"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 30 de novembro de 2008

Dono da DMG esteve no casamento de Tomás Uribe (filho do presidente, conhecido como "o honesto")

Ninguém vai a um casamento se não é convidado, e esse acontecimento conecta-se com Bernardo Moreno Villegas, Secretario da "Casa de Nari". Por El Espectador

http://www.elespectador.com/impreso/investigacion/articuloimpreso94663-los-otros-personajes-de-dmg

O desenhista Ricardo Piñeres afirmou ao El Espectador, domingo 30 de novembro de 2008, que cada vez via menos o co-propiretário da DMG, Daniel Ángel Rueda. "A última vez que o encontrei foi em Cartagena, no casamento de Tomás Uribe".

A declaração do desenhista comprova mais uma vez os estreitos vínculos dos Uribe com o negócio sujo das pirâmides e o narcotráfico. Ninguém vai a um casamento sem ser convidado, e isso aconteceu com Bernardo Moreno Villegas, Secretario da "Casa de Nari", e com David Murcia, que esteve na "Casa de Nari"fazendo seus negócios com Tomás (apelido 'o honesto') e recebeu duas cartas de Uribe incentivando-os a "seguir adiante".

Leiam os informes de El Espectador:
http://www.elespectador.com/impreso/investigacion/articuloimpreso94663-los-otros-personajes-de-dmg
http://www.elespectador.com/noticias/investigacion/articulo94700-memoria-secreta-de-dmg?page=0,1

A notícia encontra-se em Anncol.eu.

URIBE TENTA SE DESVINCULAR DA DMG

"O Chefe de Estado colombiano, Álvaro Uribe Velez, disse que entregará a Edgardo Maya Villazón, na Procuradoria Geral da Nação, a declaração juramentada de cada um de seus filhos, Jerónimo Uribe Moreno e Tomás Uribe Moreno, para mostrar que não há qualquer relação entre os membros da sua família e as chamadas pirâmides, logo depois de surgirem indícios de vínculos entre o Governo e a comercializadora DMG".

por Agência Bolivariana de Notícias - ABN

Bogotá, 26 Nov. ABN.- O Chefe de Estado colombiano, Álvaro Uribe Velez, disse que entregará a Edgardo Maya Villazón, na Procuradoria Geral da Nação, a declaração juramentada de cada um de seus filhos, Jerónimo Uribe Moreno e Tomás Uribe Moreno, para mostrar que não há nenhuma relação entre os membros de sua família e as chamadas pirâmides, depois que surgissem pistas de vínculos entre o Governo e a comercializadora DMG.

“Entregarei todas as minhas declarações de renda; desde a primeira, que fiz em minha juventude, até a última”, disse, Álvaro Uribe Velez, segundo o diário El Espectador.

O Presidente Álvaro Uribe Velez esclareceu que nenhum dos seus filhos, Jerónimo Uribe Moreno e Tomás Uribe Moreno, esteve relacionado com atividades ilícitas e que, ao contrário, são homens de trabalho, honestos e sérios, e que por isso também dará a conhecer as declarações dos mesmos.

ESTREITA-SE O CERCO A URIBE

O secretário-Geral da Presidência, Bernardo Moreno Villegas, tentou distanciar-se do segundo nome mais importante da sigla DMG, Daniel Ángel Rueda, filho de seu primo-irmão.

Bernardo Moreno Villegas não explica por que não denunciou ou advertiu as atividades criminosas à Promotoria Nacional, como era sua obrigação como cidadão e como funcionário de alto cargo.

Bernardo Moreno Villegas negou categoricamente a versão que ele tenha sido a ponte para que Daniel Ángel Rueda se encontrasse com Jerónimo Uribe Moreno, filho do presidente Álvaro Uribe Velez.

O funcionário Bernardo Moreno Villegas também negou repetidamente ter auxiliado outra reunião entre o Secretário de Imprensa do Presidente Álvaro Uribe Velez, César Mauricio Velasquez, e o proprietário do grupo DMG. Disse ainda que sequer ouviu falar desse evento.

Bernardo Moreno Villegas reafirmou que não tem por que responder pelas ações de todos os seus familiares delinqüentes e confessou que se viu forçado a revelar o seu parentesco com Daniel Ángel Rueda antes que a imprensa descobrisse e divulgasse à opinião pública.

AFASTA-SE A VIABILIDADE DA REELEIÇÃO

Nesta terça-feira dois representantes da Câmara pelo Partido Conservador, Orlando Guerra e Miriam Paredes, retiraram o apoio à proposta de um debate acerca de um novo mandato de Uribe.

Orlando Guerra, representante pelo departamento de Putumayo, um dos mais golpeados pela fraude em massa que levou à ruína a centenas de milhares de poupadores, disse que seus eleitores lhe exigiram que votasse contra o referendo.

Miriam Paredes, vice-presidenta do Diretório Nacional Conservador, revelou que em Nariño, departamento que representa, a população também pediu que ela votasse contra.

Além disso o Procurador Geral, Edgardo Maya, ordenou que o Conselho Nacional Eleitoral verificasse de onde saíram os fundos com os quais se recolheram mais de cinco milhões de assinaturas no país para apoiar o referendo pela reeleição de Álvaro Uribe Velez.

O Partido Liberal solicitou ao Procurador que exija ao comitê promotor do referendo a relação de doadores, sejam pessoas ou instituições, e informar ainda se o total recolhido, mais de dois bilhões de pesos, viola o limite máximo previsto pela lei.

Segundo versões divulgadas pela imprensa, uma das doadoras da campanha foi a empresa Provitec, subsidiária da DMG, a maior de todas as empresas ilegais especializadas em “captar” dinheiro.

UMA CRISE QUE SE ESTENDE

Enquanto isso, a crise econômica provocada pela fraude em massa das pirâmides, entre elas a provocada por David Murcia Guzmán e a sigla DMG, que para muitos agravou-se com a errática atuação do governo Álvaro Uribe Velez, aprofunda-se em várias regiões do país.

Em Mocoa, capital do departamento de Putumayo, continua paralisado o transporte há uma semana, os comércios estão fechados e começam a faltar alimentos enquanto se mantêm os protestos contra o governo de Álvaro Uribe Velez.

Nesta terça-feira, ao intervir no Congresso, a senadora Cecilia López, do Partido Liberal, assegurou que as perdas pela crise, em termos econômicos, podem superar os 2,7 trilhões de pesos (mais de 350 bilhões de dólares).

A senadora informou ainda que nos departamentos mais afetados pela crise das pirâmides a economia pode cair em torno de 11%.

A notícia encontra-se em Anncol.eu.

Os miseráveis e a Paz


A narcotraficante-para-oligarquia demonstrou o quão miseráveis são. Assassinam e jogam a culpa na vítima. De La Calle e suas misérias.

Allende La Paz, ANNCOL

Os miseráveis estão na moda. Mas não é a famosa obra de Víctor Hugo - que nos permite entender um pouco a França, mas não a de Sarkozy -, mas os miseráveis narcotraficante-para-oligarcas colombianos que estão dando o que falar, como sempre, muito mais pelos seus desacertos, erros e crimes que por suas boas obras.

Razão tem Cecilia López quando classifica o 'uribito' Arias de miserável, e eu concordo, acrescentando ainda letras maiúsculas. Ora, o que se podia esperar de um sujeito que não foi capaz de construir sua própria personalidade e pretende passar à história como o 'clone' de Uribhitler? É possível imaginar ser humano mais miserável? Não, não, não há, nunca houve.

Mas os demais membros da narcotraficante-para-oligarquia não ficam atrás. Um deles é o sempre incapaz Humberto de La Calle Lombana - que deveria chamar-se Lambón -, porque esteve sempre aí, limpando jaquetas e passando a língua nos sapatos de seus 'amos', Gaviria e Uribhitler.

Mas De La Calle pretende revisar a história da Colômbia, como se nós, colombianos, não soubéssemos como foi a política da narcotraficante-para-oligarquia em relação ao conflito armado e busca pela paz. É bom lembrar que, de La Calle, “Lambón” foi enviado a Caracas pelo governo da 'abertura econômica' Gaviria, com o objetivo de iniciar os diálogos de paz com as FARC. A única coisa que ele fez foi chegar com um discurso contra-reconciliador, quando todo o planeta esperava justamente o contrário, uma vez que isso também queriam todos os colombianos. Mas isso foi mais um joguete do narco-estado colombiano que pretendia - e ainda pretende - que a guerrilha venha à mesa de negociação dizendo algo como “perdão, aqui estão minhas armas!”, como se o nascimento e o desenvolvimento da guerrilha não tivesse ocorrido por condições políticas, econômicas e sociais que ainda hoje persistem.

De La Calle representou outra oportunidade perdida para se alcançar a paz na Colômbia. Por isso não soou estranho quando ele disse que a “estabilidade política da Colômbia se deve às FARC”. Se ele disse isso por algum motivo, é a confirmação da nossa posição: que, se não existissem as FARC, a Colômbia seria um verdadeiro paraíso para o tráfico mundial de drogas. Porém, o que demonstra a sua enorme pobreza moral é quando diz que – em entrevista a El Espectador -: "O grupo à margem da lei "eliminou às organizações de esquerda, grande parte dos sindicalistas, os matizes da esquerda e alguns dos partidos tradicionais"". [1] É lógico que o miserável De La Calle Lambón diga isto para proteger o Terrorismo de Estado do qual ele foi um dos aliados.

Quero recordar aos leitores algumas cifras compiladas pelo padre Javier Giraldo, que informa que na administração de César Gaviria Trujillo houve "14.850 mortes violentas relacionadas com o conflito interno e 5.043 presos políticos". Será que estes mortos não estão na consciência miserável de La Calle? Será que ele esqueceu os presos políticos durante a administração do seu chefe? Pelas nossas contas, César Gaviria Trujillo aplicou o Terrorismo de Estado com a mesma eficácia de Uribhitler. São 14.850 mortos por Gaviria contra 11.282 de Uribhitler. E quem foi ministro do interior de Gaviria? De La Calle.

É necessário lembrar que Humberto de La Calle Lombana foi ainda ministro do interior do presidente Andrés Pastrana Arango entre 2000 e 2001. Pastrana será recordado como o governante que deu início ao Plano Colômbia em 2000, e, no término da sua gestão, tinha em seu currículo 28 mil pessoas assassinadas mediante desaparecimentos, execuções extrajudiciais e genocídios. De La Calle reforça a sua imagem de pleno conhecedor e adepto do Terrorismo de Estado.

Quem foram essas vítimas? Sindicalistas, dirigentes políticos de esquerda, líderes de bairros ou comunitários etc. Todos do povo. Tudo visando paralisar o protesto social e implementar a “abertura de nádegas”, perdão, “abertura econômica”, ou neoliberalismo, defendido por César Gaviria, seguindo as diretrizes do FMI e os bancos mundiais.

Mas De La Calle deixa escapar o que pensam os narcotraficante-para-oligarcas colombianos. Diz que "quando há um protesto sempre se pensa nas Farc, "se pensa em violência, se pensa em seqüestro"". 'Se pensa', 'se', 'se'. Por que De La Calle não fez melhor e disse 'pensamos, nós, os narcotraficante-para-oligarcas'? É porque quando ele diz 'se' o que realmente quer dizer é 'o que tememos, nós, os narcotraficante-para-oligarcas'.

