"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 29 de junho de 2013

COLÔMBIA: FAROL DE ESPERANÇA


Análise sociopolítica de Gil Zu

Escritores e Poetas Grupo SakerTi.

A Mesa de Negociações entre as FARC e o Governo da Colômbia para um tratado de paz abre uma esperança para os povos do mundo, em especial dos povos latino-americanos. Com amadurecimento e responsabilidade histórica, o comando das FARC tem levado suas propostas a todos os setores da sociedade colombiana, porém com dedicação aos setores de trabalhadores do campo e da cidade. A direção da guerrilha mais antiga e mais histórica não tem mencionado sua não incorporação na vida política de seu país.

Sem propor a um de seus Comandantes como futuro candidato a Presidência [da República].

Sua melhor proposta é a de executar um Projeto de nação e a criação de uma Frente Nacional de luta com todos os setores civis que incluam empresários progressistas, militares de pensamento democrático, intelectuais e colombianos estabelecidos nos diferentes campos dessa sociedade.

A Frente Nacional de cidadãos colombianos deve aceitar que esta luta deve caminhar para a transformação do Estado. Uma transformação social não se produz de cima para baixo, mas sim de baixo para cima. A juventude da Colômbia deve preencher um destes espaços, já que é a juventude no mundo a que se tem significado decisivo na transformação deste mundo.

As comunidades indígenas na América Latina despertaram, demonstrando que a conquista, a escravidão, a vassalagem não exterminaram suas etnias, apesar do extermínio massivo que se
reportou em casos como os de Guatemala, onde é acusado um exchefe de Estado, Efraín Rios Montt, de ter ordenado o extermínio dos Ixiles e a desaparição de comunidades indígenas no programa chamado Terras Arrasadas, reportando casos em que soldados do comando Kaibil abriam os ventres das mulheres grávidas, extraíam o filho e o explodiam contra um muro porque quem ordenava estas matanças assegurava que Deus falava com ele.

Há os que tratam de confirmar a mestiçagem que é uma fantasia republicana e tanto investidores como testas de ferro governamentais com grupos neoliberais apelam a este recurso, dizendo que o [caso] dos indígenas é história passada.

As comunidades indígenas na América Latina avançam para a tomada do poder.

As empresas mineradoras exploram os recursos que se encontram no subsolo das terras onde habitaram e habitam os indígenas. Contaminam as águas de seus rios, devastam os bosques e
envenenam o meio ambiente. O governo de Guatemala entrega esses recursos a empresas
estrangeiras que deixam uma esmola ao Estado de 1% de seus lucros milionários.

Durante o governo peruano de Juan Velasco Alvarado se mudou o termo de comunidades e de indígenas, chamando a cada pessoa de Cidadão.

AS CONSULTAS ÀS COMUNIDADES INDÍGENAS.

É um direito obrigatório para estas comunidades e um passo importante de reconhecimento a nível humano e social. A consulta aos povos indígenas é direito significativo ao setor majoritário de nossas nações, igualmente ao que se faz com o setor empresarial e político.



A LUTA DAS FARC E O VIETNÃ.

As FARC nasceram como resposta à escravidão, exploração, alienação nacional. A corrupção de funcionários ao amparo do Estado beneficiando-se um pequeno grupo, enquanto a maioria de colombianos vivia em pobreza e em extrema pobreza. Os colombianos e o mundo o temos compreendido, o tratado de paz tem como primordial finalidade a transformação social de sua nação.

O Vietnã foi invadido pelos Estados Unidos. Assim como em nossos países, o Vietnã está habitado por várias etnias: Tays, Khmers, Thais, moung, nung, meos e outros. Suas línguas são vietnamita e outras. Religião: Budismo, Taoísmo, Católicos. Sua capital Hanoi e cidades principais: Ho Chi Minh, antiga Saigon, Haifrong, De nang.

A invasão estadunidense foi derrotada pelo povo Vietnamita e na atualidade é o segundo país exportador de arroz no mundo. Se pode percorrer o Museu dos Vestígios da guerra.

A zona agrícola de alta tecnologia de Cu-Chi produz sementes de alto rendimento com cultivo de abóboras e variedade de frutas. A zona de processamento da exportação Tan-Thuan é um exitoso
polo econômico com centenas de empresas em operação e campos de investimento.

Colômbia, depois desta guerra por alcançar sua liberdade e a reivindicação que deixou devastação, orfandade e crise em todas as ordens, deve tomar como exemplo o que conquistou o povo do
Vietnam. O mundo tem os olhos na Colômbia, onde já está nascendo uma nova sociedade.

[Livros em vez de Armas de Fogo]

Libros en vez de Armas de Fuego. http://gilzu.blogspot.com/

VOLTAREI E SEREI MILHÕES. TUPAC KATARI.

Catatumbo Resiste. Santos: Não mate seu povo






"……..yo soy el hombre que ha perdido el miedo para decirle a los de arriba los que son/
de fiesta en fiesta mantienen al pueblo para que nunca estalle la revolución/
aquí en Colombia todo lo bueno está planeado pa’ los de arriba, y los de abajo siguen viviendo sin pan sin techo y sin medicina….".

