"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 17 de junho de 2014

Cumprimos, ganhou a paz com a contribuição da esquerda democrática

Por Clara López y Aida Abella

  1. Agradecimento profundo ao povo colombiano por ter respaldado de maneira tão contundente o processo de paz. Definitivamente, a paz é a mudança, a reconciliação hoje é um mandato inapelável que todos e todas devemos assumir, com integridade e firmeza.
  2. Senhor presidente, há um compromisso essencial que nos levou a assumir o respaldo a sua candidatura: o compromisso com a construção da paz. Esperamos plenas garantias ao Polo Democrático Alternativo, à União Patriótica, ao conjunto do movimento social e aos movimentos sociais e políticos alternativos para exercer a oposição.
  3. A construção da paz implica comprometer a condução do Estado com a firma de acordos de terminação do conflito com as FARC e o ELN. Não obstante, o processo de negociação com as FARC requer ajustes: ademais da incorporação da mulher e das vítimas no lugar protagônico que lhes corresponde no ponto quatro da agenda como sucedeu nos últimos dias, se deve estabelecer um sistema de informação que prepare a sociedade e as instituições para o posterior processo de referenda. Por isso, seguiremos insistindo, como fizemos ao longo da campanha presidencial, na necessidade de negociar um cessar-fogo.
  4. Ao reiterar que seguiremos exercendo a oposição, continuaremos advogando por uma mudança no modelo econômico, na renegociação dos TLCs para recuperar a soberania sobre importantes ferramentas de política econômica, a reindustrialização do país e o resgate do agro colombiano em prol de conseguir o pleno emprego com remuneração decente para a força trabalhadora. Insistiremos na educação, na saúde, na alimentação e na pensão como direitos e numa reforma da justiça que a despolitize e faça plausível a eliminação da impunidade, entre tantas outras propostas que levamos dentro de nossa proposta de mudança ao povo colombiano.
  5. As garantias à oposição implicam, em primeiro lugar, a preservação do direito à vida, o que implica que o Estado deve comprometer toda sua capacidade em desativar as maquinarias de guerra responsáveis pelo extermínio da União Patriótica e do assassinato e da morte de líderes sociais e políticos nas últimas décadas. As garantias à oposição implicam o acesso da oposição aos meios de comunicação do Estado e à direção dos órgãos de controle e fiscalização, ao Conselho Nacional Eleitoral, à Comissão Assessora de Relações Exteriores e à Junta Diretiva do Banco da República.
  6. Se requer que a arquitetura institucional do Estado, dos partidos, dos movimentos sociais e políticos, grêmios, organizações sindicais, organizações sociais e comunitárias, o movimento campesino, as organizações cívicas disponham de uma plataforma ampla, representativa, inclusiva, para a interlocução, a deliberação pública e a composição ampla e democrática da orientação estratégica da agenda de reformas que exige o período de transição que devemos enfrentar no pós conflito.
  7. Estaremos vigilantes dos compromissos que você assumiu com o povo colombiano nos dias finais da campanha presidencial anunciados em Bosa e no Hotel del Parque em Bogotá ante militantes e dirigentes de nossos partidos: educação pública superior gratuita; extensão progressiva do mínimo vital de água potável, introduzida em Bogotá aos setores vulneráveis de todo o país; aumento de 50% do salário ao adulto maior com universalização de coberturas; interlocução com os estamentos de pacientes trabalhadores e profissionais da reforma ao sistema de saúde, que incluirá o critério da saúde como direito e não como negócio; e o reconhecimento da oposição de esquerda e da mobilização social.
  8. A função constitucional da oposição como controle político e formulação de alternativa deve preservar a capacidade crítica, fundada na argumentação reflexiva, analítica, propositiva, que supere o recurso fácil da violência e da polarização na linguagem, que oponha ao histrionismo grandiloquente a reflexão tranquila e serena que exigem os processos de reformas e reconstrução institucional que o pós conflito exigirá e a alternância no poder que deverá surgir da ampliação de nossa frágil democracia no processo de construção de paz e reconciliação. DESDE ESTA MARGEM, ESTAMOS PRONTAS PARA ASSUMIR ESTE DESAFIO.

Bogotá, 15 de junho de 2014.