Está muito claro que 'entre bombeiros não se pisam as mangueiras'. De La Calle, Gaviria e Uribhitler têm em comum milhares de mortos em suas costas, em suas consciências, se é que esses miseráveis as têm. Um desses mortos é precisamente a irmã de Gaviria, que por sua vez perdoou os amigos de Uribhitler que a executaram da mesma forma que perdoou Turbay Ayala, a execução de Diana Turbay pela polícia, segundo ele porque 'primeiro vem as instituições'. Talvez por isso o miserável vice-presidente do regime narcotraficante-paramilitar, Fachito Santos, reconhecido pela sua proposta de criar um Bloco Capital narcoparaco (que foi implantado e ainda 'funciona'), diz agora que o "Acordo Humanitário não tem razão de ser". Será que 10, 8, 5, X anos em poder da insurgência, quando eles foram capturados em combate, não seria uma 'razão de ser'?

O que estão demonstrando os miseráveis da narcotraficante-para-oligarquia é o terror que na verdade eles têm às FARC. Por todos os meios tratam de impedir a mobilização do povo - prisões, assassinatos, desaparecimentos, genocídios, expulsões -, e quando o povo finalmente se mobiliza tratam de semear a discórdia entre ele. Por isso temos certeza - e até Samper já admite - que as FARC dita com suas ações político-militares o ritmo da política adotada pelo regime narcotraficante-paramilitar.

Todas as vertentes do movimento popular colombiano concordam que na Colômbia é imprescindível a combinação real, efetiva, de todas as formas de luta de massas, sem desprezar nenhuma, porque essa é também a tática da narcotraficante-para-oligarquia. E quem pretender andar na contramão da história será deixado de lado. A novidade é que a narcotraficante-para-oligarquia colombiana nesse momento não está mais na iniciativa - há anos - e agora essa posição está nas mãos do povo, armado ou desarmado. Por isso devemos seguir fazendo 'la minga' para o propósito de construir um Novo Governo que erga uma Nova Colômbia. O povo sabe que quem luta com as armas nas mãos são os seus próprios filhos. Assim lhes estimam e respeitam, não importa a opinião de um miserável!

Notas:

[1] http://www.elespectador.com/noticias/politica/articulo93679-buena-parte-de-estabilidad-politica-se-le-debe-farc

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Existem marchas de marchas sim, a do dia 28

As marchas ou mobilizações, para serem verdadeiras, devem expressar os problemas fundamentais do povo, ou então não são marchas nem mobilizações, nem nada, apenas expressões do oportunismo político, manipulações para desviar a atenção dos verdadeiros problemas nacionais. Isto é o que pretendem com sua famosa marcha do dia 28 de novembro, convocada por Ingrid Betancourt e aplaudida pelo regime, cujo lema principal é “contra o seqüestro”, à qual se somaram alguns despistados.

ANNCOL

A oligarquia colombiana –sem nenhuma exceção- sentem um desprezo exacerbado pelas marchas e, em geral, pelas mobilizações coletivas, sobretudo quando estas expressam interesses sensíveis da coletividade.

A oligarquia, com seus diferentes aparatos pseudo-democráticos, institucionalizou a idéia de que a rua e o povo expressando-se nela são sinônimos de tumulto, desordem e subversão. Implicitamente, a idéia veiculada pelo regime é que o cenário natural para se discutir os problemas nacionais é o parlamento colombiano (senado/câmara). Todos sabemos do putrefato e fétido odor que exala desta instituição, permeada por toda a forma de delinqüência institucional, começando pela estatura de imoralidade que reina no próprio executivo; um regime do concerto para delinqüir. Há pouquíssimas exceções que confirmam a regra.

Diante dessa putrefação, a rua se impõe como um cenário natural de rebeldia e uma conquista primária de exercício democrático.

A marcha indígena, que é uma marcha gigante, pelo número de pessoas que participaram direta e indiretamente dela, e gigante moralmente, pois não esteve permeada por nenhum dinheiro escuso, gigante por sua dignidade e porque nos lembra que a solidariedade dos excluídos não se decreta, que é uma construção cotidiana da luta reivindicativa. A marcha indígena deu a volta ao mundo. Todas as agências internacionais, sem exceção, falaram dela em todas as línguas e idiomas. Ficará difícil para Uribe, e o regime em geral, seguir invisibilizando as comunidades indígenas em resistência. A minga é uma verdadeira marcha.

Do outro lado do mundo, na Tailândia, sua capital Bangcock está completamente sitiada pela resistência do povo tailandês, que se expressa contra a corrupção do regime. O povo notificou ao regime o dia e a hora que estariam nas ruas, e assim o fizeram, disciplinados, organizados (com seu próprio serviço de ordem, uma minga tailandesa) e dispostos a chegar até as últimas conseqüências. O povo tomou os lugares mais estratégicos da capital e ontem tomaram o aeroporto. Perante sua disposição de luta, o exército e a polícia oficial retrocedem impotentes. Esta é uma verdadeira mobilização popular, uma marcha triunfal do povo tailandês.

As marchas ou mobilizações, para serem verdadeiras, devem expressar os problemas fundamentais do povo, ou então não são marchas nem mobilizações, nem nada, apenas expressões do oportunismo político, manipulações para desviar a atenção dos verdadeiros problemas nacionais. Isto é o que pretendem com sua famosa marcha do dia 28 de novembro, convocada por Ingrid Betancourt e aplaudida pelo regime, cujo lema principal é “contra o seqüestro”, à qual se somaram alguns despistados.

Os meios de comunicação converteram Ingrid Betancourt em um símbolo-mártir da tragédia colombiana. Rodada após rodada em imprensa, Sarkozy e a oligarquia francesa têm chamado-a de a heroína da França atual, com a mesma estatura moral de Joana D´Arc. A Joana tropical, a mesma que proibiu os seus antigos “comitês Ingrid Betancourt” de utilizarem seu nome, pois pensa em criar uma Fundação internacional que lutará, não sabemos contra oque. Quer patentear seu nome para “fins de caridade”. Agora, a partir de seu círculo exclusivo de Paris, chamou aos colombianos para se mobilizarem contra o sequestro e não contra o intercâmbio humanitário, como deveria ser. Assistimos a uma operação cirúrgica de marketing político. A Joana D´Arc, made in Bogotá, quer medir seu poder de convocatória, o qual a permitirá avaliar se continua ou não na vida política nacional. É o que veremos.

Ninguém, nem mesmo o pior dos delinqüentes, aceitaria, de bom grado, ser privado da liberdade. Quem, senão a oligarquia colombiana, que com suas práticas corruptas, próprias da ação política, contribuem para a reprodução do regime paramilitar e mafioso que governo o país há décadas, deveria estar detida? Mas, como a justiça é para os da rua, a justiça poopular criadora inventa suas próprias formas.

Os que promovem o paramilitarismo, os corruptos, os lacaios, os que legislam em favor da banca internacional, os que com seu silêncio cúmplice das câmaras calam as barbaridades do fascista Uribe Vélez, os que apóiam a assinatura do TLC, os que praticam o nepotismo, os que violam a soberanoa dos países irmãos e outros criminosos, não são simples civis, como o carteiro da quadra ou o padeiro do bairro, como os meios de comunicação os apresentam. Não. São sujeitos políticos, são políticos de profissão, membros de uma institucionalidade corrompida que deixou o país órfão, como o vemos hoje. Os políticos do regime e os membros das Forças Armadas são prisioneiros de guerra, como também o são os insurgentes, hoje presos nas masmorras do regime.

À luz dos acontecimentos que rodeiam o conflito social, político e armado na Colômbia, e frente à magnitude do mesmo, chamar a uma mobilização somente contra “o seqüestro” não apenas é um ato de omissão voluntária das condições do próprio conflito, mas um simples ato de oportunismo político. Por isso não marcharemos no dia 28 de novembro. É uma marcha de marchas.


Marcharemos quando a marcha convoque a saída política para o conflito, quando convoque ao intercâmbio humanitário dos prisioneiros do conflito armado. Marcharemos quando nos convoquem a rechaçar os massacres de milhares de jovens que foram mortos pela “segurança democrática”. Marcharemos para fazer respeitar os direitos ancestrais das populações indígenas, contra o racismo e os direitos das populações afro-descendentes. Marcharemos pelos direitos das minorias, lésbicas e homossexuais. Marcharemos contra as privatizações da riqueza e a socialização das perdas do modelo neoliberal. Marcharemos para exgir a devolução do dinheiro que muitos pequenos agricultores perderam por conta das famosas pirâmides. Marcharemos por um salário digno para os milhares de trabalhadoras e trabalhadores que diariamente produzem a riqueza do país.

Marcharemos por uma Colômbia com justiça social, o resto é uma mentira ou simplesmente oportunismo político.

A notícia, em espanhol, encontra-se em Anncol.eu.

Associação que reúne familiares de reféns das FARC insiste em negociação

O coletivo ressaltou que seus familiares não esperaram tantos anos para que “terminem sendo assassinados em um resgate a sangue e fogo”, fazendo alusão à política do governo de Álvaro Uribe, que prefere a ofensiva militar que à negociação.

TeleSUR

A associação que reúne as famílias dos militares e policiais reféns das FARC, insistiu hoje novamente na urgência de que o Governo colombiano e esta guerrilha negociem um acordo humanitário para colocar em liberdade os detidos.

“Exigimos que as partes entendam que o diálogo e a negociação devem ser impostos como única alternativa que garanta a vida” dos prisioneiros, expressou o coletivo Asfamipaz, em uma declaração divulgada em Bogotá.

A Associação Colombiana de Membros da Força Pública Detidos e Libertados por Grupos Guerrilheiros (Asfamipaz) renovou sua postura em favor de uma saída consensual, durante um ato que aconteceu na Praça de Bolívar, de Bogotá.

O coletivo ressaltou que seus familiares não esperaram tantos anos para que “terminem sendo assassinados em um resgate a sangue e fogo”, fazendo alusão à política do governo de Álvaro Uribe, que prefere a ofensiva militar que à negociação.

A Grande coalizão convoca tarefas na luta contra o regime

por Pacocol

A Grande Coalizão Democrática, em sua reunião do dia 24 de novembro, resolveu colocar em prática um plano de luta para enfrentar a política oficial, que contempla, entre outros pontos, uma marcha no dia 10 de dezembro em Bogotá, da Praça de Toros até a Praça de Bolívar, para denunciar os atropelos do regime. Quinze organizações pertencentes à GCD resolveram não participar da marcha no dia 28 de novembro, convocada por Ingrid Betancourt. Entre elas, estão o Partido Comunista e o Movimento de Vítimas de Crimes do Estado – Movice.

CIRCULAR URGENTE

De: Coordenação Nacional
Para: Organizações Sindicais, Sociais e Políticas
Assunto: Conclusões e Orientações
Data: 24 de novembro de 2008-11-27

Recebam nossa fraternal e combativa saudação.

As organizações sociais, sindicais e políticas que integram a Grande Coalizão Democrática, reunidas no dia 24 de novembro na sede da CTC, concordamos que:

1- Ressaltar os ensinamentos políticos e de mobilização dados pelos companheiros indígenas em sua marcha e chegada a Bogotá, que conquistaram a solidariedade e o acompanhamento das organizações sociais, políticas e sindicais do país. Assumimos o compromisso de seguir construindo a Minga Indígena Nacional e Popular e também compartilharmos a necessidade de convocar para o primeiro trimestre de 2009, um Encontro Nacional de Organizações Sociais, que adote um programa político que, com a mobilização, ajude a conquistar um melhor bem-estar econômico, político e social para os trabalhadores e o povo.