        Leandro Díaz, compositor de vallenatos  


Os camponeses e moradores colombianos da região do Catatumbo, Departamento de Norte de Santander, tem sido vitimas das políticas de exploração estrangeira patrocinadas pelo governo do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que juntamente com os comandantes do exército e da polícia vêm apontando os lavradores de ser aliados ou “infiltrados” da insurgência, com o único objetivo de não atender às suas reivindicações e que, ao contrário, militarizou a região e está assassinado, com balas, tacapes e gases, aos manifestantes com o fim de frear a mobilização do povo que exige o cumprimento dos seus justos direitos e que, em número não superior a 20 mil, tem-se mobilizado há mais de três semanas.   

Este presidente, a quem bem cabe o termo de pacificador que fala de paz nos cenários nacionais e internacionais e que se oferece como “mediador” para o conflito entre Israelenses e Palestinos, não pratica no seu país o que tenta oferecer no exterior e que está atacando, sem misericórdia, indolente e brutalmente, à população colombiana, seguindo a estratégia de guerra ordenada pelo governo norteamericano e assinando convênios de apoio com a OTAN para continuar aplicando na Colômbia a guerra contrainsurgente com tecnologia de ponta.

Os camponeses do Catatumbo apenas reclamam que a erradicação dos denominados cultivos ilícitos seja feita de forma gradual e de comum acordo com as comunidades, além de pedir ao governo colombiano que autorize a criação da Zona de Reserva Camponesa, prevista em lei há mais de duas décadas. 

Entretanto, até agora a única resposta que os manifestantes receberam tem sido as balas dos militares e policiais do Estado que já assassinaram seis lavradores e feriram a mais de meia centena de pessoas.

As reivindicações justas da população do Catatumbo são uma manifestação e rebeldia a mais contra a denominada locomotora mineira que está saqueando a Colômbia dos seus recursos naturais para beneficio exclusivo das multinacionais, deixando somente mortos, desolação, deslocamento e violência na Colômbia.
 
Desde a Europa denunciamos e pedimos aos diversos países da União Européia que se manifestem urgentemente sobre esta situação e que nos diversos parlamentos onde se discute o acordo do Tratado de Livre Comércio entre a UE e a Colômbia sejam suspensas ou negativadas visto que não é concebível que os países civilizados e defensores dos Direitos Humanos patrocinem e assinem acordos com um governo colombiano corrupto e assassino.

Ao mesmo tempo, responsabilizamos o governo colombiano pelos mortos e feridos, e exigimos parar com a violência contra o povo do Catatumbo, bem como pedimos a solidariedade e o apoio internacional urgente para com os milhares de lavradores que hoje se levantam contra a exploração e o abandono ao qual têm sido submetidos por um governo e um sistema que, internacionalmente, diz viver em democracia, mas que mata, massacra, desaparece, desloca e aprisiona os que contra ele protestam.

Acompanhamos solidariamente aos manifestantes do Catatumbo em suas lutas assim como motivamos aos camponeses do restante da Colômbia para que percam o medo e se levantem organizadamente a se solidarizar com seus companheiros do Catatumbo e exijam seus direitos e reivindicações, demonstrando de passagem, ao próprio presidente Juan Manuel Santos, que a chave da paz com justiça social não está nas mãos de um mandatário com vocação de pacificador, mas com o povo em seu conjunto.

Convocamos as organizações internacionais para que se juntem aos delegados do Canadá, França, Espanha e do Observatório dos Direitos Humanos Paz e Conflito Alfredo Correa D’Andreis da Universidade Distrital de Bogotá, que estão preparando uma missão a ser realizada no contexto da campanha nacional e internacional de solidariedade com as comunidades: “O Catatumbo Resiste”. Nos dias 3 a 6 de julho, faremos uma visita à região acompanhados de representantes da mídia internacional. A missão se encontrará com os camponeses e comunidade, com o propósito de receber as denuncias sobre os ataques e violações dos direitos humanos sofridos pelos milhares de habitantes para, posteriormente, apresentar um relatório aos órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos.




(*) Eliécer Jiménez Julio é membro do Observatório dos Direitos Humanos Paz y Conflito “Alfredo Correa D’ Andreis”, da Universidade Distrital de Bogotá - Capitulo Europa.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

PRIMEIRO INFORME CONJUNTO DA MESA DE CONVERSAÇÕES ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA DE COLÔMBIA E AS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA-EXÉRCITO DO POVO, FARC-EP



La Habana, 21 de junho de 201

 
TABELA DE CONTEÚDO
1.   Introdução
2.   Descrição de funcionamento da mesa – mecânica
3.   Descrição dos avanços e acordos no marco de mecanismos de comunicação com a sociedade e difusão
2.1 Comunicados conjuntos
2.2 Recepção de propostas
2.3 Mecanismo de participação direta
2.4 Estratégia de Difusão
2.5 Foros de participação

