia entre 3.000 mulheres militares aposentadas descobriu que 25% delas padecem de seqüelas resultantes de experiências de assédio sexual nos quartéis [Prensa Latina, La Habana, 10 de fevereiro de 2007].

O New York Times disse, numa reportagem, que muitas mulheres militares norte-americanas acantonadas no Iraque enfrentavam o duplo ataque dos traumas ocasionados pelos abusos sexuais de seus próprios companheiros e pelo fogo inimigo nos campos de batalha.

Suzanne Swift foi repetidamente assediada e abusada sexualmente por seus comandantes. Quando tratou de denunciar a estes comandantes, recebeu uma ordem de recolocação que a manteve sob comando dos mesmos [Prensa Latina, La Habana, 10 de fevereiro de 2007]. Maricela Guzmán foi agredida e violada enquanto prestava guarda noturna durante um exercício de campanha da Marinha. Ela tentou informar sobre o incidente em quatro oportunidades, mas ninguém a escutou, antes pelo contrário, seus comandantes ordenaram-lhe fazer flexões como castigo por maltratar seus superiores [Prensa Latina, La Habana, 10 de fevereiro de 2007].

Abbie Pickett tinha só 19 anos quando foi estuprada durante uma missão humanitária na Nicarágua. Disse que estava muito assustada para informar sobre este incidente, já que o agressor era um oficial de patente superior à sua [New York Times, 18 de março de 2007].

O número de mulheres reclusas nas prisões norte-americanas vêm sendo incrementando e, com freqüência, elas são submetidas a condições deploráveis. Cifras reveladas pelo Departamento de Justiça em dezembro de 2007 mostram que o número de prisioneiras encerradas em penitenciarias federais e estaduais cresceu em 4.872, ou 4,5%, em 2006, chegando às 112.498. Este crescimento foi mais rápido do que a taxa média de 2,9% registrada entre 2000 e 2005 [Prisoners in 2006, emitido pelo Departamento de Justiça em 5 de dezembro de 2007, http://www.ojp. usdoj.gov/bjs]. Em uma reportagem divulgada em 2007, A Anistia Internacional disse que, nas prisões norte-americanas, os guardas de sexo masculino estão autorizados a realizar revistas corporais nas prisioneiras, assim como a observá-las durante o banho e enquanto trocam de roupa. Na maioria dos estados, os guardas podem ingressar nas celas das mulheres sem supervisão.

As condições de vida das crianças norte-americanas geram grande preocupação.
O Houston Chronicle informou que um estudo, levado a cabo pela ONU em 21 países ricos, mostrou que, ainda que os Estados Unidos sejam uma das nações mais ricas do mundo, sua classificação no ranking de bem estar geral das crianças é apenas o 20ª. Já nas áreas de saúde e segurança, o país é o último da lista.

Estatísticas mostram que, no fim de 2006, existiam nos Estados Unidos 12,8 milhões de crianças menores de 18 anos de idade vivendo na pobreza, número que representa 17,4% do total da população infantil do país. As crianças totalizam 35,2% da população norte-americana que vive na pobreza.

A taxa de crianças pobres nos lares das famílias encabeçadas por mães (famílias sem esposo nem pai) situa-se em elevados 42,1% [Income, Poverty and Health Insurance Coverage in the United States: 2006, emitido pelo Escritório de Censos dos Estados Unidos em agosto de 2007, http://www.census.gov]. Cada dia mais crianças sobrevivem sem assistência médica. Até o fim de 2006, umas 8,7 milhões de crianças menores de 18 anos de idade careciam de seguros médicos nos Estados Unidos, um crescimento de 11,7% em comparação com 2005, com o que a taxa de crianças nesta situação chegou ao 19,3% [Income, Poverty and Health Insurance Coverage in the United States: 2006, Escritório de Censos dos Estados Unidos].

Cada vez mais crianças não tem onde morar. De acordo com um estudo sobre fome e falta de moradia em 23 cidades norte-americanas dado a conhecer em dezembro de 2007 pela Conferência de Prefeitos dos Estados Unidos, os membros de famílias com crianças constituíram 23% da população que teve de usar refugio de emergência em 2007. As solicitações de refugio de emergência por parte de lares com crianças foram incrementadas em 10 cidades [Mayors Examine Causes of Hunger, Homelessness, comunicado de imprensa da Conferência de Prefeitos dos Estados Unidos, 17 de dezembro de 2007, http://www.usmayors. org].