2- Com relação à Jornada Nacional do dia 28 de novembro, que INGRID BETANCOURT convocou a partir do exterior, em consonância com o governo nacional e os meios de comunicação, que vêm fabricando a popularidade midiática do presidente da República; as organizações presentes (15) concordaram em não participar. A GCD respeita a autonomia das demais organizações sociais para que, democraticamente, decidam o que fazer neste dia.

3- Concordamos em convocar para o dia 15 de dezembro (segunda-feira), a partir das 9 da manhã e até as 5 da tarde, uma jornada de trabalho, onde participem todas as organizações sociais que compõem a GCS e outras que queiram participar, para avaliar o trabalho e a mobilização social deste ano e projetar o plano de trabalho para 2009, abordar a proposta de preparação da PARALISAÇÃO CÍVICO-NACIONAL em 2009.

4- Devemos acompanhar em todas as cidades e capitais, as convocatórias das três centrais sindicais e a CPC, dando apoio ao pedido de reajuste salarial que foi apresentado ao governo para 2009. Esta atividade ocorrerá nas sedes dos governos de todos os estados, no dia 01 de dezembro, a partir das 9 da manhã. Em Bogotá, convocamos a todos os trabalhadores e setores sociais às 13:00 em frente ao Ministério da Proteção Social.

5- Estamos convocando mais uma vez a que as organizações sociais enviem representantes aos atos políticos e culturais que serão realizados em Ciénaga (Magdalena), no dia 06 de dezembro, por conta da comemoração dos 80 do massacre das bananeiras. Em Bogotá será realizado um ato no dia 05 de dezembro às 17:00, no Parque Santander. Eventos similares devem acontecer em todo o país.

6- Para o dia 10 de dezembro, DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS, as organizações de direitos humanos e a GCD concordamos que sejam preparados e realizados em todo o país atos políticos, culturais e mobilizações, onde denunciemos os atropelos do regime contra os colombianos. Em Bogotá se convoca para as 10 horas da manhã, na Praça de Toros, para marchar até a Praça de Bolívar.

Finalmente, ressaltamos a forma disciplinada como as organizações sociais que fazem parte da GCD se esforçaram para cumprir com o plano de tarefas que aprovamos para este último semestre de 2008.

Fraternalmente,

COORDENAÇÃO NACIONAL GCD
TARSICIO MORA GODOY – Coordenador Nacional
GUILLERMO PORTOCARRERO – Fiscal CPC
TARSICIO RIVERA MUÑOZ – Executivo CUTLUIS ALBERTO VANEGAS – Direitos Humanos CUT

A notícia encontra-se em Pacocol.

O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO


Diretor da Aepet denuncia entreguismo da ANP


Paulo Metri (*) e Fernando Siqueira(**) avaliam que as afirmações de Haroldo Lima (***) estimulando a doação das reservas petrolíferas "por alguns trocados" é uma atitude de lesa-pátria.


Mário Augusto Jakobskind, do Rio de Janeiro (RJ);

Publicado no jornal BRASIL DE FATO


Ao marcar para o dia 18 de dezembro a 10ª Rodada de Licitação das Bacias de Petróleo e Gás, antes mesmo de a comissão criada pelo governo para decidir a questão tomar uma decisão, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, está colocando o carro na frente dos bois.


Este é o entendimento de Fernando Siqueira, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), que aproveita para cobrar explicação imediata sobre o motivo pelo qual a transnacional Halliburton está hoje mandando na ANP. O diretor da Aepet questiona a presença de Nelson Narciso, que trocou a direção da Halliburton em Angola pelo comando do Banco de Dados da ANP, subordinado à diretoria de Exploração e Produção, setor que define os blocos a serem leiloados. Narciso, segundo Siqueira, recebia na Halliburton de Angola um salário mensal de 100 mil dólares e veio ocupar o cargo na Petrobrás por R$ 8 mil. "Na verdade, este senhor é um lobista que favorece as transnacionais", afirma Siqueira.


Reflexos da crise financeira


Em audiência pública de detalhamento das áreas que serão ofertadas no leilão, que contou com a presença de cerca de 120 representantes da indústria do petróleo, inclusive de várias empresas transnacionais, o diretor-geral da ANP afirmou que a empresa que não entrar no próximo leilão estará perdendo. E descartou a possibilidade de a crise econômica internacional afastar investidores tanto da 10ª Rodada de Licitações, quanto do desenvolvimento das áreas já concedidas. Lima considera a crise financeira apenas conjuntural e que "não deverá atrapalhar o plano estratégico de empresas que programam seus investimentos pensando num futuro de dez anos".


Não é a opinião do engenheiro Paulo Metri, especialista em questões petrolíferas. Segundo ele, "a crise, certamente, vai afetar muito esta rodada. As empresas fazem cálculos de viabilidade para decidir se entram nos leilões. Nestes cálculos, elas levam em consideração, além de outros dados, o preço do barril e a demanda mundial de petróleo, ambos no médio prazo". Metri avalia que a ANP cumpre o papel entreguista, ordenado pelo capital internacional, que é o de transferir para as empresas estrangeiras áreas do território nacional, com eventuais acumulações de petróleo. "Infelizmente, a grande mídia controlada pelo capital, e o povo brasileiro bastante desinformado, não dão o respaldo político que o presidente Lula necessita para barrar o entreguismo que a 10ª rodada representa", lamenta.


As afirmações de Haroldo Lima na audiência pública, na prática, estão estimulando a doação das reservas petrolíferas "por alguns trocados", o que, no entender tanto de Paulo Metri como de Fernando Siqueira, é uma atitude lesa-pátria.


Segundo Metri, mais uma vez, a ANP deixa claro a quem ela está subordinada. "No passado, esta Agência dizia que havia necessidade das rodadas para garantir a auto-suficiência do país, argumento que não pode ser usado agora, com tanto petróleo tendo sido descoberto no pré-sal. Mesmo no passado, o argumento não era verdadeiro, porque o petróleo que fosse descoberto pelas empresas estrangeiras não seria destinado ao abastecimento do país, e a Lei nº 9.478 e os contratos de concessão não têm cláusulas para forçar este direcionamento", avalia Metri. E acrescenta: "Assim, a ANP cumpre o papel entreguista que lhe foi ordenado pelo capital internacional, que é o de transferir áreas do território nacional, com eventuais acumulações de petróleo, para as empresas estrangeiras."


Santander-Repsol


O presidente da Aepet, Fernando Siqueira, aproveita para denunciar também o fato de o responsável pelo Banco de Dados da Petrobrás, Nelson Narciso, fazer dobradinha com Nelson de Luca, presidente da Repsol e do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo). Segundo Siqueira, a ex-estatal espanhola Repsol se transformou numa transnacional ao ser comprada pelo grupo financeiro Santander, que é um braço da Scotland National Bank Corporation. "É assim que a referida empresa anglo- saxônica esconde a sua origem, usando a língua espanhola para atuar na América Latina".


O diretor da Aepet alerta também para uma grave contradição que deveria merecer a atenção do governo. Enquanto o artigo 21 da Constituição estabelece que a produção da exploração do petróleo compete à União, o lobby internacional petrolífero conseguiu implantar o artigo 26, que diz que quem produz o petróleo é o proprietário da riqueza. "Trata-se, segundo Siqueira, de uma herança maldita da gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso que contraria a Constituição e que deve ser imediatamente revogada".


No entender de Siqueira, o diretor- geral da ANP Haroldo Lima na prática se transformou de fato em um lobista que favorece as transnacionais ao defender a não alteração do marco regulatório do petróleo, o que abre um flanco prejudical principalmente ao controle da riqueza do pré-sal pelos brasileiros. Na opinião de Paulo Metri, só há uma forma de se evitar o furto das riquezas petrolíferas brasileiras por empresas transnacionais. "O povo precisa se organizar. Sem esta pressão, fica difícil o governo garantir que o Congresso, repleto de entreguistas, faça com que as riquezas das reservas do pré-sal permaneçam no Brasil", assinalou.


Notas da redação desta página: (*) Paulo Metri é Conselheiro do Clube de Engenharia (RJ);(**) Fernando Siqueira é Diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET);(***) Haroldo Lima, Diretor-Geral da ANP, é Vice-Presidente Nacional do PCdoB.

De tucanos e menganos


por Narciso Isa Conde/CCB República Dominicana

Os nove aviões Super-Tucanos, comprados no Brasil supostamente para combater o tráfico aéreo de drogas, significam um endividamento de 93 milhões de dólares e suculentas comissões para os que negociaram sua compra e aprovaram o contrato.
Os Tucanos podem perseguir os aviões de menor velocidade carregados com drogas, mas não os mais modernos e velozes – estes, aliás, são usados pelos cartéis mais organizados.

Mas o que interessa mesmo nesse espinhoso tema do negócio ilegal de drogas é que o problema não deve reduzir-se à capacidade de perseguir vôos ilegais e derrubar aviões. É ofensivo à nossa inteligência tratar a questão nesses termos depois de constatado e evidenciado o processo de conversão do Estado dominicano em um narco-Estado.

Nas condições atuais os nove "Super-Tucanos" não reduzirão o mínimo do tráfico ou do consumo de drogas no país, já que o acelerado crescimento desse setor não se deve tanto à incapacidade técnica do Estado dominicano em combatê-lo, mas ao fator humano altamente corrompido que ocupa os setores de vigilância. Também devem entrar nesse cômputo as facilitações de tráfego nos setores oficiais e todos os sistemas de controle externo e interno do país, filhos diretos da acumulação capitalista proporcionada por governos corruptos e corruptores.
Favorecido por tudo isso e pelos Tucanos, o tráfico de vários tipos de drogas continuará crescendo, pois o problema maior não é a falta de Tucanos, mas o excesso de beltranos aboletados nos aparatos e instâncias do poder estatal, os quais têm estreitos vínculos a banda mais apodrecida do setor privado. Ora, vai continuar crescendo, e muito!

Por ar, mar e terra. Pela fronteira terrestre e os aeroportos. Por todos os portos, costas, portas e janelas do país. Por todas as vielas e brechas da nação.


Com a cumplicidade de simpatizantes em todas as instituições civis e militares encarregadas de controlar a entrada e saída de pontos fronteiriços e estradas. Sim, Vai seguir crescendo formidavelmente!

Sem contar, aliás, as conexões obtidas em secretarias, no Congresso, no sistema de segurança aeroportuária, na aviação comercial, na Marinha de guerra, na Direção Nacional de Pesquisas, na Polícia Nacional, na Força Aérea, no Exército Nacional, no Poder Judiciário, entre empresários corruptos e líderes políticos pervertidos.

Aqui se trafica de tudo e por múltiplas vias, pela facilidade que o Estado e os governos carcomidos por processos infecciosos presenteiam aos narcotráfico; esses agentes estão cada vez mais colombianizados por perversos vínculos de cooperação com o regime narcotraficante-para-terrorista de Uribe.

Trafica-se drogas, mas também armas, mercadorias diversas, seres humanos, dólares lavados… Há até cobrança de tarifa para cada caso, por exemplo: por viajantes sem documentos cobra-se um pedágio migratório de 500 dólares por cabeça, aos pilotos recrutados cobra-se de 10 a 12% dos valores que traficam (sobretudo dólares, armas e pessoas); aos oficiais que ajudam ao tráfico por via marítima cobram 15% do valor das cargas… e assim por diante.


Em tais condições os Super-Tucanos poderiam até elevar a cotação do pedágio aéreo, mas não reduzir as cargas e operações ilegais. Tudo isso é negociável, e, na eventualidade de alguma falha, os que ficaram mais expostos são usados como bodes expiatórios, assim como os mais débeis na cadeia de comando.

