"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“O Governo e a Guerrilha devem entender que a via militar se esgotou”: Carlos A. Lozano Guillén

Por Nelson Lombana Silva.- PacoCol

A Universidade Pedagógica Nacional, realizou o fórum sobre a paz “As FARC e o ELN se sentarão a mesa de diálogo com o presidente Santos?”, no dia 13 de setembro em Bogotá. Os palestrantes convidados foram o camarada Carlos A Lozano Guillén, diretor do Semanário “VOZ, a Verdade do Povo”, dirigente nacional do Partido Comunista Colombiano e do Polo Democrático Alternativo, ademais, facilitador de paz e integrante do Movimento Colombianas e Colombianos pela Paz. Também, Ramon Jimeno Santoyo, diretor de cine e jornalista. A apresentação foi feita pelo doutor Alonso Ojeda Awad, ex-embaixador de Colômbia e diretor do programa da paz UPN

O auditório ficou lotado sobretudo por jovens e personalidades nacionais e internacionais. Depois de escutar as palestras, muito deles, também, participaram. Foi denunciado o Plano Consolidação que está sendo desenvolvido violentamente no sul do estado de Tolima, principalmente nos municípios de Planadas, Rioblanco, Ataco e Chaparral, por estar involucrando no conflito a população. Foi denunciada a forma como los militares violam o Direito Internacional Humanitario (DIH), pois construíram a Base Militar ao lado do Colégio Pablo VI e o Posto Policial, muito perto do Palácio Municipal.

Encerrou o evento o camarada Lozano respondendo perguntas de vários participantes, do jornalistas do Semanário Voz e da web: www.pacocol.org

A seguir algumas delas.

1. Será possível um diálogo entre o governo Santos e a insurgência colombiana?

Sim, é possível, pois existe já um anseio nacional, estão dadas as condições e, a guerra virou uma tragedia bárbara. Há que entender que deve ser um diálogo que este de cara ao país, com participação nacional e que nele sejam discutidos os problemas de interesse do povo. A saída política negociada pressupõe reformas, fortalecer a democracia e a justiça social. Pretender outra cosa é negativo, no é realista e não resolve o problema da paz na Colômbia.

2. Camarada, quando diz que o marco para a paz tem mudado, mas as causas do conflito continuam latentes, o que quer dizer com isso?

Reconheço que os últimos anos tem sido difíceis para a guerrilha, os golpes dados pela força publica têm sido muito duros, mas não conseguiram exterminá-la e, como reconhecem pessoas dedicadas a estudar o tema da paz, o que se tem hoje é uma guerrilha reanimada e se restruturando de novo e deixando para atras esses golpes.

Tem cambiado o marco, na medida em que hoje a ofensiva é do governo e não da guerrilha, mas as causas do conflito não têm cambiado, sendo uma delas o fato de que a oligarquia colombiana tem-se negado a fazer as mudanças que necessita o país.

3. ¿No es contraditório dizer que as causas estão latentes e, imediato, se declarar otimista com respeito ao diálogo?

O diálogo é a única possibilidade hoje para que podamos superar a guerra. A via militar não resolve o conflito, isso está comprobado, são 60 anos já de guerra, de confrontação e de uma guerra muito degradada. A única alternativa é a paz. Tanto o governo quanto a guerrilha devem entender que a via militar esgotou-se, há que entrar em um novo momento na vida nacional para uma solução política, para fortalecer a democracia e a justiça social, porque não é a paz dos sepulcros, a paz romana que nos está dizendo o senhor Santos: “Venham se desmobilizam e depois veremos quais são as mudanças a serem feitas”. Não é assim a coisa, tem que ser sobre a base de um acordo político nacional no qual participe toda a sociedade colombiana, que es heterogênea, mas sobre a base de superar as necessidades e insatisfações que o povo tem e, fortalecer todo o que o país requere no setor democrático e na justiça social.

4. No marco do conflito social e armado que o governo tem reconhecido a contragosto se desenvolve a campanha eleitoral. Como analisa as garantias para a oposição?

Não há, não há. El único partido de oposição que es o Polo Democrático Alternativo estão buscando acabar com ele usando a força. Nos querem “linchar” só pretexto de que o senhor Samuel Moreno cometeu em Bogotá uma serie de coisas e que está sendo julgado. Mas, resulta que todos os partidos de direita: A U, Cambio Radical, Liberais, Conservadores, todos têm presos por parapolítica, por narcotráfico e corrupção, mas isso sim não conta. Aí cada um tem que responder, mas em Bogotá, tem que responder o Polo, que es uma maneira de acabar com a oposição.

Ademais, de que já há violência, há mortos do Polo Democrático Alternativo, candidatos assassinados. então, aqui não há garantias, não há eleições livres, inclusive isso foi dito pela Comissão de observação eleitoral, o MOE, a Defensoria do Povo e vários investigadores dos processos eleitorais. Afirmam que a atual campanha está sendo feito com os mesmos métodos de sempre: Clientelismo, corrupção, violência, que são praticadas por dirigentes tradicionais e politiqueiros reginais.


5. Se rumora que o presidente Santos estaria negociando com a insurgência secretamente. ¿O que há de certo nesse rumor?

Sim, há rumores, mas e difícil saber o que esta ocorrendo. Não sabemos se são certos ou não, mas tomara que sejam verdadeiros.

Bogotá, setembro 14 de 2.011