De acordo com os Centros para o Controle e Prevenção de Enfermidades, a taxa de mortalidade infantil dos Estados Unidos em 2004 foi de sete para cada 1.000 crianças e a das crianças negras foi 2,5 vezes a taxa da dos brancos [AP, 10 de novembro de 2007]. A taxa de subrevivência infantil dos Estados Unidos está muito abaixo das taxas de outras nações desenvolvidas.

Um projeto de lei que buscava expandir os seguros de saúde providos pelo governo para as crianças foi vetado pelo presidente George W. Bush em 2007, ainda que 72% das pessoas o apoiassem [Bush Vetoes Kids Health Insurance Bill, The Washinton Post, 13 de dezembro de 2007].

Os jovens norte-americanos são, com freqüência, vítimas de abusos e crimes.

De acordo com um informe sobre crimes escolares nos Estados Unidos, publicado pelo Departamento de Justiça em dezembro de 2007, 57 de cada mil estudantes norte-americanos maiores de 12 anos foram vítimas de violência e de crimes de propriedade em 2005. De 1 de julho deste mesmo ano a 30 de junho de 2006, foram registrados 14 homicídios relacionados com escolas nos quais se viram envolvidas crianças em idade escolar.

Em 2005, 25% dos estudantes disseram ter sido incentivados a comprar drogas na escola nos 12 meses anteriores ao estudo e 24% deles disseram que existiam quadrilhas em suas escolas [School Crime Rates Stable Children 50 Times More Likely to Be Murdered away from the School Than at School, emitido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em 2 de dezembro de 2007, http://www.ojp.usdoj.gov/bjs].

Há informações de que, em algumas escolas de ensino secundário de Baltimore, muitos estudantes assistem às aulas portando armas. Desde o inicio da temporada estudantil até fins de outubro de 2007 foram registrados 216 incidentes em escolas desta cidade, os quais levaram a várias detenções [Weapon Checks OK'd at Schools, The Baltimore Sun, 11 de dezembro de 2007].

As violações sexuais são um fenômeno generalizado nas escolas norte-americanas. Uma sondagem nacional levada a cabo pela AP, em 2007, concluiu que 2.570 educadores foram punidos devido a comportamentos sexuais indevidos entre 2001 e 2005. Em 80% dos casos as vítimas foram estudantes.

Um estudo do Congresso dos Estados Unidos mostra que, dos cerca de 50 milhões de jovens nas escolas deste país, até 4,5 milhões são objeto de agressões sexuais por parte de um funcionário da escola em algum momento entre o jardim da infância e o início do 2º grau. Em média, a cada dia ocorrem três casos de abuso sexual nas escolas norte-americanas [AP, Washington, 21 de outubro de 2007].

Os jovens norte-americanos são maltratados nos acampamentos de treinamento dos Estados Unidos.

Um informe publicado pelo Congresso deste país disse que milhares de adolescentes sofreram terríveis abusos neste tipo de acampamentos, em alguns deles perdendo suas vidas. Investigadores do governo disseram que os abusos nos acampamentos de treinamento ocorrem de diversas formas, entre as quais se contam forçar os jovens a ingerir seu próprio vômito, administrar alimentos insuficientes, forçar os jovens a deitar-se entre urina e matérias fecais, golpeá-los ou chutá-los.

Um garoto foi obrigado a limpar um vaso sanitário com sua escova de dentes, e depois, a escovar seus dentes com ela.

O diário de Aaron Bacon, garoto de 16 anos que morreu em decorrência de uma úlcera perfurada que não foi tratada a tempo, revelou que ele passou 14, dos 20 dias no acampamento, sem receber alimento algum, mas foi forçado a fazer uma excursão a pé por dia, onde andava entre 13 e 16 quilômetros. Quando recebeu alimentação, esta consistiu de lentilhas mal cozidas, escorpiões e lagartixas. Seu pai afirmou que o jovem foi golpeado desde a cabeça ate a ponta dos dedos dos pés no mês que passou n o acampamento.

Martin Lee Anderson, de 14 anos, morreu durante um acampamento de treinamento após alguns guardas asfixiarem-no e lhe forçarem a inalar vapores de amônia [The Times, 12 de outubro de 2007).

Milhões de meninas são convertidas em escravas sexuais nos Estados Unidos. Estatísticas do Departamento de Justiça mostram que, entre 100.000 e três milhões de crianças norte-americanas menores de 18 anos de idade estão envolvidas na prostituição.

Um informe do FBI diz que cerca de 40% das prostitutas forçadas são menores de idade.

As crianças norte-americanas não estão devidamente protegidos pelo sistema judicial.

