Venezuela rompe relações diplomáticas com Colômbia
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou hoje (22/7) o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. A decisão foi tomada após o embaixador colombiano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Alfonso Hoyos, apresentar supostas provas ligando as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o ELN (Exército Nacional de Libertação) a Caracas.
"Estaremos em alerta porque Uribe é um doente, está cheio de ódio. Não aceitaremos violações à nossa soberania", afirmou Chávez em transmissão da rede Telesur, em referência ao presidente colombiano, Álvaro Uribe que, segundo ele, administra um governo "mafioso" e é "mentiroso".
"Levo a Colômbia no coração. Me sinto um grande colombiano, mas a elite desse país sempre tem atacado os outros povos. Felizmente o governo da Colômbia será trocado em poucos dias", disse Chávez, durante evento ao lado do argentino Diego Maradona.
No dia 15 de julho Bogotá acusou a Venezuela de abrigar guerrilheiros das Farc e do ELN em seu território. O ministro da Defesa colombiano, Gabriel Silva, chegou a fornecer as coordenadas do local exato onde estaria Iván Márquez, um dos comandantes das Farc.
No entanto, o governo da Venezuela respondeu no dia seguinte que "em diversas ocasiões, foi verificada e constatada a falsidade de tais informações. Em oportunidades, as coordenadas transmitidas correspondiam a lugares situados no próprio território colombiano". Caracas também convocou o embaixador em Bogotá para consultas.
De acordo com a chancelaria venezuelana, o anúncio foi uma "tentativa desesperada" de Uribe de "minar o terreno para uma eventual normalização das relações bilaterais".
No mesmo dia, Chávez ameaçou romper relações com a Colômbia e cancelou a ida à posse do presidente eleito Juan Manuel Santos. "Faço um chamado ao presidente eleito: peço que fique longe de Uribe", disse Chávez.