"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 13 de fevereiro de 2010

Curto Balanço dos 7 anos do governo oligárquico de Uribe Vélez



Fonte: ANNCOL /Radio Café Stéreo


Na chamada Ordem Pública:

As FARC foram derrotadas? Não. Continuam Resistindo.

Acabaram-se os sequestros e os sequestrados regressaram aos seus lares? Não. Inclusive muitos morreram no cativeiro.

Acabaram-se os paramilitares? Não. Tem-se fortalecido e, inclusive, possuem representantes no congresso, nos ministerios, no DAS e até em cargos diplomáticos.

O narcotrafico foi reduzido? Não. A cocaína continua fluindo para os mercados dos países desenvolvidos consumidores.

Melhorou a segurança nas cidades? Não. As grandes cidades são um campo de batalha silenciado.
Melhorou a situação dos deslocados pela guerra? Não. A Colômbia tem mais de 4 milhões de deslocados (o governo os chama de “migrantes voluntários”).

Nossos jovens estão seguros nas cidades e no campo? Não. Segundo a Procuradoria da Nação, foram executados 1.500 jovens que foram apresentados como guerrilheiros mortos em combate. São mortos para cobrar as recompensas, e essa operação foi chamada de “Falsos Positivos” pelo ministro da Defesa e candidato Juan Manuel Santos
Na Economia:

O emprego melhorou? Não. O DANE, dentre as suas mentiras, afirma que em fevereiro de 2010, o desemprego atingiu 12%. O maior da América Latina.

Há mais investimentos? Não. As enormes cifras dos investimentos estrangeiros informadas pelo Banco da República correspondem a grandes negocios (SAB Miller e Bavaria, Grupo Prisa El Tiempo), a megaprojetos de palmeira africana nas terras dos deslocados e o saque do carvão e outros recursos não renováveis por empresas transnacionais. Nesses negocios não há criação de novas empresas, só movimentação financeira, mudança de donos. O restante dos investimentos estrangeiros são capitais financeiros de especulação, chamados “capitais lagosta”, que entram no país para obter ganhos (principalmente aproveitando as taxas dos TES) e depois vão embora como chegaram: sem controle e sem pagar impostos. Os impostos são para os que usam ‘poncho’, assim como a justiça.

Temos um sistema financeiro moderno? Não! Numa caderneta de poupança os bancos pagam (com sorte) juros de 2% ao ano, mas por um emprestimo cobram 36% ao ano. Todos os serviços bancários tem custos separados (quer dizer: a margem de 34 pontos, é toda para Luis Carlos Sarmiento ou para os bancos espanhois, donos do nosso sistema bancário e financeiro colombiano).

No Campo:

A situação no campo melhorou? Não. Os camponeses continuam fugindo para as cidades como deslocados. A produção agricola de alimentos está quebrada e se importam toneladas de alimentos. Os latifundiários, nas terras expropriadas aos camponeses deslocados, agora dedicam-se ao cultivo da palemeira para extração de óleo e as vigiam com paramilitares reengajados.

Quem financia os latifundiários? O Agro Ingresso Seguro é recente, mas já em 2002 existia um financiamento chamado “Incentivo de Cobertura Cambiaria”. Subsidios exclusivos para floricultores e produtores de banana. Nenhum pequeno produtor pode ter acesso a esses incentivos por que necessita mostrar previamente números astronômicos de exportação que não têm.

Na situação social:

Temos um sistema de saúde melhor? Não. A privatização do sistema do Sistema Nacional de Saúde e dos Seguros Sociais feita durante o governo neoliberal de Cesar Gaviria, pela lei 100 de 1993 apresentada por Álvaro Uribe Vélez, hoje (fevereiro de 2010), depois de 16 anos de ter dado grandes lucros às companhias financeiras de seguros, o EPS de Sarmiento Angulo, Ardila Lule e Santodomingo, colapsou totalmente, lançando a milhões de colombianos às ruas para protestar e exigir Saúde para todos.

