"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 31 de maio de 2007

Será que An-ge-lino com Tafur condecoraram novamente ao agora general?

Pobre meu Cali, digo a minha filha já meio dormente pelo cansaço da viagem desde o Dourado Bogotano, e agora Cali com outro Alcalde pior, perdão Tafur, representante dos grêmios, os empresários, banqueiros, latifundistas, amigo íntimo de alva-raco e de outros acos.


[Mónika Loaiza/ANNCOL]


-Gómez Méndez sobrenomes homônimos de um chaparral-um, da justiça sem rosto, e o outro, o condecorado pelo an-jo e o a-poli-nar, outra vez em Cali.


Disse minha filha que chegou de minha caminhada do vale, muito cansada logo de voar na Ibéria durante 10 horas.


-O ex-fiscal, ainda que se diga liberal com rosto, foi precursor da segurança democrática de dom alva-raco, -já minha filha fala como eu – quando o chaparral-uno como aliado da justiça sem rosto, o regional como quiseram chama-la por ordem da USAID se impôs atrás de grossos vidros e testemunhas sem rosto, tudo assim como fantasmas judiciais que satanizaram o devido processo, antes sem rosto e hoje a toda hora com rosto de pré-candida-to presidencial antecipado, anda em Cali em campanha, é o que


Ouvia dos Turcos em Cali, quando comia tahine com salada turca com meu amigo Manolo.


Segue minha filha alvoroçada no que me diz de tudo o que viu, escuto e cheirou em sua visita à salve-vale-do-cauca-minha-terra.


-Gómez Méndez sobrenomes homônimos do outro, o ex-coronel e agora gene-ral, também chega a Cali a recolocar o afro-Mo-ore, que vai de chefe do transporte nacional castigando-o pela sua o-missão prévia ao golpe de Estado de alva-raco em Cali, pobre a-poli-nar, pobre Mo-ore. Pobre poli-cia que por seus mortos, o exército e responsáveis seguem sem castigo, está muito confuso esse caso de Jamundí.


Pobre meu Cali, digo a minha filha já meio dormente pelo cansaço da viagem desde o Dourado Bogotano, e agora Cali com outro Alcalde pior, perdão Tafur, representante dos grêmios, os empresários, banqueiros, latifundistas, amigo íntimo de alva-raco e de outros aços.


-Eu esperava que o an-jo, o do micro-crédito demagógico designara a uma Mulher.


Como assim?


Pergunto a minha filha que começa de novo com seus grandes olhos a me ver aqui em Ceuta, onde desde minha altura alcançou ver as luzes de Tarifa onde chegam as barcas.


Contesta-me a filha já reincorporada com umas tapas que dou a ela com vinho tinto.


-Como o an-jo sempre diz às juízas e juízes, acreditava que iria honras as mulheres com a designação de Yo-lima Espino-za, que é uma mulher a quem vi bonita e inteligente nos Turcos bem ao meu lado; parecia jovem com essa roupa que usava quando conversava com dois nohem-istas ali bebendo.


Sigo escutando embelezada a minha filha enquanto vejo ali na mala um manjar branco que trouxe comprado em Dorado.


-Este que já esteve, não o Afonso que tem Everfit, mas o do uniforme, o Jesus Na-to-ni-o, aquele que durante seu reinado no comando da poli-cia assassinou um estudante na Universidade do Valle um 22 de setembro e foi premiado e condecorado por Án-gel e A-poli-nar dizem que por ser respeituoso à vida e à paz chegará a Cali como chefe outra vez.


Digo a minha filha para que descanse de tanto falar, que certamente este outro Gómez Méndez


Irá conversar com Jhonny Silva no lugar onde se encontra sepultado, dizem aqueles que sabem dessas coisas, que este estudante assassinado quando Esmad chegou a U por ordem de Gómez Méndez uniformizado, já se encontra em muitas partes, em muitas paredes, em muitas praças, em muitos blogs, em muitos bairros esperando que algum dia chegara Gómez Méndez.


-Mãe, e chegou, parece então que a alma e o espírito de todos os Jhonnys Silvas triunfaram, porque afinal, em segredo poderão conversar com Gómez Méndez o outro, Jesus Na-toni-o, o homem da carabina – Tomara que o ex-fiscal Alfonso Gómez Méndez agora pré-candida-to presidencial para 2010 não invente de re-im-pulsar a justiça sem rosto com o novo sistema que chamam penal acusa-tório, aqui seria atenta-tório da justiça, para que a impunidade siga reinando, ou que para dom an-jo re-condecore junto ao pior, perdão al Tafur, ao outro Gómez Méndez, o que conversa já sozinho com Jhonny Silva, e agora conversa com o ex-general Martin Carreño (qepd) que não pôde já ser Governador santandereano, ex general nomeado muito por Mancuso como seu par-aco-aliado e compadre de Afonso. Manosalva (qepd) e Ivan Ramírez lá na Brigada Onze.


Minha filha, de onde vc tira tantas coisas? É que em Cali estava García Márquez com sua magia literária?


-Não mãe, tudo isso eu escutei, vi, cheirei, fui, dos Turcos ali no oeste de Cali. É que os turcos me matam, lembra mãe que em Madrid perto de Puerta del Sol comíamos rabanadas de preparados turcos, os turcos me perseguem, e isso que não sou curda! Sou agora mesmo hispana-colombiana, mas vendo bem, parecemos curdas, pois somos também perseguidas e fugimos de lá, de minha terra do bandolim, em Sevilla, mas a outra Sevilla, a de lá, perto de Caicedonia junto de panaca ou pa-raca como eles dizem, meu Manolo gostou muito de ver tanto café caturro junto às bananeiras que assim são exóticas.


-Mãe, e agora que lembrei, estando lá nos Turcos, agraciado restaurante, ali com Manolo meu lindo ceuto, lembro que vi passar a Yus-ty cabisbaixo, triste, mas bonito com seu terno preto em risca de giz, parecido quando, fumando isso, mexia conosco ali no casarão que hoje está vazia e nesse tempo Álvaro Pio em Santiago; pobre Yus-ty hoje regenerado em sua saúde, mas de-gene-rado na política, pois nesse tempo era como mão-ísta e hoje dizem que é urib-ista, mas segue fiel a ista, ista como é arrib-ista, dizem, sempre ista, mas isso se anticomun-ista, dizem todas e todos nos Turcos, é o tur-gate de Cali onde tudo está armado, armas lá em Cali por doquier, arma caleño lá, e aqui arma moruno.


Filha, vamos dormir, amanhã você continua contando mais de sua viagem com Manolo, mas deixe que ele me conte; você filha minha tem muita magia; Manolo não a tem, olha que já está dormindo seu marido, sua magia faz ele dormir e a mim me desvela.


Será que na Colômbia, já está me dando vontade de ir, tem ainda toda essa magia que diz minha filha?


Será?


Esperarei meu genro Manolo para ver o que ele diz amanhã e contarei a vocês.


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quarta-feira, 30 de maio de 2007

México desmente as armações publicitárias do regime uribista.

- O México não detectou nenhum vínculo “orgânico” ou “estrutural” da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) com grupos do narcotráfico mexicano, assegurou o secretário de Segurança Pública, Genaro García-, para o El Financiero em seguida.


Os primos santos, os reis das armações!


[ANNCOL]

As armações publicitárias da inteligência colombiana, referendados por seu vice presidente Pacho Santos sindicando aos grupos da solidariedade com o povo colombiano de serem laranjas das FARC, são meras armações, declara um alto funcionário do governo mexicano.


- O México não detectou nenhum vínculo “orgânico” ou “estrutural” da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) com grupos do narcotráfico mexicano, assegurou o secretário de Segurança Pública, Genaro García-, para o El Financiero em seguida.


Para que não reste nenhuma dúvida de sua declaração oficial, o senhor Garcia disse em uma coletiva de imprensa para correspondentes estrangeiros. “Não identificamos nenhum vinculo estrutural com as FARC no que diz respeito ao narcotráfico”.


Não é de se estranhar que o papel que pode estar interpretando o para-ex-fiscal, Luís Camilo Osorio, nessas tramas do governo colombiano no exterior. O Primeiro Encontro Nacional de Solidariedade com as Lutas do Povo Colombiano, celebrado a pouco no México, entre suas outras conclusões, pediu a saída de Osorio como embaixador da Colômbia nesse país.


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terça-feira, 29 de maio de 2007

O periódico bolchevique

O capitalismo tem feito todo o possível para destruir a obra de lenin. Porém, Lênin segue mais vivo que nunca, e sua obra é motivo de estudo e reflexão para os construtores do socialismo na América Latina e no mundo. Vale a pena recordar aqui sua imortal contribuição ao jornalismo revolucionário. Lênin, desperta! “Lênin se definia antes, durante e depois da Revolução Russa, como um jornalista. Dedica ao tema grande parte de sua obra. O “Que fazer?”, publicado em 1902, estabelece quais são as tarefas da imprensa.

O guia da Revolução Proletária.


[Por Bruno Matapay, Agencia de Prensa Rural]
http://prensarural.org/spip/spip.php?auteur15


“Lênin se definia, antes, durante e depois da Revolução Russa, como jornalista. Dedica ao tema grande parte de sua obra. O “Que fazer?”, pubicado em 1902, estabelece quais são as tarefas da imprensa; de fato, o livro é, entre outras coisas, uma reflexão acerca da importância da imprensa como instrumento para a construção de um partido. Porém, as reflexões não se reduzem às publicações, mas, sim à sua própria intervenção como fundador de jornais, como jornalista, escritor ou publicista. Neste sentido, Lênin desenvolve reflexões muito pontuais. Delineava, por exemplo, a necessidade de que um jornal deveria contar com um comitê de cinco jornalistas profissionalizados e uma rede de mil, cinco mil, dez mil correspondentes ativistas que comunicassem os fatos de modo menos elaborados possível para poder recuperar o mais vivo dos conflitos. Essa vitalidade podia manifestar-se nas correspondências enviadas pelos operários diretamente desde seu lugar de trabalho. Preocupava-se, ademais, em como eleger o título mais surpreendente ou por qual tem que ser o ângulo do ataque em uma nota, etc. Quer dizer, por um conjunto de questões que demandavam a sua tarefa como jornalista. Desde a postura de Lênin o jornalismo é uma suerte de bisagra entre a teoria e a ação política”. Santiago Gándara.


