Cárcere e castigo para proteger o regime
Por
Milena Reyes, integrante da Delegação de Paz das FARC-EP
O
sistema penitenciário é um tema que socialmente os colombianos não
assumiram como uma realidade que dia a dia se alimenta de
desigualdades, porque há algo que joga um papel muito importante na
política estatal, a linguagem e a manipulação da consciência do
indivíduo, no momento de tomar uma postura crítica e social ante
este fenômeno.
Para
o caso colombiano, está demonstrado que a crise social carcerária
que impera no território nacional é fruto da política da segurança
democrática que se encarregou de manter o controle da miséria por
meio do cárcere e do castigo, para resguardar uma economia que
produziria vítimas e perseguições políticas e assim gerar grandes
desigualdades sociais.
Com
a greve de fome que os mais de 9.500 prisioneiros políticos e de
guerra promoveram dois dias antes de se comemorar o dia do
prisioneiro político em Colômbia, os prisioneiros exigiam ao Estado
solucionar as difíceis condições às quais estão sendo submetidos
desde o momento em que pisam as masmorras projetadas para atentar
contra a vida de qualquer preso, como as violações aos direitos
humanos, as torturas psicológicas e físicas, a superlotação, a
falta de atenção médica aos prisioneiros que se encontram em
estado de saúde crítico, entre outras.
Agora,
com a nova cultura penitenciária, nossos camaradas estão sendo
submetidos a todo tipo de humilhações e abandono, como consequência
da aplicação desses modelos copiados dos cárceres
norte-americanos, com o objetivo de submeter e subjugar a moral do
revolucionário. Ainda que em Colômbia não exista a pena de morte,
os prisioneiros e prisioneiras morrem dentro do regime penitenciário
em diferentes formas e nas piores condições.
Para
as FARC-EP é pilar fundamental a situação das e dos prisioneir@s
polític@s e sobretudo a situação das e dos prisioneir@s de guerra;
de nossos camaradas que chegaram ao ponto de coser-se a boca como
protesto, após o maltrato e o amontoamento a que são submetidos
constantemente, só pelo fato de ser um guerrilheiro ou uma
guerrilheira que se levantou em armas contra o regime e a
desigualdade.
Recomendo este vídeo que mostra e complementa o dito nestas linhas: Vá para o link do vídeo de prisioneiros: https://goo.gl/voa6tz