4. Descrição dos avanços sobre o ponto 1 “Política de desenvolvimento agrário integral” da Agenda do Acordo Geral
 
 
1.  Introdução
 
O Governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo, em cumprimento do estabelecido no ponto 3 do numeral VI do Acordo Geral para a Terminação do Conflito e da Construção de uma Paz Estável e Duradoura de 26 de agosto de 2012, informam que:
Após 7 meses de conversações, alcançamos uma série de acordos. Em primeiro lugar, sobre o ponto 1 da Agenda do Acordo Geral, que denominamos “Para um novo campo colombiano: Reforma Rural Integral”; e também sobre diferentes temas da Mesa e da participação cidadã. Durante os primeiros meses concretizamos, por uma parte, aspectos de procedimento e, por outra, combinamos o relacionado com a posta em marcha da página web, os formulários escritos, os foros para os pontos 1 e 2 da Agenda, e a consulta direta para o ponto 1, estabelecidos no Acordo Geral, como se detalha mais adiante. E já começamos a discussão sobre o ponto 2 da Agenda “Participação Política”.
Como se informou no comunicado conjunto de 26 de maio, o acordado até agora no primeiro ponto da Agenda forma parte do que seria o Acordo Final, um acordo mais amplo que esperamos conquistar nos próximos meses, desenvolvendo os 5 pontos da Agenda que ainda ficam pendentes de discussão. É por isso que um dos princípios que guiam estas conversações é que “nada está acordado até que tudo esteja acordado”. Isto quer dizer que os acordos que fomos construindo estão condicionados a que cheguemos ao Acordo Final sobre a totalidade da Agenda e também que, na medida em que se avance na discussão, se possam ajustar e complementar os acordos sobre cada um dos sub pontos, já que todos estão inter-relacionados.
Com este informe, queremos aprofundar nos anúncios realizados durante o passado ciclo, sobre o que consideramos um importante acordo, que permitirá conquistar uma Reforma Rural Integral, uma vez tenhamos o Acordo Final.
 
  1. Descrição de funcionamento da Mesa
Desde o início das Conversações, se levaram a cabo 10 ciclos de reuniões. Em cumprimento do acordado, cada ciclo tem uma duração de 11 dias. Não obstante o anterior e atendendo questões conjunturais que obedecem a solicitações expressas de qualquer das delegações, alguns ciclos se abreviaram e outros se estenderam para alcançar um trabalho ininterrupto, tal como se propôs no Acordo Geral de Havana. O tempo entre cada ciclo se define atendendo solicitações das delegações, com a finalidade única de esgotar reuniões e consultas internas para assegurar a preparação dos pontos e otimizar o uso do tempo durante os ciclos. A Mesa conta com três mecanismos de apoio com tarefas específicas. Cada mecanismo está conformado, em princípio, por um delegado de cada uma das partes, assim:
a. Mecanismo de comunicação com a sociedade:
      Recebe as propostas físicas e eletrônicas da sociedade à Mesa e as entrega às duas delegações.
      Propõe estratégias para a promoção da participação da sociedade através dos mecanismos estabelecidos.
      Administração do conteúdo da Página Web.
 
b.     Mecanismo de difusão:
      Por instrução da Mesa, elabora os comunicados conjuntos, que são submetidos à aprovação dos chefes de delegação.
      Divulga os comunicados da Mesa, através dos canais combinados.
      Organiza rodadas de imprensa da Mesa.
      Garante a difusão da informação que emita a Mesa aos meios de comunicação, com especial atenção aos meios locais, alternativos e de menor cobertura, em prol da equidade.
      Elabora estratégias de difusão eficaz da informação da Mesa.
 
 
c.     Mecanismo de apoio administrativo:
      Planeja e tramita as solicitações e necessidades logísticas para o correto funcionamento da Mesa.
      Organiza e tramita a logística dos convidados da Mesa. Para abordar o primeiro ponto da Agenda, se conveio um sistema de trabalho que consiste em apresentar em plenária da Mesa de Conversações as visões de cada delegação sobre os pontos da Agenda. Posteriormente e com a finalidade de concretizar num texto único os acordos que vamos alcançando, se reúnem comissões técnicas de redação compostas por entre 4 e 5 membros de cada delegação, que são as encarregadas de redigir os esboços conjuntos de acordos.
   
 
  1. Descrição dos avanços e acordos no marco de  mecanismos de comunicação com a sociedade e difusão
No marco do estabelecido no numeral Vi “Regras de Funcionamento” do Acordo Geral para a Terminação do Conflito e a Construção de uma Paz Estável e Duradoura, os comitês de participação e comunicações que contam com delegados do Governo Nacional e das FARC-EP trabalharam no desenvolvimento dos seguintes pontos:
      Estabelecimento de um mecanismo para dar a conhecer conjuntamente os avanços da Mesa.
      Estabelecimento de um mecanismo de recepção de propostas sobre os pontos da agenda de cidadãos e organizações.
      Implementação de uma estratégia de difusão eficaz.
 
 
 
Para dar a conhecer conjuntamente os avanços da Mesa, se definiu realizar comunicados conjuntos das delegações, dando a conhecer à opinião pública os avanços das conversações. Ao longo dos passados seis meses de funcionamento da Mesa de Conversações, se elaboraram 17 comunicados conjuntos.
 
