"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Uribe e seus rapazes sediciosos

Os degenerados que cortaram em pedacinhos uma jovem indígena de 16 anos logo depois de extraírem-lhe o feto e que os atiraram ao rio diante dos olhos horrorizados da comunidade indígena, assim como os degenerados que cortaram o pênis de um menino de 8 anos e o deixaram sangrar, serão, segundo Uribe os novos delinqüentes políticos, que em razão de serem abrigados pela figura de sedição, poderão procurar chegar até a presidência da Colômbia e dali dar aulas de ética e moral a todo o mundo.

Os ‘meninos de Uribe‘, assassinos pagos por Washington e Chicó!


[Miguel Suárez *]


Passado o espetáculo, no qual Uribe pretendeu utilizar a chegada do professor Mocayo a Bogotá para abafar temporariamente o escândalo do para-uribismo e no qual o povo apesar do terrorismo de estado, muito valentemente, gritou praticamente na cara de Uribe, assassino e páraco, o denominado escândalo do parauribismo seguiu seu curso e, voltamos ao ponto anterior, ou seja, nos esforços de Uribe de garantir impunidade a seus “rapazes”, os paramilitares, cobrindo-os sob a figura da “sedição”.


O jurista e ex-candidato presidencial da União Patriótica, o assassinado Jaime Pardo Leal definiu a sedição ou o delito político dizendo, “existiu desde que o Estado aparece como ferramenta política de classes. Porque o delito político é, exatamente, o enfrentamento contra a ordem institucional do Estado e contra os poderes públicos que o constituem”


A Sedição e o delito político como tais, haviam sido rechaçados por Uribe que em maio de 2005, dirigiu uma campanha para sua abolição na Colômbia e que segundo ele, numa democracia como a colombiana não deve existir o delito político e o que existe é um ataque do terrorismo a uma “democracia profunda”.


Hoje ante os tropeços sofridos por eles para cobrir de impunidade os terroristas de estado que atuam sob a cobertura do narcoparamilitarismo, tentaram reviver o delito político, aceitaram a existência de um conflito interno, porém com seus paramilitares e não como o povo e menos ainda com sua organização política mais clara as FARC-EP, que classificam como terrorista.


Assim que a corte suprema de justiça rechaçou a aplicação da figura da sedição aos paramilitares, já que estes nunca estiveram contra o estado, Uribe anunciou que apresentará ao congresso um projeto de lei que outorgará o status de “sediciosos” aos narcoparamilitares.


Há que se dizer que o mencionado projeto, será aprovado sem nenhuma modificação importante já que o congresso da “democracia” colombiana é composto em sua grande maioria por delinqüentes a serviço do terrorismo de estado que foram eleitos com dinheiro e armas dos narcoparamilitares, que estão conscientes de que a lei que aprovam será cedo ou tarde aplicada a eles mesmos.


Uribe costuma chamar os paramilitares “meninos”, para os que pediu e se esforça para que assim seja, acobertar com esta figura legal aqueles que durante mais de 20 anos têm cometido as maiores barbaridades contra o povo colombiano com a desculpa de combater a guerrilha.


Constantemente, há muitíssimos anos, tem-se denunciado que os tais paramilitares nunca combateram à guerrilha mas sim, têm massacrado o povo sob o pressuposto de paralisar o protesto social e destruir as organizações populares baseando-se no terror e hoje os fatos o confirma.


Os “rapazes” de Uribe, que segundo ele, num número maior que 33 mil se desmobilizaram, foram autores de pusilânimes massacres.


Um de tantos foi o de Trujillo, Valle del Cauca ocorrido em 1990, quando assassinaram mais de 50 colombianos, cortando-os em pedaços com motosserras, orgia de sangue da qual não se salvou nem o sacerdote do povo.


A matança nessa zona chegou a tal extremo, que em Marsella, departamento de Risaralda, onde o rio Cauca vertia os mortos que chegavam em meio a troncos de guadua, cansaram de tirar cadáveres ante a indiferença oficial. Um de seus habitantes disse que contou até mil e parou a conta.


Em 31 de Janeiro de 1995, o Presidente Samper aceitou publicamente a responsabilidade do estado nesse massacre.


Os ‘rapazes”, os que talharam suas vítimas com a motoserra, serão delinqüentes políticos, por obra e graça do Messias dos terroristas, Álvaro Uribe Vélez.


