Recentes acontecimentos de profunda repercussão nacional põem em evidência que a imagem dessa Colômbia paradisíaca, que os dois últimos governos se encarregaram de difundir ante próprios e estranhos, não passa de uma criação midiática e virtual, inventada com o objetivo de atrair o capital inversionista transnacional em crise em outras latitudes, e animada pelo deliberado propósito de enriquecer a uma elite local privilegiada, em grave prejuízo dos interesses das grandes maiorias colombianas e de nossa própria existência como nação soberana.
O estado da economia
Sérios analistas independentes e oficiais registram com alarme a vaidade incrustada na afirmação de que a economia nacional desfrutava de suficientes blindagens ante a crise mundial. O suposto crescimento econômico transbordante e incontrolável, que uribistas e santistas difundiram presunçosa e repetidamente, começa a dar mostras palpáveis de desaceleração e retrocesso, alertando, ademais, sobre o perigo iminente que significa ter apostado num projeto de desenvolvimento fundado no setor primário exportador mineiro e agroindustrial, quando o que se avista é a queda na demanda e dos preços internacionais.
Aprofundando-se essa tendência, a economia colombiana, já de por si golpeada por mais de vinte anos de abertura econômica e direcionada à desindustrialização por causa da agudização das políticas neoliberais, arrisca ser enrolada totalmente com a vigência plena dos tratados de livre comércio com os Estados Unidos, a União Europeia, Coréia do Sul, e demais pactos ansiosamente buscados e subscritos. O benefício dos setores ligados ao comércio de produtos terminados e serviços do primeiro mundo, não vai compensar a ruína do empresariado nacional, a agricultura e a pecuária, e menos ainda vai melhorar a sorte dos milhões de desempregados e informais que pulularão por todo o país.
O regime impositivo de escandalosos privilégios e as extremas facilidades competitivas que os últimos governos estabeleceram a favor do grande capital inversionista, unido à crescente debilidade da produção nacional, aponta para o esvaziamento das arcas do fisco em aumento da perniciosa dependência do crédito externo. Está visto com os exemplos das nações europeias afundadas até o pescoço na crise financeira, que a banca internacional carece por completo de decência. Aqui também serão os trabalhadores e o povo despojados da prestação de pensões, subsídios, bem-estar social, serviços como saúde e educação, os que terão que pôr a grana para pagar a dívida. Suficientes evidências impedem ignorar essa dolorosa realidade.
A Colômbia real é um país governado pelas imposições das entidades multilaterais de crédito, com um modelo de economia totalmente a serviço dos capitais transnacionais, um governo obcecado pelo rápido crescimento dos grupos econômicos que representa, umas forças militares subordinadas ao mando do Exército dos Estados Unidos e uma população majoritariamente afundada na desesperança. Não só representamos o país com a maior desigualdade do continente, como também com os índices de pobreza e miséria, de desemprego e informalidade, de corrupção política e violência nos envergonham ante o mundo.
A conjuntura política
Por outra parte, os vergonhosos episódios postos a descoberto com a frustrada reforma à justiça, a judiciliazação na América do Norte do general Santoyo, a detenção com fins de extradição do narcotraficante Camilo Torres, as eleições do Valle, as acusações e captura contra Sigifredo López, a possessão do general Naranjo como assessor no México, a publicação do vídeo de Romeo Langlois, a rebelião indígena e campesina do Cauca contra a ocupação militar e até a derrubada do avião Supertucano ao tempo que Santos celebrava seu conselho de segurança em Toribío, somam alguns dos fatos de maior impacto político com os quais a Colômbia inteira aterrissa do mundo de ilusões forjado longamente pela propaganda oficial.