 
3.2 Recepção de propostas
Como parte da estratégia de recepção de propostas da sociedade civil, após um intercâmbio de propostas sobre o projeto e conteúdo se acordou, e no mês de dezembro de 2012 foi posta em funcionamento, a página web da Mesa de Conversações www.mesadeconversaciones.com.co
Esta página possibilita a recepção de propostas sobre pontos da Agenda e comentários através do formulário de participação virtual. Adicionalmente, na página é possível descarregar o Acordo Geral para a Terminação do Conflito e a Construção de uma Paz Estável e Duradoura, e consultar documentos e comunicados conjuntos da Mesa de Conversações.
Desde janeiro de 2013, a página conta adicionalmente com um visor do estado de propostas para que a sociedade civil verifique seu número e se foi lida pelas partes.
Até a presente data, a página web recebeu 34.101 visitas, das quais 23.878 são pela primeira vez. Do total de visitas, 24.013 se realizaram desde Colômbia e o restante desde países como Estados Unidos, Espanha, Venezuela, Canadá, Argentina, Alemanha e Reino Unido. Adicionalmente, a página web recebeu 3.620 propostas, das quais se determinou que 858 correspondem a propostas reais e o restante a “spam”. A participação tem incrementado de maneira estável numa média de 25 propostas semanais. Para evitar o “spam” se incorporou um mecanismo de segurança.
Por outro lado, no mês de dezembro de 2012, se imprimiram 600.000 cópias do formulário físico. Esta versão do formulário conta com os campos para a apresentação de propostas e comentários integrados num mesmo caderninho [de cinco folhas]. Os formulários foram distribuídos em prefeituras e governadorias.
No mês de março de 2013, se desenvolveu o módulo de digitalização de propostas enviadas por meios físicos. Desde o mês de abril de 2013 se implementou este módulo, através do qual a Editorial José Martí de Cuba digitalizou até o momento 210 propostas físicas, aproximadamente.
 
 
 3.3.Mecanismo de participação direta
Cumprindo com o estabelecido no ponto 6 do numeral VI do Acordo Geral e com o objetivo de conhecer em primeira mão opiniões, experiências e análises sobre a situação no campo colombiano, as delegações acordaram convidar um conjunto de pessoas que enriqueceram as visões de Governo e FARC-EP sobre o ponto. A Mesa contou com a participação de expertos do tema agrário e sua problemática, e com líderes e membros de associações de campesinos.
 
 
 
 
3.4.      Estratégia de Difusão
  • No mês de dezembro de 2012 se imprimiram 4.000.000 de cópias do Acordo Geral em versão caderninho, que vêm sendo distribuídas em diferentes espaços de divulgação.
  • Neste mesmo mês, se publicou em página completa o Acordo Geral nos principais diários nacionais e regionais do país.
  • A 11 de janeiro de 2013 foi promulgada a Diretriz presidencial 001 de 2013, mediante a qual se convoca a Governadores e Prefeitos para que contribuam de maneira ativa na promoção do mecanismo de participação cidadã por meio dos formulários físicos.
  • Durante o mês de janeiro de 2013, se enviou a todas as Governadorias e principais Prefeituras das cidades capitais a Diretriz Presidencial para seu conhecimento e aplicação.
  • Desde o mês de novembro de 2012 se entregaram cópias físicas do Acordo Geral e os formulários de participação física nas seguintes instituições e espaços de participação:
      A partir do mês de dezembro de 2012, se enviaram a todas as governadorias e prefeituras das cidades capitais os seguintes materiais por cada instituição: 100 Acordos Gerais, 1.000 formulários de participação físicos e 5 cartazes para que promovessem o mecanismo de participação.
      Igualmente, se distribuíram aos municípios restantes [1.000 municípios aproximadamente], através da empresa de correios 4-72 a cada uma das prefeituras, 2.500 acordos, 500 formulários e 5 cartazes para que promovessem o mecanismo de participação.
 
  • A partir de 12 de dezembro até 31 de dezembro de 2012, se difundiu nos principais jornais nacionais e regionais o aviso acordado na Mesa de conversações sobre o Mecanismo de Participação da página web e os formulários. No total, o anúncio apareceu em 52 meios [de comunicação] escritos.
  • Durante o mesmo período, se difundiu o respaldo radial acordado pela Mesa de conversações durante 3 semanas em emissoras nacionais. No total, se difundiram por 2 emissoras nacionais um total de 30 inserções.
  • Além disso, se divulgou durante 4 semanas em todos os estados do país com emissoras regionais que têm cobertura nas cidades e municípios de cada estado. Se divulgou a inserção em 978 emissoras regionais para um total de 63.840 divulgações da inserção nas regiões.
 
  • Atualmente, está em execução uma nova fase do plano de divulgação, que inclui inserções de televisão diárias durante os meses de junho e julho, o mesmo que inserções de rádio em várias emissoras regionais.
  • Entre os meses de março e abril de 2013, se elaboraram os seguintes produtos de promoção da Mesa de Conversações: cartilha para cidadãos e organizadores e vídeo promocional de participação.
3.5.Foros de participação