Também o serão homens como o General Rito Alejo del Rio, que em dezembro de 1995 junto com o famoso general Alfonso Manosalva, fundador, segundo Mancuso das hordas paralimitares, se fizeram comandantes das brigadas Cuarta e Décima Terceira, com sede em Antioquia e converteram, junto com Carlos Castaño, em um mar de sangue este departamento numa cadeia de depravações que ainda não terminou; Rito Alejo del Río é um símbolo total de impunidade na Colômbia, há mais de 10 anos foi denunciado pelas comunidades. Testemunhas contaram as barbaridades cometidas pelas tropas a seu mando em convivência com os paramilitares e hoje mafiosos que oficiam como chefes do paramilitarismo o haviam vinculado novamente a fatos de terrorismo de Estado, segundo os propósitos de Uribe, este seu herói nacional, a ser acobertado pela figura da sedição com a qual ficará garantida sua impunidade.


Graças a maquinaria mafiosa se converteram em delinqüentes políticos os responsáveis por massacres do exército oficial no Los Uvos e a fazenda El Nilo em Cauca, a família Andrade Alvarez nas proximidades de Ocaña, e os meninos de Villatina, todos eles vitimas de horríveis massacres perpetrados pelo Exército e a Polícia, em ações dirigidas pelos “rapazes” de Uribe.


Os autores intelectuais e materiais, militares e paramilitares dos massacres do Aro, de Mapiripán, do Carmem de Viboral ou do Urabá chocoano, poderão contar com a absoluta impunidade que Uribe lhes garantirá mediante seu projeto de outorgar o qualificativo de políticos o ato de massacrar impunemente ao povo colombiano.


Os mais de quatro milhões de desabrigados dentro dessa lógica criminosa, passarão a ser delinqüentes enquanto os ‘meninos” e seus chefes serão congressistas, ministros e presidentes.


O Senador de Sucre, Álvaro García Romero, que, ao mesmo tempo em que aprovava leis antipopulares ordenava massacres, os Araujos, o fugitivo e o detido, que assegurou “se vem por mim vem pelo presidente”, Jorge Noguera, que elaborava a lista de sindicalista a serem assassinados e uma lista de mais de cem bandidos, incluídos Mancuso, don Berna, Adolfo Paez, todos, se beneficiarão destedespropósito, já que o ato de desabrigar e esquartejar colombianos indefesos, é, segundo Álvaro Uribe Vélez, um delito político.


Os degenerados que cortaram em pedacinhos uma jovem indígena de 16 anos logo depois de extraírem-lhe o feto e que os atiraram ao rio diante dos olhos horrorizados da comunidade indígena, assim como os degenerados que cortaram o pênis de um menino de 8 anos e o deixaram sangrar, serão, segundo Uribe os novos delinqüentes políticos, que em razão de serem abrigados pela figura de sedição, poderão procurar chegar até a presidência da Colômbia e dali dar aulas de ética e moral a todo o mundo.


Uribe inicialmente propôs que a nova lei tivesse nome próprio para abrigar apenas a seus delinqüentes, porém, diante da ilegalidade disso, seu ministro do interior, Carlos Holguín Sardi, homem do cartel de Cali, disse que a nova lei que apresentaram diante do parlamento mafioso, deverá cobrir também aos futuros “inimigos” do estado, ao que parece referindo-se a seus novos paramilitares agora denominados “águias Negras”, que hoje passeiam pelo país como Pedro por sua casa assassinando e ameaçando colombianos com a cumplicidade de Uribe e seu séqüito.


Uribe mesmo, graças a seu intento, também será acobertado com esta figura devido a seu passado criminoso, como criador dos grupos paramilitares, que bebiam o sangue de suas vitimas e comiam sua carne.


Esta “jogada” política de Uribe e da oligarquia colombiana busca continuar sua ofensiva midiática e ideológica de negar que no país existe um conflito armado e que as guerrilhas são rebeldes e conceder estatuto político a seus aliados paramilitares, aqueles mesmos que Uribe, acredito, inspirou nos anos 90 quando foi governador de Antioquia.


A intenção é, utilizando seus meios de desinformação e seu desprestigiado aparato legal, converter em delinqüentes comuns as guerrilhas, seus contraditores políticos, e em delinqüentes políticos aos paramilitares, ferramenta mais do terrorismo de estado por eles aplicado há mais de 100 anos.


*Diretor de Radio Café Stéreo
www.ajpl.un/radio
E-mail:info@ajpl.nu

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