Nada de exemplar e respeitável ficou em pé das chamadas instituições democráticas colombianas após o episódio da reforma à justiça. Congresso da República, o Poder Executivo e o Poder Judiciário mostraram sua mesquinharia, hipocrisia e corruptibilidade. Como se não houvera sido suficiente com o mercado de interesses pessoais que torceu pela impunidade total à narcoparapolítica, o saqueio das arcas do Estado e a arbitrariedade da burocracia uribista, o Presidente Santos, derrubado em suas próprias porcarias, optou, finalmente, por violentar uma vez mais a Constituição do ano 1991 em seu afã de sustentar um duvidoso prestígio com vistas à reeleição.
A Colômbia real se debate em meio ao drama de seu derrocamento econômico, institucional e político, atada de pés e mãos por um impressionante aparato militar, paramilitar e policial ao qual se soma o mais descarado divertimento midiático que pretende ocultar a gravidade do que ocorre. Nossa nação nem sequer conta com uma Constituição Política, acabam de desfolhá-la e pisoteá-la nas narinas de todos. Os grandes centros do poder mundial nos condenam a ser um país atrasado e dependente, fornecedor barato de recursos naturais, enquanto a oligarquia encarregada de cumprir fielmente tal propósito se enreda a dentadas pela melhor fatia.
A briga de Uribe e Santos
Não se pode entender de outro modo a disputa entre o ex-presidente Uribe e o atual governo. Nenhuma diferença ideológica os separa. Tampouco, como fica visto, nenhuma prática política. O recurso excessivo à violência cega que caracteriza abertamente ao primeiro e que o segundo modera tão só no discurso tem sua origem em seus tradicionais nexos com a máfia narco paramilitar da qual o Presidente Santos tentou, em vão, deslindar-se. Ali nasceu a fúria uribista contra a lei de vítimas e restituição. Assim como sua frenética oposição a qualquer tipo de conversação com as FARC. Em sua concepção não cabe uma ideia política diferente das suas.
A contratação pública e uma maior cota de poder alimentam o fanatismo de Uribe, do qual Santos foi seu melhor mentor no passado. A guerra declarada nem sequer chega a uma renúncia formal de sua participação ministerial ou a outras altas posições do Estado. Uribe, que em seus mandatos teceu a rede de privilégios ao capital transnacional, teme que Santos a rasgue um pouco após seu anúncio de fazer berrar os ricos com sua reforma tributária. Por isso, sua ruptura resulta propícia a estas alturas. Tudo seguirá como está. Ademais, Uribe necessita blindar-se com um governo incondicional contra qualquer atuação judicial futura. Santos já não lhe inspira confiança.
Aqui salta o outro aspecto da farsa publicitária sobre os êxitos da segurança democrática. A suposta derrota ao narcotráfico obtida com o Plano Colômbia. Os últimos governos venderam essa ideia ante o mundo e agora vem a descobrir-se a escandalosa verdade. Só se conseguiu uma sucessiva filmagem do negócio entre uns e outros capos, ao tempo em que a Polícia Nacional aparece envolvida no mais alto nível hierárquico em vínculos com a rede narco paramilitar. Santoyo, o inseparável chefe de segurança de Álvaro Uribe Vélez, e o ex-chefe antinarcóticos e da Dijín general Cesar Pinzón, são apenas os primeiros nomes da longa lista.
A que vai Naranjo ao México? Acaso a servir desde mais próximo aos cartéis mexicanos? A DEA pretende cumprir nesse país uma experiência semelhante à fracassada na Colômbia. E, pelo visto, leva os homens ideais para isso. Ao fim e ao cabo aos USA jamais lhes interessou pôr fim ao negócio, mas sim usá-lo como pretexto para suas intervenções políticas. A recente tentativa por investir de impunidade ao parlamento e altos funcionários públicos que todo o Estabelecimento apoiou na reforma judiciária desnuda o grau de decomposição da classe no poder, que agora acaba de entregar o Valle à Unidade Nacional, contra o repúdio ignorado de sua população.