Em desenvolvimento do mecanismo de participação acordado no Acordo Geral, que estabelece “delegar num terceiro a organização de espaços de participação”, a Mesa de Conversações delegou a realização de dois foros nacionais ao Sistema das Nações Unidas na Colômbia e à Universidade Nacional-Centro de Pensamento e Seguimento ao Diálogo de Paz.
O primeiro Foro Nacional sobre Política de Desenvolvimento Agrário Integral [Enfoque Territorial] foi realizado durante três [3] dias – 17, 18 e 19 de dezembro de 2012, por solicitação da Mesa de Conversações, que, em seu comunicado conjunto de 25 de novembro de 2012, pediu às duas instituições convocar, organizar e servir de relatores dos debates e de suas conclusões.
No Foro participaram 1.314 cidadãos de 522 organizações dos 32 estados do país, em representação de organizações campesinas, grêmios, empresários, afrodescendentes, indígenas, mulheres, vítimas, iniciativas de paz e outros setores. Também se recolheram as propostas de 411 pessoas que intervieram oralmente nas mesas de trabalho.
Durante os primeiros dois dias do foro, se organizaram 21 mesas de base, nas quais as organizações apresentaram suas propostas sobre os 6 sub pontos do primeiro ponto da agenda; posteriormente, os relatórios destas mesas foram compilados e depurados em 10 mesas de socialização. Durante o terceiro dia, se apresentaram um total de 546 propostas em plenário.
O segundo foro sobre Participação Política se realizou nos dias 28, 29 e 30 de abril de 2013 por solicitação da Mesa de Conversações, como se anunciou no comunicado número 12, no qual “as delegações pediram ao Escritório da Organização das Nações Unidas na Colômbia e ao Centro de Pensamento para a Paz da Universidade Nacional que iniciem a preparação de um novo foro sobre o seguinte ponto da Agenda, Participação Política”.
O foro foi realizado durante três dias na cidade de Bogotá e contou com a participação de 1600 pessoas, representantes dos 32 estados. Setenta por centro dos participantes pertencem às diferentes regiões do país, 30% são de Bogotá. As organizações mais representadas se distribuíram assim: 154 pessoas de partidos políticos, 166 pessoas de movimentos políticos, 143 organizações campesinas e 139 organizações de mulheres. No total, participaram representantes de movimentos sociais e políticos; partidos políticos; grêmios e do setor empresarial; de organizações e movimentos campesinos; indígenas; afrodescendentes; defensoras de direitos humanos; vítimas; deslocados; originários; jovens; LGBTI; de centrais e organizações sindicais; de Programas de Desenvolvimento e Paz e iniciativas nacionais e territoriais de paz; de Igrejas; do setor acadêmico, de universidades e centros de pesquisa; de espaços institucionais de participação cidadã; de organizações não governamentais vinculadas aos temas relacionados com a participação política; de meios de comunicação e suas associações.
 
No primeiro dia, se realizaram quatro painéis: o primeiro, com partidos políticos com personalidade jurídica, movimentos políticos e sociais do país; o segundo, sobre experiências internacionais dedicadas à transição de grupos armados a forças políticas, com expertos de El Salvador, Filipinas, Uruguai e África do Sul. O terceiro painel com acadêmicos, e o quarto com representantes de meios de comunicação. No segundo dia, se realizaram 20 mesas de trabalho com organizações de base. No terceiro dia, se realizaram 5 mesas de socialização para depurar as propostas das mesas de base, que em seguida foram apresentadas em 4 grandes relatórios.
 
Também é importante mencionar que no primeiro dia do Foro se transmitiu a mensagem de apoio ao processo de conversações de cinco prêmios Nobel da Paz: Adolfo Pérez Esquivel, da Argentina; o bispo Desmond Tutu, da África do Sul; o ex-presidente da Costa Rica, Óscar Arias; a presidenta da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf; e Rigoberta Menchú, de Guatemala. A eles se somaram o ex-secretário- geral das Nações Unidas, Kofi Annan; o presidente do Uruguai, José Mujica, e Louise Arbour, ex-Alta Comissionada de Direitos Humanos das Nações Unidas e atual presidenta de International Crisis Group. Tanto o Foro sobre “Política de desenvolvimento agrário integral [enfoque territorial]” como o Foro de “Participação Política” se desenvolveram num ambiente de respeito pelas opiniões contrárias, e de disposição a escutar-se mutuamente. Dessa maneira, os Foros não só contribuíram com aportes substantivos e fundamentais para o desenvolvimento dos pontos da Agenda como também foram um exemplo de deliberação pluralista e democrática, como corresponde num processo de paz.
 
  1. Descrição do  acordo sobre o ponto 1 “Política de Desenvolvimento Agrário Integral” da Agenda do Acordo Geral
O Governo Nacional e as FARC-EP, após alguns meses de conversações, nos quais se intercambiaram visões e propostas sobre os sub pontos do ponto 1 da Agenda do Acordo Geral e tal como se anunciou no passado 26 de maio, chegamos a um acordo sobre o primeiro ponto da Agenda contida no Acordo Geral para a Terminação do Conflito e a Construção de uma paz Estável e Duradoura, que acordamos denominar “Para um novo campo colombiano: Reforma Rural Integral”.
 
A Reforma Rural Integral [RRI] deve ser o início de transformações estruturais da realidade rural e agrária da Colômbia com equidade e democracia, contribuindo assim para a não repetição do conflito e para a construção de uma paz estável e duradoura.
 
A RRI está centrada no bem-estar e bem viver do povo do campo, das comunidades campesinas, indígenas, negras, afrodescendentes, palenqueiras e originárias, e do povo que habita nos espaços interétnicos e inter-culturais, e pretende conseguir a integração das regiões, a erradicação da pobreza, a promoção da igualdade, o fechamento da brecha entre o campo e a cidade, a proteção e o desfrute dos direitos da cidadania e a reativação do campo, especialmente da economia campesina, familiar e comunitária.
 
O acordado reconhece e se centra no papel fundamental da economia campesina, familiar e comunitária no desenvolvimento do campo, na promoção de diferentes formas de associação e cooperativismo, a geração de rendas e emprego, a dignificação e formalização do trabalho, a produção de alimentos e a preservação do meio ambiente. O anterior, sem prejuízo da necessária articulação entre esta e outras formas de produção agrícola e pecuária como condição para garantir o desenvolvimento rural.
 