A situação dos trabalhadores melhorou? Não. O salário mínimo cobre apenas 50% do custo da cesta básica. Os adicionais noturnos se aplicam somente a partir da 22h. Foi imposta a modalidade de contrato por serviços, sem cobertura de saúde, sem contribuiçoes à aposentadoria, sem beneficios sociais. O próprio trabalhador deve pagar a previdência social. Não existe o desemprego.

E as aposentadorias? A Seguridade Social está quebrada e não há quem responda pela população de aposentados e pensionistas.

Existe respeito pelas minorias sociais? Não. Os indigenas, os afrocolombianos e outros setores minoritários da sociedade, diariamente são vitimas de atropelamentos, assassinatos, deslocamentos forçados e outras repressões por parte das Forças do Estado.

Na educação e cultura:

Existem garantias ao direito constitucional de educação para as crianças? Não. Se você não tiver trabalho ou se o orçamento for insuficiente, azar seu. A educação pública é cada vez mais custosa e de menor cobertura. Os orçamentos das universidade públicas foram enxugados para poder aumentar o Orçamento das forças armadas, que chegou a consumir a monstruosa cifra de 65% do PIB. Para resolver esta ruina, o governo de Uribe propos que os estudantes financiem seus estudos, dedurando ou vigiando seus colegas, pelo que receberiam uma recompensa mensal em dinheiro.

E a cultura? O primeiro ato cultural do governo de Uribe em 2002, foi acabar com a orquestra sinfônica nacional para enseguida tentar convencer o país de que a cultura colombiana são os ponchos e os chapéus de palha. Logo veio uma monstruosa ofensiva midiática, fara familiarizar todos os colombianos com o modo de vida dos narcotraficantes e governantes mafiosos: sem peitos grandes não há o paraiso. As bonecas da mafia. Rosario tesouras, etc., confirmando mais uma vez aquela afirmação marxista de que a econômia é a que determina a política e a ideologia dominantes.

Nas relações internacionais;

Um desastre anunciado: com a tese gringa de Bush de que havia que perseguir o terrorismo sem respeitar fronteiras, num ato criminoso internacional, violou-se com aleivosia, a soberania nacional do Equador, dizem que para propriaciar o golpe de misericórdia às FARC, bombardeando o acampamento do comandante guerrilheiro Raúl Reyes. Fora de matar o comandante e seus acompanhantes e de dar tiros de misericórdia nos feridos, resultou em repúdio total e no isolamento internacional da Colômbia, não somente pelo governo do Equador mas por toda a comunidade internacional.

Não contente com tudo isso, o governo de Uribe, tirou violentamente do presidente Chávez, da Venezuela, uma intermediação humanitária para a liberação de prisioneiros da guerrilha que antes tinha, pessoalmente, solicitado. Este gesto levou a uma escalada de recriminações diplomáticas. Posteriormente, com a chegada de Obama à presidência dos EUA, o governo de Uribe Vélez, em ato infâme de vende pátria, assinou um acordo internacional para ceder ao Exército dos EUA sete bases militares com o quê o território colombiano converteu-se numa plataforma de agressão militar contra países vizinhos, principalmente Venezuela e Nicarágua. Razão pela qual se chegou a uma ruptura das relações diplomáticas e a um estado virtual de guerra entre os dois países irmãos.

Enquanto tudo isso e muitas outras coisas se passam na Colômbia, Caracol, RCN, El Tiempo-Planeta, Semana e outros meios de alienação de massas “recompensados” pelo governo, dedicam-se dia-a-dia na lavegem cerebral dos colombianos sem nenhuma distinção, desinformando-os ou contrainformando-os, ou simplesmente mintindo e ocultando o que realmente acontece no cotidiano colombiano. Fazem o sangue do povo ferver de odio, culpando o presidente Chávez de todos os problemas internos do nosso país e, por fim, para terminar a masturbação, mostram peitos e nádegas de rainhas da beleza da narcomafia que governa, impondo seus valores criminosos para que o espectador durma tranquilo e sonhe com eles.

Entretanto, parece que uma faísca de consciência social começa a crepitar e que o teflon indestrutível com o qual Uribe e sua inteligência superior se revestiram, acabou fundindo-se diante da realidade. Essa é a difícil luta que se aproxima, e que deve conduzir para abrir a porta Ampla e Democrática da solução política da crise colombiana.