Colômbia, o país com mais sindicalistas mortos em 2011
Pelo menos 76 pessoas foram assassinadas no mundo por suas atividades sindicais, delas 29 na Colômbia, revelou a Confederação Sindical Internacional [CSI] num informe divulgado nesta terça-feira. Mais da metade do total dos decessos ocorreram na América Latina, onde, além da Colômbia, a Guatemala [com 10 mortes] se converteu na nação mais perigosa para os sindicalistas. “Somente na América Latina se registraram 56 assassinatos, crimes cometidos com a mais absoluta impunidade”, assinalou o informe, que, ademais, advertiu que “o grupo mais vulnerável é constituído pelos cerca de 100 milhões de trabalhadores e trabalhadoras domésticos que há no mundo inteiro, muitas vezes mulheres jovens e migrantes que apenas conhecem seus direitos e não dispõem de nenhum meio para defendê-los, sofrendo umas condições opressoras e inclusive violentas”.
Segundo a secretária-geral da CSI, a australiana Sharan Burrow, “2011 foi um ano de enormes mudanças, com a Primavera Árabe anunciando novas oportunidades e novos desafios. Os sindicatos se viram reprimidos com mais dureza no Oriente Médio e no Norte da África, mais que em nenhum outro lugar do mundo”.
Um recente estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento [PNUD] advertiu que a Colômbia é um dos países do mundo com piores índices, tanto de liberdade sindical como de direitos trabalhistas, com um registro de mais de 2.800 homicídios de sindicalistas e trabalhadores sindicalizados entre 1984 e 2011. De fato, esse pobre desempenho foi durante anos um dos principais impedimentos à ratificação do Tratado de Livre Comércio [TLC] entre a Colômbia e os Estados Unidos, que finalmente recebeu a aprovação legislativa no ano passado.
El Espectador, Bogotá, 5 de junho de 2012.