A RRI se adiantará num contexto de globalização e de políticas de inserção nela por parte do Estado que demandam atenção especial da produção agropecuária nacional e especialmente da produção campesina, familiar e comunitária.
 
Com o propósito de democratizar o acesso à terra em benefício dos campesinos sem-terra ou com terra insuficiente, e das comunidades rurais mais afetadas pela miséria, pelo abandono e pelo conflito, se acordou a criação de um Fundo de Terras de distribuição gratuita. Este processo apontará a regularizar os direitos de propriedade e, em consequência, desconcentrar e promover uma distribuição equitativa da terra.
 
O Fundo se alimentará principalmente de terras que foram indevida e ilegalmente adquiridas e, para isso, se fortalecerá e aplicará a extinção judicial do domínio e se recuperarão terras ociosas apropriadas e ocupadas contrapondo-se à legislação vigente, sem prejuízo dos campesinos que possam ser beneficiários de programas de formalização; igualmente, da aplicação de outros processos contemplados na legislação como a extinção administrativa de domínio para terras inexploradas que descumpram a função social e ecológica da propriedade, da aquisição de terras ou a expropriação com indenização por motivos de interesse social ou de utilidade pública, de terras doadas, e daquelas com vocação agropecuária que resultem da atualização das zonas de reserva florestal. A subtração de terras provenientes da atualização, delimitação e fortalecimento da reserva florestal está condicionada à formulação, com a participação comunitária, de planos que garantam sustentabilidade social e ambiental.
 
O acordo reconhece que o acesso a terra é uma condição necessária porém não suficiente para garantir o bem-estar dos habitantes do campo e o desenvolvimento eficiente da produção. Não se trata simplesmente de proporcionar acesso a terra, mas sim de assegurar o acesso integral; quer dizer, junto com as terras, há que prover os meios e capacidades para fazer uso delas [como capital, semente, irrigação onde seja necessário, assistência técnica, moradia e crédito], assim como criar um entorno que contribua para a produtividade e o bem-estar mediante a provisão de bens e serviços públicos como vias, saúde, educação, água potável, e apoio a diferentes formas de associatividade solidária e cooperativismo e a comercialização de produtos.
 
Como complemento ao Fundo, se acordou que se fortalecerão outros mecanismos de acesso a terras por parte da população campesina: o subsídio integral para compra e a criação de linhas especiais de crédito.
Em adição à distribuição de terras, o acordado reconhece o papel da formalização da propriedade rural como mecanismo de acesso e, nessa medida, se combinou impulsionar um plano massivo de formalização da pequena e média propriedade, que proteja e fortaleça os direitos dos legítimos possuidores de terra. Esta formalização tem o propósito de titular progressivamente a totalidade das propriedades que ocupam ou possuem os campesinos na Colômbia, com sujeição ao ordenamento constitucional e legal. Para isso, se adequará um programa de formalização massiva e se adiantarão as reformas normativas e operativas pertinentes, garantindo a participação das comunidades e suas organizações. Adicionalmente, se acordou que se garantirá a gratuidade da formalização da pequena propriedade rural.
 
Os beneficiários dos planos de adjudicação gratuita, subsídio integral e crédito especial serão trabalhadores com vocação agrária sem-terra ou com terra insuficiente [incluídos os beneficiários do programa de formalização], priorizando a mulher cabeça de família e a população deslocada.
 
Para garantir a efetiva proteção dos direitos de propriedade no campo, se acordou a criação de uma jurisdição agrária que tenha cobertura e capacidades regionais. Ademais, se acordou fortalecer mecanismos que garantam o acesso ágil e oportuno à justiça, em especial para os mais pequenos e indefesos, e que, dessa maneira, sejam também uma garantia contra o despojo. Em forma complementar aos instrumentos judiciais, se acordou ampliar e fortalecer os mecanismos alternativos de conciliação e resolução de conflitos, incluindo os tradicionais, próprios das comunidades rurais.
 
Adicionalmente, e como condição necessária para facilitar a implementação dos planos de acesso a terras e regularizar os direitos de propriedade, assim como promover um uso adequado da terra e a desconcentração da propriedade rural improdutiva, se acordou que o Governo Nacional porá em marcha um plano para formar e atualizar o cadastro rural, junto com as entidades territoriais e com a participação efetiva das comunidades.
 
Como complemento do anterior, se proporcionará a assessoria para a implementação de um adequado sistema de cobrança e recebimento do imposto rural, adotando as medidas necessárias para que as tarifas se fixem em desenvolvimento do princípio constitucional de progressividade: o que mais tem mais paga, fundamentado na equidade e na justiça social.
 
A atualização do cadastro e uma arrecadação efetiva do imposto rural permitirão, adicionalmente, ajudar a fortalecer as finanças dos municípios. Se acordou que se criarão incentivos e transferências aos municípios, para que adotem isenções ao imposto rural para os beneficiários dos programas de acesso e para os pequenos produtores.
Como medidas adicionais para dar um bom uso a terra, o Governo Nacional definirá lineamentos gerais de uso do solo que tenham em conta sua vocação, o bem comum e as visões territoriais construídas no marco das instâncias de participação comunitária, entre outros critérios. 
Também criará incentivos para promover a reconversão produtiva, e fortalecer a participação da cidadania a nível local no planejamento e ordenamento do território.
 
