JUAN MANUEL SANTOS TERÁ QUE DIALOGAR COM AS FARC-EP
Fonte: Anncol
A América Latina está em perigo. Não é nenhuma novidade, nós sempre estivemos, mas a América Latina é, atualmente, o paraíso terrestre dos investimentos de todos os capitais do mundo, no caso colombiano, não é pelo suposto triunfo da famosa segurança democrática, como afirma o regime mafioso, e sim por que enquanto na Colômbia e na América Latina em geral chove com a crise econômica, na Europa há um diluvio.
Os especuladores internacionais, assessorados pelos grandes escritorios de investimentos, e os administradores particulares de grandes fortunas dissem que diante do perigo que a Grecia e Espanha representam, e toda a União Europeia em geral, o melhor é olhar para a América Latina como objetivo de investimentos, e, para isso, vários são os focos do desafio, as máfias, gangues, os insurgentes e as revoltas populares, regimes corruptos, a criminalidade, entre outros. Todas estas informações, as quais ANNCOL teve acesso, permitem-nos afirmar, com uma mínimo margem de erro, que Juan Manuel Santos terá que abrir espaços para diálogar com as FARC-EP.
Assim vejamos, as famosas frases do paraco Uribe Vélez dirigidas ao capital estrangeiro sobre a confiança dos investidores, a segurança jurídica, a segurança democrática, etc. Todas elas não ecoarão nos próximos quatro anos se não forem resolvidas as questões fundamentais que a Colômbia sofre, entre elas o conflito social e armado que existe no país. Se isso não for resolvido, o capital estrangeiro sabe que a Colômbia é uma nação insegura para receber esses investimentos, eles sabem que o exército, mesmo com toda a ajuda ianque, não foi capaz de derrotar a insurgência. E, diante dessa constatação, sobram como alternativa, entre outros, Brasil e Mexico. Este último ainda deve resolver o problema do narcotrafico que lá é conhecido como ‘colombianização do Estado Azteca’.
Isso se tornou claro para nós, ao ouvir um dos gurus dos investimentos internacionais, o economista Paul MacNamara, diretor da GAM Investimentos, que afirmou enfaticamente em Genebra, que, investir em títulos da dívida pública dos países latino-americanos é atraente, porque eles tem garantia dos diferentes Estados. Mas nem todos, pois as dividas de menor riscos são as do México e Brasil, que oferecem boas possibilidades de investimentos. Os outros países não são prioridades para a carteira dos consultores de investimentos internacionais, pois sofrem problemas endêmicos .
A Colômbia apresenta algum atrativo no setor de mineração, matérias-primas que não têm valor agregado diante da ausência de tecnologia nacional e diante do entreguismo do módelo econômico ao mercado internacional, ao contrário do Brasil, que tem protegido suas empresas de capital estatal, se bem que é verdade que assinou tratados e acordos, estes foram feitos sob o princípio básico de que a indústria vem em primeiro lugar, e quem quizer fazer negócios com o Brasil deve transferir tecnologia, do contrário, não tem negócio. Tudo isso, contrário a certos países lacaios, como a Colômbia, que se colocam de joelhos e entregam as riquezas estratégicos do país aos interesses estrangeiros.
As informação que estes investidores dominam, com seus mapas cartograficos e mapas de risco, não é somente sobre os capitais offshore e/ou econômica, também é militar, e a recebem directamente do Pentágono e das várias agências de segurança norteamericanas. O fato de que o Chucky Santos tenha sido Ministro da Defesa, que teve informações diretamente da fonte, mostra que está mais bem informado do que Uribe em termos financeiros, económicos e militares como para saber que a solução política para o conflitos se impõe diante do fracasso da solução militar. As soluções militares têm pouco espaço em épocas de crise financeira estrutural do capitalismo.
Esses escritórios tiveram acesso a um recente estudo militar, do qual ANNCOL também teve conhecimento, que relata uma série de conflitos pelo mundo, incluindo Iraque, Afeganistão e Colômbia, entre outros, onde a via militar passa para um segundo plano, ao contrário dos tempos passados. Karzai, no Afeganistão, mantem conversações com todos os chefes tribais que compõem a liderança dos Talibans para procurar soluções políticas para o problema afegão. Na Colômbia, durante o mandato de Santos, a solução política terá que constar da agenda política. Disso não temos dúvida.
Santos sabe que a suposta fraqueza da insurgência é parte do marketing político, não estamos minimizando os reveses militares, estamos dizendo que Santos não aguenta nem um semestre de ataques sistemáticos da guerrilha, que modificando seus objetivos, dedica suas ações militares à infraestrutura do país: à infraestrutura elétrica, boicote à exploração de minerios, impedir a livre circulação de mercadorias, às estradas, portos e áreas-chave. A extensão do território nacional não permite ao exército da oligarquia manter um soldado ou um policial em cada metro quadrado do território, uma vez que, na guerra de guerrilhas, para impedir a circulação de mercadorias, a insurgência não precisa de 30 mil homens armados. Esses fatos explicam a estupidez de Uribe, aparecendo com o telefone celular na mão, como colaborador. Pelo que sabemos, na CPI Uribe não terá direito ao uso do celular.
Neste contexto de guerra, os peritos militares que cochicham nos ouvidos dos investidores, reconhecem o óbvio, a solução política para o conflito é mais barata.
Se Santos e a oligarquia colombiana ficarem valentes, com sua vitória eleitoral mediucre, e a sobre a suposta ausência de oposição ao seu regime de frente nacional, estarão equivocados, pois a guerrilha de hoje é um ator indiscutível para a guerra (porque ela aprendeu e assimilou os golpes) ou um intelocutor pronto para a uma solução política.
‘Amanhecerá e veremos, disse o cego’. Aqueles que pensam que Santos será uma copia de “Álvaraco” estão errados. Uribe é uma homem das montanhas de pouco valor, com dinheiro ilícito, alpinista social como todo mafioso com dinheiro. Santos é oligarca de berço e sabe quanto custa uma guerrilha ativa para o bom andamento dos negócios.