No recente escândalo Paya-Baní, que teve a participação de vários oficiais da Marinha de Guerra, houve um "acerto de contas" resultando na morte de seis mafiosos. Foi quando se "descobriu" uma parte dos autores materiais… curiosamente, porém, não apareceram nem os mentores, nem a carga de drogas, nem os dólares da transação, nem os generais e os chefões.

A questão, portanto, não é comprar Tucanos, mas descobrir os beltranos e sicranos. O problema é que essas figuras têm posições estratégicas no aparelho de Estado, no governo, na economia privada, na partidocracia…

O presidente Leonel Fernández pode dizer com razão que é uma "vergonha" que oficiais da Marinha de Guerra tenham se associado a práticas tão vergonhosas e horrendas. Mas este seu senso de responsabilidade se cala em certas deliberações nefastas que possibilitam a continuidade dessa prática.
Eu recordo que, no seu primeiro mandato, fiz chegar a ele o livro "Confissões Amordaçadas". Então ele telefonou para minha casa, chamando-me, para dizer que tratava-se de um livro "temerário". E certamente o é, uma vez que nele há situações iguais e piores às que estão ocorrendo, inclusive com diversos autores.

Os generalitos multimilionários não fizeram fortuna com seus salários, nem com o suor de seu rosto, nem com sua "iniciativa empreendedora"; e os milhões que eles dão aos candidatos, com ou ou sem mandato, não são gratuitos: com eles compram cargos e impunidade para continuar multiplicando suas fortunas à vontade.

O mesmo se aplica aos políticos, funcionários civis e empresários inescrupulosos.

Ainda não se disse qual é a empresa da Zona Franca de Santiago que encomendou a carga de drogas do chamado Cartel-Quirino. Também não se averiguou o dinheiro lavado em edificações e negócios que crescem como espuma da noite para o dia, nem se passa a limpo o funcionamento de instituições financeiras com vocação para lavanderias.

O problema não se resolve com a compra de aviões Tucanos, mas enfrentando a situação detalhadamente, processando judicialmente a esses beltranos e sicranos. O problema é que os maiores delinqüentes praticamente dominam o Estado.

Então, o que fazer? Virar a mesa com o poder dos de baixo, substituir as instituições carcomidas e estabelecer uma democracia participativa e portadora de uma nova moral. Não há outra forma, meus amigos e amigas. Precisamos entender isso!Esse Estado apodreceu e é preciso substitui-lo. Se queremos soluções é preciso lutar por uma nova institucionalidade, uma nova democracia com participação e poder popular.
O artigo, em espanhol, encontra-se em ABP Notícias.

Nem a chuva, nem o fascismo, prevalecerão contra nós

por Sergio Gil/CCGM/ABP Venezuela

Vamos, bravo povo patriota, não nos deixemos prostrar perante os desígnios poderosos do clima. Esse povo nobre e heróico sabe muito bem enfrentar as calamidades, independentemente da sua forma e intensidade. Não importa as situações que se apresentarem desafiadoras, nós ali estaremos, irmanados, solidários, socorrendo os amigos, em suma, fazendo o que é justo.

São relevantes os eventos que se desenrolam nesse instante. Em poucas horas a grande maioria dos trabalhadores e os trabalhadoras explorados do povo venezuelano tomará a decisão de seguir assentando as bases que estamos construindo nesse momento histórico para o futuro da nossa pátria, a pátria que está cultivando os valores do ideário bolivariano, do antiimperialismo, da solidariedade, do internacionalismo entre os povos do mundo oprimidos e o socialismo. Neles há um fator que faz toda a diferença: o povo, sujeito transformador da sociedade, que precisa tomar as rédeas da direção coletiva para destruir as estruturas representativas e hierárquicas do patronato burguês e assim continuar abrindo espaço à nova estrutura do poder popular, do autogoverno comunitário. Esse é o direito que alcançamos nessas últimas batalhas firmadas na participação e protagonismo como forças organizadas e planejadoras dentro da realidade para a satisfação das suas próprias necessidades. Portanto, defendamos nossas armas - o controle social e o poder revogatório - para abater e destruir os velhos esquemas de corrupção, de infiltrações e do parasitismo nascidos sob a lógica desta sociedade capitalista.

Iniciemos as mudanças para criar um Estado que responda firmemente aos anseios do nosso povo humilhado e esquecido pelos lacaios da burguesia nacional pitiyanqui, subordinados aos falcões da Casa Branca, ao miserável imperialismo ianque e às demais potências imperialistas. Desenvolvamos o Estado socialista que necessitamos, que impulsione e acompanhe a definitiva independência nacional, que nos ajude a conduzir o fortalecimento do campo e da cidade, dos centros de produção tecnológica, industrial, econômica, social e cultural da Venezuela sustentável, soberana e independente, e ainda unida à coragem e resistência de nossos povos irmãos latino-americanos, do Caribe e do mundo que olhamos aqui do Sul: que nasça a Pátria Grande, na esperança de sobrevivência da espécie humana e do planeta.

Teríamos que repetir as palavras do Libertador, em um momento crítico no qual a pátria se viu envolvida pelos condicionamentos impostos pela natureza: “Se os elementos se opõem, lutaremos contra eles e faremos com que nos obedeçam, em outras palavras, se os terremotos, o frio, o fome, a chuva, as doenças e todos os demais obstáculos que possam lançar mão os elementos naturais, quando se interpuserem em nosso caminho lutaremos contra eles até sobrepujá-los, até dominá-los em nome da liberdade”.

Da mesma forma, também dizemos aos fascistas que não se equivoquem novamente com um povo que, na medida do processo revolucionário, diante das contradições da luta de classes, veio se polindo como se afia o gume da espada. Eles defendem sagaz e inteligentemente o que lhes pertencem nessa pátria: seu patriotismo, sua nobreza e princípios que não são compráveis por nenhum fascistóide buscam como nunca a liberdade, custe-nos a vida ou o que nos custe levantar, amanhã, as bandeiras do socialismo.

Venceremos!

O artigo (em espanhol) encontra-se em ABP Notícias.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O giro da França sobre a questão humanitária

De 180 graus. O interesse pela troca humanitária estava focalizado em Ingrid Betancourt. Livre, sua mídia ‘francófona’, mudam seus propósitos ‘humanitários’. Ignorar os esforços das Farc é um despropósito, diplomaticamente falando.

Anncol

É a leitura que qualquer um pode fazer sem muito esforço. É um verdadeiro balde de água fria para os que ainda se mantém em cativeiro.

Um ligeiro sabor a pressão indevida. “Enquanto mantenham estes seqüestrados seguirão na lista de organizações terroristas e nós, enquanto comunidade internacional, não podemos escutar a mensagem política que eles dizem que têm, enquanto tenham um comportamento de organização terrorista”, disse o embaixador francês em Bogotá, Jean Michel Marlaud, ao meio de comunicação empresarial Caracol, um dos organizadores da marcha de 28 de fevereiro.

Uma vez livre, sua mídia ‘francófona’, muda seus propósitos ‘humanitários’. O certo é que Ingrid e os outros detidos em poder das Farc ficaram livres graças à traição de ‘Cesar, o Gafas e Isaza’, segundo o publicado por esta organização insurgente, não quer dizer que o mesmo acontecerá com os 28 restantes.

Os que conhecem as Farc não duvidam em reconhecer sua firmeza política e ideológica, sua transparência e seriedade na hora de tomar decisões para fazer acordos duradouros. Uribe tentou chantagear as Farc com a ‘não-extradição’ de Simón Trinidad, mas nada disso se cumpriu.

Um país estrangeiro não pode reeditar a mesma linguagem e comportamento infame do presidente Uribe Vélez. “A única maneira de recuperar um espaço político é liberar os seqüestrados, todos os seqüestrados de maneira unilateral, sem condição, e tomar a decisão de não seqüestrar mais”, afirmou o embaixador.

Ignorar os esforços das Farc é um despropósito, diplomaticamente falando. Raúl Reyes, chanceller das Farc, em meio a gigantescos operativos militares, procurava sempre manter os contatos com os funcionários franceses para que mediassem no assunto do Intercâmbio de todos os prisioneiros. Mataram Reyes com um míssil made in USA e mantém Trinidad em confinamento em uma masmorra gringa.

Parece que Paris se esquece disso.

A notícia encontra-se em Anncol.eu.

Declínio e ruptura dos EUA

por Igor Panarin
Entrevistado pelo Izvestia

Um dos principais analistas políticos russos afirmou que a tempestade económica nos Estados Unidos confirma a sua visão de que o país caminha para o colapso e será desmembrado em partes separadas.

O professor Igor Panarin declarou numa entrevista publicada a 24 de Novembro pelo diário Izvestia: "O dólar não está assegurado por nada. A dívida externa do país tem crescido como uma avalanche, apesar de que no princípio dos anos 1980 não havia dívida. Em 1998, quando fiz a minha previsão, ela havida excedido os US$2 milhões de milhões (trillion). Agora há mais de US$11 milhões de milhões de dívida. Isto é uma pirâmide que só pode entrar em colapso".

O jornal afirma que as terríveis previsões de Panarin para a economia estado-unidense, feitas inicialmente numa conferência internacional na Austrália, há 10 anos atrás quando a sua economia parecia forte, ganharam mais credibilidade com os acontecimentos deste ano.

Ao ser perguntado quando a economia dos EUA entraria em colapso, Panarin disse: "Ela já está a entrar em colapso. Devido à crise financeira, três dos maiores e mais antigos cinco bancos da Wall Street já deixaram de existir, e dois mal estão a sobreviver. As suas perdas são as maiores da história. Agora o que assistiremos é uma mudança no sistema regulatório a uma escala financeira global. A América não será mais o regulador financeiro do mundo".

Quando lhe perguntaram quem substituiria os EUA na regulação dos mercados mundiais, respondeu: "Dois países poderiam assumir este papel: a China, com as suas vastas reservas, e a Rússia, que podia desempenhar o papel de um regulador na Eurásia".

Perguntado porque esperava que os EUA se desmembrassem em partes separadas, disse: "Por todo um conjunto de razões. Primeiramente, os problemas financeiros nos EUA ficarão piores. Milhões de cidadãos ali perderam as suas poupanças. Os preços e o desemprego estão em ascensão. A General Motors e a Ford estão à beira do colapso, e isto significa que todas as cidades ficarão sem empregos. Governadores já estão insistentemente a pedir dinheiro ao governo federal. A insatisfação está a crescer, e no momento isto está a ser sustido apenas por causa das eleições e da esperança de que Obama possa fazer milagres. Mas na Primavera já estará claro que não há milagres".

Ele também mencionou o "ajustamento político vulnerável", a "falta de leis nacionais unificadas" e "divisões entre a elite, as quais tornaram-se claras nestas condições de crise".

A sua previsão é que os EUA romper-se-ão em seis partes — a Costa do Pacífico, com a sua crescente população chinesa; o Sul, com os seus hispânicos; o Texas, onde movimentos pela independência estão em ascensão; a Costa do Atlântico, com a sua diferente e separada; cinco dos mais pobres estados centrais com suas grandes populações de nativos americanos; e os estados do norte, onde a influência do Canadá é forte.

Ele ainda sugeriu que "nós [russos] ainda podíamos reclamar o Alasca — ele foi cedido apenas em arrendamento (on lease), afinal de contas".