Para prevenir os conflitos pelo uso da terra e de maneira complementar a jurisdição agrária e os mecanismos alternativos de resolução de conflitos, se acordou impulsionar instrumentos de diálogo entre governo, comunidades e empresas privadas.
 
Pensando nas futuras gerações de colombianos e na necessidade de garantir um desenvolvimento sustentável, com especial atenção à importância de proteger e preservar a água e o meio ambiente, o acordo estabelece um plano para delimitar a fronteira agrícola e proteger as áreas de especial interesse ambiental que incluem as zonas de reserva florestal, gerando alternativas para os moradores que limitam com elas ou as ocupam e garantindo os princípios de participação das comunidades rurais e de desenvolvimento sustentável.
 
O acordo reconhece que as Zonas de Reserva Campesina são uma figura que tem o Estado para promover a economia campesina, e contribuir para o fechamento da fronteira agrícola e a produção de alimentos. Por tal razão, se estabeleceu que o Governo Nacional fará efetivo apoio aos planos de desenvolvimento das zonas constituídas e das que se constituam, em resposta às iniciativas das comunidades e das organizações agrárias que estas considerem representativas, seguindo o disposto nas normas vigentes, e promoverá a participação ativa das comunidades na execução destes planos.
 
A RRI requer a implementação de planos nacionais setoriais que, em conjunto, deverão alcançar uma redução radical da pobreza rural, em especial da pobreza extrema, e uma diminuição da desigualdade. Estes planos estão orientados a prover bens e serviços públicos em infraestrutura, desenvolvimento social e estímulos à economia campesina, familiar e comunitária.
 
Em infraestrutura se executarão planos para: a) reconstruir a rede de vias terciárias, para permitir aos habitantes rurais um maior acesso aos mercados e aos serviços sociais; b) corrigir o déficit em eletrificação e conectividade em comunicações que ampliarão a cobertura e qualidade dos serviços de energia e internet nas zonas rurais; e c) ampliar e recuperar a infraestrutura de irrigação e drenagem da economia campesina, familiar e comunitária, com a finalidade de incrementar a produtividade da agricultura familiar e estabilizar suas rendas. Todos estes planos contarão com uma ativa participação das comunidades na priorização, execução e seguimento das obras de infraestrutura.
 
Por sua parte, os planos para prover bens e serviços sociais buscarão diminuir as brechas entre o campo e a cidade, aumentando as capacidades e gerando oportunidades para os habitantes do campo. As medidas para erradicar a pobreza e diminuir a desigualdade no marco da RRI devem criar uma tendência para a convergência em melhores níveis de vida na cidade e no campo.
 
Em saúde, se acordou um novo modelo especial que atenda, com um enfoque diferenciado, zonas rurais dispersas com pertinência e ênfase em prevenção, que aproxime os serviços aos lares ou lugares de trabalho da população rural. Isto sem prejuízo dos investimentos necessários para melhorar a infraestrutura e dotação, incluindo pessoal qualificado, para melhorar a qualidade e cobertura da atenção.
 
Em educação, o plano tem como propósito proporcionar atenção integral à primeira infância, garantir a cobertura, qualidade e pertinência da educação e erradicar o analfabetismo nas áreas rurais. De igual forma, buscará promover a permanência produtiva dos jovens no campo e assegurar que crianças e jovens estudem em condições dignas. Se fará especial ênfase em promover uma educação técnica, tecnológica e superior pertinente e articulada às necessidades do setor produtivo, adotando medidas para garantir o acesso de mais jovens do campo. Como complemento do anterior, se acordou fortalecer e promover a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico, para o setor agropecuário em áreas como agroecologia, biotecnologia, solos etc.
 
O plano de moradia, água e saneamento básico melhorará as condições de saúde e de habitabilidade no campo mediante a diminuição do déficit de moradia rural e a provisão de soluções tecnológicas apropriadas para as necessidades e o contexto rural, em matéria de acesso a água potável e eliminação de resíduos, com o objetivo de garantir condições de vida digna dos habitantes rurais. A pertinência e sustentabilidade destas soluções estará garantida por uma ativa participação das comunidades na elaboração dos projetos, assim como em sua administração e operação.
 
Quanto aos estímulos à economia campesina, familiar e comunitária, se acordou, em primeiro lugar, um plano para fomentar a economia solidária e cooperativa rural que fortaleça a capacidade das comunidades rurais organizadas para comercializar produtos, acessar bens e serviços e, em geral, melhorar suas condições de vida, trabalho e produção.
 
Em segundo lugar, se acordou um plano de assistência integral técnica, tecnológica e de impulso à pesquisa, essencial para estimular processos de inovação tecnológica e melhorar a sustentabilidade dos projetos produtivos da economia campesina, familiar e comunitária. Este plano inclui um sistema de seguimento e avaliação de qualidade com participação da comunidade.
 
Adicionalmente inclui a promoção e proteção das sementes nativas e dos bancos de sementes para que as comunidades possam ter acesso a material de semeadura ótimo, e a estrita regulação sócio-ambiental e sanitária dos transgênicos, propiciando o bem comum.
 
O anterior, no marco da obrigação inquebrantável do Estado de tomar as medidas e usar as ferramentas necessárias para salvaguardar o patrimônio genético e a biodiversidade como recursos soberanos da Nação.
 
