"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 10 de maio de 2014

Paralisação nacional continua com adesão de 120 mil pessoas em mais de 100 cidades



Por Marcela Belchior

Aumenta a participação e mobilização naParalisação Agrária, Camponesa, Ética e Popular da Colômbia, iniciada no último dia 28 de abril. Segundo entidades que aderiram ao movimento, mesmo sob forte repressão estatal, a jornada de manifestações permanece pacífica, organizando-se em 115 pontos de concentração por todo o país.


Reunindo comunidades indígenas, camponesas, afro-colombianas e setores populares rurais e urbanos, congregando cerca de 120 mil pessoas, a previsão é que a suspensão das atividades e os protestos públicos continuem pelos próximos dias em vários estados do país.


Segundo a Comissão de Comunicação do movimento, no entanto, o governo mantém a repressão, que impede o livre desenvolvimento dos direitos dos participantes à mobilização, utilizando as forças armadas e a polícia para obstaculizar, violar, confinar, ferir e aprisionar as comunidades. "Para conter essa situação, solicitamos a verificação pelos organismos das Nações Unidas para assegurar nosso procedimento pacífico”, afirmam os organizadores. Além disso, a Comissão vem registrando todas as violências de direitos humanos das quais os manifestantes têm sido vítima para posteriores denúncias nacionais e internacionais.

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O movimento reitera que sua demanda principal é a participação decisiva das comunidades na formulação de uma nova política agropecuária e de ordenamento territorial, que resolva as necessidades existentes no campo colombiano e do país em geral, de maneira justa e dialogada. "Para isso, propomos ao governo federal que instale a Mesa Única de Negociação com os líderes paralisação mediante decreto presidencial, instância consultiva e decisória para formular e construir a política agropecuária democrática que o país requer hoje de maneira urgente”, aponta a organização da mobilização.


Resistências


Durante a jornada de manifestações, que já se estende por mais de 10 dias, forças militares do Estado colombiano vêm se utilizando de mecanismos de intimidação da população insurgente, fazendo revistas, fotografando manifestantes e lançando disparos com armas de fogo. Estariam ameaçando também os camponeses de despejo e criminalização do movimento, além de aterrorizarem camponeses mobilizados com sobrevoos permanentes de helicópteros.


O movimento é resultado da reunião da Cúpula Agrária, realizada em março deste ano. O objetivo da Paralisação Nacional é apresentar uma pauta de reivindicações unificada que debata as atuais políticas agrárias desenvolvidas pelo Estado e que têm fragilizado o setor rural colombiano.