"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Parapoliciais colombianos ficaram sem Natal!


Promotoria venezuelana declara que não é procedente a extradição de Julián Conrado!

por Arturo Ramos R.
Fonte: Anncol

Depois do silêncio sepulcral que o governo venezuelano manteve durante meses em relação à captura em território venezuelano de Julian Conrado, finalmente, Luisa Ortega Díaz, procuradora-geral do Ministério Público da Venezuela, pronunciou-se sobre a não admissibilidade da extradição do cantor e compositor para a Colômbia. A principal razão apontada pela alta funcionária é a inconsistência das razões para a prisão inicial, motivada pelo pedido da Interpol, com as alegações apresentadas posteriormente pelo governo colombiano para fundamená-la.

Se relembrarmos, Conrad foi detido sob falsas acusações, com um irritante pedido de captura da INTERPOL – não extradição – de participar de uma batalha na localidade de Parranda Seca, quando se encontrava a 2000 km de distância em El Caguán, participando como delegado nos Diálogos de Paz realizados entre as FARC-EP e o governo de Pastrana; também foi forjada o crime de extorsão telefonica. Uma vez revelada a fantástica farsa, o paragoverno de Santos tentou impor, fora do prazo e violando as disposições do direito internacional e venezuelano, a extradição com uma nova acusação, tão mal concebida como a anterior, acusando o artista de recrutamento forçado através de sua música de menores de idade para incorporá-los às fileiras insurgentes. Como se pode ver, a tortuosidade inicial do aparelho repressivo da Colômbia foi seguida de outra de maior estupidez ainda.

Embora não seja definitiva, pois cabe esperar a decisão do Supremo Tribunal, a declaração da Dra. Luisa Ortega começa a reivindicar à justiça e ao governo venezuelano neste caso, que ficou muito comprometido desde o início, enquanto Conrado foi capturado em uma operação conjunta entre as forças de inteligência colombianas e venezuelanas. Mesmo assim, logo apos sua detenção, passa a ser vítima de isolamento por vários dias e de exacervações e de processos júridicos já denunciados anteriormente. Ortega, endossou com sua opinião de acordo com a lei, que já denunciamos várias vezes. Ainda que com muita delicadeza, a Procuradora deixou a descoberto as manipulações tortuosas do sistema judiciário colombiano em sua luta contra a insurgência, ratificando à luz do direito uma das tantas inconsistências da “solicitação” de extradição.

Ortega também disse que tomaria providencias de imediato para atender os problemas de saúde do cantor, aspecto denunciado publicamente diversas vezes por muitas personalidades e coletivos dentro e fora da Venezuela. No momento da redação deste texto, sabemos que, por ordem da Procuradoria, começaram os exames médicos do cantor, que será submetido a exames mais detalhados para determinar e tratar os males que o afligem, doenças constatadas pela medica enviada pela procuradora. Apesar desta boa notícia, vale observar a demora desses procedimentos médicos e, por outro lado, a libertação recente, por problemas de saúde, dos golpistas Lázaro Forero e Henry Vivas, ex-delegados de polícia condenados de participação no golpe de estado e de assassinato em massa, bem com de Alejandro Peña Esclusa, processado por crime de terrorismo.

Não obstante, o caso continua sendo complicado enquanto ainda está pendente a desição do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, instância que deve tomar a decisão final. Se absolvido, como deve ser se a justiça for aplicada, Conrado enfrentará uma liberdade difícil. Sabe-se que o paramilitarismo e as forças de segurança colombianas fizeram do território venezuelano um campo de operações, como evidenciado a partir da captura, em Caracas, e transferência para o país vizinho, de Rodrigo Granda, em 2003. A própria detenção do cantor demonstra a impunidade e violação da soberania pelo governo colombiano, que alargou a sua rede de repressão, nesta nova versão do Plano Condor, para vários países. Na Venezuela, isto se pode verificar pela atitude entreguista e sipaia de alguns indivíduos da reação, como o prefeito oposicionista Emilio Graterón adversário, que anunciou a assessoria do chefão marron José Obdulio Gaviria, um dos porta-vozes “ilustres” do paramilitarismo e cão de colo de Álvaro Uribe; um indicio que confirma que a reação colombiana persiste em envolver a Venezuela em sua barbárie repressiva, desta vez simulando – ou pagando – aparentes cortesias.

Tudo leva a crer que o Natal e Ano Novo dos caçadores de recompensa – não sabemos se venezuelanos ou colombianos – será nebuloso com a declaração da alta funcionária. A mentira corre muito, mas tem pernas curtas, diz o ditado popular.

Continuemos alertas, pois ela não para de correr!