"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 31 de março de 2007

Reyes: Uribe paga favores aos seus comparsas.

Afirma o chefe guerrilheiro das Farc, Raúl Reyes, numa entrevista concedida à agência de notícias, ANNCOL, “A soltura de Noguera, faz parte dos incontroversos compromissos do governo de Uribe Vélez com a política paramilitar de Estado”. Igualmente envia uma mensagem de otimismo ao guerrilheiro Simon Trinidad, “sua inocência permanecerá intacta apesar das injustiças dos inquisidores do Regime”.


Uribe Vélez, narcoparapresidente da Colômbia


[ANNCOL]

-Comandante Raúl, porque o Sr. acredita que a justiça colombiana liberta Noguera, ex-chefe do DAS?

A soltura de Noguera, faz parte dos incontroversos compromissos do governo de Uribe Vélez com a política paramilitar de Estado. Assim paga os favores políticos aos seus comparsas com cadeira em seu governo. É também outra evidência da impunidade administrativa diante dos crimes perpetrados pelo terrorismo de Estado contra a oposição revolucionária e as pessoas humildes do povo. As máfias governantes aproveitam o manto das cortinas de fumaça, estendidas por eles próprios, para continuar cometendo crimes em nome da chamada democracia. Porém, nada nem ninguém será capaz de enterrar o inexorável escândalo da narco-pára-política que respinga na coalisão do governo com sérias repercussões sobre Uribe e seus principais escudeiros.

-Que mensagem enviaria a Simon Trinidad?

Para Simón Trinidad, nossa sincera mensagem de otimismo confiando em que sua inocência permanecerá intacta apesar das injustiças dos inquisidores do Regime. As razões sociais, econômicas e políticas de nossa luta revolucionária ultrapassam as mesquinharias dos governantes da exploração, da pobreza, da miséria e repressão contra os quais queremos a segunda e definitiva dependência de nossa Pátria.

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sexta-feira, 30 de março de 2007

As Conseqüências do Plano Colômbia

Mr. Bush veio incendiar a região com os anúncios de resgates militares e mais guerra. As conseqüências dos planos imperiais se traduzem na persistente e consuetudinária violação dos direitos humanos dos colombianos e no empobrecimento de grandes camadas da população. A necessidade de um Novo Governo, escreve Allende La Paz.


Sem cérebro


[Por Allende La Paz, ANNCOL]

A visita de Mr. Bush é a manifestação mais transparente da ingerência do império estadunidense na vida da Colômbia e da região. Vem um presidente com o maior descrédito de presidente estadunidense de que tem conhecimento a história, a tratar de ´incendiar´ a região com seus anúncios de guerra, diz que com o propósito de se contrapor à influência de Chávez, como se a questão fosse pessoal, e não um processo dos povos que lutam por sua libertação e independência do jugo imperial, como outrora a fizera com a gesta independentista encabeçada por Simón Bolívar.

O Plano Colômbia
43.836 milhões de dólares mais para a Guerra contra o Povo.

O Plano Colômbia é um Plano de Guerra que nasce nos centros de poder imperiais e é definitivamente um plano contra insurgente. Seu objetivo final é manter a perniciosa ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos de nossos países, para continuar apropriando-se de nossos recursos naturais: petróleo, ouro, carvão, níquel, produtos agrícolas, nossa biodiversidade, nossos genes e da água.

Neste Plano o governo dos Estados Unidos investiu mais de 4,7 bilhões de dólares (cifras do New York Times) e, com a participação de Álvaro Uribe, acumularam 23,6 bilhões de dólares – segundo as cifras do Ministério de Defesa colombiano –, gastados 4,8 bilhões em 2003; 5,5 bilhões em 2004; 6,4 bilhões em 2005; e 6,9 bilhões em 2006.

O qual significa que, por exemplo, em 2006, os governos de Colômbia e Estados Unidos gastaram 18,9 milhões de dólares diários na guerra!

Como se fosse pouco, ambos os governos estão propondo para o que chamam a fase II do Plano Colômbia – que, na realidade, é a fase III, chamada ´fase de consolidação´, segundo o texto do Plano – a astronômica cifra de 43.836,6 milhões de dólares para mal gastá-los nos próximos 6 anos (2007-2013).

As conseqüências militares
As FARC deram baixa em combate a 4.715 militares oficiais nos anos 2005 e 2006.

Este Plano de guerra é dirigido contra a população civil. O combate contra o narcotráfico é uma ilusão, uma vez que os que controlam este negócio ilícito são os bandos narco-paramilitares, sócios do presidente Álvaro Uribe Vélez, e protegidos seus chefes ou capos pelos agentes da DEA e da CIA.

O Plano Colômbia não golpeou a guerrilha das FARC, apesar da mobilização de milhares de soldados, policiais e narco-paramilitares. Pelo contrário, produziu como efeito contrário o fortalecimento das estruturas guerrilheiras visibilizado no aumento do número de combates. Durante a administração Andrés Pastrana, no ano 1999, se produziram 510 combates entre as tropas militares-narco-paramilitares e a guerrilha, os quais aumentam para 682 combates no ano 2000.(ano de início do Plano Colômbia), a 825 em 2001 e a 1.194 no 2002.

Durante a administração de Álvaro Uribe Vélez se produziram 2.050 combates em 2003, 2.248 no 2004 e 1.782 em 2005, o qual nos traz um total de 6.080 combates em três anos de Uribe Vélez contra 3.211 em quatro anos de Pastrana, o que mostra o aprofundamento da guerra.

Estes combates do Plano Colômbia (Patriota ou como o queiram chamar) produziram 2.058 unidades militares oficiais dadas de baixa em 2005 e 2.657 dados de baixa em 2006, ou seja, que, em apenas dois anos, a guerrilha das FARC causaram 4.715 baixas às tropas oficiais!, isto é, 4.715 membros das forças militares foram abatidos pelo fogo guerrilheiro, cifra muito maior que as baixas infringidas às tropas estadunidenses no Iraque.

As conseqüências na população civil
28.408 assassinados pelo Plano Colômbia

As conseqüências na população civil estão à vista. Segundo o Observatório de Direitos Humanos, durante os primeiros quatro anos de Uribhitler se produziram 11.382 assassinatos ´fora de combate´, 85% deles realizados pelas forças militares-narcoparamilitares.

Durante a administração Pastrana foram assassinadas 28.408 pessoas, vítimas de desaparição forçada, assassinatos seletivos e desaparições forçadas. O qual nos produz um acumulado de 39.790 pessoas assassinadas pela aplicação do Plano Colômbia.

Por sua parte, a Comissão Colombiana de Justiça informa que:

  • De cada dez sindicalistas assassinados no mundo, 9 são assassinados na Colômbia.
  • Nos primeiros nove meses do governo de Uribe, aumentaram as desaparições forçadas em 40%.
  • No ano 2002 houve 2.000 detenções arbitrárias a mais em comparação com o ano 2001.
  • Entre os anos 2002 e 2004 foram detidas 4.750 pessoas, em sua maioria campesinos, acusados de ´serem auxiliadores da guerrilha´.
  • São desaparecidas forçosamente 7 pessoas por dia.
  • Os bandos narco-paramilitares assassinaram 3.200 pessoas desde que se iniciaram os Sainetes de Ralito.
  • Desde julho de 2000 até junho de 2006 se registraram 8.202 assassinatos por razões políticas, isto é, assassinatos seletivos.
  • Durante os primeiros quatro anos da administração de Uribhitler foram deslocadas 1.025.155 pessoas.
  • Durante a administração de Andrés Pastrana (governo que iniciou o Plano Colômbia), foram deslocadas forçosamente 1.359.853 pessoas.
  • O número de pessoas deslocadas forçosamente desde o início do Plano Colômbia é de 2.385.008.
  • O acumulado histórico de deslocamento forçado se situa em 3.940.008 pessoas, que, somado ao deslocamento silencioso, o que não se denuncia por temor a seguir sendo perseguido, de 1.500.000 pessoas, nos aponta um total de 5.440.008 pessoas deslocadas, campesinos e indígenas em sua imensa maioria, cujas terras e propriedades passam às mãos dos bandos narco-paramilitares.
Como se fosse pouco, a situação social é dramática. Aumenta a pobreza e a mendicância e se situa em 70% da população; 15% de analfabetismo; 2,5 milhões de crianças sofrem a exploração do trabalho infantil; 2,3 milhões de crianças não podem ir à escola; não se garante o acesso à saúde, fecham-se hospitais e morrem crianças nos chamados ´passeios da morte´.

Um Novo Governo

Se esta dramática realidade não justifica nossas propostas, a profunda corrupção do estado colombiano, do governo e de todas as instituições são mais que suficientes para propor a necessidade de um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, que crie, junto com o povo, uma Nova Institucionalidade que caminhe para a Nova Colômbia em Paz com justiça social, liberdade, independência e soberania nacional.

