"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

FARC-EP: Um passo à frente pela paz da Colômbia


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A presença em Havana de um número plural de comandantes guerrilheiros para integrar a comissão técnica, ademais de ser um fato sem precedentes que reunirá representantes da insurgência com militares ativos em torno do propósito comum de elaborar recomendações para serem levadas à Mesa com relação ao ponto 3 da Agenda, sobre os temas do cessar bilateral do fogo e da deixação de armas é, sem lugar a dúvidas, um acontecimento de singular importância política, produto dos avanços conseguidos na Mesa; porém é, ademais, um gesto inequívoco do compromisso das FARC-EP com o processo, um passo à frente pela paz com justiça social para a Colômbia.


Uma lufada de ar fresco, em meio ao ambiente político enrarecido pelos contínuos ataques da ultra direita contra a Mesa de Havana, estimulada em parte pela pusilânime postura governamental, que não soube defender desde o começo, e com a decisão devida, sua principal e quase única realização nos primeiros 4 anos de governo, consequência de sua ambivalente posição frente à solução política do conflito.


A importância dos temas a tratar e a composição da comissão não deixam de criar grande expectativa toda vez que do resultado de seu trabalho vai depender que a Mesa possa avançar na construção de acordos num dos pontos cruciais da Agenda.


Pelo que diz respeito às FARC-EP, chegamos a este momento do processo convencidos da possibilidade real de alcançar acordos nestes sub pontos, se partimos da vontade expressada pelas partes, ratificada em nosso caso com a decisão de sacar dos cenários da confrontação um número considerável de mandos e quadros, para que dediquem seus esforços à construção de propostas que, num tempo razoável, tornem viável o cessar bilateral de fogos e a deixação de armas; algo que, no nosso modo de ver, pode ter como ponto de partida acordos parciais para a desescalada da confrontação, até chegar à firma de um armistício entre as partes, como prelúdio do fim do conflito armado, que deve levar-nos a que os colombianos possamos continuar tramitando nossas diferenças pelas vias da política sem necessidade de recorrer às armas.


Tarefa nada fácil, se temos em conta a complexidade dos temas que faltam por tratar e a quantidade de obstáculos que se devem circundar, até chegar aos acordos definitivos na totalidade dos pontos da Agenda; acordos definitivos que devem assentar as bases estruturais sobre as quais há de levantar-se a paz com plena e real democracia, com soberania e justiça social.


O encontro cara a cara de comandantes insurgentes e mandos militares ativos, para trabalhar em torno de um propósito comum sem ter concluído a confrontação, é um sinal inequívoco do avanço do processo, o que deve convocar o mais amplo e ativo respaldo de todos os colombianos, até criar uma massa compacta que com sua força e impulso isole e derrote a ultra direita militarista agrupada sob a bandeira uribista. Somente a mobilização social dos setores majoritários que aspiramos a uma Colômbia em paz poderá impor-se acima dos poderosos interesses que se lhe opõem e as vacilações governamentais.

Carlos Antonio Lozada.
Integrante do Secretariado das FARC-EP.

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Equipe ANNCOL - Brasil