"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A paz com justiça social é possível, lutemos por ela, No 33

Por Juan Leonel Pérez.


O ser humano necessita viver em paz, ter um lar, uma família, compartir com seus amigos e familiares, ser parte da comunidade. Essa é uma aspiração muito importante de todo homem, de toda mulher

A violência tem sido imposta por seres ambiciosos, criminais, que dentro da estrutura social formam parte da elite que domina e explora mediante um sistema iníquo e injusto a força de trabalho assalariado e, para se manter no poder, criou uma maquina de guerra para aterrorizar e matar seus opositores. E têm matado milhares e milhares, sem importar-lhes se são crianças, mulheres, jovens ou idosos. Essa elite consegue impor sua dominação no politico, econômico e social a ponta de tiros...matando.

Mas, o povo enfrenta essa elite no campo, nos povoados, nas cidades e, sua voz em favor da paz se escuta pelo mundo afora. Não importa que a resposta da oligarquia e do Império seja com bombas e metralha, não importa que tombe em combate um Comandante, pois outro empunha sua bandeira e segue a luta. Mas cedo do que tarde a Paz será conquistada pelo povo da Colômbia e pelos povos do mundo que lutam por ela.

Seria muito bom que em lugar de publicar o número de combates entre a insurgência e as forças repressivas do governo, pudêssemos manifestar: todas as crianças estão nas creches e na escola, toda a juventude esta nas universidades se preparando para servir ao país. Infelizmente, essa não é a realidade.

Dessa juventude, milhares têm tido que pegar em armas para defender a vida e lutar pela paz.

A seguir, os resultados dos combates publicados pela imprensa nacional e internacional do 06 ao 21 de novembro de 2011.


06/11: FARC ataca o posto policial de Piendamó, Cauca: 3 uniformados feridos e numerosos danos materiais
http://www.elheraldo.co/judicial/guerra-contra-las-farc-se-tom-el-cauca-44812


06/11: Guerrilheiros das FARC fustigam a Policia em Paraguachón, na Guajira.
http://www.rcnradio.com/node/118866

06/11: Mais ataques das FARC no Cauca, perto de Argelia e em Jambaló: 1 uniformizado morto e 3 feridos.
http://www.elpais.com.co/elpais/judicial/noticias/muerto-deja-ataque-farc-estacion-policia-en-cauca

07/11: FARC fustiga posto policial perto de Villagarzón, Putumayo: 1 policial ferido.
http://www.caracol.com.co/noticias/judicial/farc-hostigan-puesto-de-policia-en-el-putumayo/20111107/nota/1574277.aspx

09/11: Guerrilheiros das FARC passam pelas armas um militar em Briceño, Antioquia.
http://www.caracol.com.co/noticias/judicial/las-farc-mataron-a-soldado-en-briceno-antioquia/20111109/nota/1575329.aspx

11/11: FARC queima um ônibus e uma carreta em Piendamó, Cauca: seguem os combates com o Exército.
http://www.caracol.com.co/noticias/judicial/tropas-del-ejercito-responden-hostigamiento-de-las-farc-en-el-cauca/20111110/nota/1576385.aspx

13/11: FARC ataca as forças do regime em Toribío, Cauca: vários feridos, entre eles o prefeito do município e um policial. Continuam os combates na região e francoatiradores da guerrilha não dão trégua.
http://www.elpais.com.co/elpais/judicial/noticias/alcalde-toribio-resulto-herido-en-ataque-farc

14/11: Guerrilheiros das FARC dinamitaram tramo do oleoducto Transandino no departamento de Nariño.
http://www.rcnradio.com/noticias/editor/las-farc-estarian-detras-del-n-120090

21/11: FARC paralisa o trasporte em Briceño, Antioquia.
http://www.caracol.com.co/noticias/judicial/amenazas-de-las-farc-tienen-aislado-al-municipio-de-briceno-antioquia/20111121/nota/1581180.aspx

Não podemos desfalecer, temos que seguir lutando pela paz, temos que ser solidários com os 7.500 presos políticos que há na Colômbia e os três que estão nos EUA: Simon, Sonia e Ivan.

Mensagem do novo comandante das FARC: Assim não, Santos, assim não!

Por Timoleón Jimenez - Comandante das FARC-EP

Todos temos que morrer, Santos, todos. Disso ninguém escapará. Uns de um modo e outros de outro. Uns por uma causa e outros por outra. Alguns escolhem uma morte heróica, gloriosa, profundamente comovedora. Outros preferem morrer de velhos, de um infarto ou diabetes, depois de uma longa doença em uma cama ou drogados no meio de um bordel.

É como a vida, alguns preferem passá-la fazendo dinheiro e engordando como porcos, ou realizando cirurgias para conservarem-se jovens, pisando os demais e dando-lhes presunção. Outros escolhem caminhos mais nobres. E são muito felizes assim. É um assunto de consciência. Pretender intimidá-los para que aceitem a viver como os primeiros é um erro.

E ainda mais grave é matá-los. Pretender exibir-se como modelo de civilização e decência dando a ordem de despedaçá-los à base de bombas, chumbo e balas. Ou como seja. Por exemplo, com dois tiros pelas costas quando se chega à noite em casa. Ou moídos a golpes numa cela. Ou esquartejados com uma serra. Ou com a cabeça cortada a facão.

Ao expressar a dor que a torturava pela morte de seu Chefe, uma guerrilheira dizia que homens como ele ficariam para a posteridade e o povo lembraria deles como o que foram: imortais. Outro enviava uma nota a seus comandantes dizendo: aqui estamos para ajudar em todas as tarefas que vocês nos orientem. Brindamos-lhes nossa solidariedade nesse momento.

Eu não sei. Mas isso de ostentar poder e se mostrar ameaçador e brutal não pode ganhar a simpatia de ninguém. De ninguém que não seja ostentoso e brutal como aquele que o faz. A história nos ensina que a imensa maioria de seres humanos repugna esse tipo de fanfarronice. Desde crianças aprendemos que somente os tipos mais malvados atuam dessa maneira.

Com o tempo aprendemos a associar essas condutas aos seres mais perversos. Matar de maneira selvagem a um ser humano, com métodos notoriamente desproporcionais, parar diante do seu cadáver e enfatizar a outros que lhes têm reservado o mesmo tratamento, tem a virtude de produzir um efeito contrário. Nenhum homem se deixará humilhar desse modo.