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A sombra de Laureano

Resta dizer que ANNCOL, agência que funciona na Suécia de maneira aberta e legal, não é a página web das FARC, ainda que reproduza vários de seus documentos e pronunciamentos. Porém para Holguín Sardi, sucessor menor de Laureano (o grande Burundún Burundá de Jorge Zalamea), as coincidências são suficientes para fazer a acusação. Não é a consabida prática macartista dos medíocres no poder, mas o estabelecimento aberto do delito de opinião, como o disse o senador liberal Luis Fernando Velasco no Congresso.


Carlos L. Guillén


[Carlos Lozano Guillén*/Diretor do Semanário Voz]

O Governo Nacional decidiu estabelecer o delito de opinião na Colômbia, como se viu na segunda metade do século passado, em particular nas ditaduras conservadoras de Mariano Ospina Pérez e Laureano Gómez, o que parece repetir-se como realidade durante as duas administrações seguidas de Álvaro Uribe Vélez. Dessas ditaduras, entre outras coisas, é fiel herdeiro o ministro do Interior, Carlos Holguín Sardi, porque é onde está sua fonte ideológica, estreitamente ligada ao nazifascismo da época.

Na atualidade, na Colômbia, transitamos para o mesmo caminho de opróbio. De fato, e sem dar-se conta, assim o reconheceu o ministro Holguín Sardi no debate recente do Senado, porque com sua aguda inteligência e perspicácia encontrou “coincidências” entre os grupos armados insurgentes e os dirigentes do PDA, que julgou suficientes para dizer que são cúmplices da guerrilha. No caso do autor desta coluna, a prova irrefutável de que é “comandante das FARC”, como o assegurou o presidente Uribe Vélez, está em que a ANNCOL, segundo o ministro hinteligente (assim com h), a página web das FARC, reproduz seus artigos, como o faz também com os de María Jimena Duzán, Daniel Samper, Alfredo Molano e outros conotados colunistas da imprensa colombiana.

Resta dizer que ANNCOL, agência que funciona na Suécia de maneira aberta e legal, não é a página web das FARC, ainda que reproduza vários de seus documentos e pronunciamentos. Porém para Holguín Sardi, sucessor menor de Laureano (o grande Burundún Burundá de Jorge Zalamea), as coincidências são suficientes para fazer a acusação. Não é a consabida prática macartista dos medíocres no poder, mas o estabelecimento aberto do delito de opinião, como o disse o senador liberal Luis Fernando Velasco no Congresso.

Também foi pretendido esse silenciamento institucional contra a senadora Piedad Córdoba, porque no México qualificou de ilegítimo o governo de Uribe, eleito com os mesmos votos mal fadados dos congressistas uribistas que estão na cadeia. Assim, em Piedade ficou bem claro que não pode haver dúvidas diante da confrontação com os inimigos da democracia e da justiça social.

O país retorna à época mais terrível de Laureano Gómez, O Monstro, que assolou campos e cidades mediante o terrorismo de Estado, da mão da repressão oficial e dos terríveis pingüins paramilitares dos anos cinqüenta. Isso tudo conhece muito bem Carlos Holguín Sardi, porque é parte da dívida histórica de seu Partido Conservador com os colombianos. Aí está uma das razões principais do conflito, de palpitante atualidade, meio século depois do regime burguês-terrorista colombiano.

*carloslozanogui@etb.net.co


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quinta-feira, 29 de março de 2007

O Pacto Nacional pela Verdade histórica, e o silêncio do Senador Petro.

O senador Petro, pouco depois de ter anunciado o debate para desbaratar o Narco Para Uribismo em seu próprio ninho, ou seja, no Departamento de Antioquia, e responder precisa e valorosamente aos insultos e a gritaria histérica com a qual Uribe Vélez pretendeu calá-lo, emudeceu nestes momentos de grandes e importantes definições políticas. Supomos que deva estar responsavelmente preparando os pormenores do debate, e não que o governo de Uribe- los Santos tenha conseguido seu propósito de emudecê-lo em alguma reunião para pactuar o conhecimento da Verdade histórica no país.


Gustavo Petro


[ANNCOL]

Foi o historiador e sociólogo Guillen Martinez quem demonstrou plenamente, como a história política do poder oligárquico bipartidarista na Colômbia, desde o século XIX até hoje foi um ciclo permanente de guerra civil seguido de um “pacto por cima”, destinado a recompor a Frente Nacional bipartidarista e apoderar-se pela metade do riqueza nacional.

O último pacto bipartidarista que foi ampliado com os reintegrados da Aliança Democrática- M19, foi o de 1981, que instaurou a abertura econômica de César Gaviria, a lavagem de ativos provenientes das “bonanças” de Lópes”, Turbay, Belisario, Samper, etc. Anexou a Polícia ao Ministério de Guerra, reforçou os fóruns medievais da justiça militar e, formalmente, deixou funcionando o “Estado Social de Direito”. Aquele que fez o possível para a acensão definitiva ao poder do Narco-Para –Urbismo, tal como hoje estamos vendo revelar-se e que, inclusive o Senador Gustavo Petro do Polo Democrático Alternativo contribuiu para construir. Entretanto, frente à palavra de ordem inclaudicável de Verdade, Justiça e Reparação, que vem levantando todo o movimento popular democrático de massas e tanto aterroriza o governo de Uribe Vélez, ultimamente temos escutado surpresos a proposta castradora do senador Petro, para a realização de um “pacto horizontal pelo alto”, entre Uribe Vélez e ele, diz que para que se conheça a Verdade histórica na Colômbia.

Como se a Verdade histórica para ser conhecida precisasse de pactos e arranjos entre os de cima!

O senador Petro, pouco depois de ter anunciado o debate para desbaratar o Narco Para Uribismo em seu próprio ninho, ou seja, no Departamento de Antioquia, e responder precisa e valorosamente aos insultos e a gritaria histérica com a qual Uribe Vélez pretendeu calá-lo, emudeceu nestes momentos de grandes e importantes definições políticas. Supomos que deva estar responsavelmente preparando os pormenores do debate, e não que o governo de Uribe- los Santos tenha conseguido seu propósito de emudecê-lo em alguma reunião para pactuar o conhecimento da Verdade histórica no país.

O comando do PDA, em boa hora, foi ocupado por outros experientes dirigentes e lutadores sociais democráticos e antiimperialistas, como o senador Robledo e o próprio Gaviria. Nenhuma bandeira foi arriada. Tampouco para o futuro parece que venha a ser baixada, mesmo agora que o “gatopardismo” de César Gaviria, o “suplente na sombra” de Uribe Vélez, aspira reaglutinar o Bipartidarismo para reformatá-lo e que, assim, na Colômbia, tudo permaneça igual.

Falta um pouquinho de água no cântaro para que transborde. Isso se conseguirá nas ruas com a mais ampla Unidade, utilizando sem recuos nem hipocrisia, todas as ações criadas pelas massas. O tempo (a hora) o dirá. Porém o que podemos antecipar desde já, é que um “grande pacto nacional pela Verdade histórica” no qual participe Uribe Vélez y los Santos, se converteria inevitavelmente num grande acordo para sua impunidade. Disso estamos seguros.

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quarta-feira, 28 de março de 2007

Caos no julgamento de Simón

O juiz Tom Hogan abandona o caso. É a conseqüência de um julgamento manipulado, com falsas provas, armações da Promotoria colombiana, pressões da justiça estadunidense ao júri. “É um grande triunfo para Ricardo Palmera”, expressou o advogado Wolf. Simón. Trinidad e a guerrilheira Sonia, extraditados aos Estados Unidos, fazem parte dos “trocáveis” exigidos pelas Farc.


Paul Wolf – foto RCN-


[CARACOL/ANNCOL]

É a conseqüência de um julgamento manipulado, com falsas provas, armações da Promotoria colombiana, pressões da justiça estadunidense ao júri. Segundo declarações de Paul Wolf à mídia empresarial CARACOL, o juiz Tom Hogan deve ter abandonado o julgamento que segue contra o ex-líder das FARC nos EUA por uma falha no procedimento e que agora tudo terá que começar de novo.

O juiz falou juntamente com os promotores do caso e com um dos jurados sobre o fracassado julgamento passado por terrorismo, e não convidou os advogados da defesa de Palmera. Na justiça estadunidense, esse procedimento é permitido, mas Hogan não contou à defesa sobre a reunião e por isso o juiz deve abandonar o recinto.

Em plena audiência, a defesa intimou o juiz a abandonar o caso porque havia cometido um erro processual. Hogan, cumprindo seu dever, aceitou a falha e deve abandonar o julgamento, o que causou uma grande celebração por parte de seguidores a favor de “Simón Trinidad”.