Uma arma poderosa com que contava o partido bolchevique para fortalecer suas organizações e conquistar influência entre as massas foi o diário bolchevique “Pravda” (a verdade), que se editava em Petersburgo. Este periódico havia sido fundado, segundo as indicações de Lênin, por iniciativa de Stalin, Olminski e Poletaiev. Era um jornal operário de massas que nasceu com o novo auge do movimento revolucionário. Seu primeiro número veio à luz em 22 de abril (5 de maio do novo calendário) de 1912. Foi um acontecimento verdadeiramente memorável para os proletários. Em homenagem ao aparecimento do primeiro número do “Pravda”, concordou-se declarar a data de 5 de maio jornada de festa da imprensa operária.


Antes de aparecer “Pravda”, publicava-se um semanário bolchevique com o título de “Sviesdá” (A estrela), destinado aos operários mais conscientes. “Sviesdá” desempenhou um importante papel durante as jornadas do Lena. Em suas colunas veio à luz uma série de artigos políticos combativos de Lênin e Stalin que mobilizaram a classe operária para a luta. Porém, nas condições que criava a marcha ascendente da revolução, ao partido bolchevique já não lhe bastava um jornal semanal. Necessitava um diário político destinado às grandes massas operárias. E isto é o que era “Pravda”.


Durante este periodo, “Pravda” desempenhou um papel extraordinariamente importante. “Pravda” atraiu para o bolchevismo as grandes massas da classe operária. Numa situação como aquela, de incessantes perseguições policiais, de multas e de seqüestros do jornal pela publicação de artigos e correspondências que não agradavam à censura, “Pravda” so podia existir graças ao apoio ativo de dezenas de milhares de operários avançados. Somente as grandes coletas feitas entre os operários é que permitia fazer frente às enormes multas que lhe impunham. Não poucas vezes, uma parte considerável da tiragem dos números que se havia ordenado seqüestrar chegava, apesar de tudo, aos seus leitores, graças a que os operários mais conscientes se apresentavam pela noite na tipografia e sacavam os pacotes do jornal.


Em dois anos e meio, o governo Tzarista suspendeu por oito vezes a publicação do “Pravda” que, entretanto, com o apoio dos operários, reaparecia sempre com um novo título semelhante ao proibido, por exemplo: “Por la Pravda”, “O caminho da Pravda”, “A Pravda do Trabalhador”.


Ao tempo em que o “Pravda” vendia, em média, 40 mil exemplares diários, a tiragem média do diário menchevique “Luch” (o Ráio) não passava de 15 a 16 mil.


Os operários consideravam o “Pravda” como algo próprio, tinham grande fé nele e escutavam atentamente sua voz. Cada exemplar de “Pravda”, passando de mão em mão, servia para dezenas de leitores, formava sua consciência de classe, educava-os, organizava-os, chamava-os à luta.


De que falava o “Pravda”?


Em cada um dos seus números se publicavam dezenas de correspondências de operários, em que se descrevia a vida dos proletários, a brutal exploração e os múltiplos abusos e vexames de que lhes faziam objeto os capitalistas e seus gerentes e capatazes. Eram condenações marcantes e precisas do regime capitalista. Nas notícias do “Pravda” apareciam freqüentemente casos de suicídios de operários parados, mortos de fome e já desesperados por não encontrar trabalho.


O “Pravda” falava das necessidades e das reivindicações dos operários das distintas fábricas e ramos industriais, e descrevia como lutavam os operários por suas reivindicações. Em quase todos os números se informava acerca das greves planejadas nas diferentes empresas. Quando se desenvolviam greves importantes e longas, o jornal organizava os operários de outras empresas e ramos industriais para que ajudassem com coletas aos grevistas. As vezes, nestas coletas para o fundo de ajuda aos grevistas se reunia dezenas de milhares de rublos, somas enormes para aqueles tempos em que a maioria dos operários ganhava de 70 a 80 centésimos de rublo por dia. Isto educava os operários no espírito da solidariedade proletária e da consciência de unidade de intreresses entre todos os operários.


Não havia acontecimento político, não havia triunfo ou derrota ante o qual os operários não reacionassem enviando ao “Pravda” cartas, saudações, protestos, etc. Em seus artigos, o “Pravda” esclarecia as tarefas do movimento operário desde um ponto de vista conseqüentemente bolchevique. Seu caráter de jornal legal não lhe permitia propagar diretamente a derrocada do tzarismo. Tinha que se expressar por meio de alusões que os operários conscientes compreendiam perfeitamente e se encarregavam de explicar às massas. Assim, por exemplo, quando o “Pravda” falava das “reivindicações íntegras e completas do ano 1905”, os operários sabiam que se tratava das palavras de ordem revolucionárias dos bolcheviques: derrocada do tzarismo, república democrática, confisco das terras dos terratenentes e jornada de oito horas.


O “Pravda” organizou os oprários avançados em véspera das eleições para a quarta Duma. Desmascarando a posição traidora dos partidários de um acordo com a burguesia liberal, dos defensores do “Partido Operário Stolypiniano” – dos mencheviques , chamava os operários a votar pelos partidários das “reivindicações íntegras do ano 1905”, ou seja, pelos bolcheviques. As eleições eram de terceiro grau. Primeiro, os operários elegiam em assembléia seus delegados, Estes logo designavam aos compromissários que eram os encarregados de votar nos deputados operários da Duma. No dia das eleições, o “Pravda” publicou a lista dos compromissos bolcheviques cuja candidatura recomendava aos operários. Nem foi possível publicar essa lista antes, para não expor aos candidatos recomendados o perigo de ser detidos.


O “Pravda” ajudava a organizar as ações do proletariado. Com motivo de um grande lockout planejado em Petersburgo, na primavera de 1914, em condições que não eram coveniente declarar uma greve de massas, o “Pravda” aconselhou aos operários que recorressem a outra formas de luta, a comícios de massas nas fábricas e manifestações nas ruas. O jornal não podia fazer abertamente semelhante indicação. Porém, o chamamento do “Pravda” foi compreendido pelos operários conscientes que leram suas colunas o artigo de Lênin, publicado sob o modesto título de “Sobre a formas do movimento operário”, em que dizia que , naquele momento, era necessário substituir a greve por outra forma mais elevada do movimento operário, o que equivalia a preconizar a organização de comícios e manifestações.


Assim era como os bolcheviques combinavam a atuação revolucionária clandestina com a agitação e a organização legal das massas operárias através do “Pravda”.


Porém, o “Pravda” não se ocupava somente da vida dos operários, das greves e das manifestações operárias. Em suas colunas se tratava sistematicamente da vida campesina, da fome que passavam os campesinos, da exploração dos campesinos pelos proprietários feudais, do roubo das melhores terras dos campesinos para ampliar os casarios dos kulaks, por obra da “reforma” stolypiniana. O “Pravda” fazia ver aos operários conscientes a grande quantidade de material inflamável que se ia acumulando no campo. Punha em relevo ante o proletariado que as tarefas da revolução de 1905 não haviam sido resolvidas e que surgiria uma nova revolução. E ensinava que, nesta segunda revolução, o proletariado teria que atuar como o verdadeiro chefe, como dirigente de povo, e que nesta revolução contaria com um aliado tão forte como os campesinos revolucionários.


Os mencheviques lutavam para tirar da cabeça do proletariado a idéia da revolução. Aconselhavam aos operários que deviam deixar de se preocupar com o povo, com os campesinos famintos e com o império dos proprietários feudais das centúrias negras, para lutar somente pela “liberdade de associação”, dirigindo, para isso, “petições” ao governo do tzar. Os bolcheviques faziam ver aos operários que estes conselhos mencheviques, em que lhes exortava a renunciar à revolução e à aliança com os campesinos, serviam ao interesse da burguesia, que os operários venceriam com toda segurança o tzarismo se soubessem atrair para o seu lado os campesinos, como seus aliados, e que deviam voltar as costas aos maus conselheiros, inimigos da revolução, do tipo dos mencheviques.


De que tratava o “Pravda” na seção intitulada “A vida dos campesinos”?


Tomemos como exemplo algumas das correspondências pulicadas no ano de 1913. Em uma informação enviada por um correspondente de Samara e que apareceu sob o título de “Um pleito agrário”, comunicava-se que dos 45 campesinos da aldeia de Novojasbulat, no distrito de Bugulmá, acusados de haver feito resistência ao funcionário encarregado de praticar a demarcação das parcelas dos que se separavam da comunidade, grande parte havia sido condenada a longas penas de cárcere.


Em uma breve notícia enviada por um correspondente da provícia de Pskov, dizia-se: “Os campesinos da aldeia de Psitsa (nas imediações da estação de Sa vale) se alçaram em armas contra os guardas rurais. Há vários feridos. As causas do choque foram conflitos agrários. Em Psitsa foram concentrados guarda rurais; sairam para esse povoado o vice-goverrnador e o fiscal”.


Um correspondente da província de Ufá informava acerca da venda dos lotes de terras dos campesinos e expunha que a fome e a lei sobre a separação da comunidade rural haviam vindo reforçar o processo de privação de terras dos campesinos. Veja-se, por exemplo, o ocorrido no casario de Borisovka. Ali haviam 27 casas que possuiam 543 hectares de terras agricultáveis. Na época da fome, cinco lavradores venderam definitivamente 31 hectares a razão de 25 a 33 rublos cada uma; ou seja, três a quatro vezes menos do que a terra valia. Sete lavradores hipotecaram 177 hectares, obtendo em troca 18 a 20 rublos por hectare, a pagar em seis anos e a 12% de juros anuais. Tendo em conta o empobrecimento da população campesina e o brutal tipo de vantagens, podia-se afirmar com segurança que dos 177 hectares a metade passaria para mãos do agiota, pois era muito pouco provável que num prazo de seis anos pudessem pagar uma soma tão grande nem a metade dos devedores.