Quanto ao destino do US dólar, declarou: "Em 2006 foi efectuado um acordo secreto entre o Canadá, o México e os EUA sobre uma divisão comum, o Amero, como nova unidade monetária. Isto poderia assinalar preparativos para substituir o dólar. A centenas [de milhões] de notas de dólar que inundaram o mundo poderiam ser simplesmente congeladas. Sob o pretexto, digamos, de que terroristas estão a falsificá-las e de que precisariam ser verificadas".

Acerca da reacção da Rússia à sua visão do futuro, Panarin considerou que deve "Desenvolver o rublo como uma divisa regional. Criar um bolsa de petróleo em funcionamento pleno, a efectuar transacções em rublos... Devemos romper as cadeias que nos atam ao Titanic financeiro, o qual na minha opinião afundará em breve".

[*] Professor na Academia Diplomática do Ministério Russo dos Negócios Estrangeiros e autor de vários livros.

O artigo encontra-se em Resistir.info.

Não acredite no golpe publicitário

A minha primeira visita ao Texas foi em 1968, no quinto aniversário do assassínio em Dallas do presidente John F Kennedy. Guiei para sul, seguindo a linha de postes de telégrafo até à pequena cidade de Midlothian, onde conheci Penn Jones Jr, editor do Midlothian Mirror. Excepto o seu sotaque arrastado e as suas belas botas, tudo em Penn era a antítese do estereótipo texano. Depois de revelar os racistas da John Birch Society, a sua tipografia foi repetidamente atacada com bombas incendiárias. Semana após semana, ele penosamente reuniu provas que quase demoliram a versão oficial do assassinato de Kennedy.

Isto era jornalismo tal como existira até ter sido inventado o jornalismo empresarial – antes de terem sido montadas as primeiras escolas de jornalismo e difundir-se uma mitologia de neutralidade liberal à volta daqueles cujo "profissionalismo" e "objectividade" acarretam a obrigação de assegurar que as notícias e opiniões estão alinhadas com o consenso da elite, pouco importando a verdade. Jornalistas como Penn Jones, independentes do poder dominante, infatigáveis e com princípios, frequentemente reflectem as posições do americano comum, que só raramente são reflectidas pelos estereótipos promovidos pelos media corporativos nos dois lados do Atlântico.

Leiam American Dreams: Lost and Found , pelo magistral Studs Terkel, que morreu a 31 de Outubro, ou analisem as sondagens que infalivelmente atribuem visões esclarecidas a uma maioria que acredita que "o governo devia cuidar daqueles que não podem proteger-se a si próprios" e estão dispostos a pagar impostos mais altos para um serviço de saúde universal, que apoiam o desarmamento nuclear e que querem as suas tropas fora dos países de outros povos.

Regressando ao Texas, sou novamente surpreendido por gente muito distante do estereótipo do 'redneck' [1] , apesar do fardo da lavagem cerebral exercida sobre a maioria dos americanos desde tenra idade: de que a sua é a melhor sociedade do mundo, e que todos os meios são justificados, incluindo o derrame massivo de sangue, para manter essa superioridade.

Este é o significado implícito da "oratória" de Barack Obama. Diz ele que quer aumentar o poder militar dos EUA e ameaça desencadear uma nova guerra no Paquistão, matando ainda mais gente de pele escura. Isso também provocará lágrimas. Ao contrário do que se viu na noite das eleições, essas outras lágrimas não serão vistas em Chicago e em Londres. Não se trata de duvidarmos da sinceridade sentida pelas pessoas aquando da eleição de Obama, que ocorreu não por causa do entusiasmo transmitido nos noticiários a partir de 4 de Novembro ( e.g., "os liberais americanos sorriram e o mundo sorriu com eles"), mas pelas mesmas razões porque milhares de emails foram enviados para a Casa Branca e Congresso contra o salvamento (bailout) da Wall Street, quando este foi revelado, e porque a maioria dos americanos está farta de guerra.

Há dois anos, este voto anti-guerra instalou uma maioria dos Democratas no Congresso, apenas para ver estes entregarem mais dinheiro a George W. Bush para continuar o seu banho de sangue. Pessoalmente, o "anti-guerra" Obama votou para dar a Bush o que ele queria. Sim, a eleição de Obama é histórica, um símbolo de grande mudança para muitos. Mas é igualmente verdade que a elite americana tem-se tornado grande adepta de utilizar negros da classe média e empresarial. O corajoso Martin Luther King reconheceu-o quando estabeleceu um paralelo entre os direitos humanos dos negros americanos com os direitos humanos dos vietnamitas, que eram então massacrados por uma administração "liberal" dos democratas. E foi assassinado. Em contraste gritante, um jovem major negro que servia no Vietname, Colin Powell, foi usado para "investigar" e desfazer-se da roupa suja do infame massacre de My Lai. Como secretário de Estado de Bush, Powell foi frequentemente descrito como um "liberal" e considerado ideal para mentir às Nações Unidas acerca das não existentes armas de destruição maciça do Iraque. Condoleeza Rice, aclamada como uma bem sucedida mulher negra, tem trabalhado assiduamente na negação de justiça aos palestinos.

As duas primeiras nomeações de Obama representam a negação dos desejos dos seus apoiantes nos principais assuntos em que votaram. O vice-presidente eleito, Joe Biden, é um arrogante promotor da guerra e sionista. Rahm Emanuel, que será o todo-poderoso chefe de gabinete da Casa Branca, é um fervoroso "neoliberal", devoto da doutrina que levou ao presente colapso económico e ao empobrecimento de milhões. É ainda um sionista ("Israel-first") que serviu no exército israelense e que se opõe a qualquer justiça significativa para os palestinianos – uma injustiça que está na raiz do ódio que os povos muçulmanos nutrem pelos EUA e na desova do jihadismo.

Nenhum exame sério desta situação é permitido no histrionismo da Obama mania, assim como nenhum exame sério à traição da maioria dos negros sul-africanos foi permitido no "Mandela moment". Isto é particularmente marcante na Grã-Bretanha, onde o direito divino da América de "liderar" é importante para os interesses da elite britânica. The Observer, que apoiou a guerra de Bush no Iraque, propalando as provas fabricadas, anuncia agora que "A América restaurou a fé do Mundo nos seus ideais". Esses "ideais", que Obama jurará proteger, presidiram, desde 1945, à destruição de 50 governos, incluindo democracias, e 30 movimentos de libertação populares, provocando a morte a inúmeros homens, mulheres e crianças.

Nada disto foi sequer sussurrado durante a campanha eleitoral. Se isso tivesse sido permitido, poderia até ter havido o reconhecimento de que o liberalismo como ideologia estreita, supremamente arrogante e promotor de guerras está a destruir o liberalismo como uma realidade. Antes da promoção da guerra criminosa feita por Blair, essa ideologia foi negada por este e pelos seus media místicos. "Blair pode ser um farol para o Mundo," declarou o Guardian em 1997. "[Ele está] a transformar a liderança numa espécie de arte.".

Hoje, basta introduzir a palavra "Obama" em substituição. Como nos momentos históricos, há outro que não foi reportado e que está em curso há muito tempo – a viragem da democracia liberal na direcção de uma ditadura corporativa, gerida por pessoas cuja etnia é irrelevante, com os media a servirem de fachada produtora de clichés. "A verdadeira democracia", escreve Penn Jones Jr, o verdadeiro contador da história do Texas, "é atenção constante: não pensar da maneira que é suposto pensarmos, e manter os olhos abertos o tempo todo".


[*] Redneck: trabalhador braçal.
John Pilger é jornalista e produziu o documentário "The War on Democracy"
A notícia encontra-se em Resistir.info.

Caso Dantas: relações econômicas subjugam instituições jurídicas


por Gabriel Brito e Valéria Nader


Em meio às investigações dos diversos escândalos envolvendo Daniel Dantas e todo o aparato político-financeiro envolto em torno de sua figura, abriu-se fogo cruzado entre setores do poder favoráveis e contrários aos métodos de investigação utilizados pela Polícia Federal. O mesmo ocorreu a respeito da co-participação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nos trabalhos, dividindo a atenção de todos entre as duas querelas – a da própria investigação e a que se refere aos meios empregados nela.

Para tratar do assunto, o Correio da Cidadania conversou com a socióloga Maria Orlanda Pinassi, professora da UNESP de Araraquara, para quem o atual quadro pode ser considerado de crise institucional, dentro dos poderes e também entre eles. Em sua opinião, todo o caso envolvendo Dantas, e suas organizações, é ilustrativo da sociedade em que vivemos, na qual o crime cada vez mais busca meios de se sustentar dentro das esferas legais, moldadas para estarem a serviço de grupos econômicos e personalidades.

Pinassi crê que, acima de tudo, o que ocorre é um claro desvio de foco do verdadeiro problema, isto é, dos crimes cometidos pelos réus em questão. Fica evidente a falta que faz uma posição mais firme do governo em relação a temas decisivos, como a participação da Abin o e a defesa dos procedimentos investigativos, comuns em operações do calibre da Satiagraha.

Correio da Cidadania: Na época das prisões de Daniel Dantas, discutiu-se a possibilidade de a PF estar agindo com excessos em suas operações, utilizando algemas e expondo publicamente seus investigados. Agora vemos o delegado Protógenes e o juiz Fausto de Sanctis sofrerem pressões e acusações dentro da PF e por parte do Supremo. A que se deveria esse movimento para cima de quem investiga e julga? Não estamos diante de um desvio de focos?

Maria Orlanda Pinassi:
Sem dúvidas. Creio haver uma inversão total de papéis. O mocinho é criminalizado e o bandido inocentado. Coloco a questão desta forma, mas o problema é muito mais grave do que podemos supor. Parece-me que chegamos a tal ponto de incompetência, impotência e impossibilidade dos trâmites legais em resolver os graves desvios do capital que é preciso todo tipo de falcatrua para burlar o Estado, ao se chegar a este grau de clareza dos fatos, em que as provas mais que evidenciam a culpabilidade do Daniel Dantas e de toda a rede instalada em volta dele.

E imagino que seja um problema extremamente grave, envolvendo gente pesada, o que, aliás, tem aparecido. Quando começamos a puxar o fio, começam a aparecer inúmeras pessoas, conhecidas e públicas, com problemas gravíssimos envolvendo-as, e não na vida pública, mas na privada.

Vejo, portanto, uma inversão de valores, por sua vez decorrente da impossibilidade de o direito, dentro de suas formalidades, dar conta de tais questões.

CC: Quanto a esta rede de relações que Daniel Dantas teceu nos altos escalões do poder, poderíamos dizer que a ofensiva de seus advogados – entrando com numerosos pedidos de anulação de provas, afastamento dos profissionais que trabalhavam no caso etc. – é estratégia proveniente da confiança que têm em ver seu cliente se safar, vide que é sabida a intenção de seus defensores em levar os julgamentos para as instâncias mais altas?

MOP:
Certamente. E Dantas tem obtido bons resultados. É uma vitória em cima da outra, o sucesso que os advogados vêm tendo é inquestionável. Nas últimas tentativas até que não, pois não conseguiram afastar o juiz do caso, mas em todas as outras instâncias eles têm conseguido vitórias, inclusive com o aval da mídia, que está - não diria totalmente, mas parte significativa - em conluio com Dantas. E a mídia, quando não dá esse enfoque diretamente favorável, se coloca como imparcial, o que, neste caso, diante de uma culpabilidade tão clara, é um papel a ser desempenhado no jogo também.

A defesa sabe com quem está jogando, quais instituições estão em jogo, quem participa e decide por elas. Parece que está tudo nas mãos de Dantas mesmo. E quando não está, consegue-se um jeito de cooptar pessoas.

