"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 29 de outubro de 2011

Convocatória das FARC: Não votar nos candidatos da oligarquia e do paramilitarismo



Fonte: Anncol


Aproxima-se o dia 30 de outubro e com ele a data das eleições para “representantes” dos órgãos colegiados das assembléias e conselhos municipais, prefeitos e governadores. Presume-se que nestas eleições, o povo elege os seus governantes e que estes governam em nome e por vontade dos governados.

Aparentemente, estas eleições são um evento democrático, onde se “renovam” as instituições e se elegem os “representantes” do povo.

Mas é necessário perguntar: Será que isso é realmente assim?

Será que esses “representantes”, como se costuma dizer, de fato representam o povo colombiano?

Será que o prefeito é de fato o representante dos interesses do município e o governador representa todos os seus governados?

Em nossa opinião e na de muitos outros colombianos, isto não é mais do que um dos mitos estatais com que se tenta esconder uma verdade contundente: que a “democracia representativa” é o governo da classe dominante e da classe que está no poder.

Pelo menos na Colômbia ninguém pode negar, primeiramente, que as eleições são fraudulentas e que seus resultados são espúrios, em segundo lugar, que a mal chamada “representação” exclui o povo do governo da nação e, em terceiro lugar, que a gestão pública sempre fica nas mãos de políticos testas-de-ferro, dos cartéis do narcotráfico, das máfias da corrupção, das máfias dos empreiteiros, das máfias paramilitares ou máfias que defendem os interesses das multinacionais estrangeiras e, novamente, das classes dominantes.

Nosso povo não pode permitir mais ser enganado. Com muito poucas e honrosas exceções de representantes de partidos e movimentos de esquerda, a verdade é que todos os representantes da coalizão governista, não são portadores de idéias nem de programas que beneficiam a nação, aspiram somente a obter posições. São eleitoreiros, nada mais do que empresas eleitorais.

Participam das eleições com a finalidade de obter uma cadeira ou um cargo público para enriquecer, ou para servir os interesses dos inimigos do povo. Um “honorável” senador e grande eleitor, resumiu para a posteridade em letras de pedra: “Uma única prefeitura é mais rentável que o tráfico de drogas”. Isso dá uma idéia do tamanho da corrupção na Colômbia.

Entre as muitas instituições podres, que na Colômbia servem de sustentáculo para este regime tão injusto das máfias e da oligarquia que mal governa o país, os Tribunais Eleitorais são um dos seus maiores expoentes, o clientelismo, fraudes, rixas, manipulação e engano através dos meios de comunicação, compra de votos, transporte de eleitores, uso documentos de identidade falsos e de pessoas já falecidas, violência da força pública e participação aberta do paramilitarismo (incluindo a participação vergonhosa de seus líderes desde a prisão), bem como a ausência de garantias para proporcionar uma verdadeira oposição ao regime político e ao estabelecimento, são os componentes que no fim acabam por determinar os resultados e não a vontade popular.

Toda essa podridão, desde sempre, não legitima os resultados, sejam eles quais forem. Esta é a realidade da qual são cúmplices a maioria dos dirigentes e partidos políticos participantes, os verdadeiros sabotadores do processo eleitoral, apesar de que, eles próprios e seus chefes empossados no aparelho de Estado, pretendem endossar à guerrilha revolucionária a sabotagem do processo, desviando o foco da atenção e enganando dessa forma à opinião pública.

Coerentes com esse raciocínio e conseqüentes com nossas propostas ao longo desta jornada pela democratização e libertação do nosso país, convocamos o povo colombiano a se abster. Persistir na mobilização das massas pela defesa de suas reivindicações e seus direitos e intensificar a luta para as mudanças das práticas políticas em nosso país.

E chamamos aqueles que decidiram participar, a não votar nos representantes dos partidos da oligarquia, inimigos do povo e os verdadeiros responsáveis pela, violência, corrupção e injustiça que assolam a Colômbia.

De nossa parte, respeitaremos a vontade cidadã de votar em quem se desejar.

Entretanto, impediremos a presença de candidatos reconhecidos do paramilitarismo em nossas áreas de influência e nos oporemos, por todos os meios, a qualquer candidato que utilize em suas campanhas, ou para apoiar candidatos dos partidos governistas, ao mesmo tempo que contribuiremos para a criação de mecanismos de controle popular que fiscalizem a gestão dos eleitos, de forma permanente.


Secretariado do Estado Maior das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, Outubro de 2011