Álvaro Uribe Vélez teme que seus vínculos mafiosos não possam seguir sendo dissimulados como no passado. Passos de animal grande o rondam, pelo que anseia com desespero voltar a repetir a bruxaria mediante a qual conseguiu importantes apoios em 2002 para acessar a Presidência. Por isso, sua obsessão fundamentalista contra as FARC e tudo o que em sua ótica possam representá-las. A ressurreição da velha farsa da farcpolítica que o Administrador de sua confiança empreendeu contra Sigifredo López, assim como seu renovado ódio contra a Venezuela bolivariana e revolucionária, fazem parte disso. Sua cegueira lhe impede compreender que o país mudou, e que cada dia mais consciente do engano de que foi vítima, só espera sua dura queda.
As realidades do conflito armado
A força reveladora das imagens captadas pela câmara de Romeo Langlois antes de ser apreendido pelas FARC em abril passado desnudam a outra grande mentira da segurança democrática. A da derrota das FARC-EP. A insurgência permanece presente, combativa e invencível ali onde a militarização por parte do Estado é completa, enquanto as poderosas forças militares e policiais configuradas e financiadas pelos gringos luzem nervosas, arrogantes, sim, contra a população civil de campesinos inertes, mulheres e crianças. Por sua vez, os grandes laboratórios que informam resultam ser, na verdade, pequenos tugúrios de miséria.
Se não houvesse ocorrido o combate que filmou o jornalista francês, o Exército regular haveria difundido mundialmente sua propaganda difamatória e caluniosa. A que serve aos interesses norte-americanos de intervenção militar na América do Sul, a que se presta para encobrir os negociados que se celebram ao redor do mercado da guerra, a que permite que generais da República encham suas arcas a serviço dos grandes capos do narcotráfico, enquanto disparatam em público contra as máfias e acusam as FARC de ser o verdadeiro cartel. A guerra que permite aos apoios uribistas concentrar mais terras e esbulhar mais campesinos.
Da mesma maneira, o acionar militar das FARC na Guajira, Norte de Santander, Meta, Antioquia, Guaviare, Nariño, Putumayo, Huila, Tolima e, em geral, em todo o território nacional, atrai especialmente a atenção sobre o estado [departamento] do Cauca, pois naquele cenário confluem de modo particular as incidências da luta armada guerrilheira com as do movimento campesino, indígena, negro e popular contra o modelo neoliberal de Santos e suas locomotivas. Ninguém que se preze de ser medianamente objetivo pode desconhecer na Colômbia de hoje a simbiose fundamental que existe entre os grandes projetos mineiros, energéticos ou agroindustriais e a ofensiva militar que se cumpre contra os territórios ocupados por colonos, pequenos mineiros, comunidades negras e indígenas.
O que a gente do Cauca e grande parte da Colômbia está exigindo é que cesse a guerra contra ela. A guerra das operações militares e paramilitares, dos bombardeios e metralhamentos, das invasões e capturas massivas, a guerra do despojo e do abandono. O que Santos e toda a oligarquia rendida de joelhos ante o grande capital sustentam em seus discursos e meios de comunicação é que são as FARC, a quem não vacilam em qualificar com os mais grosseiros adjetivos, os quais chegaram ao Cauca a perturbar a vida de seus habitantes. Por isso proclamam que todo mundo deve abraçar a arremetida contra nós, ao tempo em que rotulam como furiosos aos que se lhes oponham.
A verdade é muito diferente, são eles os agressores, são eles os ladrões e violentos. Assim tem sido desde quando em 1965 um aristocrata Presidente nascido em Popayán e falecido recentemente em Rochester, Nova Iorque, desatou a nefasta Operação Riochiquito contra os indígenas e campesinos caucanos. Que não venham agora com contos chineses. A história da Colômbia não mente, ainda que se tente borrá-la e até se exclua seu ensinamento das aulas de nível médio.
