"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 12 de junho de 2012

A partir de setembro se instalarão os Conselhos Patrióticos Internacionais


Por Eliécer Jiménez Julio
 
Balanço da excursão pelo dirigente Carlos García Marulanda
 
Como de positiva e altamente exitosa foi qualificada a primeira excursão de socialização que realizou durante um mês pela Europa o dirigente do Movimento Marcha Patriótica, Carlos García Marulanda. A mesma se levou a cabo de 6 de maio a 7 de junho e envolveu 8 países (Suíça, França, Bélgica, Suécia, Irlanda, Itália, Alemanha e Espanha) e 14 cidades europeias muito importantes no trabalho da solidariedade com o povo colombiano (Genebra, Lausanne, Berna, Zurique, Grenoble, Lyon, Paris, Bruxelas, Estocolmo, Dublin, Milão, Dusseldorf, Sevilha e Madri). Antes de seu regresso a Colômbia, entrevistamos o dirigente García Marulanda.
 
— Qual é o balanço desta primeira excursão de socialização da Marcha Patriótica pela Europa?
O balanço da excursão pela Europa do novo Movimento Político e Social MARCHA PATRIÓTICA é altamente positivo, porquanto permitiu avançar num primeiro momento com a socialização dos aspectos políticos e das conclusões emanadas da reunião do CONSELHO PATRIÓTICO NACIONAL que promoveu sessões nos dias 21 e 22 de abril, com a participação de mais de 4.500 delegados em representação de organizações sociais, políticas e populares do país e de apresentação dos principais momentos da multitudinária mobilização de 23 de abril, a qual contou com mais de 100.000 marchantes provenientes de diversas regiões; nessa mesma ordem de ideias avançamos em vários espaços de encontros a partir de conversações com organizações sociais e populares europeias, partidos políticos de esquerda, parlamentares europeus, comitês de solidariedade com a Colômbia e contatos com colombianos na qualidade de refugiados políticos.
A excursão realizada em 8 países da Europa nos permitiu expor a complexa situação que vive nosso país em matéria de violação de Direitos Humanos e do nível de afetação social a partir da implementação de políticas do atual governo que limitam e oprimem direitos adquiridos, ao mesmo tempo que nos possibilitou renovar uma série de contatos com organizações e pessoas que têm uma alta sensibilidade frente à problemática da Colômbia, concretizando-se, desta maneira, a conformação de espaços de solidariedade e acompanhamento com as lutas do nosso povo.
O amplo intercâmbio na Europa nos deu a possibilidade de demonstrar como tem sido o processo de conformação e construção coletiva da Marcha Patriótica, como manifestação de acumulação de luta e níveis de resistência do povo a partir da emergência de espaços de mobilização e protesto do movimento social e popular, os quais entenderam a necessidade de avançar em cenários de UNIDADE local, municipal e estadual, na perspectiva de uma grande convergência nacional e pontos de encontro a partir de suas próprias realidades, dinâmicas de luta e identidade política e programática expressadas no novo movimento político e social; dita caracterização nos tem permitido enfrentar as campanhas de perseguição, desqualificação e estigmatização que, desde o alto governo, paira sobre esta nova expressão alternativa na Colômbia.
 
— Que projeções para o trabalho ficam para a Marcha Patriótica na Europa no futuro próximo a curto e médio prazo?
A excursão pela Europa deixa experiências de contato com amplos setores alternativos e organizações de esquerda, os quais, em suas intervenções, manifestaram seu apoio decidido às diversas dinâmicas de luta social e expressaram sua solidariedade e acompanhamento com a Marcha Patriótica a partir de três iniciativas básicas:
a)   Conformar as brigadas internacionalistas solidárias. [acompanhamento permanente de voluntários de organizações sociais europeias aos dirigentes e ativistas que registrem um risco por sua atividade política e social.]
 
b)   Iniciar com um processo de incidência a partir do impulso da diplomacia política. [reuniões com parlamentares europeus e organizações políticas que têm expressado seu trabalho solidário.]
 
c)   Ampliação da denúncia imediata e oportuna. [a partir da criação de uma base de dados e rede internacional de comunicação alternativa que socialize e reproduza as denúncias que a partir da Colômbia se projetem em função da violação de direitos humanos.]

Estas iniciativas são, antes de tudo, a contribuição que, desde a comunidade internacional, se recolheram, correspondendo à Junta Patriótica Nacional, instância de direção política da Marcha Patriótica, analisar e avaliar as referidas propostas.
 
— Qual é a tarefa a seguir por parte dos membros, seguidores e simpatizantes da Marcha Patriótica na Europa, tanto colombianos quanto europeus?
A solidariedade expressada com a Marcha Patriótica determina, por parte dos integrantes e simpatizantes deste novo movimento político e social na Europa, avançar na concretização e no desenvolvimento das propostas apresentadas nas diversas reuniões realizadas na excursão, iniciando com a ampliação de contatos e relações com processos que ainda não abordamos na ideia de comprometê-los na preparação de encontros, atos e reuniões na próxima excursão a realizar-se no mês de setembro de 2012; de igual maneira, se expressou o interesse de conformar os CONSELHOS PATRIÓTICOS INTERNACIONAIS, como instância de articulação do trabalho da Marcha Patriótica na Europa; iniciativa que se estará precisando na medida em que a direção política da Marcha vá concretizando os critérios e definições organizativas na perspectiva do fortalecimento a nível internacional.
 
— Qual é o balanço da participação da Colômbia no eminário Conflito e Paz na Irlanda e que tarefas concretas seguem nessse ponto de busca da paz na Colômbia, que se possa contribuir desde a Europa?
A participação no Seminário Internacional sobre Conflito e Paz, realizado na Irlanda nos dias 24 e 25 de maio último, possibilitou conhecer e intercambiar experiências sobre os diversos esclarecimentos adiantados pelas organizações sociais da Colômbia, Sri Lanka e Curdistão frente às iniciativas populares em procura da busca da solução política e a concretização da paz sobre a base da superação das causas estruturais que originaram os conflitos nos referidos países, tendo em conta as particularidades e especificidades de cada processo.
Para o caso colombiano, a assistência ao referido evento permitiu socializar as diversas etapas do conflito social e armado que vive nosso país a partir da caracterização dos diversos governos que se sucederam com a aplicação de políticas e medidas antipopulares que colocam no centro do debate o tema da verdadeira vontade de paz, igual que a análise frente ao papel dos atores armados na perspectiva do início de conversações que favoreçam um ambiente favorável à paz, que assente as bases da solução política como único cenário possível que acabe com mais de 60 anos de confrontação e guerra, o ter compartilhado com o ministro de Relações Exteriores irlandês Joe Costello e muitos euro-parlamentares; consideramos de suma importância a RESOLUÇÃO adotada sobre a situação colombiana e o chamado à busca da solução política como uma das conclusões do Seminário Internacional e a perspectiva de deixar abertos espaços de debate e reflexão da referida problemática a partir da realização de um novo encontro internacional sobre a paz na Colômbia como contribuição decidida das organizações e dos setores políticos.