Em um artigo intitulado “A grande propriedade dos terratenetes e a pequena propriedade campesina na Rússia”, publicado no “Pravda”, Lênin fazia ver de um modo tangível aos operários e aos campesinos quão fabulosa era a riqueza de terras possuidas pelos parasitas terratenentes. Entre 30 mil terratenentes dos mais fortes açambarcavam cerca de 70 milhões de hectares de terras. Enquanto isso, os campesinos tinham que se contentar com uma extensão equivalente, repartida entre 10 milhões de famílias. Cada um daqueles grandes terratenentes detinha, em média, 2.300 hectares de terra; em contrapartida, a cada família campesina, incluindo os kulaks, correspondiam, em média, 7 hectares; Entretanto, ademais, havia cinco milhões de famílias campesinas pobres: ou seja, a metade da população campesina, que não possuia, por toda a fazenda, mais que um ou dois hectares. Estes fatos demonstravam de um modo tangível que a raiz da miséria e da fome dos campesinos estava no regime dos grandes terratenentes, na sobrevivência do feudalismo, de que os campesinos somente podiam se liberar mediante a revolução, dirigida pela classe operária.


Por meio dos operários relacionados com o campo o “Pravda” penetrava na aldeia despertando a luta revolucionária aos campesinos mais conscientes.

No período em que se fundou o “Pravda” as organizações social-democratas clandestinas estavam inteiramente em mãos dos bolcheviques. Em troca, as formas legais de organização – a fração da Duma, a imprensa, as mutualidades operárias, os sindicatos – não haviam sido ainda resgatados inteiramente das mãos dos mencheviques. Os bolcheviques tiveram que empreender uma enérgica luta para desalojar os liquidadores das organizações legais da classe operária. Esta luta foi coroada de êxito, graças ao “Pravda”.


O “Pravda” ocupava um lugar central na luta em prol da causa do Partido, em prol da reconstituição de um Partido operário revolucionário de massas. Suas campanhas faziam com que as organizações legais se agrupassem estreitamente em torno dos centros clandestinos do partido bolchevique e encaminhavam o movimento operário para uma meta definida: a preparação da revolução.


O “Pravda” contava com uma quantidade enorme de correspondentes operários. Mais de 11 mil correspondências operárias foram publicadas em suas colunas em um só ano. Porém, não eram as cartas e a colaboração de seus correspondentes o único meio pelo qual mantinha contato com as massas operárias. Sua redação era visitada diariamente por numerososs operários das fábricas. Nela se concentrava uma parte considerável do trabalho de organização do partido. Celebravam-se, ali, reuniões com os representantes das células de base do partido, ali chegavam os informes sobre o trabalho do partido nas fábricas e empresas industriais e dali se transmitia as instruções do comitê de Petersburgo e do comitê central do partido.


Como fruto de dois anos e meio de lutas tenaz contra os liquidadores pela reconstituição de um partido operário revolucionário de massas, os bolcheviques conseguiram que, para o verão de 1914, o partido bolchevique, a tática “pravdista”, contassem com quatro quintas partes dos operários ativos da rússia. Assim o atesta, por exemplo, o fato de que 5.600 grupos operários, dos 7.000 que em 1914 organizaram coletas para a imprensa operária, recolhessem dinheiro para os jornais bolcheviques, e somente 1.400 para os mencheviques. Em troca, estes dispunham de muitos “amigos ricos” entre a burguesia liberal e os intelectuais burgueses que lhes aportavam mais da metade do dinheiro necessário para sustentar seu jornal.


Aos bolcheviques se costumava conhecer, por esta época, com o nome de “pravdistas”. Com o “Pravda” se desenvolveu toda uma geração do proletariado revolucionário que mais tarde haveria de se colocar à frente da revolução socialista de outubro. Atrás do “Pravda” marchavam dezenas e centenas de milhares de operários. Durante os anos do auge revolucionário (1912 a 1914) se lançaram os sólidos cimentos de um partido bolchevique de massas, contra o qual havia de despedaçar todas as perseguições do tzarismo no período da guerra imperialista.



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segunda-feira, 28 de maio de 2007

Há 43 anos nasceram as FARC

Explica seu Secretariado em mensagem enviada à redação da ANNCOL. “O paramilitarismo que se criou muitos anos antes não para enfrentar a guerrilha revolucionária, mas para fazer a guerra suja da oligarquia contra o povo, continua desenvolvendo sua atividade criminal, acobertado pelo Estado e os diferentes governos, e convertido em um projeto político que lidera Álvaro Uribe”.




Jacob Arenas e Manuel Marulanda


[ANNCOL]

Publicamos a seguir, comunicado completo.

Comunicado do 43º Aniversário das FARC-EP

Em 1964, há 43 anos, o Governo conservador de Guillermo Leon Valencia lançou 16.000 soldados em sua “ofensiva final” contra 42 camponeses do Sul de Tolima, prometendo a pronta liquidação da que chamaram no parlamento “República Independente de Marquetalia”.

Nem ele, nem os gingos que dirigiram essa operação militar contra o povo enfeitada com o nome de “Plan Laso”, se notificaram do contra producente de sua decisão em um país como o nosso, onde a dignidade e a rebelia contra a injustiça correm no nosso sangue desde sempre. Preferiram a aventura de uma guerra de extermínio a uma solução das reivindicações econômicas, sociais e política questionadas pela população da região.

43 anos depois, o confronto militar gerado por essa agressão abarca a totalidade do território nacional, ao passo que os abismos sociais que se denunciavam cresciam e que a opulência imperial dos Estados Unidos da América do Norte oprime com maior violência aos povos cujos governos não tiveram dignidade para fazer respeitar nem sua soberania, nem seus interesses, nem sua bandeira como ocorre especialmente com este de Álvaro Uribe.

Como se não bastasse, o paramilitarismo criado muitos anos antes não para enfrentar a guerrilha revolucionária, mas para fazer a guerra suja da oligarquia contra o povo, continua desenvolvendo sua atividade criminal, acobertado pelo Estado e os diferentes governos, e convertido em um projeto político que lidera Álvaro Uribe.

Como a ofensiva antipopular não se detém em nenhum terreno, para estes dias foi incrementado com a aprovação no Congresso do Plano de Desenvolvimento uribista que aponta a estratégia neoliberal e intensifica a privação do patrimônio público, com o recorte das regalias às regiões e com um TLC que apenas beneficia aos gringos e a uns poucos ricos do país.

Em meio a tal situação, 43 anos depois de nos estabelecermos como organização revolucionária realizamos nossa Nona Conferência “pela Nova Colômbia, a Pátria Grande e o Socialismo” que convoca aos colombianos a lutar por um novo governo capaz de reconciliar a família colombiana, de fortalecer a unidade Latino Americana e Caribenha no espírito bolivariano da Pátria Grande com a qual sonhou o Libertador e com o objetivo estratégico de construir o Socialismo nesta parte do mundo, conforme nossa realidade, idiossincrasias e história e colocarmos a nós como pólo de referência mundial.

Apesar da manipulação da grande imprensa, foi possível ao governo estancar o crescimento das FARC. Lutamos e continuamos crescendo em meio ao apoio popular, porque um Estado paramilitar e mafioso de características fascistas como o de Uribe, além da violência social e econômica que arrasta, de perseguir, assassinar, torturar, desaparecer, continua fechando as opções legais al qualificar como terroristas seus opositores.

Propomos à plataforma bolivariana pela nova Colômbia, como espaço de convergência e unidade de todos aqueles que buscamos a independência e a democracia. E como o fizemos há 43 anos, reafirmamos nossa convicção sobre uma solução política à problemática nacional, assim como também a plena disposição que mantemos para concretizar o mais rápido possível um Exército de Prisioneiros de Guerra, para que se torna necessário um encontro como governo nacional, com os municípios de Pradera e Florida no Vale do Cauca, desmilitarizado.

As lutas do povo colombiano pela soberania, contra as injustiças e pelo bem-estar geral crescem ao mesmo tempo em que aumentam as evidências da corrupção que invadem o governo Uribe e o Estado e seus profundos nexos com o paramilitarismo se Uribe não tem a ética de renunciar para esclarecer seu retorno paramilitar e a origem fraudulenta de boa parte de sua votação e pelo contrário, valendo-se de todos os recursos oficiais para ocultá-lo, temos que exigir com a ampliação e intensificação da luta popular.

Porque assim e somente assim, esta oligarquia compreenderá que a Colômbia não requer a paz dos sepulcros mas reclama um horizonte de paz nascido do exército pleno de sua soberania, da democracia e da justiça social.

Pela Nova Colômbia, a Pátria Grande e o Socialismo!
Secretariado do Estado Maior Central FARC-EP

Montanhas da Colômbia, 25 de maio de 2007.


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sábado, 26 de maio de 2007

ECOPETROL entregava aos paramilitares 100 milhões de pesos

Segundo o diário El Nuevo Siglo, ECOPETROL foi uma das beneficiárias das enormes somas de dinheiro que pagavam multinacionais e empresas colombianas. Afirmou que esta empresa petroleira pagava às “autodefesas” 100 milhões de pesos de há 10 anos, o mesmo que a Oleoducto Central de Colômbia Ocensa, destinados à proteção dos oleodutos, diz a USO.


[Por USO*]

Numas explosivas declarações em sua versão livre ante a Fiscalização em Medellín, ontem quinta-feira 17, o chefe dos paramilitares Salvatore Mancuso, salpicou a várias empresas nacionais e estrangeiras, entre Ecopetrol a quem acusou de brindar-lhes apoio por anos. Segundo o diário El Nuevo Siglo, ECOPETROL foi uma das beneficiárias das enormes somas.