CC: No meio das investigações, criou-se um grande alvoroço quando se soube que a Abin também havia participado dos trabalhos, o que levou até mesmo ao afastamento do diretor da instituição, Paulo Lacerda. Agora, descobre-se que a lei de 1999 que criava o Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) daria margem legal a ações conjuntas entre PF e Abin. A que se deve a ocultação de informação tão importante enquanto se deflagrava tamanha crise intra-poderes?

MOP:
Eu penso que tais tentativas de questionar, o tempo todo, a forma como a operação foi deflagrada e desenvolvida são uma clara tentativa de desviar o foco do que realmente interessa. Ou seja, de todas as sujeiras levantadas, todos os processos que criminalizam essa figura do Dantas e toda a rede da qual ele faz parte. Trata-se de desviar a questão fundamental para o tema dos mecanismos utilizados, que me parecem até agora absolutamente legais, comuns e usuais em apurações e levantamentos de crimes cometidos por organizações do tipo da que está sendo investigada.

Enfim, é um desvio de atenção, extremamente complicado, creio, pois tudo que se colocou até hoje como mecanismos criados pelo Estado e suas instituições, a fim de levantar crimes cometidos contra o ele próprio e também contra o povo brasileiro, volta-se contra o Estado. Está havendo uma inversão e ela ocorre em cima da hora. Não precisa passar por votação no Congresso, sanção do presidente, nada disso. Se o Gilmar Mendes resolve mudar algo em cima da hora, muda. Se a Ellen Gracie resolve fazer o mesmo, também faz. Assim, começamos a desconfiar seriamente dos mecanismos nos quais sempre confiamos.

CC: A Polícia Federal, por sua vez, ao mesmo tempo em que é vista em operações que atingem criminosos do colarinho branco, é também vista em ações truculentas como, por exemplo, em comunidades indígenas, além de participar de processos de criminalização de movimentos sociais em alguns estados, como no Rio Grande do Sul. Valendo o mesmo para o Ministério Público, a que se deveria tal desalinhamento dentro da própria instituição?

MOP:
Essa é uma questão interessante. Dentro dessas instituições – PF e MP –, há um racha, uma divisão interna, podemos dizer, entre aqueles completamente comprometidos com as organizações criminosas, no sentido de serem o braço delas dentro das instituições legais, e aqueles que tentam fazer um trabalho sério. São esses primeiros personagens que estão tentando inocentar Daniel Dantas e companhia, e que também estão passando em cima dos movimentos sociais, estudantis e dos trabalhadores, como se pôde ver naqueles fatos ocorridos em Volta Redonda.

Porém, acredito que há uma parte dessas instituições que procura fazer um trabalho sério, tentando trazer ao público as ações mais importantes e rigorosas, o que a meu ver deveria ser a tônica de tais organismos.

De toda forma, diante do quadro absurdo que vivemos, não me parece ser essa a regra, mas sim uma minoria a que tenta fazer um trabalho decente dentro das instituições citadas.

CC: Como a senhora tem enxergado a postura do Executivo no atual momento, relativamente a todos esses acontecimentos?

MOP:
Tenho acompanhado com bastante preocupação essa postura, porque algumas autoridades do alto escalão governamental têm opiniões que oscilam muito. Em alguns momentos, é o caso do Tarso Genro, que às vezes acha que a operação foi bem feita, elogia, e, num momento seguinte, começa a questioná-la e a jogar água no moinho da defesa do Dantas.

A falta de uma postura firme diante dos fatos – o silêncio consente, como diz o ditado – e a vacilação do governo diante de tal quadro me preocupam muito. Não há a tomada de uma política clara diante de crimes de ramificação nacional – e não dá para vermos somente temas localizados; essa rede está embrenhada em todas as esferas brasileiras.

CC: Todo o exposto insinua um forte desalinhamento entre os poderes e mesmo internamente a eles. A senhora acredita que estamos vivendo uma crise institucional?

MOP:
Acredito que sim. Acho que a crise é institucional e está dividindo as pessoas que participam dela. A instituição precisa tomar um rumo mais claro, pois essa perspectiva universal do direito das instituições democráticas parece estar sofrendo golpes fortíssimos. Portanto, é necessário definir com um pouco mais de clareza qual o papel, de fato, de tais instituições.

É o caso deste tribunal popular recém-criado e que coloca o Estado brasileiro na berlinda. Não me parece ser uma questão somente brasileira. É claro que temos aqui especificidades bem fortes que levam à desfaçatez e à impunidade, mas creio que a crise das instituições democráticas se dá no mundo todo. Os EUA, a Meca do desenvolvimento capitalista mundial, são um dos países em que mais se violam os direitos dos indivíduos, ao hierarquizarem a qualidade destes.

No Brasil é a mesma coisa. Hierarquizam-se os indivíduos de modo que se saiba quais serão os favorecidos. E tudo passa, fundamentalmente, pela questão da classe. Não é pelo fato de ser negro, ou pelo fato de ser mulher etc., mas sim pelas causas específicas estarem fundadas na questão do trabalho, sobre os trabalhadores, empregados ou não. Esses estão sendo criminalizados e punidos, enquanto a burguesia – seja ela norte-americana ou brasileira – age de forma absolutamente criminosa.

Escrevi uma vez um artigo em que faço uma historicização do crime. Há 100 anos, o mundo do capital se dividia entre um mundo visível do capital e um submundo do crime. Hoje essa divisão não existe mais. Cada vez fica mais claro a todos que o capital visível está totalmente imiscuído com o do submundo. E acho que se trata de um processo. As organizações criminosas foram tomando cada vez mais a dianteira do processo de acumulação de capital. E é difícil para as instituições democráticas conseguirem dar conta das relações que o próprio capital foi criando.

CC: Ou seja, o próprio processo de acumulação de capital, pela maneira como se desenrola na contemporaneidade, agrava a crise das instituições.

MOP:
Exato. Um grave problema da contemporaneidade está na total impossibilidade de as instituições democrático-burguesas, constituídas ainda sob a vigência civilizatória do capital, acompanharem a sua atual fase de acumulação, forjada numa simbiose cada vez mais naturalizada da legalidade com o que até aqui era considerado o submundo do crime organizado.

Nesse sentido, se a tendência atual é acumular riqueza mediante práticas crescentemente escusas, criam-se os mecanismos necessários para legalizá-las. O procedimento, antigo na história do capitalismo, vem sendo largamente utilizado por algumas das mais altas autoridades do país a fim de "adaptar" as leis e "higienizar" o que há de mais "avançado" em termos de realização do capital: desemprego estrutural, subtração de direitos trabalhistas, trabalho escravo, monocultura, destruição ambiental, avanço do capital transnacional no país, da nossa tradicional "vocação agrícola", criminalização dos movimentos sociais etc.

Pensando nisso, observamos que nunca antes na história foi tão transparente e atual o sentido das palavras de Marx, que, na 'Crítica ao Programa de Gotha', fazem o seguinte questionamento: "Acaso as relações econômicas são reguladas pelo conceito jurídico? Ao contrário, são as relações jurídicas que surgem das relações econômicas".

Gabriel Brito é jornalista; Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania.

A entrevista encontra-se em Correio da Cidadania.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

ONU adverte a Colômbia que os “Direitos Humanos não se negociam”

Telesur

A ONU advertiu o Governo da Colômbia que “os Direitos Humanos não se negociam” e exigiu que se modifique um projeto de lei de reparação às vítimas do conflito, que possui diversos “vácuos” em relação aos padrões internacionais.

Em uma entrevista que o jornal El Tiempo publicou esse sábado, o coordenador residente das Nações Unidas na Colômbia, Bruno Moro, disse que “lamentavelmente” há situações nas quais os agentes do Estado têm causado vítimas e, portanto, deve-se também buscar reparação a essas vítimas.

“O fato é que os Direitos Humanos não são negociáveis. Neste caso é como negociar a mudança de uma legislação internacional. Não se negocia”, advertiu o funcionário do organismo internacional.

O coordenador residente da ONU na Colômbia ainda afirmou que existem diversos vazios na proposta de reparação às vítimas, no que diz respeito aos padrões internacionais.

A notícia encontra-se em Anncol.eu.

Ganhamos, mas...

por ABP Venezuela

Em uma votação sem precedentes na história eleitoral regional venezuelana, o Partido Socialista Único da Venezuela PSUV, obteve cerca de 6 milhões de votos, 17 de 23 governos. Três estados foram recuperados. Não obstante, foram perdidos dois dos estados mais importantes, Tachira e Zulia, ambas, regiões fronteiriças com a Colômbia, perdendo-se também o Distrito Capital.

Rodrigo González, da Coordenadoria Continental Bolivariana na Venezuela, disse à ABP que, apesar do partido da revolução ter perdido em estados estratégicos da geografia venezuelana, a participação do povo venezuelano é reflexo de uma democracia que avança em razão de seu encaminhamento rumo ao Socialismo.

“Tal como afirma nosso comandante, assegura González, o triunfo do PSUV implica na consolidação do processo e faz calar a boca de todos os que ainda dizem que na Venezuela há uma ditadura”.

Apesar disso, González chama a seus compatriotas para continuar com a implementação dos três R´s (revisão, retificação e reimpulso) propugnados pelo Comandante Chávez na época do referendo. Para o membro da CCB, “o que aconteceu em Caracas e na Prefeitura de Sucre é o resultado não do posicionamento da oposição, mas da insatisfação produzida por uma administração regular. A consciência militante constitui também um processo, que inclui necessariamente o compromisso inalienável dos dirigentes do partido”.

Sobre a derrota em Tachira e Zulia, González afirma: “esses estados não são pouca coisa, sobretudo porque estão na fronteira com o aliado mais fiel do imperialismo norte-americano, Colômbia. Ali teremos que redobrar os esforços, para que a oposição, que é inimiga das causas populares, ainda que finja defender a democracia, não abra as portas do nosso país a uma conspiração internacional contra nossa soberania”. “Temos que redobrar os esforços em matéria de informação e educação para que a totalidade de nosso povo identifique quem é quem e tome parte no processo”.

“Devemos continuar no caminho da construção de meios de informação verossímeis e de caráter popular, no fortalecimento das Missões educativas, missão Sucre é fundamental!; apesar de termos avançado bastante, é necessário apertar o passo, dada a crise do capitalismo. Os socialistas temos a responsabilidade de demonstrar que o Socialismo é A Alternativa a um sistema que chegou à exclusão de milhões de seres humanos e a destruição de nosso planeta”.

Veja os Resultados Eleitorais.

O artigo encontra-se em ABP Notícias.

As Farc não respondem militarmente ao Exército equatoriano

Em vida, Raúl Reyes respondeu uma entrevista da ANNCOL sobre as fronteiras. Cobra atualidade em relação às últimas declarações do bolivariano presidente do Equador, Rafael Correa: “Senhores das FARC, chega de brincar com fogo”, porque “Equador saberá responder” perante qualquer ação que afete o país ou os equatorianos, disse Correa.

Raúl Reyes afirmou, em entrevista concedida à jornalista da Anncol, Allende La Paz, as intenções de Bush em invadir a Venezuela: “As FARC-EP condenarão com energia e oferecerão sua solidariedade incondicional...”

O guerrilheiro assassinado qualificou Uribe Vélez como “um perigoso escudeiro da política yankee na região sul do nosso continente”. As Farc não se sentem órfãs no plano internacional, “cada expressão de solidariedade internacionalista nos servem de estímulo”, aponta em referência à estréia do documentário “Guerrillera Girl”, estreada recentemente na Suécia.

