O fascismo, o ódio e a demagogia alimentam a campanha de Serra
Por Milton Alves *
A campanha de Serra confusa e errática no início do processo eleitoral definitivamente encontrou um eixo, aliás já no fim do 1° turno, alimentado no fascismo, no ódio e na demagogia. Com a possibilidade de uma derrota ainda no 1° turno, a campanha tucana adotou o vale- tudo e partiu para uma ação de difamação e calúnias contra a candidatura de Dilma Rousseff, ressuscitando os métodos de Carlos Lacerda nos seus ataques virulentos e caluniosos aos presidentes Getúlio Vargas e João Goulart - nos anos 50 e 60.
Trata-se de um estilo de campanha que visa desconstruir o adversário e estimular o ódio e o preconceito. Não é por acaso que Serra e a campanha tucana recorreram a grosseira manipulação de temas como aborto e união civil entre pessoas do mesmo sexo, envolvendo as referidas questões com o matiz religioso, tentando estigmatizar e apartar a campanha de Dilma dos diversos segmentos religiosos do país.
Ao mesmo tempo, os tucanos partiram para a mais desvalada demagogia. Serra e seu partido, que sempre defenderam políticas monetaristas e fiscalistas sobre as questões da previdencia social, do salário mínimo e dos programas sociais, agora apresentam propostas como o reajuste do salário mínimo para seiscentos reais, a ampliação do Bolsa Família e aumento para os aposentados, num esforço para atrair o voto das camadas mais pobres de trabalhadores. É preciso desmascarar as mentiras de Serra e comparar o período de FHC/Serra com o do governo de Lula, que de fato realizou uma verdadeira política de recuperação do salário mínimo e ampliou efetivamente a rede social de proteção dos aposentados e dos excluídos através do Bolsa Família.
No debate da Rede Bandeirantes, o primeiro do segundo turno, Dilma Rousseff, com vigor, repeliu a campanha de calúnias, denunciando o jogo sujo do PSDB e da velha mídia corporativa, contribuindo para politizar o debate eleitoral. Além disso, alertou o eleitorado sobre questões como o fortalecimento do setor estatal da economia versus a linha privatista dos tucanos, a destinação dos recursos do pré-sal e a defesa e ampliação dos programas sociais.
A campanha eleitoral entra na fase decisiva. Os partidos aliados de Dilma, a base de apoio do governo Lula, e as forças sociais interessadas no aprofundamento da democracia e das conquistas sociais, precisam forjar uma ampla mobilização da sociedade, impedindo a escalada fascista e da promoção do ódio entre brasileiros promovida pela campanha de Serra. Nas ruas, nas redes sociais e também na imprensa vamos derrotar a impostura e o fascismo. O Brasil precisa seguir avançando…
* É jornalista, presidente do PCdoB no Paraná e membro do Comitê Central do PcdoB.
Fonte: Portal vermelho