Segundo o diário El Nuevo Siglo, ECOPETROL foi uma das beneficiárias das enormes somas de dinheiro que pagavam multinacionais e empresas colombianas. Afirmou que esta empresa petroleira pagava às “autodefesas” 100 milhões de pesos de há dez anos, o mesmo que a Oleoducto Central de Colombia Ocensa, destinados à proteção dos oleodutos.

Bavaria, Postobon, Hyunday, as bananeiras Chiquita Brand, Doll, Proban, Delmonte, Banacol, Uniban, Carbones del Caribe, Copetran e comerciantes da Costa Atlântica também foram assinalados pelo confesso paramilitar como financiadores dos bandos criminais.

Há um mês, a transnacional Chiquita Brands admitiu haver colaborado com as AUC, como parte de um acordo ao qual chegou com a justiça estadunidense e que lhe valeu o pagamento de uma multa de 25 milhões de dólares.

Ao fechamento desta página, sexta-feira 18 de maio, ECOPETROL ainda não se havia pronunciado frente às graves acusações de Mancuso como, sim, o fizeram Bavaria e Postobón negando toda vinculação.

A USO, vítima das arbitrariedades criminais dos paramilitares, através de ameaças e do assassinato de dezenas de seus dirigentes, entre eles o companheiro Aury Sará Marrugo, reconhecido por Mancuso, de anos atrás vem denunciando a altos dirigentes da empresa por suas relações com a AUC.

Chama a atenção que agora todos os acusados por Mancuso neguem os vínculos com as AUC quando, antes das revelações, exigiam, fazendo coro ao governo, que se revelasse toda a verdade. O chefe paramilitar, segundo os acordos da lei de Justiça e Paz, tem a obrigação de revelar tudo o que sabia sobre os crimes cometidos. Ao não fazê-lo, perderia os benefícios da norma, isto é, não os oito anos de cárcere estipulados, mas sim quarenta e a extradição aos EE.UU. Isto quer dizer que, se está mentindo, deve esquecer-se de Justiça e Paz.

A USO, igual que todo o povo colombiano, espera que se reconheça toda a verdade para ressarcir às milhares de vítimas dos crimes sem nome dos paramilitares, que com estamentos importantes do estabelecimento buscavam “refundar a pátria”. Uma pátria para eternizar os privilégios e a injustiça.

A USO faz própria a declaração do 17 de maio as três centrais sindicais que assinalam a respeito que “na versão livre que está dando o paramilitar Mancuso, compromete a todo o grêmio bananeiro; ademais, às empresas Bavaria e Postobon e hoje, ao que parece, abordará os vínculos de outras empresas com a onda de terror que impuseram os paramilitares”.

“Chamamos a atenção – acrescentam as centrais – sobre esta grave situação, já que confirma nossas denúncias e que demanda do Governo uma resposta, porque na Colômbia há uma relação entre este tipo de apoios com a intimidação ou a liquidação sindical”.

* União Sindical Operária, sindicato de ECOPETROL.

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sexta-feira, 25 de maio de 2007

“Estados Unidos quer fazer do narcotráfico um mecanismo de intervenção”

O ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Pedro Carreño assegurou esta segunda que o USA utiliza a luta anti-drogas nos países latino-americanos como um “mecanismo de intervenção”, enquanto incita o governo Bush a utilizar seu “enorme poder” para evitar o ingresso de drogas no país norte-americano.

Plano gringo!


[TeleSur]

Durante a apresentação de ganhos obtidos pela Venezuela em matéria de segurança e luta contra o narco-tráfico, o ministro Pedro Carreño ressaltou “o avanço importante” nas batalhas contra narco-traficantes mundiais, se os EUA “usassem seu enorme poderio militar” para evitar que a droga entre em territorio estadunidense, em vez de “manter tropas espalhadas pelo mundo” em clara alusão à ocupação que o governo Bush mantém no Iraque.


O ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Pedro Carreño assegurou esta segunda que o USA utiliza a luta anti-drogas nos países latino-americanos como um “mecanismo de intervenção”, enquanto incita o governo Bush a utilizar seu “enorme poder” para evitar o ingresso de drogas no país norte-americano.

“Pela lei de mercado, se não há procura a demanda abaixa, e é óbvio que se a demanda abaixa a produção reducirá, e isso se cumplirá sem disparar nenhum cartucho e sem matar gente nem provocar despejos”, assegurou o funcionário sul-americano.

Durante sua intervenção, Carrño explicou que a pretensão de Washington em instalar oficinas do DEA (Departamento de Narcóticos dos EUA) em países latino-americanos, sobrevoá-los e colocar radares, não é uma forma de lutar contra o tráfico de entorpecentes, e sim uma forma de intervir em seus assuntos internos.

“Os Estados Unidos querem fazer do narco-tráfico um mecanismo de intervenção, e com a desculpa de lutar contra ele, implementa bases, radares e outras formas de controle (…) Estados Unidos deveria proteger suas fronteiras e impedir o ingresso da droga em seu territorio, usando as modernas aeronaves e barcos que possui, ao invés de, por ejemplo, continuar ensangrentando e atentando contra a vida e a paz dos colombianos” disse o ministro ao se referir ao Plano Colombia.

Assim mesmo, declarou que a intenção do DEA é colaborar com a Venezuela na luta contra o narco-tráfico, “deveria entregar os dados que tem sobre os traficantes que operam no país, para que onzas forças de segurança os neutralizem”.

Em 2005, o presidente venezuelano Hugo Chávez suspendeu o convênio com o DEA, depois de acusar seus agentes de estarem envolvimos em planos de inteligencia que colocavam em risco a segurança e defesa do país latino-americano.


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quinta-feira, 24 de maio de 2007

Sindicalistas e Terrorismo de Estado na Colômbia

Cada dia se demonstra quem está por trás do Terrorismo de Estado na Colômbia. Todos os governos, seguindo as ordens de Washington, vêm assassinando sindicalistas. Todos sem exceção. A novidade é que agora os assassinos executores se atrevem a denunciar as multinacionais que financiavam os “serviços”, coisa que sempre denunciamos, escreve Domínico Nadal.



Desde sempre assassinando trabalhadores


[Por Domínico Nadal, ANNCOL]

No dia 08 de janeiro de 2006 perguntávamos em um artigo publicado na ANNCOL por que assassinam os sindicalistas na Colômbia. [1].

Nossas pesquisas nos levaram à conclusão de que os sindicalistas são assassinados pelo Estado. Seu assassinato provém de ordens oriundas do governo para as forças militares e destes para seus braços executores, os narco-paramilitares, quando não eram os próprios militares disfarçados de narco-paramilitares.

Analisávamos ali também que a oligarquia colombiana combina todas as formas de luta contra o povo e quando as outras formas falham recorrem à eliminação física dos contraditores, sejam políticos, comunitários, mulheres, estudantes ou sindicalistas.

O exercício da atividade sindical tornou-se então uma atividade castigada pelos agentes do Estado, o que se insere na violação sistemática dos direitos humanos dos trabalhadores colombianos, desde seus direitos trabalhistas até seus direitos fundamentais.

Estatísticas mostram a crise

As frias estatísticas mostram a profunda crise humanitária que sofrem os trabalhadores colombianos, em especial os trabalhadores sindicalizados e seus dirigentes.

Entre 1º de janeiro de 1991 e 31 de dezembro de 2006 – segundo dados do Banco de Dados da ENS (Escola Nacional Sindical) e da CUT – foram registrados 8.105 casos de violações à vida, à integridade física e à liberdade pessoal de trabalhadores afiliados a sindicatos na Colômbia, descritas assim: 2.245 homicídios, 3.400 ameaças, 1.292 casos de despejo, 399 dentenções arbitrárias, 206 feridos, 192 atentados, 159 sequestros, 138 desaparecimentos, 37 casos de tortura e 34 casos de desrespeito moral.

Desde 1991, ano em que se começava a registrar as cifras, dá para perceber que todos os governos têm praticado o Terrorismo de Estado contra os sindicalistas e suas organizações sindicais.

Durante a administração de César Gaviria Trujillo foram assassinados 518 sindicalistas.

Durante a administração de Ernesto Samper Pizano foram assassinados 795 sindicalistas.

Durante a administração de Andrés Pastrana foram assassinados 600 sindicalistas.

Durante a administração de Álvaro Uribe Vélez foram assassinados 282 sindicalistas.

Apenas durante esse ano de 2007, primeiro ano do segundo mandato de Uribe Vélez, foram assassinados 10 sindicalistas.

A administração de Álvaro Uribe Vélez pretende mostrar que a diminuição do assassinato a sindicalistas que as cifras mostram obedece à sua política de Seguridad Democrática. Nada mais falso. O terror desatado contra os trabalhadores, que se traduzem em uma baixa taxa de sindicalização, e a subtração de matéria pelo assassinato dos sindicalistas são as causas da diminuição dessas cifras.

Quem está por trás dos assassinatos?

Definitivamente por trás dos assassinatos seletivos dos sindicalistas está o Estado colombiano. E por trás desse, estão as mãos das empresas e dos empresários. Prova disso são as denúncias que foram feitas há muitos anos pelos próprios sindicalistas, as quais são deixadas em saco podre por funcionários do governo e do Estado, e os artigos publicados por diversos analistas da situação colombiana.

Lembremos que através da ANNCOL viemos denunciando, por exemplo o papel das petroleiras no Plano Colômbia, nos artigos de Allende La Paz. Também viemos denunciando o pagamento das multinacionais Chiquita Brands e Drummond aos grupos de narco-paramilitares para que continuem assassinando os sindicalistas dessas empresas. Tal política assassina pratica a Coca-Cola e a Nestlé na Colômbia.