[Allende La Paz/ANNCOL]

1. Comandante Raúl Reyes: Segundo a publicação do El Tiempo, que reproduz declarações do general Gonzalo Meza, no sentido de que membros das Farc enfrentaram o exército equatoriano e foram desalojados da zona de Santa Rosa dos Cofanes, em Sucumbios, na fronteira Colombo-equatoriana. Que informação as Farc podem dar a respeito?

As unidades guerrilheiras das FARC-EP em nenhum momento responderam militarmente ao exército equatoriano. O que existe sim são fortes pressões de Uribe sobre o Presidente Palacio, com a clara intenção de obrigar o Equador a participar do conflito interno colombiano, com o qual os irmãos equatorianos são muito alheios e muito respeitosos. Ao invés disso, é sabido que o exército colombiano, por diversas vezes, premeditadamente violou a soberania dos equatorianos, com a desculpa de combater nossos homens.

2. A guerrilha das FARC realiza operações militares nos países fronteiriços com a Colômbia?

Em nome do Secretariado das FARC-EP, ratifico mais uma vez nossa política de abster-nos de realizar operações militares em território dos países vizinhos e irmãos da Colômbia, respeitamos suas autoridades e cumprimos com o princípio de livre auto-determinação dos povos, ao mesmo tempo em que agradecemos sua reciprocidade e compreensão pelos desmandos involuntários que se possam apresentar ocasionalmente, durante o calor do conflito interno colombiano.

3. Ou seja, as Farc continuam levando em consideração a sua” Política de Fronteiras”?

A política de Fronteiras das FARC-EP tem sido cumprida e será cumprida cabalmente como prática revolucionária coerente com os princípios de organização do povo, no propósito de fazer das fronteiras verdadeiros antros de paz, irmandade e fraternidade com todos os vizinhos da Colômbia.

4. O que pretendem então os meios de comunicação burgueses, ao propagandear esse tipo de coisa?

Os grandes meios de comunicação na Colômbia são caixa de ressonância da chamada política de Segurança Democrática de Uribe, que não passa da guerra total, com a pretensão de assegurar sua reeleição presidencial, em benefício das minorias que usufruem do dinheiro e do poder estatal.

5. Isso mostra um certo desespero, por parte do generalato e do presidente Álvaro Uribe , porque as FARC vêm destruindo seus planos militares?

Inegavelmente, pelo fato de estarmos próximos das eleições do dia 7 de agosto, data em que Uribe deve entregar a presidência ao seu sucessor, cresce o desespero no presidente e em seus generais, pela evidente ausência de resultados nos combates contra as guerrilhas das FARC.

6. No âmbito político, significa o desespero do candidato-presidente pelo fato das ações político-militares das FARC desbaratarem seus propósitos reeleicionistas?

O desespero do governo é total, por conta dos resultados adversos, em seu incumprido compromisso com os que o fizeram presidente, quando se comprometeu com eles a acabar ou debilitar a guerrilha das FARC, para logo forçá-la a aceitar seus indignos propósitos. Ignorando que nossa luta política é justa e, por isso, apoiada e acompanhada pela maioria da população pobre e progressista de nossa pátria.

7. As FARC têm reiterado sua proposta de um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, contida na Plataforma dos 10 pontos? Esta proposta vai mais além das próximas eleições?

Nossa proposta de formar um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, contida na Plataforma dos 10 pontos, vai muito além das eleições, pois trata-se de uma autêntica proposta de paz com justiça social, com respeito por nossa soberania nacional, onde este governo seja garantia principal desta empresa das maiorias, dos despossuídos, explorados, humilhados e agredidos pelo atual governo fascista de Álvaro Uribe Vélez.

8. Qual é o papel dos Estados Unidos ao apoiar um candidato a presidente com inocultáveis ligações com a máfia do narcotráfico e o paramilitarismo? É Uribe a ponta-de-lança do império estadunidense contra a Revolução Bolivariana e contra os processos democrático-revolucionários em outros países latino-americanos?

Os governantes dos Estados Unidos não têm amigos, mas interesses de classe. Nesse sentido, eles apóiam presidente narco-paramilitares da laia de Uribe Vélez, a quem também utilizam como ponta-de-lança contra os processos progressistas, revolucionários e bolivarianos, como o processo revolucionário venezuelano. Uribe é um perigoso escudeiro da política yankee na região sul de nosso continente.

9. No caso de uma invasão da Colômbia à Venezuela, que papel teriam as Farc? Qual seria sua posição a respeito?

No caso de uma invasão dos falcões da guerra dos Estados Unidos, a partir da Colômbia, ao povo irmão venezuelano, as FARC-EP condenariam com energia e ofereceriam sua solidariedade incondicional al processo bolivariano da pátria que viu nascer o nosso Libertador. Em Bolívar nos encontramos todos.

10. Acaba de ser realizada, na Suécia, a estréia do documentário “Guerrillera Girl”, com muito êxito. O que significa para as Farc esse documentário e a venda das camisetas com o logotipo das Farc e a figura do comandante Jacobo Arenas, por parte da marca Fighters & Lovers? Significa que a solidariedade internacionalista dos povos está rompendo o cerco do império às FARC?

Isso tudo significa, primeiramente, que as FARC-EP não estamos sozinhas na luta política pela Nova Colômbia. Cada uma das expressões de solidariedade internacionalista dos povos e suas organizações, por menores que pareçam, nos servem de estímulo e comprometem mais a redobrar os esforços da luta pela conquista do poder político em benefício de todo o povo colombiano.

O artigo encontra-se em Anncol.eu.

As Farc não dão conta de tudo

Se chove, é culpa das Farc. Se os vulcões entram em erupção, é culpa das Farc. Se as pirâmides caem, são as Farc. Disso já sabemos.

ANNCOL

A novidade é que Ingrid está agora criando sua fundação sem seus planejadores em todo o mundo. “Esta fundação não é a continuação dos comitês. É outra coisa. Ingrid explicou que queria colaborar com os comitês de apoio e as associações que estejam dispostas a trabalhar juntos, mas nos pediu que não incluíssemos mais seu nome”, disse Armand Burguet, presidente da FICIB a jornalistas internacionais em nota publicada no meio empresarial Caracol.


Algo raro está se cozinhando. Quando se trata de business. “A fundação nos explicou que lançará em dezembro os seus projetos, mas nos pediu que fôssemos discretos”, disse Burguet.

O artigo encontra-se em Anncol.eu.

Mais uma vez, setores das Farc desmentem o governo de Uribe

A guerra não se ganha nos editoriais nem nos ‘conselhos comunais’. Os acontecimentos falam por si só. As baixas estão aí, vivas nas mentes dos que estão mais próximos, que não devem ter sido entrevistados pela Credencial.

ANNCOL

A revista Credencial divulgou uma pesquisa em que afirma que a FF.MM tem ganhado a confrontação com a guerrilha, dirigida hoje por Alfonso Cano. Na última pergunta da pesquisa de opinião, a revista Credencial afirma que os resultados ‘aprovam’ em 93% dos casos o ‘avanço vitorioso da FF.MM’.

Apesar da censura governamental para impedir que a comunidade nacional e internacional acompanhe o desenvolvimento das violentas ações militares em todo o país, os mortos, os mutilados e os extraviados na selva ultrapassam, e muito, os números impostos pela Casa de Nariño.

O grave é que a maioria dos meios falados, escritos e televisivos adotaram essa visão, sem nenhuma ética jornalística, intoxicando com suas falácias um público que paga para conhecer o que acontece na Colômbia e no mundo.

Irresponsavelmente, arrastam a Colômbia em uma guerra de imprevisíveis conseqüências, enfeitada com ‘vitórias virtuais’, sustentadas fundamentalmente em execuções extra-judiciais.

Os acontecimentos falam por si só. As baixas estão aí, vivas nas mentes dos que estão mais próximos, que não devem ter sido entrevistados pela Credencial.

O artigo encontra-se em Anncol.eu.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Farc: forças do regime sofreram 489 baixas

Nos meses de agosto, setembro e outubro de 2008. Na região sul-oriental do país ocorreram 107 ataques de células guerrilheiras contra várias unidades militares e outros 27 combates consideráveis em outros pontos. Os dados são parcialmente oficiais e tornaram-se conhecidos da ANNCOL há pouco tempo.


Setor de guerra do Bloco Oriental, regimentos 17 e 25 do Comando Central e Coluna Teófilo Forero das FARC-EP

A queda de 27 oficiais e suboficiais do Exército, seguida pela renúncia do Comandante desta força, Geral Mario Montoya Uribe, sob o peso de evidências que envolvem o Exército colombiano no desaparecimento e assassinato de jovens humildes; com o propósito exclusivo de apresentá-los como “saldos positivos” no desenvolvimento das operações de combate contra a insurgência, traz à luz a macabra face da política de “segurança democrática” do presidente Uribe: sustentar, com cadáveres de inocentes, as estatísticas sobre as quais se mantém as ações militares e os relatórios oficialescos que dão conta de “vitórias” obtidas nos campos de batalha.

Mas a realidade da guerra de guerrilhas celulares, em curso hoje na zona rural colombiana, é muito diferente da que é apresentada nesses relatórios oficiais divulgados nos meios de desinformação que pertencem às classes dominantes desse país. Isso é o que se pode concluir dos resultados reais dos confrontos nos meses de agosto, setembro e outubro de 2008, em que pese só termos obtido acesso aos relatórios de um segmento dos regimentos e unidades celulares do Bloco Oriental, regimentos 17 e 25 do Comando central e da coluna Teófilo Forero do Bloco Sul das FARC-EP.

No transcurso desses três meses, em apenas uma pequena parte sul-oriental do país, registrou-se 107 ataques dos Comandos guerrilheiros contra unidades militares, mais 27 combates consideráveis em outros locais. No mesmo lapso de tempo ocorreram 16 choques ou combates entre as tropas da burguesia narcotraficante-paramilitar e as guerrilhas revolucionárias, com 7 emboscadas e 1 assalto realizados por parte dos insurgentes; neles, as tropas oficiais caíram em 249 minas e 21 campos minados.

O resultado das ações insurgentes não poderia ser mais eloqüente: 131 mortos e 358 feridos, isto é, um total de 489 baixas nas forças do regime, enquanto as nossas baixas chegaram a 36, somando 15 mortos, 15 feridos, 1 guerrilheiro desaparecido, 5 prisioneiros e 1 guerrilheiro que se entregou ao inimigo em combate.

No desenvolvimento das operações foram derrubados 2 helicópteros e outros 6 foram atingidos, da mesma forma que 1 pequeno avião e 2 pirañas. Outras 5 torres de energia foram destruídas, dinamitou-se um oleoduto e foram realizadas mais de 20 ações de sabotagem contra empresas que se negaram a cancelar o imposto da Lei 002 nas cidades de Bogotá, Neiva, Girardot e nos povoados de Garzón Huila, Cáqueza e Ubaque na Cundinamarca. Em um dos explosivos ativados perto de 3 soldados, morreram 7 civis a serviço do governo em seu plano de eliminação seletiva.

A ação militar informou-nos da existência de 4 fuzis, 500 projéteis calibre 2,23 e 1 granada de mão recuperados; nessas mesmas ações perdemos 5 fuzis e uma pistola.

A seguir, o detalhamento das ações realizadas.


DIÁRIO DE GUERRA - BLOCO ORIENTAL - FARC-EP

Frente 7. Em 19 de outubro, às 5 horas, milícias bolivarianas lançaram duas granadas na patrulha do Exército na vereda Momposina. Resultados (R): 4 soldados mortos, 11 feridos.