Homero foi um professor em desentranhar a alma. Depois de dialogar com Príamo, Aquiles compreende a dimensão dos troianos e a baixeza da causa grega. Assume o miserável de haver desmoralizado o cadáver de Heitor, atado a seu carro, diante dos seus seres queridos e seu povo. Por isso, decide sacrificar-se na batalha, para não aparecer como vencedor com esse exército.

São os gestos de sua grandeza moral que fazem os homens imperecíveis. Somente as mentes mais doentes e alienadas podem sentir alguma simpatia por Adolf Hitler. Ainda que em seu momento muitos o houvessem aplaudido. O tempo acabou por situá-lo no infame lugar que lhe correspondia. Acredito que aos Santos e Pinzones o destino reserva-lhes uma sorte similar.

Não pode ser de outra maneira. O grau de ruindade moral que exibem horroriza ao mais são dos juízos. Pouca gente conhece o reinado do imperador romano em que foi crucificado Jesus. Mas acredito que independente de qualquer crença, em todas as partes se professa o mais elevado respeito por ele. Porque preferiu o suplício e a cruz a renunciar a suas idéias.

É porque essas idéias abrigaram um altíssimo grau de humanidade. Eram boas, buscavam a felicidade geral, enalteciam os pobres e inclusive fustigavam os ricos, proclamavam que todos os homens eram iguais. Somente propunha aos homens e mulheres que abandonassem tudo e o seguissem na propagação dessa fé, dessa verdade, dizia.

Mas o coroaram com espinhos, o bofetearam, o crucificaram e o lancearam. Burlaram-se dele. Preferiram liberar em seu lugar ao pior dos criminosos. No entanto foi esse Cristo quem sobreviveu. Mesmo que tenham perseguido por séculos seus seguidores. De nada serviu jogá-los aos leões ante a aclamação geral da plebe no circo.

Esta gente leva meio século nisso, Santos. Alguns, de cabeça branca, contam histórias de seus dias em Marquetália. Outros falam dos anos em Guayabero, dos primeiros diálogos de Belisario. Até afirmam que se naquele então o governo tivesse pensado melhor, as coisas no país teriam sido muito distintas. A soberbia foi mais forte que a razão.

Muitos contam experiências da guerra integral de Gaviria e sua criação de brigadas móveis. E muitíssimos estavam aqui no Caguám. Uma enorme massa chegou a estas filas. Nesse tempo, seguramente, se apresentaram muitas deserções e traições. Mas não foi o determinante. São mais e mais revolucionários e quadros convencidos.

Esta gente construiu uma epopéia sem antecedentes em nenhum lugar nem época histórica. Não haveria sido possível sem o mais extraordinário altruísmo. Nem sequer as forças especiais do Exército puderam operar no terrível inverno dessas abruptas cordilheiras guerrilheiras. Mas lá mesmo vivem eles, amam, sonham um mundo melhor e lutam para consegui-lo.

Primeiro, entre grosseiras fofocas, exibiram o corpo despedaçado de Raúl Reyes. Depois mostraram exultantes a mão arrancada de Iván Rios. Rugiram orgulhosos mais tarde quando com toneladas de bombas tiraram a vida de Mono. Agora, chorando de felicidade, anunciam a morte de Alfonso. Macabro rosto dessa bela democracia.

A cabeça de José Antonio Galán, assim como cada uma de suas extremidades, exibidas para gerar desânimo e evitar outro levantamento comunitário, não conseguiram impedir a luta pela independência. Nem seu triunfo. O povo teve milhares de mortos, feridos e enormes sofrimentos. Teria sido melhor de outra maneira, mas a Coroa não quis.

As FARC são milhares e milhares de revolucionários que suportam as mais duras das condições porque acreditam firmemente na sua causa. Não ganham um só centavo, não possuem nada material, o movimento dá o que necessitam. E o movimento são todos eles. São uma impressionante criação histórica, aqui, na Colômbia, ante nossos olhos. Assim não, Santos, assim não.


Timoleón Jiménez Comandante do Estado Maior Central FARC-EP
Novembro de 2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

É PRECISO FORTALECER A SOLIDARIEDADE AO POVO E A JUVENTUDE COLOMBIANA

Vivenciamos nos últimos meses o aumento dos ataques diretos aos povos e seus direitos mais básicos de soberania e autodeterminação. Seja através da ocupação militar, como no caso da Líbia, ou pela perseguição e criminalização de qualquer resistência que se oponha a barbárie capitalista, como vem ocorrendo no seio dos EUA, através de uma série de prisões dos manifestantes do Movimento Ocupem Wall Street. Estas são as respostas que o sistema capitalista e o imperialismo têm dado ao aprofundamento da crise estrutural que emerge das economias centrais.

Em nosso continente a militarização e a criminalização a qualquer tipo de resistência que se oponha a essa lógica perversa, tem se apresentado cada vez mais constante e agressiva diante daqueles que ousam lutar. Neste sentido o que ocorre na Colômbia é emblemático na América Latina, tanto pela resistência popular que criou, quanto pela agressividade reacionária que há tantos anos o Governo Narco-terrorista daquele país tenta impor.

Neste país vizinho e de povo irmão, que o Imperialismo tem cometido seus maiores crimes contra a humanidade. O assassinato, no dia 4 de novembro, do Comandante Alfonso Cano, líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP), pelo exército colombiano com o apoio dos Estados Unidos e de Israel, representa não só um duro golpe as possibilidades de construção de uma saída pacífica para o conflito, que dura mais de 47 anos, como conduz a uma agudização da guerra instaurada no país.

Ao contrário do que os grandes monopólios da comunicação têm afirmado, as FARC-EP não se desmobilizarão. Seus mais de 10.000 combatentes não baixarão suas armas para entregarem-se ao canto da sereia do Governo Santos. Os camaradas das FARC-EP sabem melhor que qualquer um que a paz que propõe o Estado Narco-terrorista é a paz dos cemitérios.

Os Fareanos continuarão sua luta, pois o motivo que os tem mobilizado por tantas décadas não se extinguiu do território colombiano. A exploração capitalista e o domínio imperialista persistem naquele país. Somente a resistência popular e o enfrentamento a este modelo de sociedade poderá resultar em saídas que contemplem uma sociedade de paz, de igualdade e justiça social. Assim como os estudantes colombianos tem intensificado suas lutas, os protestos e as mobilizações sociais e populares tendem a se intensificar na Colômbia.

A União da Juventude Comunista se solidariza a todas as formas de luta, que tem sido travadas pelo povo colombiano. Entendemos que a autodeterminação dos povos é um direito fundamental e cada povo escolhe suas armas e qual caminho deve seguir. Denunciamos o Governo Narcoterrorista de Santos, seus apoiadores em nosso país e também aqueles que por interesses mesquinhos e pontuais preferem silenciar diante de um crime, tornando-se também cúmplices dele.