O líder narco-paramilitar Salvatore Mancuso, acusado de mais de 6.000 assassinatos de sindicalistas, camponeses e indígenas, cedeu entrevista à Natalia Spring dizendo que “Foi feito um pacto com Chiquita Brands Inc, Dole, Banacol, Uniban, Proban e Del Monte. Nos pagavam 1 centavo de dólar por cada caixa que saía do país. As outras empresas do setor faziam um pagamento semestral. A empresa Dole se encarregava de recolher o dinheiro e finalizar a operação, da qual se tinha pleno conhecimento nas companhias e que se qualificava como uma contribuição ao viveiro Papagayo”. “O produto dessas contribuições era distribuído proporcionalmente entre a Casa Castaño, o Bloco Bananero, uma parte para investimento social e outra para pagar corrupção de instituições do Estado”.

Por essas declarações que Salvatore Mancuso deu agora o establishment narco-paramilitar quer calá-lo e então denunciam que os líderes narco-paramilitares continuam praticando crimes à partir das prisões. Agora que querem calá-lo assumem que praticam crimes, mas enquanto realizavam os massacres e os mais de 3.500 assassinatos seletivos realizados durante os Sainetes dos Ralito, aí sim não estavam praticando crimes!

Uma política de extermínio

É importante ressaltar que as empresas multinacionais são as mais bem protegidas nessas políticas de extermínio. O governo colombiano, e todo o Estado, responde aos interessses dessas empresas imperialistas, diante das quais os desejos criminosos se enrolam nos cipós da oligarquia tradicional.

Não podemos explicar os assassinatos dos sindicalistas como algo ligado ao conflito armado. Há uma larga história de violações de direitos humanos dos sindicalistas que mostram que essas violações não são devidas a nenhuma violência difusa e indiscriminada, como bem disse a CUT, pois estão sempre ligadas às lutas por seus direitos trabalhistas que lutam os trabalhadores, sejam pagamentos, folgas, negociações coletivas ou criação de sindicatos.

Os empresários pressionam o governo para que extermine os sindicalistas, quando não são eles diretamente os que financiam e ordenam aos grupos narco-paramilitares o assassinato dos sindicalistas. O extermínio dos sindicalistas significa para os emresários grandes lucros, razão pela qual são eles os primeiros patrocinadores da guerra na Colômbia e seus primeiros beneficiários, buscando com ela a anulação de conquistas trabalhistas dos trabalhadores, suas ações de luta por suas reivindicações mais sentidas e o esquecimento da legislação colombiana sobre os direitos trabalhistas.

Por trás de tudo isso está, obviamente, o império estadunidense que faz seus planos de guerra contra o povo colombiano, Plano Colômbia, para impôr à eles seus tratados comerciais –ALCA, TLC, etc –e continuar sugando nossos recursos naturais e o sangue de nossos trabalhadores.

Por isso, os cipós como Alva-raco Uribe Vélez devem renunciar!

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quarta-feira, 23 de maio de 2007

Teflón derretido

O narco-para-presidente quis mostrar – num ato de autoengano – que o ´efeito teflón´ lhe serve até no exterior. Nada mais falso. O colunista José Marái Carbonell nos recorda os ´desplantes´ que recebeu Alva-raco Uribe no exterior. Berlusconi, Alemanha, Parlamento Europeu, Mercosul, Ilha de Margarita e USA. Melhor dito, em cada saída. O teflón tem sido derretido pela verdade do acionar do povo colombiano, incluída a insurgência armada das FARC.


O equilibrista não deixa de movê-lo...


[Por José María Carbonell, ANNCOL]


Se algo ficou demonstrado com a última mostra de submissão de Alva-raco Uribe Vélez nos Estados Unidos é que o tão alardeado ´efeito teflón´ com que a mídia burguesa tem enganado os colombianos, não funciona em outras latitudes.

A Alva-raco Uribe não lhe foi bem em quase nenhuma viagem ao exterior. Sofreu demais. Deram-lhe com machado e façaõ. Creio que devemos recordar que em suas viagens à Europa sempre, ouçam-no bem senhores da ´casa militar El Tiempo´, ´Radio Cadeia Narcoparamilitar (RCN)´ e demais espécies de áulicos do regime narco-para-fascista, sempre tem-lhe ido ´como cachorro em missa´.

Berlusconi lhe cancelou um encontro apenas umas horas antes e mandou um segundão (em 2004). Tal ato a um presidente de um país estrangeiro de visita oficial é bem revelador. Porém, isso não o quiseram entender os corifeus de Alva-raco. O embaixador na Itália, como desagravo, convidou Berlusconi a um almoço. Responderam-lhe que sim, mas não apareceu... Ficaram com a comida servida porque Berlusconi não foi. Tocou-lhes encher a barriga com toda a comida; até lhes deu diarréia. Por que? Porque haviam confiscado um carregamento de cocaína – que não é coca, como diz um investigador colombiano – de Salvatore Mancuso, um dos participantes da farça de Ralito. Recordam-se agora? É que ´o teflón´ não serve para nada quando de narcotráfico se trata. Igual tratamento recebeu na Alemanha e nem sequer o papa Wojtila quis fotografar-se com ele.

Recordam a entrevista da então chanceler, a amantíssima ´Conchi´ Araújo com a presidenta da Suíça, Micheline Calmy-Rey (em 2007)? Ali Micheline se ´a cantou´ ao regime narco-paramilitar colombiano e insistiu na necessidade do acordo humanitário, enquanto Alva-raco persistia cacofonicamente em liberar os presos pela força militr, mostrando um total desconhecimiento neste tema. Recordam-se agora? É que o teflón lhe importa um caralho a Micheline, quem não fez seu acumulado político a ponta de pesquisas falsas – e motosserras e degoladores-.

No Parlamento Europeu o deixaram falando praticamente sozinho (em 2004). Creio que dois ou três parlamentares europeus – ultraconservadores – ficaram escutando sua algaravia. Os demais? Os demais saíram apenas Alva-raco começou a falar. Por que? Porque os parlamentares europeus têm acompanhado de perto as ações promovidas pelo regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe Vélez e sabem, perfeitamente, os massacres, os desaparecimentos forçados, os assassinatos seletivos, os deslocamentos forçosos que tais ações têm causado no povo colombiano. Recordam-se agora? E isto dos contransgimentos dos parlamentares europeus não foi só uma vez. É que o teflón não serve para nada em Genebra.

Na cúpula do MERCOSUL (2007), lhe deram até com o balde. Evo Morales lhe cantou umas quatro verdades e Alva-raco se ´levantou´ iracundo falando m... Chávez lhe teve que dizer que não havia razão para ´portar-se assim´. Recordam agora? É que o ´teflón´ não serve a Alva-raco Uribe cada vez que se encontra com os presidentes populares da América do Sul. Esses, sim, não lhe ´comem mentira´.

Na posse de Daniel Ortega, presidente da Nicarágua (2007), se viu Alva-raco Uribe num isolamento total. Total! Até dava pena, o pobre diabinho. Triste, com ´uma cara de eu não fui´ e as mãos metidas no regaço como pedindo clemência. Recordam agora? É que o ´teflón´ só serve na Colômbia, quando tem as pesquisadoras, a mídia burguesa, a ´paracol´ e ´radio cadeia narcoparamilitar´ todos os dias e todo o dia submetendo-se, e a verdade é que não creio que Alva-raco fosse impressionar Daniel Ortega, quem, sim, foi guerrilheiro de verdade, verdade! E Daniel, sim, lutou frente a frente, corpo a corpo, e nunca necessitou assassinar a ninguém impunemente.

Na Cúpula em Ilha Margarita (2007) tampouco lhe foi bem. Decompôs-se ante as perguntas dos jornalistas e quase lhe dá ´um desmaio´, a ponto que Bachelet – que não queria ´carregar com esse morto´ - o olhava com cara de angústia (talvez, ela pensou, se vai morrer esse tipo aqui, em frente a mim, e vão crer que eu o envenenei, porém o que não sabem é que é seu próprio ódio o que o tem envenenado). Apesar de que Chávez sempre lhe tem dado uma mãozinha de ajuda – não sei por que razão, talvez pelo mesmo erro histórico que cometeu Simón Bolívar quando perdoou do fuzilamento a Santander – e firmou com ele a construção do gasoduto, porém esse é um projeto já velho, projetado há muitos anos.

A mídia áulica do regime narcoparamilitar – já sabem, ´paracol´, ´radio cadeia narcoparamilitar´, ´casa militar El Tiempo´, etc. – diz que Alva-raco sempre foi bem nos USA, que ali o recebe o estúpido alcoólatra do Bush, o abraça, e lhe diz: "Tens que dizer que a OXY termine a exploração do poço de Caño Limón, porque quero ajudar Dick Cheney a ganhar uns 28 bilhões de dólares. Recorda que tu és o número 82". E Alva-raco, muito dócil, com os fundilhos empapados, diz: "sssssim, ssssim."

Isso não creio é que lhe vá bem. Vai-lhe mal, malíssimo! Sempre lhe recordam a sentença do 82! O pobre diabinho não tem forma de escapar ao Diabo. O Diabo o tem ´agarrado do saco...´ e não o vai soltar facilmente. Que é o que fazem os parlamentares democratas. O ´agarrem do saco porque assim agarram ao Diabo, o afundam mais, o questionam mais, e a campanha já arrancou e finaliza dentro de 18 meses.

Assim são as coisas. Alva-raco quer mostrar que ´o teflón´ lhe funciona em todas as partes – por isso se foi a tratar de emendar o cancelamento do encontro que Carolina Barco tinha com Nancy Pelosi – e a verdade é que não lhe funciona em nenhuma. As incongruências das pesquisas saltam à vista e todos sabemos que o que paga obtém o resultado que quer na pesquisa. Também quer – num ato de autoengano - ´peitar´, isto é, mostrar-se como um homem ´aguerrido´, trabalhador, no exterior, igual que o mostram as mídias áulicas do regime narco-paramilitar.

Todos os colombianos sabemos como é o conto do ´teflón´. Por isso, só um de cada quatro colombianos votou seu ´projeto´ narcoparaco, a maioria deles forçados pelas armas dos sócios de Alva-raco, os narco-paramilitares, e, em muitas regiões, pelas próprias forças militares. Ademais, que se demonstrou que na base de tudo está a fraude eleitoral. Aí está Jorgito Noguera Cotes e os parlamentares do Magdalena sendo enjuiçados por isso.