Em terceiro lugar, se acordou pôr em marcha um plano para apoiar e consolidar a geração de rendas da economia campesina, familiar e comunitária, e dos médios produtores com menores rendas, que oferecerá, dependendo das características dos potenciais beneficiários, linhas de crédito suaves, esquemas de garantias, recursos de capital semente e seguros de colheita.
 
Em quarto lugar, se acordou um plano com o objetivo de promover condições adequadas para a comercialização dos produtos provenientes da produção da economia campesina, familiar e comunitária e melhorar sua disponibilidade. Isto implicará apoiar a associatividade, a geração de valor agregado, a informação de preços, a infraestrutura de comercialização [centros de armazenamento] e adotar mecanismos de compras públicas das entidades e programas institucionais que contribuam para absorver a produção desta economia campesina, familiar e comunitária.
 
Por último, se combinou fortalecer o sistema de proteção e seguridade social da população rural e garantir condições laborais dignas e a proteção dos direitos dos trabalhadores agrários. Isto significa promover formas associativas adequadas para o contexto rural que facilitem o acesso à seguridade social por parte dos trabalhadores agrários; fortalecer os mecanismos de vigilância e controle para promover e garantir o cumprimento das normas laborais na área rural; e capacitar trabalhadores e empresas em direitos e obrigações laborais. Adicionalmente, se acordou promover e fortalecer a implementação de soluções que atendam as particularidades do trabalho rural com a finalidade de garantir a proteção e seguridade social dos trabalhadores do campo.
 
Com o objetivo de dinamizar o emprego rural e promover a participação das comunidades, a execução dos planos se fará com o concurso da mão de obra destas.
 
A RRI, em matéria de alimentação e nutrição, pretende assegurar para todos os cidadãos disponibilidade e acesso suficiente em oportunidade, quantidade, qualidade e preço aos alimentos necessários para uma boa nutrição. Como complemento ao incremento progressivo na produção de alimentos por parte da economia campesina, familiar e comunitária e da criação de condições que permitam aos trabalhadores do campo melhorar suas rendas, acordamos a necessidade de articular a oferta estatal no território através de um sistema de alimentação e nutrição para a população rural. Para isso, se desenvolverão planos estaduais e locais de alimentação e nutrição culturalmente apropriados, com a participação ativa das comunidades, da sociedade, do governo nacional e governos estaduais e locais.
 
Adicionalmente, se criarão conselhos estaduais e locais, assim como um conselho nacional de alimentação e nutrição para que defina os lineamentos e coordene a posta em marcha das políticas nos diferentes níveis. Estes conselhos contarão com representação de comunidades, da sociedade e dos governos.
 
Tendo em conta a situação especial de vulnerabilidade na qual se encontram os meninos e as meninas, as mulheres gestantes e lactantes, e os homens e mulheres na terceira idade, e em geral a população em condições de miséria, se implementarão programas especiais para a erradicação da fome na população rural.
 
Se acordou a realização de campanhas orientadas a promover a produção e o consumo de alimentos com um alto conteúdo nutricional, o manejo adequado dos alimentos e a adoção de bons hábitos alimentícios, que tenha em conta as características do território e fomente a produção e o consumo de alimentos nacionais.
 
A RRI é de aplicação universal e sua execução prioriza os territórios mais afetados pelo conflito, pelos níveis de pobreza, pela presença de cultivos de uso ilícito e de outras economias ilegítimas e com menor presença institucional. Para isso, se acordou a posta em marcha de programas de desenvolvimento com enfoque territorial que permitirão implementar com maior celeridade e recursos os planos nacionais, sobre a base de um plano de ação para a transformação regional que contará com uma ampla participação das comunidades em sua formulação, execução e seguimento.
 
As ações que se elaborem e executem em todos os planos e programas do acordo terão em conta as necessidades, características e particularidades dos territórios e das comunidades rurais e estarão orientadas, de maneira especial, a promover a participação das comunidades e a fortalecer as capacidades organizativas das comunidades para garantir sua sustentabilidade.
 
A RRI acordada deve levar a uma transformação estrutural do campo colombiano e a criação de condições de bem-estar para seus habitantes, em especial para os mais desfavorecidos. O Governo considera que deve contribuir para reverter os efeitos nocivos do conflito. E as FARC-EP consideram que a Reforma Rural Integral deve contribuir para solucionar as causas históricas do mesmo.
 
Não obstante haver chegado a um acordo sobre o ponto 1 da Agenda, segundo o critério de cada delegação há temas pendentes, que serão discutidos mais adiante na Mesa, sempre tendo em conta o princípio de que nada está acordado até que tudo esteja acordado.
 
O Governo Nacional e as FARC-EP agradecem especialmente aos países garantidores Cuba e Noruega por seu apoio decidido a este processo, que tem permitido avançar na construção deste acordo num ambiente de confiança e seriedade. Assim como aos países acompanhantes Venezuela e Chile por seu permanente apoio.
 
Por último, as delegações agradecem aos colombianos por sua participação através dos diferentes mecanismos da Mesa. Suas contribuições têm sido insumo de grande importância para o trabalho.
 
As delegações os convidam a continuar enviando propostas à Mesa de Conversações.
 
Este informe não varia o acordado.
 
 
 

Pela delegação do Governo da Colômbia
Pela delegação de Paz das FARC-EP