Somamos-nos às vozes que pela América Latina e pelo Brasil entendem que é preciso reforçar a solidariedade ao povo colombiano, por uma saída pacifica e democrática ao conflito. Apoiamos a proposta dos camaradas da Juventude Comunista do Equador de construção imediata de uma Coordenação Juvenil de Solidariedade aos Povos em Luta em nosso continente, assim como devemos envidar todos nossos esforços na construção junto a outras forças políticas progressistas e democráticas de Comitês de Solidariedade ao Povo Colombiano, em todos os estados do Brasil.

Viva a memória do Camarada Alfonso Cano!

Toda solidariedade ao Comandante Timoleón Jiménez!

Todo apoio aos camaradas das FARC-EP!

Pelo fortalecimento da solidariedade ao povo colombiano!

Viva o Socialismo!



UJC

Coordenação Nacional

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Alfonso Cano caiu em combate! O camarada Timoleón Jiménez é o novo Comandante das FARC-EP

Aos guerrilheiros das FARC-EP
Às milícias bolivarianas

Camaradas:

Em 4 de novembro caiu em combate o comandante das FARC Alfonso Cano, nas montanhas do Cauca, município de Suárez. Há dois anos ele era perseguido por uma turba de mais de 70.000 homens guiados por tecnologia militar de ponta e uma esquadrilha de aviões e helicópteros, sob as ordens de assessores militares estadunidenses, mercenários israelenses e um alto comando militar.

Nós, guerrilheiros das FARC, nos sentimos muito orgulhosos de que o comandante tenha caído lutando no campo de combate e morto como morrem os verdadeiros chefes militares, os heróis do povo, os valentes. Mostrando com seu grito de guerra e com o fuzil, com seu exemplo, que assim morrem os homens e as mulheres honestos, consequentes com o que pensam e que juraram, por justiça e dignidade ao povo, lutar até as últimas consequências. Este é o exemplo que os guerrilheiros das FARC, aqueles que juraram vencer e vencerão, levarão galvanizado sempre na consciência.

Não existe morte mais bonita do que a ocorrida no combate pela liberdade, por sua causa altruísta, coletiva, vislumbrando um sonho, como a de Alfonso. A morte pelo sonho da Nova Colômbia, da dignidade humana, do emprego, da educação e da saúde gratuitas, da soberania do povo, da terra para os camponeses, da habitação para os que carecem dela, de uma pátria nova, socialista, justiceira, bolivariana, propulsora da concretização no continente de uma Grande Nação de Repúblicas irmãs.

Esses pobres analistas e políticos medíocres, aduladores do poder, que hoje falam da derrubada das FARC ante a morte do comandante, são tão ignorantes que nem sequer merecem o gesto de nosso desprezo. O mito de Alfonso Cano não foi quebrado, como afirmam perdidos na embriaguez de seu triunfalismo. Não conseguem impedir que a imagem de Alfonso Cano caído em combate na vereda Chirriaderos, cresça como arquétipo e se torne motivo do mais alto orgulho fariano e de um povo, que vem sendo capaz de produzir comandantes maravilhosos. Estão tão perdidos que, todavia, celebram a morte do mais fervoroso partidário da solução política e da paz.

A moral do guerrilheiro fariano sempre se agiganta na adversidade porque é da estirpe bolivariana e marulandina. Aqui há consciência, ânsia incandescente de combate e de vitória. Tudo pela dignidade de um povo, por sua liberdade. Perdem seu tempo, alucinam-se os que sonham com a claudicação e desmobilização da guerrilha.

Crescerá em abundância a sonoridade dos protestos e a mobilização popular que hoje assusta a oligarquia neoliberal. A mesma oligarquia que viola a soberania com sua política de “segurança” e que, contra a Colômbia e sua gente, favorece o investimento e os interesses das transnacionais. Que comecem a tremer os usurpadores do poder que, até hoje, se negam a pagar a imensa dívida social contraída com o povo. A indignação está correndo o mundo por conta da crise sistemática do capital. Podem estar certos de que não poderão deter o fogo insurgente contra a tirania e pela paz. Além disso, saibam que a guerrilha intensificará sua caminhada rumo à vitória, com as bandeiras do Movimento Bolivariano desfraldadas ao vento, com o povo.

Queremos informar-lhes que o camarada Timoleón Jiménez, com o voto unânime de seus companheiros do Secretariado, foi designado, em 5 de novembro, o novo comandante das FARC-EP. Assim, se garantirá a continuidade do Plano Estratégico para tomada do poder para o povo. A coesão de seus comandos e combatentes, como dizia Manuel Marulanda Vélez, segue sendo uma das mais importantes conquistas das FARC.

Comandante Alfonso Cano: suas diretrizes no campo militar e político serão cumpridas à risca.

VIVA A MEMÓRIA DO COMANDANTE ALFONSO CANO!
JURAMOS VENCER E VENCEREMOS.


Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, novembro de 2011

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Tradução: Partido Comunista Brasileiro – PCB

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Comunicado do Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

A caída em combate do Comandante Alfonso Cano

A morte em combate do Camarada e Comandante Alfonso Cano enluta o conjunto do movimento antiimperialista mundial, todas as vítimas da exploração capitalista, o movimento universal pelo socialismo, cada um dos povos que levantam bandeiras de soberania, dignidade e democracia. Aflige profundamente toda pessoa de bem do planeta, particularmente na América Latina, Caribe e Colômbia.

Também dilacera profundamente as fibras mais nobres de seus seres queridos. Para eles nosso abraço. Compartilhamos intensamente de sua pena, sabemos melhor do que ninguém o que significa esta perda. Estendemos o mesmo carinho dolorido às famílias dos demais combatentes que tombaram nos mesmos acontecimentos. Seu sangue e suas vidas nos inspiram, desde já, futuras vitórias.

As lágrimas de felicidade do Presidente Santos revelam que, por obra sua, caiu de verdade um grande, um portentoso homem, um revolucionário de talha histórica. Um formidável interlocutor de quem devia se desfazer antes de qualquer tentativa de aproximação. Aceitamos o desafio. Como Manuel e Jacobo, Alfonso sempre soube ser um grande mestre. E aprendemos com ele.

Suas idéias e sua genial condução são parte do arsenal ideológico, político e militar das FARC-Exército do Povo. Ninguém poderá jamais arrebatá-los de nós. Seu talento e atividade revolucionária cresceram e amadureceram juntamente com nossa história. Nos dias de Marquetalia (http://insurgenciafariana.blogspot.com) já militava nas fileiras da juventude comunista. Até sua morte em combate nada pode distraí-lo da luta.