“Este juiz não poderá voltar e a Promotoria deverá recomeçar todo o julgamento”, afirmou Wolf, que adiantou que o que Hogan fez não foi grave “e não será castigado por isso.” O esperto advogado disse ainda que o que ocorreu essa segunda “é um grande triunfo para Ricardo Palmera”.

Simón Trinidad e a guerrilheira Sonia, extraditados aos Estados Unidos, fazem parte dos “trocáveis” exigidos pelas Farc. Em muitos países da Europa têm havido manifestações de solidariedade com os dois prisioneiros políticos das FARC. Em Estocolmo foi realizado um Fórum no último dia 12 de março para informar à sociedade sueca sobre estes julgamentos e o conflito colombiano, e no sábado passado manifestantes realizaram um protesto na frente da embaixada dos USA em Estocolmo exigindo que cessem as intervenções estadunidenses e a liberdade dos lutadores populares.


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Arismendi: falso positivo jornalístico

As declarações do Comandante Nacional das FARC, Raúl Reyes, mostram que as supostas ameaças ao jornalista Dario Arizmendi, de Caracol, são um “falso positivo” jornalístico-militar. Igualmente Reyes se manifestou sobre a proposta de congressistas Democratas dos Estados Unidos de serem intermediários para o Intercâmbio ou “Canje” (Troca de prisioneiros).


Raúl Reyes.


[ANNCOL]

O comandante das FARC, membro de seu Secretariado Nacional, Raúl Reyes, em declarações concedidas ao noticiário Uno desmentiu as acusações de que a organização insurgente havia ameaçado de morte o jornalista Dario Arismendi, da Rádio Caracol. A engonosa afirmação partiu de informações de inteligência militar e de diretores dessa empresa de rádio oligárquica, e converteu-se em um “falso positivo” jornalístico.

Raúl Reyes se manifestou à respeito: “As Farc não tem a política de ameaçar ninguém. Esta história é criada pela inteligência militar como parte da cadeia de cortinas de fumaça estendidas esses dias para desviar a atenção da opinião pública dos graves efeitos da narco-política”.

Da mesma forma se pronunciou sobre o oferecimento de parlamentares democratas estadunidenses no sentido de garantir o Intercâmbio ou “Canje” Humanitário: “Claro que sim. Estamos dispostos a receber os sete congressistas democratas norte-americanos na zona dos dois municípios desmilitarizados”.

Ficam dessa forma então respondidas dúvidas muito importantes para o futuro do Intercâmbio ou "Canje" Humanitário de Prisioneiros e o possível acompanhamento dos congressistas dos Estados Unidos.

Da mesma forma foi armado um escândalo de maiúsculas proporções pela filtragem do Angeles Times, onde denunciava o General Montoya como um dos generais da cúpula militar com íntimas conexões com os grupos narco-paramilitares e o massacre realizado na comuna 13 chamada “Operação Orión”.

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Continua a disposição ao intercâmbio humanitário

Afirmam as FARC no Documento ao Defensor do Povo em entrega unilateral de Polícias realizada em Toribío Cauca sexta-feira passada (9 de março. “(...) nessa ação humanitária, as FARC enviam um documento ao senhor Defensor Nacional do Povo indicando que continuam dispostos ao Intercâmbio Humanitário, onde reiteram a disposição de concretizar o intercâmbio dos prisioneiros de guerra (...)” anunciou o doutor Victor Meléndez quem cumpriu um importante trabalho de mediação no marco do conflito interno colombiano.


Comandantes das Farc na cordilheira central da Colômbia


[Athemay Sterling/ VOZ/CDH]

Toribío, de 412 quilômetros quadrados, onde predomina a cultura Paez, localizado na cordilheira central dos Andes Colombianos a 1737 metros acima do nível do mar, com população de maioria camponesa e indígena de quase 30 mil habitantes foi cenário de uma “(...) ação unilateral humanitária por parte das FARC, organização armada que liberou os Agentes de Polícia Jefferson Muñoz e Arturo Pérez em cumprimento às normas do Direito Internacional Humanitário (...) que segundo os comandantes Cristian e Jaime da sexta frente das FARC faziam esta liberação como um gesto sensível ao sentimento em prol do Intercâmbio Humanitário (...)” indicou o Defensor Regional do Povo no Cauca, doutor Victor Meléndez ao Diretor do Centro de Direitos Humanos e Interpretação Política da Universidade Santiago de Cali.

“(...) devo ressaltar a função mediadora e facilitadora da Defensoria Regional do Povo (...) da mesma forma o apoio da Defensoria Nacional dirigida pelo doutor Wolmar Pérez, do CICR e sua Delegada, do Cura Párroco de Toribío e a Personería Municipal (...) ações que permitiram a liberação destes integrantes da Polícia Nacional que estavam em poder das FARC desde 28 de Fevereiro e foram entregues por iniciativa das FARC em um local montanhoso na presença dos meios de comunicação (...)” continuou afirmando o doutor Victor Meléndez responsável pela Defensoria do Povo no estado de Cauca.

“(...) nessa ação humanitária, as FARC enviam um documento ao senhor Defensor Nacional do Povo indicando que continuam dispostos ao Intercâmbio Humanitário, onde reiteram a disposição de concretizar o intercâmbio dos prisioneiros de guerra (...)” anunciou o doutor Victor Meléndez quem cumpriu um importante trabalho de mediação no marco do conflito interno colombiano.

Toribío conta apenas com uma Faculdade de Bacharelado que abriga 130 alunos e 10 professores, uma escola primária com 380 estudantes e apenas 12 professores em sua zona urbana; e a zona rural com 42 Instituições Educativas com uma matrícula de dois mil e oitocentos estudantes, ficando de fora o mesmo número de estudantes, ansiosos para estudar.

Seus principais Distritos são Tacueyó, La Despensa, Rio Negro, El Tablazo, La Cruz, López, Nátala, San Francisco, La Fonda e Santo Domingo, territórios Tunibios, como se chamavam seus primeiros indígenas, que devido à resistência comandada pelo Cacique Coyaima infringiram várias derrotas aos colonizadores espanhóis, obrigou a ser várias vezes fundado esse município, que segue na espera de Paz com Justiça Social.

Toribío, Município caucano, cortado lindamente como um poemoa pelo Rio Palo, Rio Chiquito, Jambaló, e muitas quebradas, riachos, rodeado de admiráveis montanhas como o Páramo Santo Domingo, as Cuchillas del Congo, Os Alpes, Tierra Blanca, fronteira com Tolima, sempre foi cenário de lutas pela primeira, e agora pela segunda independência.

Proposta do CDH-USC para obter provas de sobrevivência

Nas circunstâncias da atual conjuntura do Intercâmbio Humanitário, o Centro de Direitos Humanos e Interpretação Política da Universidade de Santiago de Cali reiterou que “(...) humanitária e juridicamente não garante a via sangrenta do resgate ,(...) e diante da justa solicitação de provas de vida e/ou sobrevivência dos detidos pela insurgência, solicitada pelos familiares, o CDH-USC se propõe como intermediário, utilizando os avanços científicos como o da Telemedicina da nossa Universidade; (...) proposta para que seja estudada pelas partes, atendendo que hoje, pela intensidade do conflito armado interno, são difíceis de concretizar; e caso não aceitem a proposta: que parem temporariamente os combates para facilita-las; (...) e por outro lado, diante das denúncias dos familiares dos insurgentes mantidos nas penitenciárias, solicita ao Estado proteção para eles e seus parentes e amigos, que estão sendo ameaçados e hostilizados (...) eles também são colombianos, com seus direitos e deveres constitucionais, tudo dentro da normalidade sobre DDHH e DIH (...) que lhes dá a proteção, pelo menos jurídica (...) falta a real”.


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terça-feira, 27 de março de 2007

ONG pró-militar protesta na embaixada sueca em Bogotá

A “ONG” pró-militar é um apêndice das forças militares colombianas sob a fachada e liderança do “ator e ativista Rodrigo Obregón, presidente da fundação”, como o apresenta El Tiempo, o diário do vice-presidente Francisco Santos, a qual atua como uma verdadeira organização para-militar. Escreve o jornalista sueco Dick Emanuelsson.



Fachito Santos detrás dessa organização pró-paramilitar


[Dick Emanuelsson/Bogotá/ 070313]

A “Fundación Colombia Herida” [Fundação Colômbia Ferida], uma ONG que apóia o Terrorismo de Estado colombiano, protestou hoje em frente à embaixada sueca em Bogotá por “tolerância sueca com a guerrilha das FARC”.