O que Santos busca no Cauca ou na Sierra Nevada de Santa Marta, como fiel herdeiro dos conquistadores e encomendeiros espanhóis, é comprar com espelhinhos e pequenas migalhas que louvem a recém fomentada ambição de alguns caciques indígenas, a passividade e a submissão de suas gentes ingênuas. E a ler o bando em que anuncia que aqueles que se oponham a sua religião de prosperidade democrática vão conhecer o peso de sua força militar ou judicial. Por isso obtém zombarias e repúdio. Por isso as comunidades se negam a escutá-lo. Por isso lhes grita irritado desde longe que o Exército e a Polícia não abandonarão jamais suas posições.
O estimulante despertar da luta de massas
Acima das políticas e politiqueiras, acima das campanhas midiáticas de embrutecimento, acima da ofensiva terrorista do Estado com seus aviões bombardeiros que já começam a ser derrubados, são cada dia mais os colombianos que despertam da traição à qual estiveram tanto tempo submetidos, são cada vez maiores as fileiras da gente decente indignada com o que a casta governante está fazendo com a Colômbia. Por todas as esquinas da pátria se levantam as vozes e os braços dos afetados com as políticas do regime, das mulheres e homens que compreendem a necessidade da luta, das cidadãs e cidadãos que sonham viver num país democrático, em paz, justo, soberano e livre de tanta imundície.
O decoro generalizado e furioso que obrigou Santos a recuar com sua reforma judicial, do mesmo modo que a dignidade contundente e massiva do estudantado que o obrigou a descartar sua reforma da educação superior, requerem multiplicar-se de modo organizado e consciente na atual e decisiva conjuntura. Para a reconstrução da Colômbia não resultam suficientes o inconformismo, o desprezo de sua classe política, a repugnância para seu projeto de país. É necessário pronunciar-se energicamente contra isso, com a força da expressão multitudinária. Resulta urgente, por tanto, recorrer à unificação de forças com todos os setores indignados, conformar uma irreprimível torrente popular contra a indecência oficial.
Com o movimento operário, campesino, indígena, de negritudes, de mulheres, de desempregados, de pequenos e médios mineiros, de estudantes, de profissionais empobrecidos, pequenos e médios empresários, industriais e comerciantes, a academia, a intelectualidade, o professorado, os informais e trabalhadores independentes, os partidos e organizações de esquerda ou de clara definição democrática. Com os liberais e conservadores aterrorizados com tanta podridão, até com os policiais e militares jubilados e esquecidos pelo regime que os usou, com os crentes, os cristãos, os ateus, os jovens, os anciãos e todas as minorias discriminadas. Conscientização, organização, protesto, resistência e mobilização ativas. Eis aí a tarefa prioritária. Somar e unificar a rebeldia do povo colombiano pelas mudanças.
A bandeira da paz envolve a luta pelo poder
Sendo claros de que a guerra civil colombiana enfrenta a arrogância brutal do capital e seu modelo de dominação contra as massas populares alçadas em armas contra sua violência, e conscientes de que com ela como pretexto o poder tem imposto o despojo como tradicional meio de acumulação da propriedade, e a repressão como sua forma natural de governo, a primeira missão desse poderoso movimento popular unificado tem que ser a de lutar por colocar fim ao conflito armado, por pressionar o executivo nacional, a sua classe política corrupta e a suas forças militares, a aceitar o caminho de uma solução dialogada, pacífica e democrática.
Sem imposições que a façam impossível. E com todo o país tomando parte nela. Basta já do continho da chave oculta no bolso. A paz não pertence à oligarquia militarista e violenta, pertence ao povo, que a reclama para poder viver melhor. Uma solução política necessariamente entranha profundas reformas no campo institucional, em matéria de distribuição da terra e das riquezas, em questão do projeto econômico de país, do papel a desempenhar pelas forças armadas, da atenção social dos colombianos. Por isso as vozes destes devem ser ouvidas, respeitadas e atendidas em qualquer processo para a reconciliação. E se isto não for possível com o atual governo, haverá que levar ao poder a outro que, sim, tenha essa disposição.