Completou cinqüenta anos contínuos em tropel contra o regime, anos marcados por uma profunda capacidade de análise e uma invejável coerência ideológica e política. Bogotano simples e de humor refinado, dirigente estudantil e comunitário, antropólogo dos tempos duros da Universidade Nacional, audaz militante clandestino, será eterno exemplo do intelectual comprometido até a morte.

Seus inimigos tanto do império ianque como os da oligarquia jamais se cansarão de tentar apagar sua obra com expedientes baixos. Ao lado de seu perfil político, o Camarada Alfonso Cano demonstrou ser possuidor de uma elevada capacidade militar. Soube conduzir, primeiro os comandos conjuntos Central e Ocidental e, em seguida, as FARC todas, até o nível em que hoje em dia, amedronta o militarismo fascista da Colômbia.

Eles sabem muito bem o que representam as FARC. A expressão real da organização e da luta irrenunciável contra a globalização capitalista. Somos um povo armado que denuncia e combate o caráter terrorista de sua democracia de mercado. Milhares e milhares de mulheres e homens que marchamos compactos pelo caminho da construção de uma nação e de um mundo sem opressores.

As reservas petrolíferas da Colômbia, no ritmo que se pretende extrair, estarão esgotadas completamente nos próximos quatro anos. Pretendem nos ludibriar com a idéia de que, antes disso, será encontrado suficiente óleo para outros tantos. Nosso destino é poupar com o nosso óleo as reservas imperiais existentes, e pagar com a receita desse os créditos para a infra-estrutura funcional ao saqueio.

Obviamente os créditos serão concedidos pela banca internacional. E para consegui-los o país deverá se comprometer a realizar grandes e crescentes cortes orçamentários na área social dos colombianos. Reformas tributárias, no regime de aposentadorias, trabalhista, na saúde e educação. Esse ataque avança agora a todo vapor no Congresso da República.

O Tratado de Livre Comércio (TLT) e a abertura indecente ao investimento estrangeiro ameaçam arrasar o mais valioso do patrimônio humano, ambiental e econômico do país. Gigantescos projetos auríferos, carboníferos, turísticos, agro-industriais, bioenergéticos e agropecuários, entre outros, além de espoliar nossas riquezas, esmagarão impunemente a mão de obra em graus intoleráveis.

Encontra-se em acelerada execução um modelo de desenvolvimento desigual e antipatriótico, resultado das manipulações urdidas a partir do palácio presidencial e dos diferentes ministérios, aprovado a toque de caixa pelo poder legislativo e declarado exeqüível pelas cortes, que não leva em conta minimamente a opinião do povo colombiano nem a de seus mais imediatos afetados.

E dito modelo, que começou a ser construído décadas atrás com a violenta estratégia paramilitar, é apresentado como a salvação econômica do país, as locomotoras que nos levarão adiante. Nele se fundem os mais caros interesses do capital transnacional e da corrupta classe dirigente colombiana, que enriquece com somas fabulosas depois de cada acordo e contrato celebrados.

Não existem na Colômbia espaços de discussão que tenham a capacidade de influenciar ou determinar de algum modo as decisões ligadas ao modelo de desenvolvimento. Como ficou demonstrado nas recentes eleições locais, os partidos políticos foram diluídos em mesquinhas lideranças pessoais corruptas e carentes de princípios. As forças políticas que poderiam discutir o modelo estão minadas.

Só duas formas de luta se opõem a ele de forma corajosa e pertinaz: a luta de rua em marchas e protestos e a luta guerrilheira nas montanhas. As recentes disposições sobre “segurança cidadã” vinculam a primeira delas à delinqüência e a castigam com penas de prisão. Ao mesmo tempo exigem desmobilização dos levantados em armas sob a ameaça da aniquilação total.

Tal é o quadro no qual toma corpo o desesperado afã de render as FARC-EP. Sabemos muito bem quais são os propósitos do Presidente Santos: enriquecer ainda mais os mais ricos e afundar ainda mais na miséria os mais pobres. Torna-se, portanto, como conseqüência de cardinal importância, estender pontes necessárias para fortalecer, unificar e defender a duas formas de luta vigentes.

Mobilização de massas e luta guerrilheira estão chamadas a convergir em uma formação estratégica pela solução política para o conflito que se trava na Colômbia. A guerra não passa da determinação imperial e oligárquica de fechar todos os caminhos da oposição a seus planos de saqueio, o maço com o qual as classes dominantes esperam esmagar a rebeldia.

A resistência heróica da insurgência colombiana, da mesma forma que a voz alta do povo mobilizado protestando, não pode cessar com um falso chamamento à negociação e ao consenso. Qualquer tentativa de desmobilizar a luta popular sem acordar solução que erradiquem suas causas estará fadada ao fracasso. Não pode haver paz com repressão e fome.

As FARC-EP prestamos sentida homenagem à memória de nosso Comandante Alfonso Cano. Por nosso povo e por ele, nos comprometemos a persistir na busca da solução política até conseguir uma paz democrática com dignidade e justiça social. A voz de estudantes, trabalhadores, camponeses, comunidades indígenas e negras, desempregados, aposentados, mulheres e classes médias sufocadas tem que ser ouvida e atendida na Colômbia.

Com o camarada Alfonso lembramos aos ilusos:

“Desmobilizar-se é sinônimo de inércia, é entrega covarde, é rendição e traição à causa popular e ao ideário revolucionário que cultivamos e pelo qual lutamos pelas transformações sociais, é uma indignidade que traz implícita uma mensagem de desesperança ao povo que confia em nosso compromisso e proposta bolivariana”.

Comandante Alfonso Cano!!!

Morrer pela Pátria é viver para sempre!!!

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

Novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

Colômbia: Séculos de desabezamentos!!!

Por Alberto Pinzon Sanchez

Em 1782 esquartejaram os dirigentes José Antonio Galán, e seus companheiros de luta Manuel Ortiz, Isidro Molina e Lorenzo Alcantúz,  para descabeçar  a Rebelião dos Comuneiros colombianos

Em Junho de 1830 o General Obando, braço armado do Santanderismo colombiano, manda assassinar nas montanhas de Berruecos o Marechal Antonio José Sucre para descabeçar movimento Bolivariano e subir a F. P. Santander na presidência da Colômbia e poder esquartejar o projeto anfictiônico de Bolívar da Grande Colômbia.