Assim que os colombianos não nos comemos o conto do ´efeito teflón´. Isso é produto da midiatização dos meios áulicos do regime narco-paramilitar, isto é, ´paracol´, ´radio cadeia narcoparamilitar´, ´casa militar El Tiempo´, etc. Ademais, porque se fora certo o do tal teflón´, todos sabemos que o teflón se derrete com as altas temperaturas. E a Alva-raco se lhe sobe a temperatura nos momentos de raiva quando lhe recordam seu obscuro passado-presente narco-paramilitar. E, também claro, quando seu ministrinho de Guerra J.M. lhe informa que as FARC lhes estão dando por onde sabemos em todo o território nacional. E quando lhe dizem que as ações das massas contra o TLC, a ´segurança democrática´, etc. aumentam.

Se não, que o diga Santiago Rojas e a doutorinha Elsa, que cada vez têm que pôr-lhe mais e mais os poliedros, mais imposição de mãos, mais essências florais, mais pedras curadoras, para baixar-lhe a temperatura ao narco-paramilitar que cumpre função de presidente. E, claro, cada subida lhe vai danificando os neurônios de seu tostado cérebro.

Ao ´teflón´ o derrete o calor que emana da verdade.

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Virus ataca o Palácio da Justiça na cidade de Cali

Desde ontem que contava o início da estadia de Alva-raco em Cali e pedia aos leitores que me contassem o que pudessem contar de Cali, e que não contaram uns e outros, como sempre fala Angel, - ele disse agora só cidadãs e cidadãos -estou lendo centenas de e-mails que me chegam de Cali, e um com a foto de Angel ofuscado com Alva-raco tirando a gravata e sacudindo-a. Correspondência de Cali.


Olho vivo! Uribe é um agente da CIA


[Mónika Loaiza/ANNCOL]

-Que porcaria, tantos e-mails chegam de Cali para você! O computador vai estourar!

Disse-me a filha maior que veio comigo para cá, com suas outras irmãs e minha sobrinha há sete anos logo que o terrorismo, esquecido por Angel, fez seu pai desaparecer.

Desde ontem que contava o início da estadia de Alva-raco em Cali e pedia aos leitores que me contassem o que pudessem contar de Cali, e que não contaram outras e outros, como sempre fala An-gel, - ele disse agora só cidadãs e cidadãos - estou lendo centenas de e-mails que me chegam de Cali, e um com a foto de Angel ofuscado con Alva-raco tirando a gravata e sacudindo-a.

Certamente dessa sacudida, e sacudiu mais três vezes ali na frente do apagado Angel, foi que saiu o vírus que se instalou no sistema de informática do Palácio de Justiça na esquina dez com treze em pleno centro do Mío-Cali.

Escreveu-me uma amiga que trabalha nesse Edifício de 15 andares da Justi-CIA em Cali que continuam em paralisação forçada, pois não podem atender ao público pela inexistência de tinta e papel para escrever.

As máquinas de escrever Remington, que existem, existem, e estão em Cali, estão a espera de voltar aos processos judi-CIA-ais, elas meio escrevem suas relíquias processuais, hoje se levantam de carcomidos escritórios olhando para seus vizinhos computadores que não computam pois o vírus que chegou ontem a noite, percorreu os cabos que vêm do superluxuoso edifício do Plano Colômbia instalado ao sul em Nápoles onde está Alva-raco, seguramente com um vírus informante procura desesperadamente observar se há ou não há para-política em Cali.

-Nós trabalhadoras e trabalhadores do ramo judi-CIA-l em Cali não estamos em greve, simplesmente não temos suprimentos para trabalhar, e isso nos impede de cumprirmos com nosso dever, disse-me num e-mail por parte de una amiga minha que tenho lá, e que quer vir cheia de esperanças para cá onde estou, pois o trabalho está muito velhaco[Nota da tradução: ver-raco, no original, um trocadilho com o termo raco, gíria que designa paramilitar], e até o vírus que nos chegou ao sistema deve ser também ainda mais velhaco, completou em sua carta eletrônica, assustando-me e inquietando todos os meus companheiros, quando lhes conto o que se passa em meu país.

-Não importa, respondeu a Magistrada Cana-bal – chefe do Conselho Superior do Tribunal de Cali – o que importa é ter abertos os Despachos Judi-CIA-is para atender ao público, e agora que o presidente está aqui abram esses processos, e atendam ainda que não atendam!

Falem que existe um vírus, e assim fica tudo bem.

-¿Puta merda, por que você sempre coloca hífen antes de CIA na palavra justiça[*Nota da tradução: no original, justicia aparece como justi-cia*]?

Escuta minha filha, que graça você é, respondo sua preocupação estrangeira, pois embora tenha nascido na Colômbia, sente-se mais daqui do que de lá.

Filha, eu destaco a parte CIA, integrante da palavra justiça, porque outra de minhas amigas do Palácio da Justiça, que trabalha lá num narco-edificio chamado o Palacio de los Niños, perto de Imbanaco, propriedade e abençoado pela Santacruz, induziu-me neste e-mail – vou imprimi-lo para que o leia por sua grande importância-.

Ela me disse que um senhor negro meu desconhecido e chamado Raí-mundo, foi e é fiel escudeiro do novo Sistema Penal Acusatório, e o pior, este senhor foi e é pago pela USAID de um Governo Estrangeiro, do norte, e recebe soldo embora isso seja proibido aos empregados do governo, é como uma traição à pátria, acontece que é mais empregado da CIA do que da justi.

Minha amiga neste longo e-mail, disse que também existe outra funcionária chefe nacional cujo nome é Lesma, ex de Fortunato também ex advogado assessor de uma Universidade privada que faliu, que vai pelo mesmo caminho, e que com Raí-mundi e seus princípios reúnem-se em Bogotá e Cali para tomar uns tragos e discutir temas muito importantes, porém para eles em sua solidão que os constrange.

Serão mais empregados da CIA que da justi?

Não se sabe.

Será um problema de vírus o que acontece no palácio da justi-CIA?

Ou a presença de Alva-raco em Cali?

Nem um an-gel por aí que diga algo ....o vírus o atacou.

Faz tempo! Disse-me aqui minha outra filha que chega apressada com o tíquete do metrô ainda entre as mãos.

Esperemos o que me dirão novos e-mails da brisa das encostas de que tanto sinto saudade.

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Às ruas amanhã 1º de maio

Sobram as razões para botar para fora tanta ignomínia. Venezuela, Bolívia, Equador nos mostraram o caminho com seu exemplo. Na Colômbia não podemos seguir arrastando o fardo da indiferença e da conformidade. Menos ainda, aquele de parias de nossa região. Os equatorianos depuseram um número sem precedentes de presidentes na América Latina. Os irmãos venezuelanos resgataram seu presidente bolivariano das garras golpistas da CIA. E nós colombianos, famosos por sermos lutadores, temos que agüentar um delinqüente como o senhor Uribe Vélez. Isto não é possível.


O povo nas ruas, decide com Bolívar!


[ANNCOL]

O povo colombiano deve ir amanhã às ruas. Não somente nas grandes cidades. Até nos mais remotos povoados devem alçar-se contra o regime narco-para-fascista de Uribe Vélez. A mensagem é a mesma para os colombianos que moram fora do país.

Colômbia inteira deve dar um basta na violência estatal, ao abandono social, à entrega indigna de nossa soberania aos mercados gringos, às mentiras disfarçadas de democracia, à corrupção, à indiferença pela troca de prisioneiros. A tudo que cheira a gavirismo, samperismo, lopismo, londoñismo, tovarismo, holguismo, santismo, etc. Todos esses ismos que a gente despreza tanto, mas não aciona os canais para desfazer-se deles.

Sobram as razões para jogar fora tanta ignomínia. Venezuela, Bolívia, Equador nos mostraram o caminho com seu exemplo. Na Colômbia não podemos seguir arrastando o fardo da indiferença e da conformidade. Menos ainda, aquele de parias de nossa região.

Os equatorianos depuseram um número sem precedentes de presidentes na América Latina. Os irmãos venezuelanos resgataram seu presidente bolivariano das garras golpistas da CIA. E nós colombianos, famosos por sermos lutadores, temos que agüentar um delinqüente como o senhor Uribe Vélez. Isto não é possível.

Dança-se segundo a música. Tratamos as pessoas segundo nos tratem, dizem os ditados populares. Aos "pájaros" e "chulavitas" lhes saiu sua contra-parte, (a guerrilha). A oligarquia colombiana não teve nenhuma consideração com o povo colombiano salvo a de se beneficiar de seu sofrimento.

Não podemos esperar que surja das cinzas um Evo, um Chávez para que nos salve dessa corja sinistra que nos governa há quase dois séculos. É uma ilusão pretender por meios simplesmente "eleitorais" alcançar uma paz duradoura. "A guerra é a continuação da política por outros meios". Isto tem uma validez irrefutável na Colômbia.

E quando não há espaços "abertos", então, esse é o caminho. Ou pediremos desde Europa, comodamente sentados em poltronas, a 30 milhões de compatriotas que ponham a outra bochecha para que continuem assumindo essa humilhação sempiterna, só porque nos chamarão de "Terroristas à serviço das FARC"? Nos chamam assim já, pois que nos sigam chamando. A infâmia tem seus limites. A verdade termina se impondo.

O renascer tem seu prêmio.

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Algo está passando na Universidade Nacional

As jornadas de protesto na Universidade Nacional, que começaram em 3 de maio de 2007 e das quais participam conjuntamente trabalhadores, estudantes e um setor dos professores, obedecem ao rechaço do aprovado Plano Nacional de Desenvolvimento. No próximo 23 de Maio, jornada nacional de protesto, em rechaço ao Plano Nacional de Desenvolvimento e à renúncia imediata do Presidente Álvaro Uribe Vélez, por considerá-lo ilegítimo.


