"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

As FARC-EP jamais atuaram deliberadamente contra a população


Por Yira Castro
Desde as terras do Chocó, desde a Colômbia profunda e esquecida, na voz do negro Pablo, combatente do Bloco Iván Ríos, digno representante das comunidades afrodescendentes de nossa pátria multiétnica e multicultural, chegou hoje a mensagem da insurgência bolivariana ao povo da Colômbia.
O Comandante Pablo Atrato deu leitura ante os meios de comunicação em Havana aos sub pontos 9 e 10 que completam o pacote de iniciativas referidas à responsabilidade sistêmica e responsabilidades múltiplas frente às vítimas do conflito.
Estas duas alíneas, respectivamente, tratam sobre a responsabilidade das FARC-EP frente às vítimas do conflito e a importância da Comissão Histórica do Conflito e suas Vítimas e da Comissão de Esclarecimento, Memória e não Repetição para a Definição de Responsabilidades.
As mencionadas iniciativas surgem em momentos em que na Mesa de Conversações, já tendo em marcha a Comissão Histórica do Conflito e suas Vítimas, se debate sobre a criação de uma Comissão que esclareça a verdade e os responsáveis pelos fatos da confrontação política, social e armada da qual a Colômbia padece há mais de meio século.
De acordo com o dito nesta manhã por Pablo Atrato, as FARC-EP ratificam o compromisso assumido pelas partes quando definiram “o marco normativo e político das responsabilidades”, acolhendo para tal efeito normas do “Direito Internacional dos Direitos Humanos e do Direito Internacional Humanitário”; tendo em conta a juridicidade insurgente e as particularidades do conflito colombiano.
As FARC-EP reiteraram sua disposição de assumir com plena responsabilidade todas as suas ações de guerra e suas consequências, no que tem sido uma longa campanha de meio século de resistência à opressão de um regime que impôs miséria, desigualdade, terror e luto, indicando que infelizmente dentro desta dinâmica, à parte do impacto causado à contraparte, de alguma maneira também se afetou a população.
As FARC, Exército do Povo, como organização revolucionária, ao assumir sua responsabilidade frente às vítimas do conflito, destacaram que jamais, desde suas fileiras, tomaram como alvo principal nem secundário a população, insistindo em que “nunca existiu nas FARC-EP uma política de determinação subjetiva para a vitimização sistemática e deliberada contra a população”...
Por outro lado, admitiu que alguns atos de guerra talvez derivaram em faltas como o excesso de força ou em erros involuntários e consequências não previstas durante as ações bélicas, agregando que “Nos casos em que, descumprindo nossa normativa interna, membros da insurgências causaram danos intencionalmente à população civil, sempre temos atuado consequentemente e adotado medidas sancionadoras contra os responsáveis”.
No conjunto do texto que destaca a existência de um conflito político, social e armado no qual as FARC-EP têm caráter de força beligerante, a insurgência manifestou que os resultados que produzem com suas análises e investigações a Comissão Histórica do Conflito e a Comissão de Esclarecimento, Memória e não Repetição devem ter um caráter vinculante.
O documento finaliza ressaltando as declarações dadas pelo presidente Juan Manuel Santos, nas quais afirma que o Estado colombiano foi responsável, por ação ou omissão, por graves violações aos direitos humanos e infrações ao DIH ocorridas ao longo dos 50 anos de conflito social e armado.
Em suas declarações, o comandante Pablo Atrato esteve acompanhado por Victoria Sandino e pelo integrante do Secretariado Nacional das FARC-EP, Pastor Alape.
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Equipe ANNCOL - Brasil