Em 1914 os ganhadores da guerra dos mil dias mandam assassinar de dois golpes com machado na cabeça o General Uribe-Uribe, para descabeçar o movimento Radical e porque ele havia dito num discurso que o partido liberal “devia beber nas fontes do Socialismo”

Em 1928 o General Cortés Vargas deu a ordem de disparar as metralhadoras contra os trabalhadores da zona bananeira de Santa Marta e mata mais de 3 mil operários com seus familiares, para descabeçar sua greve contra a United Fruit Norteamericana, e poucos dias depois, o mesmo exército colombiano descabeça em Barrancabermeja 16 dirigentes da greve dos petroleiros contra a empresa Texas Petroleum Company

Em 9 de abril de 1948, es descabeçado com a ajuda direta da CIA norteamericana o movimento gaitanista UNIR (union de izquierda revolucionaria) com o assassinato de seu dirigente Jorge Eliecer Gaitán.

Em 1957 foi assassinado o guerrilheiro desmobilizado Guadalupe Salcedo para descabeçar a resistência gaitanista dos Llanos Orientales, e em 1961 foi envenenado em Cúcuta o guerrilheiro desmobilizado Rafael Rangel Gómez para descabeçar o Movimento revolucionário gaitanista de Barrancabermeja e o Magdalena Medio.

Em fevereiro de 1966 morre em um combate desigual o sacerdote Camilo Torres Restrepo, seu cadáver é sequestrado eternamente pelo exército colombiano e fica descabeçado a Frente Unida do povo colombiano.

Em 1983 desaparece Jaime Bateman em uma avioneta cujos instrumentos de navegação foram-lhe alterados e fica descabeçado o movimento guerrilheiro nacionalista M19, e em 1990 foi assassinado o desmobilizado Carlos Pizarro que foi proclamado como seu sucessor.

A partir de 1985 ate a morte do senador Manuel Cepeda em 1994 em que fica descabeçada definitivamente a UP (unión patriótica), são assassinados cinco mil quadros políticos legais incluídos seus dois candidatos presidenciais Jaime Pardo Leal  em 1987 e Bernardo Jaramillo Ossa em 1990.

Em 2008 a imprensa colombiana anuncia que com a morte de seus comandantes, o fundador Manuel Marulanda e Raúl  Reyes, tem sido finalmente descabeçada a organização guerrilheira das FARC. Em 2010 de novo afirmam sua descabeçada com a morte de seu comandante Mono Jojoy. ¡E o fim do fim! gritaram extasiados sobre seu cadáver, mas novamente o 4 de novembro 2011, quando tomba Comandante das FARC Alfonso Cano em um combate desigual contra 600 homens de um comando especial aerotransportado e satelital da CIA e o exército colombiano, a Oligarquia Cipaya colombiana tem que sair uma vez mais a anunciar a descabeçada definitivo e o Fim da Resistência e Rebeldia populares, pondo como exemplo a seguir para el futuro: Ou o cadáver do Comandante caído, ou ao vivo, Gustavo Petro quem trocou as botas pantaneiras pelos votos do pântano podrido do uribo-santissimo (Uribe-Santos)

Daqui a poucos anos quando a Resistência Popular de séculos persista, e se não te têm descabeçado, ¿quem lembrara de ti, Petro? 

ATO DE HOMENAGEM AO COMANDANTE ALFONSO CANO

DIA 14 DE NOVEMBRO (segunda-feira), às 18:30

Exibição do filme:

“FARC-EP - A insurgência do século XXI”
(A câmara na selva)

O conflito armado do ponto de vista da rebeldia colombiana (*)
(*) – vide a sinopse do filme em seguida

Local: Rua da Lapa, 180 – grupo 801 – Lapa
Sede nacional do PCB - Rio de Janeiro

Promoção:
Partido Comunista Brasileiro
União da Juventude Comunista

A câmera na selva

Sobre o documentário FARC-EP: a insurgência do século XXI

Florencia Torres Freeman, para o Rebelión.

Enquanto os Estados Unidos lançam sua Quarta Frota e instalam sete novas bases militares na Colômbia, em diferentes países da América Latina acaba de estrear simultaneamente o filme FARC-EP, a insurgência do século XXI, documentário de longa metragem que narra o conflito armado do ponto de vista da guerrilha bolivariana.
No século XXI a insurgência é apenas uma lembrança do passado? Acabaram as ideologias? Os revolucionários se converteram em delinquentes, narcotraficantes, bandoleiros, terroristas?

Os grandes monopólios da (in)comunicação insistem numa mensagem velha, gasta e única: a insurgência colombiana não tem ideologia, formação cultural nem projeto político. Seu coração mercenário bateria no ritmo frenético e louco da coca. O antigo e tenebroso “ouro de Moscou” teria sido substituído pelas maletas repletas de dólares e euros, provenientes do narcotráfico. Indígenas massacrados, mulheres violadas, jovens maltratados. Nas telas de TV o movimento guerrilheiro se converteu em um monstro muito mais temível que Satã, Lúcifer, Luzbel e os piores demônios medievais.

O velho e barbudo Karl Marx começou seu célebre Manifesto Comunista afirmando que “Um fantasma corre a Europa: o espectro do comunismo. Contra este espectro se conjuraram numa santa matilha todas as potências da velha Europa... Não há um único partido de oposição que os adversários governantes não acusem de comunista”. Se substituirmos “comunismo” por “FARC-EP” (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo), hoje o fantasma continua perambulando por aí. Que movimento social radicalizado da América Latina não foi estigmatizado e acusado de simpatizar com as FARC? Hoje em dia, a CIA, o FBI, o DEA e outros organismos “democráticos” vivem distribuindo a acusação de “colaborador das FARC” a qualquer um que tente, pareça ou aspire a ser um dissidente radical.

A obra As bruxas de Salem, de Arthur Miller, parece ter sido escrita ontem. O macartismo se mantém arrogante e provocador. Toda dissidência, em qualquer parte do mundo, cheira a guerrilha bolivariana. Vivemos um controle do pensamento que faria empalidecer os presságios mais sombrios das estórias de 1984, Um mundo feliz e Fahrenheit 451, ou dos filmes Brazil, Matrix e até o mais recente Setor 9.

Desde os mega-noticiários de TV até a ficção de Hollywood, passando pelas toneladas de papel manchado de tinta dos grandes empórios jornalísticos, hoje todos batem na mesma tecla. Inclusive os principais presidentes da América Latina devem discutir com Uribe, servil ventríloquo local do grande amo imperial, tomando como eixo o rechaço ou a indiferença frente às FARC-EP. Nem UNASUR nem a OEA têm escapado destes debates.