Uribe em problemas!


[Natalia Versalles]
Entrevista a Rafael Mendez, estudante da Universidade Nacional de Colômbia 6

As jornadas de protesto na Universidade Nacional, que começaram em 3 de maio de 2007, e das quais participam conjuntamente trabalhadores, estudantes e um setor dos professores, obedecem ao rechaço do aprovado Plano Nacional de Desenvolvimento por considerar que representa a entrega do interesse nacional à voracidade das transnacionais e afunda o povo numa maior pobreza e exclusão.

Durante estes dias e para os vindouros, os estudantes, trabalhadores e um setor dos professores ratificaram a declaração de uma Assembléia Permanente durante a qual se programaram foros informativos e se mantém bloqueada a atividade acadêmica e administrativa; os estudantes permanecem em acampamentos dentro da universidade; se realizam diariamente assembléias por faculdades; se estão pintando murais alusivos à defesa da educação pública; se mantém uma comissão de comunicações para romper o silêncio que a mídia tem imposto ao protesto universitário; se realizaram três marchas para a Praça de Bolívar; se fizeram comícios que a comunidade universitária denomina "carteiraço"; se mantém um toldo e uma panela dos trabalhadores na Praça Che e se programou uma marcha-carnaval para a próxima quinta-feira 10 de maio para a Praça de Bolívar em coordenação com as universidades Pedagógica e Distrital.

Que tem que ver o Plano Nacional de Desenvolvimento da Universidade?

Um dos setores que se vêem afetados seriamente neste novo Plano é o setor da Educação Pública. O Plano Nacional de Desenvolvimento, em seu artigo 38, descarrega nas universidades a responsabilidade do passivo pensionário e as obriga a pactuar um chamado "Acordo de Concorrência", através do qual o Estado se libera de sua responsabilidade com o pagamento de pensões e, em troca, pretende que as universidades doravante destinem parte de seu orçamento para cobrir os ditos passivos pensionários.

Em que prejudica isso à Universidade?

De tempo atrás e em aplicação das políticas neoliberais, que, em matéria de educação pública, significa sua privatização, às universidades se lhes vêm cortando o orçamento que deveria ser responsabilidade do Estado e, com isso, se as têm obrigado a entrar no mercado da venda de serviços, a reestruturação administrativa e o aumento nas matrículas, com o que se pretende que as universidades se autofinanciem. Seguindo essa imposição, hoje a Universidade Nacional cobre 49% de seus gastos. Agora, com o Plano Nacional de Desenvolvimento, se lhe exige à universidade destinar desses 49% uma parte para cobrir os passivos pensionários em detrimento da qualidade da educação, da pesquisa e corte progressivo do número de trabalhadores em educação.

Por que afetará aos trabalhadores, professores e estudantes?

Porque, com essa asfixia financeira, à Universidade Nacional lhe passará o que ocorreu com a Universidade do Atlântico, que, ante sua impossibilidade de sustentar-se por si mesma, num processo similar, entrou numa quebra que a levou a despedir trabalhadores, professores efetivos, a um aumento de matrículas até de 300% e, inclusive, à venda de seus edifícios.

É uma espécie de armadilha a que se encontra no chamado Acordo de Concorrência?

Certamente, se a Universidade Nacional não pode assumir qualquer porcentagem que se imponha nesse pacto, o passo seguinte é declarar sua quebra, tal como ocorreu com a Universidade do Atlântico. Passo seguido, entrará a reger a Lei 550 ou "lei de quebras", que permite ao Estado obrigá-la, tal como se se tratasse de qualquer empresa do livre mercado, a auto-reestruturar-se para poder cumprir com seus credores. Isto significa a demissão massiva de trabalhadores, a mudança nos termos de contratação para os docentes, isto é, de professores efetivos a professores de hora/cátedra; o aumento paulatino de matrículas e aprofundar na exigência de que a educação e os programas que se oferecem seja vista como venda de serviços e competições sob a lógica do capital.

Qual é o chamado aos membros da Universidade e ao povo em geral?

O chamado é a cerrar fileiras em torno à defesa da Universidade Pública como um patrimônio dos colombianos. Ao rechaço à estigmatização da universidade pública. Ao exercício do protesto como um legítimo direito dos trabalhadores, estudantes e povo em geral. À unidade com outros setores da sociedade que também serão afetados por este retrógrado Plano Nacional de Desenvolvimento.

Também aproveitamos para convocar o povo em geral à Jornada Nacional de Protesto do próximo 23 de Maio em rechaço ao Plano Nacional de Desenvolvimento e à renúncia imediata do Presidente Álvaro Uribe Vélez, por considerá-lo ilegítimo.

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La Modelo Quality Hotel

Pouco a pouco vão chegando os hóspedes que têm reservada habitação em "La Modelo Quality Hotel". Chegaram seis novos hóspedes e se espera que cheguem muitos mais. Nestes mencionamos a Sabas Pretelt de la Veja, Miguel Pinedo Vidal, Hernando Molina, Oscar Suárez, Darío Quintero, Mauricio Parodi e o boyaco [Nota da tradução: forma familiar de chamar os oriundos do Estado de Boyacá] Ciro Ramírez. Também há reservada "suíte presidencial", escreve Allende La Paz.


Pouco a pouco vão chegando...


[Allende La Paz, ANNCOL]

Seis hospedes chegam a "La Modelo Quality Hotel". São eles os senadores Reginaldo Montes, William Montes, José de los Santos Negret, Miguel de la Espriella e Juan Manuel López.

Todos eles imersos até os tutanos na narco-para-política uribista. Todos eles assinantes do chamado "Pacto de Ralito", eufemisticamente chamado "Pacto para refundar a República", porém que não era – e não é – mais que a legalização do narco-paramilitarismo. Os implicados até agora pela Corte são:

Os implicados são 19 pessoas vinculadas a este processo narco-para-uribista:

  • Reginaldo Montes, senador
  • Miguel Alfonso De la Espriella, senador
  • José Manuel López Cabrales, senador
  • William Alfonso Montes, senador
  • José de los Santos Negret, representante a la Cámara
  • Luis Carlos Ordosgoitia, ex congresista
  • Eleonora Pineda, ex congresista
  • José María López Gómez
  • Wilmer José Pérez Padilla
  • Jorge Luis Feris Chadid
  • Sabas Enrique Balseiro Gutiérrez
  • Víctor Antonio Guerra De la Espriella
  • Sigilfredo Mario Senior
  • Álvaro Antonio Cabrales
  • Rodrigo Antonio Burgos
  • Freddy Ignacio Sánchez
  • Jaime Augusto García
  • José María Imbet Bermúdez
  • Luis José Álvarez Amaris
  • Reginaldo Montes, senador
  • Miguel Alfonso De la Espriella, senador
  • José Manuel López Cabrales, senador
  • William Alfonso Montes, senador
  • José de los Santos Negret, representante à Câmara
  • Luis Carlos Ordosgoitia, ex-congressista
  • Eleonora Pineda, ex-congressista
  • José María López Gómez
  • Wilmer José Pérez Padilla
  • Jorge Luis Feris Chadid
  • Sabas Enrique Balseiro Gutiérrez
  • Víctor Antonio Guerra De la Espriella
  • Sigilfredo Mario Senior
  • Álvaro Antonio Cabrales
  • Rodrigo Antonio Burgos
  • Freddy Ignacio Sánchez
  • Jaime Augusto García
  • José María Imbet Bermúdez
  • Luis José Álvarez Amaris

Como "não há cama para tanta gente" os presos se pronunciaram de diversas maneiras para converter os cárceres em "hotéis 5 estrelas", muito ao estilo de "La Catedral" de Pablo Escobar, construída durante a administração de César Gavíria Trujillo.

Hoje, a "classe política" narco-para-uribista experimenta em carne própria o estado dos cárceres colombianos – que não são mais que pocilgas – e pretendem que por "sua alta classe" lhe melhorem essas condições por "questões humanitárias".

Porém, em "La Modelo Quality Hotel" não estão todos os que são. Faltam muitos. Há que dar uma relida dos artigos "Los Inomeáveis" e "Os Inomeáveis de boca em boca".

Claro que já têm reservada habitação, por exemplo, os antioquenhos Oscar Suárez e Rubén Darío Quintero (uribistas furibundos) e o "liberal" Mauricio Parodi. Ainda não chega o representante das planícies orientais, Oscar Wilches, nem o boyaco [Nota da tradução: forma familiar de chamar os oriundos do Estado de Boyacá]Ciro Ramírez; nem o governador do César, Hernando Molina Araújo; nem o senador Miguel Pinedo (protetor de Hernán Giraldo em Santa Marta).

Tampouco chegaram ainda o prefeito de Cúcuta Ramiro Suárez Corzo; nem os Char, os Name, os Cura Hoyos e Guillermo Hoenisberg de Barranquilla. Tampouco chegaram nenhum dos generais que têm adotado, conseguido apoio logístico e brindado "segurança" aos bandos narco-paramilitares.

Também nos perguntamos: Por que não vincularam Sabas Pretelt de la Vega, que foi pedir apoio aos *capos* em Ralito, para suas aspirações presidenciais de 2010?

Ah! E há muita expectativa porque há uma suíte muito especial, chamam-na a "suíte presidencial", porque dizem que todos os caminhos do narco-paramilitarismo conduzem a Alva-raco Uribe Vélez.

Los innombrables:
http://anncol.org/es/site/doc.php?id=1574

Los innombrables de boca en boca:
http://www.anncol.org/es/site/doc.php?id=3047

Enlace original

O Senador Petro: Em terra de cegos o zarolho é rei

O auditório ficou mudo quando lhe escutou dizer o que disse. Os correspondentes de ANNCOL inclusive gravaram sua intervenção para que amanhã não se diga que o descontextualizaram, ou que publicamos uma nota dizendo o que não disse que disse, porém, ao final, sim, o disse e bem claro: "As FARC-EP já não são parte da solução política do conflito colombiano". Pois a crise colombiana só a soluciona a guerra, isto é, uma saída militar, ou o que ele chamou, e não vão rir, "A asfixia Democrática do conflito".