Os Estados Unidos são um dos poucos países do mundo que sentenciam crianças a morte e alguns estados não tem nem idade limite para a imposição da pena capital. Além disso, é o país que mais sentencia crianças à prisão perpétua em todo o mundo. Segundo um estudo conjunto, em 2005, da Human Rights Watch e da Anistia Internacional, os Estados Unidos tinha 9.400 prisioneiros prestando condenações a prisão perpétua por crimes cometidos antes da idade de 18 anos, dos quais 2.225 estavam condenados a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional. Destes, 16% tinham entre 13 e 15 anos quando cometeram os crimes pelos quais foram condenados [Rebelión, España, 27 de abril de 2007]. Na atualidade, há 2.387 adolescentes sentenciados a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional [Los Angeles Times, 19 de novembro de 2007].

Na Califórnia há 227 adolescentes cumprindo sentenças por toda a vida sem liberdade condicional. As cifras para a Pennsylvania são de 433.

Os criminosos adolescentes recebem, com freqüência, os mesmos castigos que os adultos. O diário The Washington Post disse que a quantidade de acusados adolescentes que eram enviados diretamente ou transferidos do sistema para adultos, conhecido como a corte criminal, era de aproximadamente 200.000. Cerca de 7.500 jovens são encarcerados em celas para adultos em algum momento da seu cativeiro [States Rethink Charging Kids as Adults, The Washington Post, 2 de dezembro de 2007].

As crianças de cor e as de famílias com recursos escassos têm mais probabilidades de sofrer este tipo de fenômeno. Em 2000, segundo o Centro de Justiça Juvenil da Escola de Direito da Universidade Suffolk, as crianças afro-americanas, que compõem somente 15% da população juvenil dos Estados Unidos, totalizavam 46% dos encarcerados e 52% daqueles cujos casos terminaram indo parar ante um tribunal penal adulto. As crianças negras são encarceradas a uma taxa cinco vezes maior que a dos brancos, enquanto que as crianças latinas e norte-americanas nativas são colocadas em instituições correcionais 2,5 vezes mais do que os brancos [Rebelión, 27 de abril de 2007].

Muitas crianças de seis ou sete anos são tratadas como criminosas por razões triviais.

Gerard Mungo Jr., de sete anos, foi preso em East Baltimore por se sentar sobre uma motocicleta em frente a sua casa, com o motor apagado. A razão para sua detenção foi que este tipo de motocicleta estava proibido na cidade. Gerard ficou algemado num banco na delegacia durante duas horas [Rebelión, 27 de abril de 2007].

Na Florida, mais de 4.500 crianças menores de 11 anos foram acusadas de cometer crimes. Desre'e Watson, uma criança de seis anos, foi presa e acusada de agressão contra um funcionário escolar. Acusação: alteração de uma função escolar e resistência contra um agente da manutenção da ordem [Rebelión, 27 de abril de 2007].

VII. Sobre as Violações aos Direitos Humanos em Outros Países

Notoriamente, os Estados Unidos possuem o recorde de ingerências na soberania de outros países e de violações aos direitos humanos nestes.

A invasão do Iraque por parte das tropas norte-americanas produziu a maior catástrofe dos direitos humanos e o maior desastre humanitário do mundo moderno. Segundo os informes, desde o início da invasão, em 2003, 660.000 iraquianos morreram, dos quais 99% eram civis. Isso equivale a uma média diária de 450 pessoas mortas.

De acordo com o jornal Los Angeles Times, o número de mortos civis no Iraque já ultrapassou a casa do 1 milhão. Um informe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelou que cerca de um milhão de iraquianos tinham perdido suas casas, a metade deles eram crianças.

Existiam 75.000 crianças vivendo em campos de refugiados ou albergues provisórios. Cerca de 760.000 menores não podiam ir à escola.

De acordo com reportagens de imprensa, em 16 de setembro de 2007 guardas da empresa de vigilância privada Blackwater, relacionada com o Departamento de Estado norte-americano, assassinaram 17 cidadãos iraquianos a tiros sem razão alguma e, posteriormente, este departamento lhes concedeu imunidade [The China Press, 31 de outubro de 2007]. Uma investigação do governo de Iraque descobriu que guardas de Blackwater tinham assassinado 21 iraquianos e ferido a outros 27 antes do mencionado incidente.

Por sua parte, uma investigação do Departamento de Estado mostra que a Blackwater esteve envolvida em 56 casos de tiroteios no Iraque em 2007.

