Tratado dá à Bolívia acesso ao litoral peruano
A iniciativa foi qualificada como histórica, depois de anos de rusgas políticas e diplomáticas. "Nós invocamos o diálogo bilateral que leve à recuperação da justiça que é para a Bolívia ter uma saída. É injusto que a Bolívia não tem saída para o oceano", disse García.
A iniciativa peruana de oferecer o uso do Porto de Ilo não é nova. Em 1992, o ex-presidente da Bolívia, Jaime Paz Zamora, e o do Peru, Alberto Fujimori, assinaram um documento estabelecendo a parceria. Mas o acordo nunca foi executado.
"As circunstâncias atuais exigem essa atualização. É um novo protocolo para alcançar as metas [definidas pelos presidentes dos dois países]”, disse García.
Segundo o protocolo, serão construídas instalações para o trânsito de embarcações da Bolívia, um resort de praia e áreas destinadas a esportes e uma zona de livre por um período inicial de 99 anos. Com isso, a Bolívia poderá exportar seus produtos sem encargos tarifários.
O presidente peruano disse ainda que o “Peru jamais será um obstáculo” para a Bolívia. "Estamos juntos no desejo de fortalecer e revitalizar a nossa amizade e solidariedade fraterna, encerrando todos os tipos de discussões envolvendo palavras. As palavras se vão com o vento, mas a irmandade dos povos permanece para sempre" , disse García.
Morales
"A Bolívia vai retornar cedo ou tarde com sua soberania nas costas do Pacífico, porque isso é algo irrenunciável", declarou Evo Morales. Segundo ele, o acordo assinado "aproxima a Bolívia da recuperação de uma saída ao mar com soberania, graças à vontade do governo e do povo peruano".
"Só nos falta a soberania marítima, ainda que saibamos que esta solução não é responsabilidade do peru, estes acordos abrem para a Bolívia as portas intercontinentais para o comércio mundial", afirmou.
Segundo ele, os acordos assinados com o Peru "são históricos, inéditos e singulares para os países vizinhos e irmãos, que sempre estiveram unidos por suas história e cultura".