O motivo é o ato de informação acerca do conflito colombiano e o estado dos processos judiciais nos Estados Unidos contra o extraditado ´Simón Trinidad´, negociador das FARC-EP das mesas temáticas durante o processo de paz com o ex-presidente Andrés Pastrana, e contra Sonia, também guerrilheira dessa organização insurgente. O julgamento contra Simón Trinidad foi anulado pelo juiz norte-americano por falta de consenso no júri e pela quantidade de contradições e mentiras das testemunhas falsas que o estado colombiano e o fiscal norte-americano apresentaram, as quais são pagadas com os dinheiros dos contribuintes dos Estados Unidos.

A “ONG” pró-militar é um apêndice das forças militares colombianas sob a fachada e liderança do “ator e ativista Rodrigo Obregón, presidente da fundação”, como o apresenta El Tiempo, o diário do vice-presidente Francisco Santos, a qual atua como uma verdadeira organização para-militar.

Caso dos três irlandeses de Sinn Fein

Este indivíduo de sobrenome Obregón se apresenta a cada vez que há processos judiciais na Colômbia onde figuram pessoas que são acusadas pelo estado como guerrilheiros e onde as provas não são mais que montagens da inteligência militar. Com uma atitude agressiva e ameaçadora a qualquer questionamento, como o caso dos três irlandeses que foram acusados por ser “professores das FARC (que levam 42 anos nas montanhas) em explosivos”, o senhor Obregón se lança com seu grupúsculo de gente, e por trás tem um organismo estatal que, não poucas vezes, tem sido denunciado por haver massacrado e desaparecido com testemunhas, como o caso da tomada do Palácio de Justiça.

O protesto em Bogotá é, por isso, uma expressão do crescente desespero do regime militarista de Santos & Uribe. Enquanto a família Santos e seu diário El Tiempo tentam mostrar com todos os seus poderosos meios de comunicação que o ato em Estocolmo era um ato em solidariedade com “os terroristas das FARC e a luta armada”, na capital sueca se apresentaram mais de cem pessoas que escutaram tudo menos representantes das FARC.

Palestrantes guerrilheiros?

Alberto Pinzón Sánchez, médico e antropólogo, um dos quatro notáveis da Comissão de Notáveis, e o advogado norte-americano – especialista em temas de direitos humanos – e investigador sobre a morte de Jorge Eliécer Gaitán, Paul Wolf, falaram sobre o conflito, suas raízes e as montagens judiciais em relação aos julgamentos contra Simón Trinidad (Ricardo Palmera) e a guerrilheira Sonia (Nayibe Rojas).

Os intentos dos Santos & Araújo de impedir o ato foram em vão. As autoridades suecas, ainda que sejam dirigidas agora por um governo de centro-direita, não vacilaram, ainda que os Santos, apoiados pelo fracasso jornalístico Julio Cristo da emissora “W” e a RCN (com canais abertos à inteligência militar), dispararam indignação e raiva por motivo do ato sueco, cuja pretensão não era mais que informar à opinião pública nacional e internacional acerca do conflito colombiano e sobre o estado dos processos judiciais contra os guerrilheiros das FARC nos Estados Unidos.

Jornalismo com ética?

É um pouco risível observar justamente esse desespero e raiva, porque estes personagens que têm, como o vice-presidente colombiano, o descaramento de jogar no ar a acusação de que a presidenta da Associação Jaime Pardo Leal é filha de um alto comandante guerrilheiro, pensando que, dessa forma, com calúnias, vai “neutralizar” o trabalho de cultivar mais consciência acerca da tragédia colombiana. Pior ainda quando, supostamente, Santos é um dos proprietários de meios de comunicação onde se controlam as fontes duas vezes antes de publicar uma acusação tão grave, como fez ele contra Cecília Calero, a presidenta da associação de solidariedade com o povo colombiano.

E o senhor Cristo e seus colegas da “W” não digam nunca mais, como uma raposa política mais que como jornalista, que Jaime Pardo Leal, o fundador e presidente e candidato presidencial da União Patriótica, que o líder upecista era uma pessoa totalmente contrária à tese “da combinação de todas as formas de luta de massas” e, em conseqüência, às FARC, desconhecendo a firmeza ideológica e política de Pardo Leal e escondendo a história das muitas visitas e abraços entre Pardo Leal com Manuel Marulanda e Jacobo Arenas, fundadores legendários da guerrilha mais antiga de América Latina, durante o processo de paz com Belisario Betancourt e Virgilio Barco, um cessar-fogo que César Gavíria rompeu em 9 de dezembro de 1990.

Falta jornalismo com dignidade e respeito

E, para o cúmulo, usando sua experiência em como se faz uma montagem jornalística, chamou o filho de Jaime Pardo Leal dizendo-lhe que a associação com o nome de seu pai apoiava “os terroristas das FARC”, manipulando ao jovem filho de Pardo Leal e criando contradições baseadas em mentiras.

No entanto, não perguntou a Cecilia Calero sobre o conteúdo do ato em Estocolmo, porque isso era uma coisa secundária, senão que atirou-lhe a pergunta imbecil porém tendenciosa [sobre] “quantos guerrilheiros há na associação na Suécia”, uma pergunta a que a senhora Calero deveria mandar o senhor Cristo para aquele lugar e pendurar o telefone por não saber exercer o jornalismo com dignidade e respeito.

E como não lograram impedir o Foro de Solidariedade com a Colômbia e Simón e Sonia, apesar das mentiras e calúnias de todo tipo – sumamente perigosas para os integrantes da AJPL, como Cecília Calero –, que se efetuasse o ato em Estocolmo, agora seguem a campanha contra as autoridades suecas com vários motivos.

A campanha contra as autoridades suecas

PRIMEIRO por fazer escândalo político para que meios de comunicação como El Tiempo, “W” e o resto do Cachorro midiático sigam sua cobertura absurda e antiética que são peças da guerra psicológica e política a um ator da luta política em Colômbia.

SEGUNDO, é para marcar as autoridades suecas e também a outros países com missões diplomáticas na Colômbia que não aceitam ações políticas ou atos de solidariedade no exterior que tenham que ver com mostrar a verdadeira cara do conflito colombiano e não a que pretende o governo de Álvaro Uribe Vélez, quem, inclusive, pretende negar que na Colômbia há um conflito armado interno, isto é, que há uma guerra, à qual lhe destinam 19 milhões de dólares diários.

TERCEIRO, Uribe & Santos acreditaram que, com o rótulo “terrorista” poderiam silenciar a uma parte da oposição colombiana, fechando todos os canais para que seja impossível nem sequer estender pontes para um intercâmbio de prisioneiros de guerra entre o estado e a guerrilha das FARC. Assim, têm pretendido silenciar ao PDA e suas denúncias sobre o que na Colômbia chamam a narco-para-política, que levou ao cárcere a parlamentares e funcionários do entorno íntimo do presidente colombiano. Porém, os povos buscam seus múltiplos meios e canais, como fez a resistência antifascista na Alemanha durante a guerra, e isso é o que podemos observar no ato de Estocolmo.

A espionagem diplomática colombiana

Lá, teve que sacar ao segundo secretário da embaixada colombiana em Estocolmo porque foi desmascarado (por este repórter com câmara) quando estava a bordo no navio de Gloria, tirando fotos dos manifestantes da Associação Jaime Pardo Leal quando eles, no cais do porto de Estocolmo, protestaram contra o terror para-estatal na Colômbia, isto é, realizando um ato de espionagem num país estrangeiro. Agora, dia após dia, nos damos conta acerca de quem são os verdadeiros terroristas na Colômbia, quando já os aliados de Uribe & Santos vão ser mais os que estão detrás das grades que fora delas.

Francisco Santos agora diz que estão investigando a presidenta da Associação Jaime Pardo Leal. Com que legislação estão fazendo isso? Com a colombiana?, que não vigora na Suécia, ou através da embaixada. Claro, a embaixada segue a ordem por Uribe de “Conseguir 100 000 amigos da Colômbia no exterior”, isto é, a rede de delatores que na Colômbia tem resultado em falsos positivos e tanta morte.

A mão negra da embaixada

Toda esta campanha de intimidação, não somente para os colombianos que foram obrigados a exilar-se no exterior, escapando da mão negra do Terrorismo de Estado, como também dirigida contra as embaixadas acreditadas em Bogotá, deveria ser motivo para uma reflexão.

Álvaro Uribe nunca ocultou sua intenção de perseguir a todos aqueles que lutam por uma Nova Colômbia com justiça social, não somente na Colômbia como também no exterior. Por isso, minha recomendação a todos os embaixadores acreditados em Bogotá é propor a seus respectivos governos ordenar uma investigação a fundo das operações realizadas pelos diplomatas colombianos no exterior.

Para nenhum jornalista colombiano é um segredo que, nas embaixadas e consulados colombianos no exterior, também há um vários “diplomatas” encarregados de realizar a tarefa de inteligência de Uribe; espiar a todos os colombianos e as organizações que realizam atividades em prol dos direitos humanos ou em solidariedade à esquerda colombiana. Para os embaixadores em Bogotá a tarefa deveria ser de chegar ao fundo e uma vez para sempre marcar o limite que é o trabalho diplomático por um regime que está por cair, mais cedo ou mais tarde.

