"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Bem-vindo à Europa professor Moncayo


[Marcos Sanchez/Berna- Suiça]


O professor colombiano, Gustavo Moncayo conhecido como “O Andarilho da Paz” cujo filho Pablo Emilio Moncayo, cabo do exército e que permanece como prisioneiro de guerra pelas insurgentes FARC desde 1977 iniciou uma viagem histórica por vários países europeus buscando encontrar apoio para o intercâmbio humanitário em nosso país.


Esse acadêmico e pai de família, dias atrás, em plena Praça de Bolívar em Bogotá, de modo oportuno e valoroso refutou as condições de Uribe para conseguir a liberação dos prisioneiros de guerra, criticou a negativa do presidente à desocupação militar e disse chorando “você não é Deus para acreditar-se o dono da vida do meu filho”.


Esta visita do professor Moncayo ao velho Continente, deve servir inicialmente para que os compatriotas residentes aqui, assim como os próprios europeus, possamos, além de brindar nossa solidariedade e apoio a esse acadêmico, alcançar com os governos, os sindicatos e a sociedade européia uma sensibilização muito mais profunda sobre a problemática colombiana e no caso mais urgente, o intercâmbio humanitário com desmilitarização imediata, o qual o próprio presidente Uribe de forma teimosa na prática tem se oposto, ao negar-se desocupar militarmente por 45 dias, os Municípios de Florida y Pradera, no Vale do Cauca, no ocidente da Colômbia , tal como vêm propondo as FARC.


Esta batalha pela permuta humanitária precisa muito do povo, de muita gente, precisa de muitas vontades, muita solidariedade não apenas no solo da Colômbia, mas no mundo inteiro onde os governos amigos dos direitos humanos, do diálogo, das saídas negociadas para os conflitos, nos quais os sindicatos, as universidades, as ONGS, até mesmo a ONU, pressionem, chamem, escrevam diretamente ao Presidente Uribe Vélez e não peçam, mas exijam em nome da humanidade, que na Colômbia aconteça esse intercâmbio humanitário com desmilitarização já!


Esta visita à Europa por parte do “caminhante pela paz” também deve servir para que a comunidade internacional saiba que em toda a Colômbia existem mais de CINCO MIL PRESOS POLITICOS, campesinos, indígenas, profissionais, estudantes, trabalhadores, jornalistas, donas de casa, etc, a maioria acusados dos delitos políticos de REBELIÃO e outros de TERRORISMO, que acusados de pertencer ou colaborar com a insurgência, verdade ou mentira, permanecem detidos e em condições deploráveis e inumanas confinados nas masmorras do regime.


No entanto, outras mais cinco mil pessoas permanecem escondidas ou clandestinas, por terem ordens de captura, acusadas pelo mesmo delito que acusam todos na Colômbia ao não estarem de acordo com o governo; o delito de Rebelião ou de Terrorismo, por serem opositoras de um governo narco-paramilitar, corrupto, que está deixando morrer de fome milhares de crianças e idosos nas ruas, um país onde não há emprego, onde os pobres não têm acesso à educação, à saúde, a ter uma moradia digna, muito menos de lazer, um governo que impôs um terrorismo de Estado através dos narco-paramilitares que continuam delinquindo dos cárceres.


Seria interessante que o professor Moncayo aproveitasse essa visita para dizer também aos europeus que temos na Colômbia, um governo ilegítimo, o qual ainda que tenha participado das ‘eleições’, ganhou com os votos que - tirados de forma obrigada e com a ponta do fuzil ameaçando a população-, fizeram os paramilitares e prova disso são as três dezenas de parlamentares acusados, alguns presos, outros fingindo-se de amiguinhos de Uribe, acusados repito de serem criadores, financiadores e patrocinadores dos paramilitares que assassinaram, com serras elétricas e massacraram mais de 10 mil pessoas, desabrigaram mais de 2,5 milhões de pessoas mais e se apoderaram das melhores terras.


Que bom dizer à comunidade internacional, que os paramilitares estão a ponto de sair do cárcere perdoados apesar te terem cometido e confessado milhares de crimes atrozes, paramilitares que na prática não se desmobilizaram, mas mudaram de nome e se fazem chamar agora de “as Águias Negras”.


Interessante expressar aos europeus, que na Colômbia toda pessoa que seja “perigosa” para o Estado, é assassinada, desaparece ou é torturada, tudo isto com o patrocínio do chefe maior de um estado fascista e paramilitar, como é o de Álvaro Uribe Vélez.


Professor Moncayo, bem-vindo à Europa, avance, siga adiante sua marcha, que também é a marcha para que na Colômbia e no mundo cresça a consciência, a necessidade e a urgência do intercâmbio humanitário com desmilitarização já!