A partir de setembro se instalarão os Conselhos Patrióticos Internacionais
Por Eliécer Jiménez Julio
Balanço da
excursão pelo dirigente Carlos García Marulanda
Como de positiva e altamente exitosa foi
qualificada a primeira excursão de socialização que realizou durante um mês
pela Europa o dirigente do Movimento Marcha Patriótica, Carlos García
Marulanda. A mesma se levou a cabo de 6 de maio a 7 de junho e envolveu 8
países (Suíça, França, Bélgica, Suécia, Irlanda, Itália, Alemanha e Espanha) e
14 cidades europeias muito importantes no trabalho da solidariedade com o povo
colombiano (Genebra, Lausanne, Berna, Zurique, Grenoble, Lyon, Paris, Bruxelas,
Estocolmo, Dublin, Milão, Dusseldorf, Sevilha e Madri). Antes de seu regresso a
Colômbia, entrevistamos o dirigente García Marulanda.
— Qual é o balanço desta primeira excursão de socialização da Marcha
Patriótica pela Europa?
O balanço da excursão pela Europa do novo Movimento Político e Social
MARCHA PATRIÓTICA é altamente positivo, porquanto permitiu avançar num primeiro
momento com a socialização dos aspectos políticos e das conclusões emanadas da
reunião do CONSELHO PATRIÓTICO NACIONAL que promoveu sessões nos dias 21 e 22
de abril, com a participação de mais de 4.500 delegados em representação de
organizações sociais, políticas e populares do país e de apresentação dos
principais momentos da multitudinária mobilização de 23 de abril, a qual contou
com mais de 100.000 marchantes provenientes de diversas regiões; nessa mesma
ordem de ideias avançamos em vários espaços de encontros a partir de
conversações com organizações sociais e populares europeias, partidos políticos
de esquerda, parlamentares europeus, comitês de solidariedade com a Colômbia e
contatos com colombianos na qualidade de refugiados políticos.
A excursão realizada em 8 países da Europa nos permitiu expor a complexa
situação que vive nosso país em matéria de violação de Direitos Humanos e do
nível de afetação social a partir da implementação de políticas do atual
governo que limitam e oprimem direitos adquiridos, ao mesmo tempo que nos
possibilitou renovar uma série de contatos com organizações e pessoas que têm
uma alta sensibilidade frente à problemática da Colômbia, concretizando-se,
desta maneira, a conformação de espaços de solidariedade e acompanhamento com
as lutas do nosso povo.
O amplo intercâmbio na Europa nos deu a possibilidade de demonstrar como
tem sido o processo de conformação e construção coletiva da Marcha Patriótica,
como manifestação de acumulação de luta e níveis de resistência do povo a
partir da emergência de espaços de mobilização e protesto do movimento social e
popular, os quais entenderam a necessidade de avançar em cenários de UNIDADE
local, municipal e estadual, na perspectiva de uma grande convergência nacional
e pontos de encontro a partir de suas próprias realidades, dinâmicas de luta e
identidade política e programática expressadas no novo movimento político e
social; dita caracterização nos tem permitido enfrentar as campanhas de
perseguição, desqualificação e estigmatização que, desde o alto governo, paira
sobre esta nova expressão alternativa na Colômbia.
— Que projeções para o trabalho ficam para a Marcha Patriótica na Europa
no futuro próximo a curto e médio prazo?
A excursão pela Europa deixa experiências de contato com amplos setores
alternativos e organizações de esquerda, os quais, em suas intervenções,
manifestaram seu apoio decidido às diversas dinâmicas de luta social e
expressaram sua solidariedade e acompanhamento com a Marcha Patriótica a partir
de três iniciativas básicas:
a)
Conformar as brigadas internacionalistas
solidárias. [acompanhamento permanente de voluntários de organizações sociais
europeias aos dirigentes e ativistas que registrem um risco por sua atividade
política e social.]
b)
Iniciar com um processo de incidência a partir do
impulso da diplomacia política. [reuniões com parlamentares europeus e
organizações políticas que têm expressado seu trabalho solidário.]
c)
Ampliação da denúncia imediata e oportuna. [a
partir da criação de uma base de dados e rede internacional de comunicação
alternativa que socialize e reproduza as denúncias que a partir da Colômbia se
projetem em função da violação de direitos humanos.]
Estas iniciativas são, antes de tudo, a contribuição que, desde a comunidade internacional, se recolheram, correspondendo à Junta Patriótica Nacional, instância de direção política da Marcha Patriótica, analisar e avaliar as referidas propostas.
— Qual é a tarefa a seguir por parte dos membros, seguidores e
simpatizantes da Marcha Patriótica na Europa, tanto colombianos quanto
europeus?
A solidariedade expressada com a Marcha Patriótica determina, por parte
dos integrantes e simpatizantes deste novo movimento político e social na
Europa, avançar na concretização e no desenvolvimento das propostas
apresentadas nas diversas reuniões realizadas na excursão, iniciando com a
ampliação de contatos e relações com processos que ainda não abordamos na ideia
de comprometê-los na preparação de encontros, atos e reuniões na próxima
excursão a realizar-se no mês de setembro de 2012; de igual maneira, se
expressou o interesse de conformar os CONSELHOS PATRIÓTICOS INTERNACIONAIS,
como instância de articulação do trabalho da Marcha Patriótica na Europa;
iniciativa que se estará precisando na medida em que a direção política da
Marcha vá concretizando os critérios e definições organizativas na perspectiva
do fortalecimento a nível internacional.
— Qual é o balanço da participação da Colômbia no eminário Conflito e
Paz na Irlanda e que tarefas concretas seguem nessse ponto de busca da paz na
Colômbia, que se possa contribuir desde a Europa?
A participação no Seminário Internacional sobre Conflito e Paz,
realizado na Irlanda nos dias 24 e 25 de maio último, possibilitou conhecer e
intercambiar experiências sobre os diversos esclarecimentos adiantados pelas
organizações sociais da Colômbia, Sri Lanka e Curdistão frente às iniciativas
populares em procura da busca da solução política e a concretização da paz
sobre a base da superação das causas estruturais que originaram os conflitos
nos referidos países, tendo em conta as particularidades e especificidades de
cada processo.
Para o caso colombiano, a assistência ao referido evento permitiu
socializar as diversas etapas do conflito social e armado que vive nosso país a
partir da caracterização dos diversos governos que se sucederam com a aplicação
de políticas e medidas antipopulares que colocam no centro do debate o tema da
verdadeira vontade de paz, igual que a análise frente ao papel dos atores
armados na perspectiva do início de conversações que favoreçam um ambiente
favorável à paz, que assente as bases da solução política como único cenário
possível que acabe com mais de 60 anos de confrontação e guerra, o ter
compartilhado com o ministro de Relações Exteriores irlandês Joe Costello e
muitos euro-parlamentares; consideramos de suma importância a RESOLUÇÃO adotada
sobre a situação colombiana e o chamado à busca da solução política como uma
das conclusões do Seminário Internacional e a perspectiva de deixar abertos
espaços de debate e reflexão da referida problemática a partir da realização de
um novo encontro internacional sobre a paz na Colômbia como contribuição decidida
das organizações e dos setores políticos.