El Tiempo: Denunciam tolerância sueca com a guerrilha das FARC, na Colômbia.

A ONG-FF AA. “Fundación Colombia Herida” [Fundação Colômbia Ferida]

A Fundação é fruto de um trabalho de solidariedade e de um compromisso com a Colômbia que se materializa através de programas sociais, que, ademais de gerar bem-estar na população, permitam aos membros feridos da força pública e aos familiares dos caídos e feridos não só sanar aquelas feridas causadas pela guerra e a diferença da nação, como também sentir apoio e agradecimento da população civil durante e ao final da luta armada.

http://www.colombiaherida.org/sitio/index.php?modulo=portada


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Farc libertam policiais prisioneiros

Os policiais Edwin Arturo Pérez Arenas e Carlos Jefferson Muñoz Millán haviam sido capturados no 28 de fevereiro passado na via que de El Palo conduz a Toribío. Os policiais foram transladados ontem para Santander de Quilichao para um exame médico. Chegaram cansados de caminhar. Foi uma ação humanitária das FARC-EP.


Chorando abraça seu pai.


[Anncol/Agências]

Os agentes da Polícia Nacional Edwin Arturo Pérez Arenas e Carlos Jefferson Muñoz Millán, lotados na Estação de Toribío, foram libertados ontem, dez dias depois de haver sido capturados por parte de um grupo guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Farc.

Os fardados tinham sido feito prisioneiros na passada quarta-feira 28 de fevereiro durante uma detenção ilegal localizada por guerrilheiros da organização insurgente em Rio Negro, sobre a via que de El Paso conduz a Toribío.

Nesse dia os irregulares também retiveram a três pessoas civis que foram entregues em horas da madrugada do dia seguinte a uma comissão humanitária do Cabido Indígena de Toríbio.

A entrega dos patrulheiros se produziu ontem às 3h50m da tarde de ontem a uma comissão humanitária encabeçada pela Defensoria do Povo Regional Cauca na zona rural do município antes mencionado.

Da comissão, igualmente, fizeram parte representantes da Igreja, da Cruz Vermelha e da Procuradoria.

Depois de serem libertados, os policiais foram transladados até Santander de Quilichao, onde uma equipe de profissionais lhes realizou uma detalhada revisão médica no hospital local Francisco de Paula Santander.

OS CONTATOS. Segundo informado pelo defensor do Povo no Cauca, Victor Javier Meléndez Guevara, dias depois de produzir-se a captura dos agentes, a procuradora Municipal de Toribío, Isabela Barrera, e o pároco desta mesma localidade, Juan Antonio Sossi, estabeleceram contato com os comandantes dos guerrilheiros. Aos diálogos se uniram em seguida a Defensoria do Povo e uma representante do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Cicv.

O dado chave:

Na zona entre El Palo e Toribío, onde foram capturados os dois agentes libertados ontem, freqüentemente se apresentam escaramuças entre a guerrilha e a Força Pública.

E iniciou um processo de vários dias que teve final feliz no dia de ontem, quando faltavam 10 minutos para as 4:00 da tarde num ponto montanhoso do município de Toribío, onde a guerrilha fez a entrega dos agentes, sãos e salvos.

Victor Javier Meléndez Guevara, o defensor do Povo do Cauca, assinalou que a comissão que viajou até o ponto acordado estava composta, ademais, por correspondentes dos noticiários de televisão nacional e dos pais dos agentes libertados.

Em suas próprias palavras

“A entrega dos dois agentes foi uma reunião simples e curta onde os subversivos só manifestaram que cumpriram com o Direito Internacional Humanitário e fizeram algumas premissas sobre o conflito armado na região”, Victor Javier Meléndez Guevara, defensor Regional do Povo.

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Lições de uma escaramuça

Ao tomar conhecimento a oligarquia colombiana que a Associação Jaime Pardo Leal, AJPL, organizava um ato de lançamento da campanha européia “Free Simón & Sonia”, os delinqüentes no governo de Colômbia utilizaram primeiro a sua mídia a serviço da guerra buscando desinformar buscando criar as condições para torpedear a realização do ato. Em conclusão, esta escaramuça nos deixa a lição de que organizar atividades em solidariedade com os colombianos que, ante a falta de espaços democráticos, se alçaram em armas, é possível e não deve atemorizar-nos. Escreve Miguel Suárez.


Facho Santos, vice-presidente da Colômbia


[Miguel Suárez *]

Logo após uma campanha de amedrontamento contra a Associação Jaime Pardo Leal, uma organização de colombianos exilados na Suécia, onde o governo da máfia colombiana chegou até a enviar uma nota de protesto ao governo sueco, que concluiu com a resposta do governo de direita sueco, dizendo que eles não tinham como interferir na realização do ato devido à liberdade de expressão e de pensamento que vigora neste país e devido às demonstrações de solidariedade tanto na Suécia como na Europa e América Latina.

Os resultados da pequena contenda nos mostram a qualidade de personagens que governam a Colômbia e que as organizações de exilados colombianos devem tomar este exemplo para subir o tom à sua denúncia e solidariedade buscando sacar estes bandidos do governo e começar a construção de uma Nova Colômbia.

Ao conhecer a oligarquia colombiana que a Associação Jaime Pardo Leal, AJPL, organizava um ato de lançamento da campanha européia “Free Simón & Sonia”, os delinqüentes no governo da Colômbia utilizaram primeiro a sua mídia a serviço da guerra buscando desinformar buscando criar as condições para torpedear a realização do ato.

Para o efeito utilizaram uma rádio e um de seus jornalistas, que posam de imparciais, quem, falando nos mesmos termos de Uribe, tratou a presidenta desta organização como guerrilheira, assim como a seus membros.

Tal como os mal chamados dirigentes colombianos, me refiro aos narcotraficantes que manejam a Colômbia que, segundo eles, o cu do inferno se encontra na Colômbia e que vivem desejando ser europeus, uma jornalista da mesma rádio, no meio da entrevista com a presidenta da AJPL, mostrando seu nível de prostração ideológica, argumentou que as Farc eram terroristas porque uma revista francesa o havia dito, como se o povo colombiano não soubesse, por suas vivências diárias, quem são os terroristas.

O jornalista, cínico, entrevistando a senadora Gloria Inés Ramírez, que conhece a AJPL, já que esteve em Estocolmo convidada por esta organização, se atreveu a dizer que a AJPL era um escritório das Farc.

Até onde chega o compromisso destes supostos jornalistas com a verdade? Até onde a prostração dos jornalistas os leva a tomar a linguagem guerreirista e macarthista dos mafiosos aos quais, temerosos, não se atrevem a contradizer, que chegam, inclusive, a afirmar como verdade falácias impulsionadas por eles e que fazem parte das campanhas das máfias contra a esquerda ao afirmar que Jaime Pardo Leal, em vida, condenava a combinação de todas as formas de luta?

Deixando este tema da mídia a serviço da guerra, o vice-presidente Francisco Santos, numa rodada de imprensa, anunciou a apresentação de uma nota de protesto ao governo sueco e, desnudando a função policial de seus escritórios, ou embaixadas, disse que estão investigando a presidente da AJPL, chegando, inclusive, com cara muito séria e até convicto, a afirmar que ela era filha de um “alto”, muito alto comandante guerrilheiro.

Sem nenhuma pena, ante os meios de desinformação, fez uma asseveração falsa, lançada ao ar irresponsavelmente, que nos deixa ver como manejam esse país, baseando-se em mentiras ou invenções, que apresentam ao povo como verdades comprovadas e que os “jornalistas” nunca contestam.

Depois de todo o escândalo na Colômbia, este chegou à Suécia, onde a imprensa sueca, sem os condicionamentos dos jornalistas colombianos, entrevistaram em várias ocasiões a secretária de organização da AJPL, entregando uma informação imparcial ao povo sueco, que trouxe como conseqüência abundantes expressões de solidariedade com a AJPL.

Como fim da mentira, Per Nordström, responsável para América Latina do Ministério de Relações Exteriores sueco, confirmou haver recebido o protesto dos narcotraficantes que governam a Colômbia e, como conclusão do debate, disse que o governo sueco não podia ordenar a suspensão do ato já que se realizava dentro das leis suecas.

Logo após as lições desta escaramuça onde os jornalistas colombianos, em meio à sua ignorância ou temor, chegaram, inclusive a equiparar a AJPL com o governo colombiano, algumas lições ficam e são:

Uma característica do governo de Uribe é atacar os jornalistas que não compartilham suas idéias fascistas: Fernando Garavito foi o primeiro; a lista seguiu crescendo e os últimos foram Freddy Muñoz, de TeleSur, e Carlos Lozano, do Semanário VOZ. Em meio deste clima de terrorismo, assassinatos e desterros em que se movem hoje os jornalistas na Colômbia e com a pressão dos donos da mídia, devem, por temor ou por afinidade ideológica, colocar-se a serviço da guerra.

