"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Chorar sobre o leite derramado? Ou atuar racionalmente.




Tal pareceria que o único analista de todo o Oligopólio Midiático Contra Insurgente colombiano, quem tem calado sobre as aparências emocionais e penetrado no fundo contraditório que move o assunto da chamada crise da fronteira colombo-venezuelana é Alfonso Cuellar. Estrategista contra insurgente, educado primeiro na seção internacional do diário El Tiempo de Bogotá, depois na Inglaterra pela British Petroleum BP [sempre o petróleo no meio] em segurança internacional e em seguida nos EUA em guerra internacional contra o narcotráfico e manejo de crises entre nações, quem momentaneamente escreve interessantes e destacadas colunas de opinião na revista do sobrinho do Presidente Santos, Semana.com. Não é senão que olhar-lhe nos olhos na foto para saber quem é.

Em sua última análise intitulada “dormindo com o inimigo”, ao analisar as três decisões que no médio prazo o governo enfrenta na atual situação com Venezuela [se pode ler integralmente no seguinte enlace:
http://www.semana.com/opinion/articulo/alfonso-cuellar/441277-3. Descreve a terceira decisão assim: ..........”A terceira decisão, que no momento parecia lógica, é hoje um obstáculo que restringe a capacidade de reação do governo colombiano aos desmandos venezuelanos: a participação oficial da Venezuela nas conversações de paz. Foi documentado o papel favorável que Hugo Chávez desempenhou em persuadir as Farc de sentarem-se a negociar. Por esse papel e pelas aparentes relações amistosas entre os dois países –ou pelo menos entre Santos e Chávez-, se acordou a designação de um delegado de Caracas como acompanhante do processo.

O envolvimento da Venezuela como observador é mais sui generis do que muitos imaginam. Ao consentir a presença de numerosos comandantes das FARC e acampamentos guerrilheiros em seu território, o governo venezuelano tem sido e é um ator do conflito. A efetiva implementação de um acordo de paz depende numa altíssima proporção a o que faz e o que deixa de fazer o regime de Maduro. Se as FARC podem continuar utilizando ao vizinho país como sua retaguarda estratégica, o que se firme em Havana ficará manco, muito manco.

Durante cinco anos, a garantia da boa vontade e conduta da Venezuela estava sustentada na normalização das relações entre as duas nações e na solidariedade regional com a Colômbia. Esses dois pilares ficaram destroçados com os acontecimentos destas semanas. É ingênuo tentar desagregar o papel venezuelano no processo de paz da crise bilateral, como têm apregoado alguns. São inseparáveis. O primeiro delegado venezuelano às negociações foi seu embaixador ante a OEA, Roy Chaderton, quem, na segunda-feira passada, deixou claro o que opinava sobre os colombianos deportados à força.

É evidente que a política de apaziguamento com o governo de Caracas perdeu sua utilidade. Este não correspondeu à confiança oferecida pela administração de Santos. A permanência venezuelana na Mesa de Havana é uma ameaça à segurança nacional da Colômbia. Exclui-la será custosa no curto prazo –as Farc poderiam inclusive ameaçar em levantar-se da mesa-, porém pior é não fazer nada. O futuro da República de Colômbia não pode depender dos interesses da República Bolivariana de Venezuela”.

Quer dizer, o chamado conflito interno de Colômbia não só é externo ou Transnacional como temos sustentado desde há muito tempo, como também se encarnou finalmente no conflito colombo-venezuelano. Claro, como mister Cuellar não maneja a dialética material, não entende aquilo da unidade e luta de contrários e por isso vê a contradição em movimento como uma dicotomia estática em branco e preto: se a Venezuela se vai do processo de paz, como o deseja o Comando Sul dos US Army e seus cipaios em Colômbia, mau [e isso que mister Cuellar não menciona o papel essencial de Venezuela nos eventuais diálogos com o ELN], porém, se se fica dormindo na cama, como diz mister Cuellar, pior. Por isso sua conclusão é incerta ou equivocada, pois Venezuela entrou a formar parte do futuro pacífico ou guerreiro da Colômbia.

E é que este é o problema de fundo que saltou como lebre no caminho, pondo patas acima toda a inapetência e apatia vigarista tão colombiana de deixar tudo para a última hora [nada está acordado até que tudo esteja acordado], princípio inalterável com o qual JM Santos e seus plenipotenciários de paz têm pretendido conduzir os acordos na mesa de Havana, com a errada pretensão ou ilusão de que na última hora e depois de uma campanha massiva de desprestígio pelos meios do Oligopólio Midiático Contra Insurgente, os insurgentes muito assediados e desprestigiados vão firmar o que se ponha diante deles: a rendição e a submissão incondicional à Promotoria corrupta da Colômbia, que em outra coluna paralela da mesma revista Semana desmascara a jornalista Jimena Duzán [ver denúncia em]
http://www.semana.com/opinion/articulo/maria-jimena-duzan-la-nomina-paralela-del-fiscal/441276-3)

Em Breve: os diálogos de Havana chegaram, para usar uma imagem gráfica, à parte final de um muito longo túnel, onde por fim se vislumbra a luz de seu final e de onde seria mais que custoso recuar ou regressar, e onde é essencial entender que já Venezuela entrou a formar parte constitutiva [queiramos ou não] de toda a situação conflitiva regional.

Por isto, as decisões do governo colombiano analisadas por mister Cuellar não poderão ser outras que a diplomacia direta ou Bilateral entre as duas nações irmãs siamesas inseparáveis, para resolver o longo e complexo “problema” do buraco negro em que se converteu a fronteira, que, para ou bem ou para o mal [para a paz ou para a guerra], entrou a formar parte integral do chamado conflito interno colombiano, sem cuja solução tampouco poderá haver paz em Colômbia.

É um sofisma politiqueiro de campanha aquele infeliz lema eleitoral que, pressionado pelas “aflições” ou dificuldades eleitorais, o chefe do glorioso partido Liberal lançou: “...com Venezuela, sem Venezuela ou contra Venezuela, faremos a paz”. A realidade-real está mostrando que só contando ativamente com Venezuela chegaremos a este desejado acordo de Paz.

Tampouco continuando a campanha midiática de ridicularização [não há dia em que não se caricaturize ou insulte ao presidente de Venezuela como burro, tonto, idiota, mal falado, torpe etc.] se vai ganhar o terreno perdido; pois o que o presidente venezuelano mostrou nos últimos dias deixou claro todo o contrário: que se preparou muito inteligentemente.
Enquanto a Inteligência Militar da Colômbia estava com todos os ferros e tecnologias gringas imagináveis buscando líderes guerrilheiros ou líderes sociais da mobilização popular para “neutralizá-los” em bolsas negras, a Inteligência Militar venezuelana preparava um plano militar contundente executado com precisão e eficácia, sem que os heróis colombianos se dessem conta para evitá-lo ou pelo menos tratar de pará-lo. O demais tem sido lamentar, com ira e intensa dor e o calar outorgando de Mindefesa, responsável pela segurança de todos os colombianos. Com isto, o mais conveniente é atuar racionalmente, em lugar de seguir chorando o leite derramado.
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Equipe ANNCOL - Brasil

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