ONU dá sinal verde para imperialismo agredir a Lìbia
A resolução foi aprovada com 10 votos a favor, cinco abstenções e nenhum voto contra. Brasil, China, Índia, Alemanha e Rússia foram os países que se abstiveram na votação. O texto exclui explicitamente "qualquer tipo de ocupação estrangeira em qualquer parte do território líbio", o que faz com que os Estados Unidos tenham de renegociar uma possível incursão armada no Conselho em um futuro próximo.
A ONU autoriza os estados membros a “tomar todas as medidas necessárias (…) para proteger civis e áreas civis populadas sob ameaça de um ataque na Líbia, incluindo Bengazi”, diz parte do texto aprovado, pretexto para evitar a derrocada total das forças pró-imperialistas que agem na Líbia há quase um mês.
As “medidas”, que podem incluir o uso de força militar contra as forças de Kadafi, podem resultar de ação “nacional ou através de organizações e acordos regionais”, e devem ser tomadas em cooperação com o secretário geral das Nações Unidas.
O governo de Muamar Kadafi, em seguida ao anúncio na ONU, alertou que ações militares externas podem resultar em danos a alvos civis e militares no Mediterrâneo, como parte de um contra-ataque de suas forças.
"Qualquer ação militar externa contra a Líbia deixará todo o tráfego áereo e marítimo no Mar do Mediterrâneo exposto e [instalações] civis e militares se tornarão alvos do contra-ataque da Líbia", disse o comunicado transmitido pela TV estatal e distribuído pela agência oficial de notícias Jana.
Brasil condena uso da violência
A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, disse que o país não está convencido de que o uso da força levará ao objetivo primordial de defesa ao povo líbio e que a resolução pode ter um efeito não desejado de "aumentar os confrontos no solo".
Ela ressaltou que o Brasil continua apoiando a resolução passada no Conselho sobre a Líbia, que impôs sanções como proibição de viagens e veto à venda de armas ao país.
A diplomata brasileira condenou ainda publicamente o uso de violência contra os manifestantes, o desrespeito aos direitos humanos e pediu o direito à liberdade de expressão. Ela defendeu, contudo, uma solução aos confrontos através de um "diálogo significativo", "uma solução pacífica e sustentável".