Presidente Chávez diz que seu objetivo é impedir a guerra do “lacaio Uribe”
EFE / ANNCOL
Segundo o mandatário venezuelano o governo de Uribe “é responsável” pelos altos índices de violência na Colômbia.
Funadador da nova geração de paramilitares. Os batizou de AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) e hoje são chamados de Bacrim. A partir de 08 de agosto ele estará à disposição da justiça popular.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que fixou como “objetivo supremo” impedir que o governo de seu colega da Colômbia, Álvaro Uribe, ao qual chamou de “lacaio”, consiga levar ambas as nações à guerra.
"Definimos para nós um objetivo supremo: deter a loucura belicosa que está dominando a Casa de Nariño, impedir que o governo lacaio de Uribe, que já está de saída, perpetue seu último e mais nefasto crime: arrastar para um conflito bélico aos dois povos que sabem e se sentem irmãos em (Simon) Bolivar”, escreveu Chávez.
O governante rompeu as relações bilaterais após afirmar, no passado 22 de julho, que as alegações de que os guerrilheiros colombianos estariam se escondendo na Venezuela, supostamente com o apoio de seu governo, constitui um pretexto para ocultar os problemas internos colombianos e o compromisso “imperialista” de violar a soberania da Venezuela.
Em sua coluna dominical “As linhas de Chávez”, o chefe de Estado acrescentou que reivindica “para o povo colombiano o mesmo direito que reivindicamos para o nosso povo e de todos os povos da Nossa América: o direito de viver em paz”.
“Preocupa-nos o compasso de Uribe ao dançar os últimos passos de uma música que é entoada do Norte”, porque é “horrível” o saldo deixado pelo “indigno inquilino da Casa de Nariño”, que “não é outro senão a exacerbação da violência que durante mais de 60 anos, tem definido o doloroso passado histórico da Colômbia”, disse.
Depois de alertar sobre “a gravidade do que está acontecendo entre Venezuela e Colômbia”, Chávez insistiu que “o dilema está entre as palavras ou os projéteis” das armas de fogo .
“Isto é, entre levar à mesa de diálogo dos povos do Sul o exercício voluntarioso pela paz ou manter na região uma atmosfera de confronto com uma alta periculosidade bélica”.
Acrescentou que se trata de “sensatez e prudência políticas contra a irracionalidade e a violência militaristas”, embora "já saibamos, diante desta opção, de que lado tem estado o governo da Colômbia nos últimos oito anos”.
O governo de Uribe “é responsável”, afirmou ele, dos altos índices de violência na Colômbia, incluindo “a natureza criminosa dos gestos e das colocações verbais, para não mencionar os conteúdos mentirosos dos representantes urubistas na arena diplomatica internacional”.
A “aposta na agressão permanente como uma estratégia de Estado” que lhe atribuiu a Uribe, contrasta, acrescentou, com uma Venezuela onde “não temos nem sindicalistas assassinados, nem deslocados, nem forças insurgentes em todo o país”.
Tampouco “grupos paramilitares, nem importantes extensões de terras a serviço da produção de drogas, nem bases militares estadunidenses, nem valas comuns cheias de cadáveres”.
Chávez continua suas linhas afirmando que “pacientes, intensos e laboriosos tem sido nossos esforços de elevar, em todo este cenário, as bandeiras da paz”.
"Não desmaiaremos no nosso empenho de alcançar relações decentes e respeitosas, por mais que do outro lado da fronteira continuem montando-nos armadilhas”, disse ele em referência ao Governo de José Manuel Santos, que substituirá o de Uribe a partir do próximo sábado.
“Esperamos que o novo governo da Colômbia entenda que não temos animo por outros interesses nem outro desejo” que não seja o de obter a melhor das nossas vontades para encontrar, definitivamente, uma paz duradoura e confiável”, manifestou.
O líder venezuelano também se dirigiu aos guerrilheiros colombianos e reiterou que “o convite, que desde algum tempo tenho feito às forças insurgentes da Colômbia, de buscar os caminhos para a paz”.