Nesse contexto global, onde o fim da guerra fria não tem permitido que se baixe um grau sequer à temperatura da guerra psicológica contra as rebeliões armadas contemporâneas, o que pensam realmente as FARC-EP? Possuem um plano? Têm ideologia? Mantêm sob força e ameaça as suas dezenas de milhares de jovens combatentes? Como vêem o futuro da América Latina?

O longa-metragem FARC-EP: a insurgência do século XXI tenta responder estas perguntas, submetendo à discussão a propaganda barroca e macartista promovida a partir dos EUA. A equipe de cinema «Glauber Rocha», formada por cinegrafistas de diversos países da América Latina e da Europa, se internou na selva, percorreu as cordilheiras e as montanhas, mostrando de dentro, como nunca antes se viu, a vida cotidiana nos acampamentos das FARC-EP. O documentário, que dura quase duas horas, contém entrevistas com os principais comandantes guerrilheiros do secretariado das FARC-EP e numerosos testemunhos de combatentes de base, camponeses e jovens urbanos do Partido Comunista Clandestino da Colômbia (PCCC), incluindo sequências sobre o papel fundamental das mulheres na luta guerrilheira, os indígenas e povos originários, o problema do narcotráfico, o para-militarismo, os prisioneiros de guerra, as novas bases militares estadunidenses e a violação sistemática dos direitos humanos por parte do terrorismo de Estado na pátria do líder independentista Simón Bolívar.

A estrutura formal do documentário constitui uma imensa colagem, onde aparecem reconstruídos desde as matanças da empresa bananeira UNITED FRUIT em 1928, o assassinato do dirigente popular Eliécer Gaytan em abril de 1948 e a fundação das FARC-EP, até a captura de militares estadunidenses na selva colombiana, o caso recente de Ingrid Betancourt e as declarações dos principais referentes paramilitares (aliados de Uribe) que confessam ter recebido dinheiro das empresas bananeiras para assassinar guerrilheiros e massacrar a população civil.

Nesse mosaico que não deixa nada ou quase nada de fora, são retratados pela primeira vez na história (até onde temos notícias) os cursos de formação, políticos, ideológicos e militares, dos combatentes comuns das FARC-EP e também de suas forças especiais. Em meio à selva, aos rios, às árvores imensas e aos animais aparecem bibliotecas, grupos de leitura, quadros-negros e muita, mas muita gente jovem estudando. Quem assistir a alguma projeção deste filme (até agora projetado em circuitos underground, será ele projetado nas grandes salas?) não poderá deixar de recordar das cenas daquelas paisagens da guerra revolucionária esculpidas e retratadas em outra época pela excelente escrita de Ernesto Che Guevara, um dos inspiradores da ideologia das FARC-EP junto a seu legendário comandante e fundador Manuel Marulanda Vélez, recentemente falecido. Mas as cenas e entrevistas retratadas neste filme não pertencem aos nostálgicos anos sessenta, tão louvados e tão esgarçados, e sim... ao século XXI.

Como em Cuba, Nicarágua e El Salvador, como na Argélia e, sobretudo, no Vietnã, hoje a Colômbia vive uma guerra civil. Este filme mostra o que jamais aparece na CNN e em outras usinas do poder: o conflito armado do ponto de vista da rebeldia bolivariana. Não passará despercebido.

FICHA TÉCNICA (com algumas homenagens...!
Roteiro e direção / Script and Direction: Diego Rivera
Montagem / Editing: Alejo Carpentier
Câmeras / Cameras: Diego Rivera, Tina Modotti y César Vallejo
Fotografia / Cinematography: Frida Kahlo
Produção / Production: Grupo de cinema «Glauber Rocha»
Pós-produção / Post-production: Julius Fucik e André Gunder Frank
Música / Music: Banda de sonido de las FARC-EP / Songs of FARC-EP
Pesquisa jornalística / Journalistic Research: Roque Dalton
Assessoria historiográfica / Historical Consultant: Ruy Mauro Marini
Agradecimentos / Thanks: Frida Kahlo, Ulrike Meinhof e Vladimir Maiacovsky
112 minutos / minutos - 2009
(tradução de Rodrigo Fonseca)

Obs: filme legendado em português pelo jornal Inverta.

Alfonso Cano, Herói da Colômbia

Por Miguel Urbano Rodrigues

Alfonso Cano, comandante-chefe das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia caiu combatendo no dia 4 de Novembro.

Alfonso Cano bateu-se pela libertação da Colômbia durante mais de quatro décadas. De origem burguesa, rompeu com sua classe na Universidade de Bogotá quando estudava Antropologia. Dirigente da Juventude Comunista conquistou ali o respeito de professores e colegas pelo seu talento, cultura e firmeza de carácter. Era um intelectual brilhante que tinha dos clássicos do marxismo e da História do seu país um conhecimento profundo quando aderiu às FARC.

Terá sido com Jacobo Arenas um dos mais criativos ideólogos da organização revolucionária. Não surpreendeu, portanto, a sua nomeação para comandante-chefe quando Manuel Marulanda morreu.

Como era de esperar chovem agora sobre o presidente Juan Manuel Santos felicitações dos dirigentes dos países imperialistas. O crime é por eles transformado em grande vitória da democracia contra o terrorismo.

Os media do sistema já elaboraram e divulgaram uma extensa lista dos "crimes" cometidos pelo "terrorista" e "narcotraficante" morto.

Omitem obviamente que Alfonso Cano foi o responsável do projeto que as FARC enviaram à ONU e ao governo colombiano nos anos 90, propondo a erradicação da cultura da coca num prazo de 10 anos do município de Cartagena del Chairá, o maior produtor da planta maldita no país. Essa experiência piloto exigiria apenas o modesto financiamento de 10 milhões de dólares. A iniciativa foi, porém imediatamente vetada pelo governo de Bogotá, considerado por Washington modelo de democracia e o seu melhor aliado na América do Sul.

A oligarquia colombiana festejou, naturalmente, com entusiasmo a morte do líder das FARC. A organização guerrilheira define o regime, desde a presidência de Uribe, como fascizante. E não exagera no qualificativo.

O presidente Juan Manuel Santos, ministros e generais deslocaram-se a Popayan, capital do Departamento do Cauca onde foi assassinado Cano, para ver o seu cadáver, em exposição, condecorar os matadores e celebrar o crime em ambiente de entusiasmo. Os militares esclareceram que no acampamento onde se travou o ultimo combate foram encontrados os computadores do comandante e que o seu conteúdo "será estudado". A notícia logo correu mundo. Tudo indica que o governo, repetindo o uso que fez dos computadores manipulados do comandante Raul Reyes, tornará em breve públicas revelações sensacionais sobre a sua descoberta.