Um informe do Congresso dos Estados Unidos reportou que a companhia participou de cerca de 200 tiroteios no Iraque desde 2005, em 84% dos quais se deram de forma indiscriminada. A AP informou que, em 23 de outubro de 2007, um helicóptero de ataque tipo Apache abriu fogo sobre um grupo de pessoas suspeitas de ter minado as estradas próximas de Samarra, ao norte de Bagdad, ocasionando a morte de pelo menos 11 pessoas, incluídos seis civis. Entretanto, fontes da polícia local e testemunhos disseram que o número real de civis mortos foi de 14 [AP, Bagdad, 23 de outubro de 2007].

Comandantes do 1º Batalhão do 501º Regimento de Infantaria executaram um programa de provocação para matar mais insurgentes, no qual se utilizavam armas como "iscas". Quando alguém se acercava para levá-las, os franco-atiradores lhes disparavam. Muitos civis iraquianos foram assassinados desta forma [Los Angeles Times, 5 de outubro de 2007; The Washington Post, 24 de setembro de 2007].

Os soldados norte-americanos estão assassinando muitos civis inocentes no marco da guerra contra o terrorismo no Afeganistão.

O The Washington Post informou em 3 de maio de 2007 que as tropas dos Estados Unidos tinham chegado a matar até 51 civis em uma semana [Karzai Says Civilan Toll Is No Longer Acceptable, The Washington Post, 3 de maio de 2007].

Um grupo de direitos humanos afegão disse num informe que uma unidade de mariners norte-americanos disparou indiscriminadamente contra transeuntes, passageiros de veículos privados, ônibus e táxis ao largo de uma faixa de 10 milhas (16 quilômetros) de estrada na província de Nangahar em 4 de março de 2007, matando 12 civis, incluindo uma criança e três anciãos [New York Times, 15 de abril de 2007].

Os Estados Unidos tem muitas prisões secretas espalhadas pelo mundo, nas quais os prisioneiros são tratados de forma desumana. "Prisão secreta" e "tortura de prisioneiros" tem se convertido em sinônimos de Estados Unidos.

Em maio de 2007, o enviado especial da ONU sobre a proteção dos direitos humanos na luta contra o terrorismo disse, após sua visita aos Estados Unidos, que este país mantêm detidas 700 pessoas no Afeganistão e 18.000 no Iraque por razões relacionadas com a luta contra o terrorismo.

O enviado especial expressou sua preocupação pelas condições dos detidos na Baía de Guantánamo e em outras instalações secretas de detenção, a ausência de proteção da justiça e acesso a tribunais justos para os suspeitos de terrorismo, assim como pela transferência destes. Também expressou sua desilusão pelo fato de que o governo dos Estados Unidos não lhe haver permitido visitar a Baía de Guantánamo e outros lugares secretos de detenção [Preliminary Findings on Visit to United States by Special Rapportuer on Human Rights and Counter-terrorism, 29 de maio de 2007, http:/www.unog.ch].

Além da Baía de Guantánamo, onde os prisioneiros tem sido submetidos a torturas aterradoras, os Estados Unidos também administram instalações carcerárias secretas na Jordânia e Etiópia, onde os detidos eram tratados com brutalidade. O The Washington Post informou em 1º de dezembro de 2007, que a Agência Central de Inteligência (CIA) vinha operando, desde 2000, uma prisão secreta nas cercanias de Amman, a capital da Jordânia, na qual muitos suspeitos de terrorismo de origem não jordaniana tinham sido detidos e interrogados com severos abusos [Jordan's Spy Agency: Holding Cell for the CIA, The Washington Post, 1 de dezembro de 2007].

De acordo com reportagens de imprensa, a CIA prendeu centenas de suspeitos de participação no Al- Qaeda num lugar secreto na Etiópia. Os detidos eram originários de 19 países, e incluíam mulheres e crianças, a menor das quais tinha sete meses. Eles foram deportados ilegalmente à Etiópia, onde foram mantidos em condições horrorosas, amontoadas em prisões com até 12 detidos compartindo uma cela de três metros quadrados. A comida era escassa e os abusos e torturas corriqueiros [The Daily Telegraph, 5 de abril de 2007; AP, Nairobi, 5 de abril de 2007].

Em 14 de dezembro de 2007, o diário The Washington Times informou que a CIA torturava os prisioneiros suspeitos de terrorismo com freqüência, utilizando a prática do "waterboarding" (simulação de afogamento) assim como as simulações de execuções [House Approves Ban on CIA Waterboarding, The Washington Times, 14 de dezembro de 2007].

