Forças Armadas da Colômbia qualificadas como criminosas
A essa conclusão chegou um grupo de deputados sindicalistas da Grã-Bretanha. “A maioria desses crimes se atribui às Forças Militares Colombianas, assim como a paramilitares com apoio do Estado”, acrescentam os signatários trabalhistas, que lembram que o Reino Unido é “o maior doador de ajuda militar para a Colômbia depois da administração estadounidense de George Bush”.
Foto: Inimigos do povo colombiano!
[ABP – Euskal Herria]
Um destacado grupo de deputados e sindicalistas empenhados, assim como o alcaide de Londres, Ken Livingstone, publicaram hoje um apelo ao primeiro ministro britânico, Gordon Brown, para que suspenda toda sua ajuda militar à Colômbia.
Os signatários, que incluem a todos os membros do Comitê Nacional Executivo do Partido Trabalhista que não são membros do Governo, e os dirigentes de todos os sindicatos afiliados ao trabalhismo, denunciam que “Colômbia tem um dos piores recordes em matéria de direitos humanos”.
“ Entre numerosas violações, 4.000 sindicalistas foram ali assassinados nos últimos quinze anos, cifra superior à combinada de todos os sindicalistas mortos em todo o resto do mundo”, disse o documento, que publica hoje o diário “The Guardian”.
“A maioria desses crimes são atribuídos às Forças Militares Colombianas, assim como a paramilitares com apoio do Estado”, acrescentam os assinantes trabalhistas, que lembram que o Reino Unido é “o maior doador de ajuda militar para a Colômbia depois da administração estadunidense de George Bush”. Os signatários reclamam do Governo Brown que siga o exemplo que deu o Partido Democrata, que ao reconquistar o Congresso dos Estados Unidos alcançaram uma “significativa redução” da ajuda militar a esse país devido à preocupação com a violação dos direitos humanos.
“Como demonstra o êxito histórico alcançado na Irlanda do Norte – assinalam – um Reino Unido governado pelos trabalhistas está em posição privilegiada para contribuir positivamente rumo a uma solução negociada no conflito colombiano”.
“Instamos ao Governo a suspender toda ajuda militar à Colômbia até que o Estado colombiano aplique plenamente as reiteradas recomendações do Alto Comando da ONU para os Direitos Humanos”, acrescenta a petição, que conclui que “os assassinatos têm que acabar”.
Entre os signatários figuram além dos citados o presidente do atual congresso trabalhista e do Exército nacional, Mike Griffiths, assim como vários grupos de parlamentares – de direitos humanos, ligados aos sindicatos, entre outros-, assim como o tesoureiro, Jack Dromey, além de numerosos deputados e organizações afiliadas ao Partido. O documento, que é ao mesmo tempo uma campanha para o recolhimento de assinaturas dirigidas ao primeiro ministro, coincide com a celebração do congresso trabalhista em Bournemouth (sul da Inglaterra).