O comandante Alfonso Cano, como outros membros do secretariado do Estado-maior central das FARC tinha a cabeça a premio por mais de um milhão de dólares. É incômodo para Santos e os seus epígonos reconhecer que na Operação "Odisseia" – insulto ao herói grego de Homero – montada para a abater o comandante das FARC participaram 2300 oficiais sargentos e soldados, aviões Super Tucano e muitos helicópteros.

No início do ano o governo de Bogotá divulgou notícias segundo as quais Alfonso Cano se encontraria no Oriente, próximo da fronteira da Venezuela. Eram falsas.

O secretariado das FARC, no momento em que escrevo, ainda não se pronunciou sobre as circunstâncias do crime.

Mas o simples facto de as selvas do oriente do país distarem cerca de 800 quilômetros do município de Suarez, no Cauca, onde ele morreu, após dois bombardeamentos maciços e um cerco montado por tropas especiais convida à reflexão. Duas cadeias de gigantes andinos da Cordilheira Oriental e da Central separam essas frentes de combate.

Ignoro por onde se movimentou Cano nos últimos meses. As declarações ao diário El Tiempo dos militares que o mataram não inspiram confiança. Num ponto coincidem todas: Alfonso Cano caiu combatendo!

A capacidade estratégica e a mobilidade dos guerrilheiros das FARC, cruzando montanhas, rios e florestas, em travessias que a História registou e inspiraram poetas e novelistas somente encontram precedente na saga de Bolívar galgando os Andes, durante a campanha de libertação de Nova Granada (a atual Colômbia).

Alfonso Cano, como Jorge Briceño, Jacobo Arenas e Manuel Marulanda souberam pelo seu exemplo, como revolucionários comunistas, conquistar em vida o respeito de milhões de compatriotas. Mortos, os seus nomes permanecerão na História como heróis da América Latina.

Foram duríssimos os golpes recebidos nos últimos anos pela organização guerrilheira mais antiga do Continente, que se bate há mais de quatro décadas por uma Colômbia democrática, livre, progressista, enfrentando um exército de 300 mil homens, armado e financiado pelos EUA.

Mas a hierarquia da Igreja e inclusive a oligarquia crioula estão conscientes de que não há solução militar para o trágico conflito que ensanguenta a nação.

A euforia de Juan Manuel Santos – protetor de paramilitares assassinos – não consegue ocultar a sua certeza de que o combate das FARC vai prosseguir. Ele próprio reconheceu já essa evidência. Os media oficiais avaliam em 10 mil o numero actual de guerrilheiros das FARC.

A luta continua na Colombia!

O original encontra-se em http://www.odiario.info/?p=2267

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A paz com justiça social es possível, lutemos por ela, No 32

Por: Juan Leonel Pérez.

A semana que passou, foi triste para o povo colombiano amante da paz. Um dos mais firmes e decididos lutadores por alcançar essa paz, ALFONSO CANO, foi assassinado pelo exército da “Colômbia”. Dez horas durou o combate, de uma força superior, com aviões, helicópteros e tecnologia em comunicações, contra um grupo de vinte guerrilheiros que lutaram heroicamente para evitar a morte do Comandante, mas finalmente morreu em combate.

Colômbia perde um homem que o 10 de julho de 2011, lhe disse com humildade e dignidade ao presidente Juan Manuel Santos, antes de sua posse: “homem, conversemos” Mas, a sua resposta foi a guerra ate assassiná-lo, como féis com Raul Reyes, em primeiro de março de 2008 e, o Mono Jojoy, em 22 de setembro de 2010.

¿De que paz fala Juan Manuel Santos ao país e ao mundo?

Da paz para que as multinacionais se levem o petróleo e o gás, o ouro e as esmeraldas, o carvão e o platino.

Da paz para que os EUA converta Colômbia em uma base militar para agredir os povos vizinhos como está fazendo Israel no Meio Oriente.

Da paz das covas comuns com milhares de camponeses, indígenas, defensores dos Direitos Humanos, dirigentes sindicais e, lideranças de esquerda.

Da paz para que as ONGs que lutam pelos Direitos Humanos sejam criminalizadas.

Presidente Santos, você não é o único que tem jurado acabar a insurgência das FARC e o ELN. Dezessete presidentes que antecederam o senhor, tentaram fazer isso. E o resultado é que a cada dia a insurgência e mais forte. Você não esta interessado na paz porque a final das contas os que morrem não são seus filhos, nem sua família, nem seus amigos..

Não se preocupe, a historia o julgara como o que você é: um criminal.


A seguir, os resultados dos combates entre a insurgência e as forças repressivas do regime, segundo os meios de comunicação nacionais e internacionais, do 23 de outubro ao 05 de novembro de 2011.

23/10: Outro ataque das FARC ao poliduto Petronorte, em Norte de Santander: o segundo em menos de 24 horas.
http://www.caracol.com.co/noticias/regional/las-farc-intensifican-ataques-contra-infraestructura-petrolera-en-norte-de-santander/20111023/nota/1566538.aspx

25/10: Atentado com explosivo em Bogotá: 2 policiais mortos e um ferido.
http://www.rcnradio.com/node/116360

25/10: Ataque com granada em Miranda, Cauca, provoca interrupção do fluido eléctrico.
http://www.eltiempo.com/colombia/occidente/ARTICULO-WEB-NEW_NOTA_INTERIOR-10630785.html

25/10: Ataque das FARC em Florencia, capital do Caquetá: 1 policial morto e vários feridos gravemente.
http://www.lanacion.com.co/2011/10/25/drama-por-atentado-terrorista-en-florencia/

27/10: FARC ataca estacão da Policia em Arauquita, Arauca: 1 uniformado ferido.
http://www.elespectador.com/noticias/judicial/articulo-307955-un-policia-herido-tras-ataque-de-farc-arauquita

28/10: FARC incursionaram no complexo carbonífero do Cerrejón, Guajira.
http://www.elheraldo.co/regi%C3%B3n/incursionaron-guerrilleros-en-el-cerrej%C3%B3n-43645

29/10: Militares entram em campo minado das FARC perto de Caldono, Cauca: 3 uniformados mortos e 11 feridos.
http://www.vanguardia.com/actualidad/colombia/129032-tres-militares-murieron-por-un-campo-minado-de-las-farc