O qual implica o desafio para o palpitante movimento pela dignificação da pátria, de pensar com seriedade na possibilidade de trabalhar numa campanha política de claro caráter renovador. É de importância cardeal plantar uma alternativa limpa, nova, democrática, ampla, capaz de arrebatar das mãos o domínio do Estado a corrupta classe dirigente atual. Um movimento de colombianos honestos pelo poder, que abra a esperança no obscuro panorama que depara o país continuar sob a égide de uma ou outra das seguras alternativas que projetará a oligarquia em 2014. Massas organizadas, unidas, com propósitos claros, são capazes de impor finalmente seus propósitos. É fundamental crer nisso.
Um novo governo democrático, amplo e pluralista poderá, por fim, soltar as amarras que nos atam, aos colombianos, à horrível noite da violência. Possibilitar acordos de paz, construir umas forças armadas que defendam o interesse de todos os nacionais e não os de uma casta antipatriótica, materializar uma existência democrática na qual a voz das maiorias seja quem determine o caminho a empreender, encaminhar o país por um desenvolvimento econômico baseado na produção e no trabalho de todos os colombianos, zelar pela saúde, educação, o emprego e o bem-estar geral, sem favoritismos, entregar a terra aos que queiram e possam trabalhá-la, e assisti-los em sua atividade e crescimento, usar as riquezas naturais para o bem de todos, resgatar nossas culturas e solucionar em justiça os mais graves problemas sociais.
Se fala agora de outras possíveis vias, como a convocatória a um referendo que revogue os atuais poderes, ou a promoção de uma Assembleia Nacional Constituinte que tenha a potestade de recompor por completo o país. Todos os recursos da luta popular contam para unificar contra o regime. Sem perder de vista que o caminho de submeter em algum momento o desejo pelas mudanças à decisão dos mesmos poderes estabelecidos pode terminar numa simples maquiagem que relegitime a ordem de coisas vigente. A Constituinte de 1991 dissolveu o parlamento e, apesar disso, a mesma classe política contaminada voltou a controlar tudo. O poder constituinte não pode deixar-se enredar em considerações legalistas. Ele cria, ele faz, ele pode.
A vigência de nossa luta
Está claro que as FARC-EP não vamos trair o legado de nossos fundadores e mártires. Nem a voltar as costas à gente humilde de nosso país que conhece diariamente o peso da arrogância, o despojo e o terror que parte do Estado. Assim como numa manhã de maio 48 anos atrás, os heroicos campesinos de Marquetalia decidiram empunhar as armas e sonhar com a tomada do poder para o povo, os combatentes de hoje ratificamos de novo que jamais entregaremos nossos sonhos após uma humilhante rendição e desarme. Só uma transformação profunda das condições vigentes em nossa pátria pode possibilitar e garantir a paz, que é a paz na qual temos acreditado desde nosso nascimento.
Queríamos e sonhávamos com uma mudança por vias pacíficas e democráticas, porém nos foram fechadas violentamente uma e outra vez desde o governo de Guillermo León Valencia. Hoje podemos assegurar que um diálogo distante e à revelia do país, como o pretende Santos, só terminará por intensificar mais a confrontação. Nossos sentidos permanecem atentos ao avanço da rebeldia e da organização dos de baixo. Com eles, sim, estaremos em todos os cenários aos quais os conduza seu acionar pela paz e pelas mudanças. Sejam quais sejam os rumos que o destino depare ao esforço por democratizar a Colômbia, tão imensamente renovado e latente hoje, as FARC-EP estaremos sempre ao lado de nosso povo. E venceremos com ele, juramos.
SECRETARIADO DO ESTADO-MAIOR CENTRAL DAS FARC-EP
Montanhas de Colômbia, 22 de julho de 2012
Tomado de http://www.mbsuroccidentedecolombia.org