Utilizando, inclusive, a mentira ou a distorção quando entrevista a seus convidados para obrigá-los a afirmar coisas que servem para sustentar posições do regime.

Por outra parte, é suficientemente conhecida a tendência das ditaduras de criar realidades virtuais para mostrar seus supostos avanços. Pois a ditadura colombiana não é a exceção e, baseada nos meios de comunicação, de propriedade de uns quantos indivíduos que viram aumentadas suas fortunas substancialmente durante o regime de Uribe, o país virtual é o esteio dessa máfia.

Assim, manipulam cifras estatísticas a seu bel-prazer, pintam um país que só existe na mídia e aos jornalistas que se atrevem a sair desse marco se lhes ameaça, assassina ou se obriga a deixar o país. Os que ficam nos grandes meios de [des]informação, mostrando-se como imparciais, devem somar-se aos ditames oficiais.

Assim, mentiras tão grandes como uma catedral devem ser deixadas passar como verdades comprovadas. Os falsos positivos, as detenções em massa de colombianos que são apresentados como guerrilheiros são apresentados pelos supostos jornalistas imparciais e pelos governantes honoráveis, sem que ninguém se atreva a pôr em tela de juízo sua veracidade.

Nesse marco de mentiras, o vice-presidente Francisco Santos mostrou sua catadura ao sair dizendo que a presidenta da AJPL, segundo as investigações, muito seguramente da embaixada em Estocolmo, era filha de um muito alto comandante guerrilheiro; da mesma forma, o irmão do vice-presidente, hoje ministro de Guerra, havia assinalado a Rafael Parto Rueda de ter um pacto secreto com as Farc, porém, igual que o caso da AJPL, sem mostrar provas e os induzidos jornalistas ficaram calados, convertendo-se, assim, em cúmplices do mentiroso.

Também deixaram o claro as afirmações de Santos de como as embaixadas são utilizadas para expiar colombianos e nacionais de outros países, e, como no caso da Suécia, onde os seguimentos foram reiterados confirmando, com isto, o papel policialesco destes ninhos de terroristas de estado. A demanda ante a polícia da AJPL pelos espionagem a colombianos exilados propiciadas desde a embaixada em Estocolmo ocasionou que se vissem obrigados a tirar da Suécia os agentes.

A resposta do governo sueco, de direita, nos mostrou que uma coisa é a democracia sueca e outra a democracia dos narcoparamilitares que têm limitado esta a votar a cada dois anos.

Em conclusão, esta escaramuça nos deixa a lição de que organizar atividades em solidariedade com os colombianos, que, ante à falta de espaços democráticos, se alçaram em armas, é possível e não deve atemorizar-nos.

Que hoje, mais que nunca, quando o fascismo da oligarquia colombiana cambaleia, devemos elevar nosso nível de denúncia e de compromisso com os colombianos que lutam, seja sem armas ou com armas.

O exemplo de Liberación (Upprör) em Dinamarca, e agora da AJPL na Suécia mostram que este caminho é o caminho a trafegar e que chamamos aos colombianos exilados em outros países a seguir, tendo em conta que os guerrilheiros são colombianos levantados em armas e não delinqüentes como pretendem mostrá-los.

* Diretor da Rádio Café Stéreo
http://www.ajpl.nu/radio
info@ajpl.nu


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Prisioneiros do Império

O advogado estadunidense, defensor de direitos humanos, Paul Wolf em sua intervenção no Foro em Estocolmo demonstrou as patranhas dos Julgamentos contra Simón e Sonia. A Fiscalização utiliza 21 e 30 testemunhas, enquanto impede que a defesa apresente uma só. Uma dessas testemunhas, uma informante chamada Rocío Alvarez, está recebendo um pagamento de US$ 15.000 por mês, por seu testemunho, e também foi paga a mesma por mais de um ano.

Lutando desde os cárceres imperiais!


[Por Paúl Wolf*]

Pois bem. Estamos aqui em Estocolmo, Suécia. Do outro lado do planeta e da Colômbia. Estou altamente agradecido de que o governo sueco tenha permitido que ocorra este foro. Este foro não haveria podido ocorrer em Colômbia. Precisamente, a gente que está aqui neste foro é gente que está vivendo no exílio e não pode ir à Colômbia, pois seria assassinada.

Todavia, o governo da Colômbia continua intentando reprimi-los, ainda aqui na Suécia. Apenas há duas semanas, o novo ministro de Relações Exteriores Fernando Araújo Perdomo chamou a embaixadora da Suécia na Colômbia, Lena Nordstrom, para tentar evitar esta reunião. Certamente, ela não pôde pará-la. Aqui na Suécia as pessoas têm o direito da liberdade de palavra.

Esse descontentamento sobre esta reunião, que, com efeito, é o primeiro ato oficial do novo chanceler Araújo, não pode ajudá-lo a mudar as relações internacionais de nenhuma maneira. Tampouco lhe ajudará a mudar a impressão de que os paramilitares tomaram o governo. E esta foi a razão pela qual sua antecessora, Maria Consuelo Araújo, teve que ser exonerada. No entanto, o novo Araújo vai tomar a parapolítica na arena internacional. Atacou o embaixador de Venezuela e a Anistia Internacional em somente duas semanas como chanceler. Boa sorte.

O julgamento de Simón Trinidad

Eu sou um advogado da cidade de Washington, nos Estados Unidos. Tive a oportunidade de observar o julgamento de Simón Trinidad e a maior parte do julgamento de Sonia. Não representei a nenhum dos dois como advogado. Talvez tenha ajudado de alguma maneira, porém, ambos foram representados no julgamento por defensores públicos, os quais não queriam ajudá-los. É impossível contatar a Simón Trinidad – a ele, o têm submetido a um isolamento total, inclusive de seus advogados colombianos. Algumas pessoas trataram de enviar-lhe cartões de natal. Porém, não sei se os recebeu, sei que a ele não lhe permitem responder a ninguém. De outra parte, algum ser muito bondoso enviou a Sonia uns dólares para que ela pudesse fazer uma chamada telefônica para sua família na Colômbia. Estão muito pobres. Tenho seu endereço em alguns cartões aqui na mesa, se, por acaso, algum de vocês queira escrever a Sonia.

Ainda que Simón Trinidad tenha logrado que o julgamento fosse declarado nulo e viciado, - e isto foi uma grande vitória – realmente, os casos de Simón e Sonia têm sido uns desastres legais. Disto é que agora quero falar-lhes.

O caso de Trinidad fixou um precedente legal sobre um membro de um exército insurgente para que possa ser processado por qualquer coisa que o exército ao qual pertence faça, isto o fazem utilizando as leis ordinárias sobre conspiração. O juiz Hogan diz que as leis da guerra não se podem aplicar no conflito colombiano. Ademais, que os Estados Unidos não estão em guerra com a Colômbia. Quer dizer, que a Simón Trinidad não se lhe pode considerar como prisioneiro de guerra.

No entanto, estas interpretações legais do juiz Hogan não agradaram ao júri, que recusou condenar Trinidad. Em nosso sistema jurídico os juízes criam precedentes com estas decisões, e de maneira que Simón Trinidad é o primeiro desta classe de insurgentes estrangeiros denominados como co-conspiradores para cometer atos de guerra, inclusive não se trata de suspeitos da Al-Qaeda da Baía de Guantánamo. Eles estão nos julgamentos por crimes de guerra, não por ser parte de uma gigantesca conspiração criminal. Isto é, apesar de que as FARC conduzem suas hostilidades contra o governo da Colômbia, sob uma organizada tropa com disciplina militar, e têm controlado e governado partes do país através de muitos anos. Isto é a prova para beligerância, conceito que tem mais de cem anos de existência. Certamente, as leis da guerra podem aplicar-se ao caso colombiano.

A decisão do juiz Hogan foi crucial porque tomar prisioneiros em combate não é como tomá-los como reféns e isto não é um crime de guerra. Quiséramos que os soldados pudessem render-se em combate – a outra alternativa normal é assassiná-los. Isto é facilmente distinguível do que é tomar a políticos desarmados como reféns para exigir resgates. Isto é capturar reféns e é um crime. Lamento que isto atualmente ocorra na Colômbia. Inclusive, durante o julgamento o mesmo Simón Trinidad disse que ele não estava de acordo com esta prática. Assim, qual foi a pergunta neste caso? O tomar reféns para exigir resgate ou o salvar vidas através de render a soldados? Não lhes direi a resposta para que possam discuti-la. Que este conceito incomodou a alguns jurados e foi uma das razões porque os jurados não puderam pôr-se de acordo.