29/10: Guerrilheiros das FARC atacam Exército em Doncello, Caquetá: 5 militares feridos, 3 deles de gravidade.
http://www.caracol.com.co/noticias/actualidad/guerrilla-ataca-militares-cuando-transportaban-material-electoral-en-caqueta/20111029/nota/1570042.aspx

30/10: FARC ataca em vários departamentos do país candidatos paramilitares, e em Arauca, também ataca a caravana de veículos em que se mobilizava o vice-presidente da Câmara de Representantes, dando de baixa um agente de sua escolta.
http://www.publico.es/agencias/efe/404255/concluye-la-jornada-electoral-en-colombia-en-medio-de-episodios-de-violencia

02/11: No Putumayo, as FARC incineraram 3 carretas tanque de transporte de crudo, dinamitaram diferentes tramos do oleoducto, e mantem duros e prolongados combates com as forças militares do regime.
http://www.caracol.com.co/noticias/judicial/farc-incineran-tres-carrotanques-y-dinamitan-oleoducto-en-el-putumayo/20111102/nota/1571949.aspx

02/11: Guerrilheiros do Frente 66 das FARC emboscam Exército perto de Neiva, Huila: 1 soldado morto, 1 oficial e 3 soldados feridos.
http://www.eltiempo.com/colombia/otraszonas/ARTICULO-WEB-NEW_NOTA_INTERIOR-10687625.html

04/11: Depois de dez horas de intensos bombardeios e duros choques, tomba combatendo o Comandante das FARC, Alfonso Cano.

05/11: Ataque das FARC com explosivos no Bajo Cauca antioqueño.
http://www.eltiempo.com/colombia/antioquia/tres-personas-heridas-tras-atentado-de-las-farc-en-antioquia_10711984-4

05/11: A guerrilha, ao parecer do ELN, dinamita um tramo do oleoducto Petronorte perto de Teorama, no Norte de Santander.
http://www.caracol.com.co/noticias/judicial/guerrilla-ataca-infraestructura-petrolera-en-norte-de-santander/20111105/nota/1573623.aspx


Apesar da dor pela morte de Alfonso Cano e de milhares de colombianos a manos do regime de turno, seguimos luchando pela paz.

Saudações para os presos políticos que se encontram nas prisões da Colômbia e do Império.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nota Politica do PCB

Ao Secretariado do Estado Maior das FARC-EP

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo

Foi com muita dor e tristeza que a direção e a militância do PCB e outros revolucionários brasileiros recebemos a notícia da morte do Camarada e Comandante Alfonso Cano no campo de batalha da justa luta que se tornou sua opção de vida.

Assassinando Alfonso Cano, o estado narcoterrorista colombiano  - representado pela camarilha de Santos, com o apoio da CIA e o silêncio cúmplice dos governos da América do Sul - quis assassinar a possibilidade de negociações que pudessem levar a um processo de paz democrática com justiça social e econômica.

Se a UNASUR continuar fazendo vista grossa à violência estatal colombiana, assistindo de camarote o deslocamento de milhões de camponeses, a prisão, a tortura e o assassinato de milhares de militantes populares, não merecerá qualquer respeito dos povos sul-americanos, sobretudo daqueles lutadores que respaldam processos de mudanças liderados por governantes que, por ação ou omissão, contribuem para a transformação da Colômbia numa espécie de Israel da América Latina, com suas sete bases apontadas para os povos do nosso continente.

Enganam-se os Uribes e Santos, com seus sorrisos cínicos e sádicos, quando aparecem na mídia decretando o fim de uma insurgência cuja força não radica apenas em um importante quadro político, mas nas razões que levaram ao seu surgimento, que continuam vigentes, e na vontade do povo colombiano de acabar com a violência, a exclusão, a injustiça e a exploração do estado burguês colombiano.

A guerrilha perde um grande comandante, mas não sua razão de existir.

Já que a paz na Colômbia dificilmente será alcançada em negociações com a sanguinária burguesia local, fantoche do imperialismo estadunidense, ela será conquistada com o fortalecimento das lutas populares, nas montanhas e nas cidades, que levem à derrota o estado terrorista e abram caminho à construção do socialismo.

Transmitam aos guerrilheiros e guerrilheiras das FARC a saudação fraterna, solidária e militante da direção e da militância do Partido Comunista Brasileiro, com quem os camaradas podem contar, na alegria e na dor, nas grandes vitórias e nas pequenas derrotas.


Camarada Alfonso Cano, presente!
Até a vitória, sempre!

Partido Comunista Brasileiro

 Comissão Política Nacional

domingo, 6 de novembro de 2011

Comunicado das FARC-EP

Escutamos o anuncio oficial da oligarquia colombiana e seus generais sobre a morte do Camarada e Comandante Alfonso Cano.
Ressoam ainda, suas alegres gargalhadas e brindes de entusiasmo. Todas as vozes do Estabelecimento coincidem em que essa morte significa o final da luta guerrilheira na Colômbia.
A única realidade que simboliza a morte em combate do camarada Alfonso Cano, é a imortal resistência do povo colombiano, que prefere morrer antes que viver de joelhos mendicando. A historia das lutas desse povo está plena de mártires, de mulheres e homens que jamais entregaram seus princípios nem deixaram de lutar pela igualdade e a justiça.

No será essa a primeira vez que os oprimidos e explorados de Colômbia choram um de seus grandes dirigentes. Também não a primeira vez em que com a coragem em a convicção absoluta na vitoria nomearão outro Comandante para que assuma seu cargo. A paz na Colômbia não nascerá de desmobilização guerrilheira alguma, mas da abolição definitiva das causas que geram o alçamento armado. FARC tem uma politica traçada e cumpri-la é a nossa missão.

Tem morto o Camarada e Comandante Alfonso Cano, o mais fervente e convencido colombiano e latino-americano da necessidade da busca da solução politica do conflito e da paz com justiça social.

¡Viva a memoria do comandante Alfonso Cano!

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

Montanhas da Colômbia, 5 de novembro de 2011

sábado, 5 de novembro de 2011

Comandante Alfonso Cano, Presente!!!!

Alfonso Cano morreu como as árvores : de pé, fiel aos princípios revolucionários que sempre nortearam sua vida. O maior Movimento Guerrilheiro de América Latina, as FARC, perdeu seu Comandante em Chefe. Outro combatente ocupará seu cargo e continuara dirigindo a luta fariana pela Independência, a Soberania e a Justina Social.

Contra o Imperialismo.....pela Pátria!
Contra a oligarquia, pelo Povo!
Alfonso Cano....Até Sempre, Comandante.!!!