A American Broadcasting Company (ABC) descreveu em uma de suas reportagens como se pratica o "waterboarding": o prisioneiro é atado a uma mesa inclinada de forma que a cabeça fique levemente abaixo do nível dos pés.

Posteriormente, se cobre a rosto com papel celofane e se joga água sobre ele. Indefectivelmente, a pessoa experimenta uma terrível sensação de afogamento que a leva a suplicar pela suspensão do tormento.

O The New York Times anunciou numa reportagem de 7 de dezembro de 2007 que, em 2005, a CIA destruiu pelo menos duas fitas de vídeo que documentavam os interrogatórios de dois membros do Al-Qaeda que estavam sub custodia dessa agência em 2002 [CIA Destroyed 2 Tapes Showing Interrogations, The New York Times, 7 de dezembro de 2007]. Se acredita amplamente que a CIA estava tratando de destruir evidências sobre a existência de seu programa de detenções secretas.

As mulheres prisioneiras no Iraque foram submetidas com freqüência a humilhações.

Reportagens de imprensa dizem que muitas delas foram vítimas da polícia iraquiana e das forças de ocupação. Os iraquianos precisam que, em todas as guerras conhecidas desde a Idade Média, jamais se registraram tantas violações e crimes contra mulheres como durante a guerra contra o Iraque [Rebelión, 5 de mayo de 2007].

Os Estados Unidos sempre adotaram dois pesos e duas medidas quanto aos assuntos relativos aos direitos humanos.

Exerce, com freqüência, pressões sobre outros países para que convidem enviados especiais da ONU para examinar e informar sobre sua situação nesta matéria, mas nunca o exige para si mesmo.

Pede aos demais países que obedeçam as normas da ONU que permitem aos enviados especiais visitarem qualquer lugar e falar com qualquer pessoa sem interferência nem vigilância alguma, mas, mesmo assim, sempre nega a cumprir as ditas normas e desestimula a solicitação de realizar uma visita conjunta à base militar da Baía de Guantánamo apresentada por vários enviados especiais.

Até o momento, o governo dos Estados Unidos tem se negado a reconhecer o direito ao desenvolvimento como parte dos direitos humanos. Ainda que tenha subscrito o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1977, mas não o ratificado.

Os Estados Unidos declaram que dão importância à proteção dos direitos das mulheres e das crianças, mas ainda não ratificaram a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, 27 anos depois de tê-la assinado, sendo, assim, um dos sete países membros da ONU que ainda não a ratificaram. Além do mais, não ratificaram ainda a Convenção sobre os Direitos das Crianças, 12 anos depois de assiná-la, apesar de que 193 países já o tenham feito.

Desde março de 2007, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Incapacidade está aberta às assinaturas e muitos países adotaram uma atitude ativa em relação a ela. Até o final de dezembro de 2007, 118 países já a tinham assinado e sete já a ratificaram, mas os Estados Unidos nem sequer a tinham assinado.

Respeitar e proteger os direitos humanos são importantes vitórias para o progresso da história da humanidade e um importante símbolo da civilização moderna. Também constituem uma meta comum dos povos de todos os países e raças e um tema chave do esforço conjunto de progresso de nossos tempos.

Todos os países tem a obrigação de se esforçarem para promover e proteger seus próprios direitos humanos e devem impulsionar a cooperação internacional sobre a base das normas das relações internacionais.

Nenhum país do mundo pode ver a si mesmo como a encarnação dos direitos humanos e usar este conceito como uma ferramenta para interferir nos assuntos de outros países ou exercer pressão sobre eles para alcançar seus próprios interesses estratégicos.

Os Estados Unidos se impõem sobre outros países e emite Informes por Países sobre Práticas de Direitos Humanos ano após ano.

Seus arrogantes comentários sobre os direitos humanos de outros países estão sempre acompanhados por uma deliberada ignorância em relação aos sérios problemas de direitos humanos que tem lugar em seu próprio território. Isto não só está na contra corrente das normas universalmente reconhecidas das relações internacionais, senão que também expõe os dois pesos e duas medidas aí utilizados, assim como a hipócrita natureza dos Estados Unidos quanto ao problema dos direitos humanos, prejudicando inevitavelmente sua imagem internacional.

Pela presente, Recomendamos ao governo dos Estados Unidos que enfrente seus próprios problemas em matéria de direitos humanos e pare de aplicar as equivocadas e pouco inteligentes práticas de utilizar dois pesos e duas medidas a este respeito.

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