Gustavo Petro em Barcelona!



[Oscar Salas /Julián Hurtado/ANNCOL]

Ninguém pode negar o valor civil de Petro nas denúncias do que conhecemos como a parapolítica. Porém, devemos assinalar que milhares de defensores de DDHH lhe precederam na denúncia e pagaram caro sua ousadia de levantar a voz contra o regime. O de Petro se apresentou como um ato extraordinário, e não é para menos, quando existem senadores que têm repetido curul pelos séculos dos séculos e nunca disseram uma palavra como o caso do zarolho Gil, ex-guerrilheiro do M19 e convertido em cacique do grupo Uribista Convergência Cidadã, que só abriu a boca para dizer que seus votos eram limpos. Amanhecerá e veremos.

Então não é assombroso que Petro brilhe com luz própria em meio a uma maioria de senadores ineptos e corruptos, que só se têm limitado a apresentar projetos para benefício pessoal. No senado há os que nem sequer têm pedido uma só vez a palavra, "não lhes conhecemos a voz", nos dizia um assistente ao senado, mencionando-nos alguns nomes "dos pais da pátria".

Porém, o senador Petro está sofrendo de uma grave enfermidade, que lhe faz confundir as causas com as conseqüências. Depois de vários exames temos algumas hipóteses para explicar a origem da tão especial transtorno. Primeiro é a pressão da direita que fixa roteiros e paradigmas à esquerda eleitoral. Tanto mimo dos meios de comunicação oficiais como *El Tiempo* ou *Semana* têm causado falha no senador, que não tem feito outra coisa que cumprir com seu dever, pois para isso o elegeram, para que defendesse no parlamento, com sua voz, aos que não têm voz. A estratégia eleitoral da direita está dando resultados. Adulam, por exemplo, a Lucho comparando-o com Lula e Bachelet, consentem a este, mimam a aquele, os inflam e logo os desinflam como se fossem uma sanfona vallenata e estes terminam com o ego lesado. Alguns desenvolvem sobrecarga midiática e outros a síndrome de Estocolmo, que os faz enamorar-se da Burguesia lacaia que antes diziam "combater".

Em Barcelona, sede da V Jornada pela Paz e os DDHH em Colômbia, convocada pela Mesa Catalã e realizada entre 3 e 6 de Maio, Petro demonstrou outra sintomatologia deste tipo de doença: teve um ataque de contra insurgência, vindo-se lança em riste contra as FARC-EP. "São um elemento mais da paisagem", disse sem mostras de superestimação. E foi mais além dizendo que não era um elemento de transformação revolucionária, senão que um grupúsculo regressivo "Stalinista e Pol Potiano". Enfim, Petro começou a campanha política para substituir Uribe Vélez, cavalgando nas costas das FARC-EP.

O senador Petro, cheio de ar midiático, já se sente nas portas do palácio presidencial, catapultado, segundo crê, pelo teorema justificatório que ele estabeleceu e que Pitágoras invejaria: "As guerrilhas foram boas (progressistas e revolucionárias) até quando ele militou nelas". Depois do "Pacto da Moncloa colombiano" para pôr ao rei do neoliberalismo César Gavíria e sua obra magna *da apertura econômica*, o remédio Maravilhoso da Constituição Nacional do 91, que permitiu que hoje o mesmo senador destapa no Departamento de Antioquia 6 anos depois; as outras guerrilhas não têm razão de ser.

O auditório ficou mudo quando lhe escutou dizer o que disse. Os correspondentes de ANNCOL inclusive gravaram sua intervenção para que amanhã não se diga que o descontextualizaram, ou que publicamos uma nota dizendo o que não disse o que disse, porém, ao final, sim, o disse e bem claro: "As FARC-EP já não são parte da solução política do conflito colombiano". Pois a crise colombiana só a soluciona a guerra, isto é, uma saída militar, ou o que ele chamou, e não vão rir, "A asfixia Democrática do conflito".

Não sabemos. E cremos que ainda ninguém sabe que foi o que em realidade quis dizer Petro. Um verdadeiro *jogo japonês de palavras cruzadas*. ANNCOL consultou a opinião de alguns militantes do PD em Espanha, que escutaram na sala as palavras do senador. Alguns disseram que lhe afetou a mudança do horário, o que se lhe notava nos olhos. Outros disseram que era produto da pressão militar de Uribe, outros se aventuraram a dizer que a bronca de Petro com as FARC-EP seria porque algum membro desta insurgência lhe havia tomado alguma noiva no passado, enfim. As opiniões se dividiram entre os que crêem que o senador se acredita o substituto do Messias e entre os que pensam que é um irresponsável em faltar-lhe o respeito a uns homens e mulheres que têm resistido incólumes com dignidade e valor a toda prova, os inumeráveis planos de guerra desenhados pelo Pentágono e seus sipaios do regime colombiano.

ANNCOL teve acesso a informação de primeira mão, que demonstra que o senador Petro vai até três vezes por semana à embaixada dos EEUU, e que tem sido esta quem lhe tem fornecido todos os dados sobre a parapolítica, não sabemos sob que condições, esperemos que não seja esta a origem de sua diatribe contra insurgente.

Contrário ao que pensa Petro, a Constituição de 1991 com a qual ele se empolga, tem outras possíveis explicações, como hipótese podemos dizer que era uma Constituição necessária para a abertura econômica, o qual ficou demonstrado em seu espírito geral, para citar um só exemplo, a educação pública passou de ser um direito da pessoa a ser um serviço público inerente à função social do Estado. Salvo a defensoria pública, a Tutela e um que outro decretozinho que são a exceção que confirma a regra, a constituição nacional flexibilizou a legislação colombiana para atrair capitais, com as conseqüências conhecidas por todos. Pura Democracia de papel.

Contrário também à verborréia de Petro em Barcelona, o M-19 se inseriu na vida civil depois de dar as costas e trair a Coordenadora Nacional Guerrilheira, melhor dito, logo depois de haver firmado no papel a unidade de ação guerrilheira frente ao regime colombiano, o M-19 se entregou, pois estava em vias de extinção. A morte de seus dirigentes mais lúcidos o conduziu a perder a bússola política, prova disso é o final nefasto que tiveram homens como o tristemente célebre Comandante Uno Rosemberg Pabón, quem compartiu lista com o General paramilitar Rito Alejo del Río e Evert Bustamante, hoje – ambos – funcionários Uribistas. Para apenas recordar aos tristemente célebres "Lucios". Um, Carlos Afonso, que terminou como assessor Político Militar de Carlos Castaño e o outro, seu tio. O contato do fuzilado ex-general cubano Ochoa com o cartel de Medellín (segundo o confessou o próprio Ochoa em público e televisionado que se lhe seguiu por televisão em Havana).

A insurgência não nasceu no vazio, as condições históricas nas quais estas nasceram seguem intactas, onde está a reforma agrária?, onde está a Democracia?, não é a insurgência em si mesma quem é culpável da desgraça nacional, senador Petro, é nas condições objetivas de nosso regime onde devemos buscar as causas do conflito. Não é a insurgência quem inventou o "Estado de sítio eterno" nem a Democracia Genocida que hoje você denuncia, como mecanismos de dominação e governo. A insurgência não inventou a justiça militar, o foro militar de onde emana a impunidade dos delitos do Estado e que a Constituição Nacional do 91 deixou intactos ou, em alguns casos, fortaleceu.

Entendemos que, ante a perseguição e estigmatização da qual é vítima a esquerda na Colômbia por parte do regime paramilitar, esta se veja avocada a deslindar-se da luta armada, o qual é lógico se temos em conta que sua participação é institucional e eleitoral. Porém, apesar disto, não existe nenhuma justificativa para que o Senador Petro "abra hostilidades" e converta as FARC-EP no objetivo "militar" de sua verborréia contra insurgente e divisionista.

O senador, sem querer, terminou caindo numa contradição que enaltece as FARC-EP. Em sua intervenção começou dizendo que "tudo vale para destruir as FARC-EP", inclusive o terrorismo de Estado do regime Uribista que ele enfrenta. Porém, em seguida, aceitou que o Regime não tem podido destruí-las. Os assistentes ao evento se perguntaram, ao fim, que: Se as FARC-EP "são um elemento mais da paisagem", por que gastam tantos milhões diários de dólares no empenho de destruí-las sem consegui-lo? Depois dos Planos Colômbia, Patriota e agora o alardeado "Plano Consolidação", a insurgência está mais sólida, mais configurada e pronta para o intercâmbio de prisioneiros e para a Saída Política. Em últimas, construindo e prefigurando a Nova Colômbia.

Segundo o senador, às "FARC lhe assassinaram seu cérebro no genocídio da UP"; com esta premissa o senador parte da errônea hipótese do Exército Colombiano que sempre pretendeu negar a extraordinária dimensão política atual, comprovável em quaisquer de seus documentos e ferramentas de construção da uma NOVA COLÔMBIA.

Para os especialistas nacionais e internacionais expertos em resolução de conflitos, presentes no evento de Barcelona, contrário ao que pensa o senador Petro, a Solução Política ao conflito tem nas FARC-EP um de seus principais protagonistas. Impor-se-á nas ruas da Colômbia a Solução Política Democrática, como uma necessidade histórica ante a estupidez e insensatez da guerra. Ante os planos militaristas do regime desenhados no Pentágono Norte-americano e ante à irreversível crise do regime. Esperamos que brilhe a lucidez no senador Petro, para que finalmente logre entender que no futuro da Colômbia a paz não tem possibilidades sem a insurgência das FARC-EP e desça do micro-ônibus de sua cruzada anti-FARC. Enquanto isso sucede, desejamos sorte ao senador em suas denúncias valorosas contra o Narco Para Uribismo e que oxalá siga sendo a voz dissonante no parlamento, pois, em meio a tanta mediocridade, como diz o adágio, entre tanto cego o zarolho é rei.

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