O segundo ponto no julgamento a Trinidad é que, pessoalmente, não estava implicado em nenhum dos acontecimentos. Por exemplo, ele não deu a ordem de derrubar o avião estadunidense que fazia vigilância na zona. Tampouco deu a ordem de tomar algum prisioneiro. Durante o julgamento Trinidad testemunhou que ele não soube acerca da derrubada do avião senão alguns dias depois de ocorrido e jamais viu a algum dos prisioneiros estadunidenses em poder das FARC. Trinidad está sendo julgado por ser membro de um exército e com o qual está de acordo nas propostas gerais com o que faz. As teorias legais utilizadas pela Fiscalização poderiam ser consideradas como de uma vicária culpabilidade criminal, as quais na Colômbia são inconstitucionais. Trinidad não haveria podido ser julgado por isto na Colômbia e, desde logo, não haveria preenchido os requisitos legais para ser extraditado aos Estados Unidos.

Bom, só quero fazer uma breve menção de como funciona nosso sistema judiciário. Num julgamento importante como do que estamos falando a culpabilidade ou a absolvição está determinada por um jurado composto de 12 pessoas. Estas pessoas são escolhidas ao acaso para o julgamento. Neste caso, ainda que o juiz lhes tenha instruído para que não utilizassem as leis da guerra, pois elas não se podiam aplicar no caso de Trinidad, senão que se aplicarão somente as de conspiração criminal. Penso que alguns dos membros do jurado sabiam que isto estava equivocado e recusaram fazê-lo. Agora, todavia os procedimentos estabelecidos pelo juiz Hogan, os insurgentes estrangeiros podem ser processados como membros de uma grande conspiração criminal culpados por qualquer coisa ou por tudo o que faça a organização insurgente. Simón Trinidad vai a julgamento novamente e pelo mesmo crime com que foi anteriormente julgado. O segundo julgamento começará em 26 de março. Quer dizer, justamente em duas semanas.

O Julgamento de Sonia

Agora, gostaria de falar brevemente acerca do julgamento que se levou a cabo contra Sonia. O verdadeiro nome de Sonia é Anayibe Rojas Valderrama. Ela foi condenada por conspiração para importar cocaína aos Estados Unidos. De fato, ela não foi condenada por importar nada, só de conspiração. Quer dizer, estar de acordo com cometer o crime. A razão que não foi condenada foi que ali não houve evidência física contra ela. Tampouco se encontrou drogas em sua posse. Não houve impressões digitais, fotos, vídeos ou chamadas telefônicas que se referissem a negócios de drogas. Em seu lugar, a Fiscalização apresentou na corte um desfile de mais de 30 testemunhas, muitas delas reinseridas e informantes de diferentes tipos. Tudo que eles tinham em comum era um incentivo para dizer qualquer coisa, que a Fiscalização lhes dissesse que testemunhassem. Era uma combinação de ameaças e subornos. Por exemplo, uma informante chamada Rocío Alvarez está recebendo um pagamento de $ 15 000 dólares por mês, por seu testemunho, e também foi paga a mesma por mais de um ano. Quando um jurado escuta um após o outro, e outra testemunha, eles sabem que o que está dizendo essa gente não é exatamente certo. Então, se perguntam: como tanta gente pode estar mentindo? É assim como Sonia foi condenada.

Como um advogado da defesa, eu vou direto ao cárcere se pago dinheiro a uma testemunha. No entanto, o governo utiliza testemunhas pagas em cada julgamento deste tipo. O caso de Sonia era importante porque, finalmente, depois de muitos anos de estar dizendo e acusando as FARC de ser um cartel das drogas, finalmente, o governo dos Estados Unidos condenou a alguém das FARC. Em busca desta condenação o governo dos Estados Unidos pôs incríveis quantidades de recursos nestes casos. Sonia foi inadequadamente defendida por uma advogada paga pelo governo, o qual não chamou nenhuma testemunha a testemunhar, nem apresentou evidências em favor de Sonia. Tampouco sabia muito de Colômbia nem muito menos da política das FARC. Realmente, foi uma coisa triste observar como condenaram a Sonia.

Tecnicamente, Sonia foi condenada por conspiração para importar 5 (cinco) quilos de cocaína aos Estados Unidos. Se vocês lêem, o comunicado de imprensa do Departamento de Justiça, em sua página da internet, eles mudaram para cinco toneladas. Agora, a DEA tem estado dizendo que as FARC são responsáveis por 90% da cocaína produzida na Colômbia. Podem imaginar se isto fosse certo? As FARC não necessitariam derrubar o governo colombiano. As FARC já o estariam controlando. Não é necessário contar a vocês um grupo de exilados colombianos da influência que exerce o dinheiro das drogas na política colombiana. Qual é a influência que as FARC têm no governo colombiano? Absolutamente nada. As FARC disseram aos eleitores que não votem. Então, por que o governo dos Estados Unidos diz que as FARC controlam o negócio das drogas e ignoram aos grandes traficantes de droga na Colômbia? Esta é outra pergunta que deixarei para que vocês mesmos a respondam.

Simón e Sonia foram os primeiros. A lista é larga. Os 50 líderes do Estado-Maior Central das FARC estão acusados nos Estados Unidos como membros de uma gigantesca conspiração de cocaína. Se qualquer um deles for preso, será extraditado e conectado a uma transação de drogas em algum lugar. Desde logo, que se utilizarão a mais reinseridos e informantes.

Assim, é como continua o processo construindo uma extensão dos casos legais para provar que as FARC são uma narco-guerrilha, e será duro e difícil refutá-lo.

Por Paul Wolf, Estocolmo, 12 de março de 2007

* [ANNCOL] O diabinho do computador nos fez uma bobagem. Publicamos o rascunho da intervenção de Paul Wolf em Estocolmo, em vez da versão final. Apresentamos desculpas a nossos leitores e ao autor da nota.

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segunda-feira, 26 de março de 2007

Porque Bush não é bem-vindo

Porque este é o homem que encabeça o mais sinistro aparato de repressão internacional, culpado de seqüestros de cidadãos estrangeiros em outros países e de translados criminosos em vôos clandestinos a cárceres secretos, práticas extraídas do mundo nazi. Porque seus próprios concidadãos o repudiam cada vez mais por haver-lhes restringido os direitos civis com manobras como a mal falada Lei Patriota, regressão sem precedentes na história democrática desse país.


Bushhhhhhhhh!

[Jorge Enrique Robledo, Porta-voz no Senado, Polo Democrático Alternativo]

Porque este é o homem que faltou com a verdade ante a ONU para justificar sua invasão ao Iraque, agressão imperialista em benefício das transnacionais estadunidenses que custou a esse povo 600 mil mortos, uma ditadura oprobiosa e desgraças sem fim. Porque é o responsável das torturas nas prisões de Abu Graib e Guantánamo, convertidas em símbolos do fascismo contemporâneo, e que pretende que a humanidade volte a legalizar a tortura como método de investigação judicial.

Porque este é o homem que encabeça o mais sinistro aparato de repressão internacional, culpado de seqüestros de cidadãos estrangeiros em outros países e de traslados criminosos em vôos clandestinos a cárceres secretos, práticas extraídas do mundo nazi. Porque seus próprios concidadãos o repudiam cada vez mais por haver-lhes restringido os direitos civis com engendros como a mal chamada Lei Patriota, regressão sem precedentes na história democrática desse país.

Porque este é o homem que tem a seu serviço as maiores cadeias mundiais da informação, convertidas por ele em armas de onipresente manipulação psicológica. Porque com o mal chamado “livre comércio” busca que as transnacionais se apoderem das matérias–primas, das empresas e do trabalho da América Latina, assim como arrebatar a esses países até sua própria capacidade de produzir bens agrários e industriais, convertendo-os em uma espécie de colônias do império.

Porque com o Plano Colômbia , além da intervenção militar estadunidense no sagrado território nacional, impôs ao país todo tipo de restrições econômicas e sociais em benefício das transnacionais estadunidenses.

Poderá ser este o porta-voz da democracia e o seu um “governo pró-liberdade”, segundo ele mesmo o define? Poderá qualificar-se as camadas que ocultam as iscas com os quais suborna e pesca incautos como atos de “ajuda” segundo afirma sua propaganda?

Mas Bush é também o representante de um império em decadência, minado por enormes problemas econômicos , com seus tentáculos tão extendidos que deverão arrebentar-se , repudiado por milhões de seres nos cinco continentes e em seu próprio país, atrapado em duas guerras sem saída e a ponto de perder de todo a máscara de “amigo da humanidade”.

Suas confusões são tantas, que o império começou a perder terreno até na América Latina, onde a insubmissão contrária às suas imposições avança, realidade que em parte explica a operação de maquiagem que representa sua viagem pelo continente.

O encontro entre Bush e Uribe será uma reunião de fracassados, o do Norte já no auge do seu descrédito e sem o controle do Congresso dos Estados Unidos e o outro afundando-se - especialmente no estrangeiro - no escândalo da parapolítica posto que não consegue explicar porque cerca de cem de seus principais chefes políticos estão presos , foragidos, indiciados ou citados por suas relações com o paramilitarismo. E a propósito, a parapolítica se desenvolveu às costas da embaixada estadunidense em Bogotá?

O pleito com Bush, a Casa Branca e o Império não são uma contradição com o povo estadunidense, o qual lhe tem feito aportes evidentes ao progresso da humanidade, também sofre pelo “livre comércio” e é solidário com os países que resistem à dominação de Washington.

Quando o Pólo Democrático Alternativo governar a Colômbia, assim que superar o atual pesadelo, terá relações econômicas e diplomáticas com todos os países da terra, incluído Estados Unidos, ainda se este último tivesse um governo pior que o atual, porque sabe da conveniência de entender-se entre nações dirigidas por concepções políticas diferentes. Porém, isso sim, ditas relações não serão em condições de vassalos, senão a partir do mais estrito respeito das respectivas soberanias nacionais, do beneficio recíproco nos intercâmbios e da não ingerência de um governo nos assuntos do outro.

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Enquanto não são retiradas as tropas dos municípios de Pradera e Florida

As Farc não receberam ninguém da revista Cambio, disse Raúl Reyes. “As Farc não têm recebido o Governo, seja um facilitador autorizado ou porta-voz, nem o receberá enquanto não forem retiradas as tropas dos municípios de Pradera e Florida. Convidamos aos Governos amigos do acordo para que façamos dele uma realidade mediante pressão internacional para que o Governo não siga criando mais cortinas de fumaça com o propósito de dilatar um processo e um problema que devia ter resolvido muitos anos atrás”.

Doutor ‘ternura’



[ANNCOL]

Transferimos aos nossos leitores esta última entrevista de Raúl Reyes, membro do Secretariado do Estado Maior das Farc à revista CAMBIO. E sobretudo para conhecimento do Alto Comissário de Paz, o senhor Luis Carlos Restrepo, quem em entrevista para CARACOL pratica o unanismo com a proposta dos congressistas norte-americanos.

***

CAMBIO: O que você acha da autorização que o presidente Uribe deu à alguns familiares de seqüestrados pelas Farc para começarem a resolver a liberação?

RAÚL REYES: Me parece um insulto aos familiares e à imensa maioria dos colombianos que querem a liberdade dos trocáveis. Pedir aos familiares para que eles nos procurem, não tem problema. Nos interessaria muito conversar com eles mas não podemos nos enganar: os familiares dos prisioneiros não são o Estado, não são o Governo, portanto não podem solucionar nada.

Mas as Farc receberam alguma petição dos familiares para que os recebam?

Que eu saiba não chegou esse tipo de soliocitação, mas isso pode resolver-se de outra maneira e não pedindo autorização ao presidente Uribe. Não vamos receber ninguém que venha em nome ou em representação do Governo.

O presidente disse ainda a pouco que havia enviado um emissário para falar com vocês e que vocês se negaram a recebê-lo. Isso é verdade?

As Farc não têm recebido o Governo, seja um facilitador autorizado ou porta-voz, nem o receberá enquanto não forem retiradas as tropas dos municípios de Pradera e Florida.

Isso quer dizer que desistem da idéia de um intercâmbio humanitário?

Pelo contrário. As Farc mantém sua inegável vontade e disposição para o acordo humanitário, sempre e quando o Governo fizer a desmilitarização dos municípios de Pradera e Florida, no Valle.

Essa é a sua posição e não muda?

O requisito é a retirada, não tem meio-termo. Sem esse requisito é absolutamente impossível fazer o acordo humanitário.

O que as Farc pensam da ordem do Presidente de resgatar os seqüestrados pela via militar?

É uma loucura. Uribe só quer guerra e fechar todos os espaços para o acordo humanitário. Essa é sua responsabilidade. Por isso celebramos todas as expressões que fazem os familiares, os amigos da troca, a comunidade internacional.

A propósito dos bons trabalhos da comunidade internacional, Itália ofereceu seu território para que delegados do Governo e das Farc se reúnam com o objetivos de fazer um pré-acordo. O que você pensa dessa proposta?

As Farc agradecem a Itália e a todos os Governos que oferecem seus países para que os nossos vão lá, mas nesse momento não existem condições. Nós acreditamos que o conflito e todos os seus derivados devem ser resolvidos na Colômbia. Por isso insistimos na desmilitarização de Pradera e Florida.

Que papel devem ter os países amigos do acordo humanitário como a Espanha, França e Suíça?

Convidamos aos Governos amigos do acordo para que façamos dele uma realidade mediante pressão internacional para que o Governo não siga criando mais cortinas de fumaça com o propósito de dilatar um processo e um problema que devia ter resolvido muitos anos atrás.

O Presidente disse a pouco que as Farc tiraram Ingrid Betancourt da Colômbia. Se é verdade, onde onde ela está?

Uribe diz qualquer coisa e agora inventou que Ingrid está fora. Ela está na Colômbia e nós jamais a tiramos do país.

Os familiares dos seqüestrados vivem angustiados porque não têm provas recentes de sua sobrevivência. Qual é o seu estado de saúde?

Todos os prisioneiros se encontram bem em meio às condições próprias do lugar de cativeiro, mas estão muito preocupados e se sentem esquecidos pelo Governo. Todos eles são servidores do Estado, uns com uniforme e outros sem, e hoje só encontram a indiferença e a arrogância do Governo e a falta de sensibilidade de Uribe.


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Uma nova Página de Impunidade será escrita na Colômbia

Alertamos a partir destas páginas à comunidade Mundial e em especial aos democratas Norte-americanos, para que não permitam nem colaborem de maneira alguma com tal saída de impunidade contra o povo colombiano, que está ansioso e à espera de conhecer toda a Verdade Narco-Para-Uribista.


Noguera, um criminoso à serviço do narco-para-uribismo!


[ANNCOL]

Em sua última entrevista ao jornal governamental El Tiempo de 18 de março de 2007, que deu o saliente embaixador dos EUA, William Wood, antes de sair para o Afeganistão, onde o governo Bush premiou o fracassado Plano Colômbia/Patriota, e sobretudo não ter podido durante seus 4 anos de gestão resgatar “a sangue e fogo” os três mercenários USAmericanos que foram derrubados e capturados em combate pelas FARC na Zona del Caguán; já na escada do avião tinha a seguinte advertência, que poucas pessoas levaram a sério.

Pergunta o entrevistador quando o Sr Embaixador já despachou grande parte de seu ressentimento:

Como os Estados Unidos avalia o caso de Jorge Noguera que foi chefe de inteligência de Uribe e o apoiou, e hoje está atolado no escândalo ‘parapolítico’?

Wood responde: - Não posso antecipar-me à investigação e ao processo jurídico. Não vejo razão para assumir que o Presidente soubesse das atividades de Noguera. Não perdemos nem um pouco da confiança em Uribe.

Jornalista: - Ao caso de Noguera somam-se o dos congressistas uribistas desmascarados, não cabe alguma responsabilidade política ao Presidente?

- Responde o Sr. Wood: Se Noguera é culpado, sim é um problema...

Pois bem, quem levou a sério a advertência do “Problema” político e jurídico que fizera o todo-poderoso Sr. Embaixador dos EUA na Colômbia no que se refere a “justiça” no país, com a sutil finalidade de que não deveriam encontrar nenhuma culpa de Jorge Noguera, o ex-diretor da Polícia Política DAS, que depende diretamente do Presidente Uribe Vélez, para que o governo dos EUA não tenha problemas derivados da perda de “sua confiança” nele; foi a saída Uribista do “Conselho Superior de Justiça”, Leonor Perdomo, que na noite de segunda, 23 de março de 2007, argumentando legalidades sobre ofensivos furos mídievais e que não aconteceram nem com Santander, acaba de pôr o ex-diretor uribista do DAS em liberdade, com o simples discurso do promotor Iguarán.

Uma nova página de impunidade será escrita, pressionada e manipulada pela Justiça Universal dos EUA a favor de seus interesses geo-estratégicos na Região Andina, onde um dos protagonistas é o Presidente Uribe Vélez, junto com seu “bom garoto” Jorge Noguera que planejou e tratou de executar magnicídios nos países vizinhos.

Alertamos a partir destas páginas à comunidade Mundial e em especial aos democratas Norte-americanos, para que não permitam nem colaborem de maneira alguma com tal saída de impunidade contra o povo colombiano, que está ansioso e à espera de conhecer toda a Verdade Narco-Para-Uribista.


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