Frente 55. Atingiu o Exército em duas oportunidades na Vereda La Libertad. Resultados Desconhecidos (SDR). Próprios em Novidade (PSN).

Companhia Juan José Rondón. Em 19 de setembro combateu nas cabeceiras do rio Negro por 40 minutos. SDR/PSN. Em 13 de outubro, às 14h30, ativou vários campos minados. Um helicóptero chegou a apanhar feridos. O 26º combateu o Exército no Rio Negro por 10 minutos. SDR/PSN.

Frente Reynaldo Cuellar. Em 1º de setembro combateu na vereda Tortuga por 10 minutos. SDR/PSN. Em 18 de setembro entrou em choque com o Exército na vereda Pollo Gordo. SDR. Baixas: 1 ferido e 1 desaparecido. Em 23 de setembro entrou novamente em choque com o Exército na vereda La Tigrera. SDR. Baixa: 1 ferido. Em 10 de outubro combateu em Cristalina. SDR/PSN. No dia 15 de outubro combateu em S. Miguel. SDR/ PSN.

Frente Vladimir Esteven. Em 10 de setembro o Comando caiu em uma emboscada e combateu por 15 minutos. R: 2 soldados feridos. PSN. Em 10 de setembro, às 13h30, combateu na vereda Oasis por 20 minutos. R 1 soldado morto. Em 4 de outubro combateu na Y de La Macarena. SDR/ PSN. No dia 17 de outubro, às 9h25, combateu no Alto Cachicamo. R: 1 soldado morto, 3 feridos.

Frente Yarí. Em 1º setembro combateu na Vereda La Sierra por 40 minutos. R: 1 soldado morto. PSN. Em 6 de setembro o Exército ativou uma mina. R: 2 soldados mortos, 1 ferido. Em 8 de setembro o Exército chegou a La Argentina e combateu por 20 minutos. SDR/ PSN. Em 21 de setembro combateu em El Recreo por 20 minutos. R: 2 soldados e 1 tenente feridos. Em 22 de setembro houve combate na vereda La Chivera por 20 minutos. SDR/PSN. Em 26 de setembro um franco-atirador atingiu um soldado em Yarí. Em 10 de outubro combateu por 40 minutos em Yarí e constatou-se a presença de um helicóptero. PSN. Em 12 de outubro combateu em La Sombra por 11 minutos. SDN/PSN. Em 20 de outubro, às 9h20, combateu em Morrocoy. SDN/ PSN. Em 19 de outubro combateu em Puente Viuda por 30 minutos. R: 1 soldado morto, 1 ferido. Em 19 de outubro combateu em La Sombra por 10 minutos. R: 1 soldado morto, 1 ferido. PSN.

Frente 22. Em 20 de setembro combateu nas proximidades de Caño Curramba por 20 Minutos. SDR/ PSN. Em 23 de setembro combateu perto de Caño Canoas por 10 minutos. SDR/PSN. Em 2 de outubro combateu nas imediações de Caño Yarumales. SDR/PSN. Em 11 de outubro combateu em torno de Caño Curramba. R: 1 soldado morto, 1 ferido. PSN. Em 14 de outubro o Exército caiu em 4 minas. Em 17 de outubro o Exército caiu em um campo minado nas proximidades de Caño Yarumales.

Frente 52. Em 25 Outubro combateu com o Exército entre Río Guayabero e Caño Yamú por 15 minutos. SDR/ PSN.

Frente 1. Em 5 de outubro, às 8h30, combateu na vereda La Argelia, setor de Calamar, por 20 minutos. R: 1 soldado morto. PSN. Em 9 de outubro, às 12 horas e às 12h30, combateu em três ocasiões em Casa Roja e Villa Ofelia, setor de Miraflores, por 5 e 10 minutos. R: 9 soldados mortos, 4 feridos. Em 12 de outubro, às 14h30, combateu com a polícia em Carurú e com o Exército diante do povo por 15 minutos. SDR/PSN. Em 13 de outubro, às 14h30, combateu em La Argelia, setor de Calamar, por 20 minutos. SDR/PSN. Em 15 de outubro, às 13 horas, 13h30, 13h40 e 14h20 combateu a polícia de Miraflores em quatro flancos: 3 garitas y tanque de la emisora No mesmo instante travava combate com o Exército nos arredores de Carranguero. R: 5 soldados e 3 policiais mortos. PSN.

Frente 55. Em 23 de outubro combateu com o Exército por 20 minutos. SDR/PSN.

Frente 10. Em 16 de setembro foi dinamitado o tubo Sinaí. Em 22 de setembro, às 15 horas, combateu na V. Loureiros Dos Y caño Azul por 25 minutos. R: 4 soldados feridos. Em 17 de outubro, às 7 horas, um franco-atirador eliminou um soldado entre La Conquista e Manancial. Em 21 de outubro, às 13h40, emboscou uma patrulha na vereda El Mirador, município de Tame. R: 2 soldados mortos, 3 feridos.

Frente 38. Em 10 de outubro combateu o Exército por 30 minutos na vereda Tobaca de Fortul. SDR. Um ferido sem gravidade.

Frente Antonio Nariño. Realizaram ações de sabotagem às seguintes empresas por estas não cancelarem o imposto da lei 002: Disprocarnes, armazéns do Carrefour em Bogotá e Girardot, Bus Panamericanos, Transpensilvania, Transoriente, Grand Geophysica, Eléctricos H.H., Plásticos de La Sabana, Eléctricos Bogotá, Eléctricos Men, Eléctricos Amperios, Eléctricos Empresarial, Flexo-Spring, Plax Boxer.

- 5 Torres de energia foram inutilizadas em Flandres (Tolima);
-
- 2 policiais foram eliminados em Bogotá;
-
- 6 militares caíram em minas na área rural de
- Cundinamarca;
-
- Combate em São Bernardo, Cundinamarca;
-
- SDR;
-
- Baixas próprias: 1 guerrilheira morta.

Frente 45. Em outubro uma guerrilha mista das frentes 45 e 38 combateram na vereda Sitaca (Fortul) por 30 minutos. SDR. Baixas próprias: 1 ferido sem gravidade.

Companhia Ismael Ayala. Em 21 de outubro, às 05h20, emboscou o Comando do Exército na Totumita de Baraya. SDR.

Frentes 51 e 25. Em setembro: o Exército caiu em 15 minas em Cabrera, Páramo de Los Osos, Peñas Blancas e La Herramienta. Foram realizados dois combates em El Venado e Las Cuevas, de 20 minutos cada. SDR/PSN. Ocorreu combate corpo-a-corpo em Lagunitas de San Juan de Sumapaz. R: 2 soldados mortos, 2 fuzis recuperados. Ocorreu um ataque surpresa em Cabrera, Cundinamarca. R: 4 mortos, 3 feridos. Baixas próprias: 1 morto, 1 capturado. Foram realizadas sabotagens por não pagar o imposto da Lei 002 às seguintes empresas: Termaco, Transoriente, e em Bogotá, Cáqueza e Ubaque.

Frentes 55 E 17. O Exército ativou 11 minas entre San Pedro, Dorado, La Linea. O Exército ativou 2 minas entre San Pedro, Quebradón, La Línea. O Exército ativou 3 minas entre La Línea e Caño Hospital Alto. Ocorreram 4 combates em San Pedro, Dorado, La Línea. Ocorreu um combate em Filo Papamene. Ocorreram dois combates em La Libertad. SDR/PSN. Em 8 de agosto ativou-se um explosivo contra um helicóptero. R: um coronel morto, o helicóptero foi avariado.

Frente 7. Em 8 de setembro, às 5h30, um Comando combateu na Vereda Caupal de San José por 20 minutos. R: 1 cabo morto, 3 soldados feridos. PSN. Em 9 de outubro, às 15h30, combateu por 15 minutos na vereda El Chiguiro de San José. R: 2 soldados feridos. PSN. Em 24 de outubro, às 12 horas, combateu na vereda Tortuga. R: 1 soldado morto.

Frente 16. Em 1º de agosto combateu com pirañas por meia hora. R: 2 mortos, vários feridos. Baixas próprias: 1 ferido capturado, 1 fuzil perdido.

Frente Urías Rondón. Em 10 de agosto combateu o Exército em Manantial. R: 5 mortos, 3 feridos. Em 22 de agosto combateu o Exército em Puente Santo Domingo. R: 5 mortos, 3 feridos. Material recuperado: 1 peixeira, 500 unidades de munição calibre 2.23, uma granada de mão. Em 5 de setembro combateu o Exército no caño Santo Domingo. R: 1 morto, 1 ferido. Em 3 de outubro combateu uma frota de helicópteros na vereda La Ilusión. R: 1 Helicóptero avariado. Em 15 de Outubro combateu uma frota de helicópteros na vereda Manantial. R: 1 Helicóptero avariado. Em 30 de setembro combateu uma frota de helicópteros. SDR.

Frente 42. Em 18 de agosto combateu o Exército em Filo Amador, vereda Bocas del Sansa, às 7h30. R: 1 morto. PSN. Em 18 de agosto combateu o Exército em Morro Belo, às 9 horas, durante 10 minutos. SDR/PSN. Em 21 de setembro um Comando em missão de reconhecimento travou batalha com o Exército às 9 horas durante 5 minutos em Filo Marimba, vereda La Argentina. SDR. Baixas próprias: 1 Ferido

Frente 26. Em 8 de agosto, em La Esmeralda, um destacamento chocou-se com o Exército. 1 guerrilheiro morto. Em 12 de agosto o Exército caiu em 1 mina em La Esmeralda. R: 1 ferido. Em 9 de agosto o Exército caiu em 2 minas no lugarejo de La Piedra. R: 2 feridos. Em 10 de setembro travou combate com o Exército em La Pedra. R: 1 morto, 2 feridos. Em 16 de setembro o Exército caiu em 1 mina. R: 1 Ferido. No dia 14 de outubro o Exército caiu em 1 mina no lugarejo de El Lago. R: 1 Sargento ferido.

Companhia Octavio Suarez. Em 26 de outubro, às 16h30, o Exército ativou uma mina. Às 17h20 houve combate por 20 minutos, às 17h40 ativou-se outro campo minado. Em 27 de outubro a companhia combateu a mesma patrulha por 4 horas, às 15h30 ativou-se minas, combateu-se também a aviação inimiga em 5 ocasiões. 2 helicópteros foram avariados e não puderam evacuar. Em 28 de outubro chegaram 3 bombardeiros, 2 harpias - o avião-fantasma - e dois helicópteros que bombardearam, metralharam a área, e recolheram as baixas. Quantidade desconhecida de mortos e feridos. PSN.

Frente 52. Em 27 de outubro combateu em El Tapir por 20 minutos. SDR/ PSN.

Frente 39. Em 15 de agosto combateu o Exército em Caño Siare. R: 1 Ferido. Baixas próprias: 1 capturado. Em 20 de agosto chocou-se com o Exército em Los Mangos. SDR. Baixas próprias: 1 morto, 1 capturado. Em 7 de setembro combateu o Exército em Caño Nudo. SDR/Próprios: 1 morto. Em 5 de setembro o Exército ativou minas. R: 2 mortos, 1 ferido. Em 8 de setembro o Exército ativou uma mina em Cachama. R: 1 morto. Em 15 de setembro o Exército ativou uma mina em Alcatraz. R: 2 mortos, 2 feridos. Em 12 de outubro o Exército ativou mina em Alcatraz. R: 2 mortos, 1 ferido.

Frente 27. Em 4 de setembro o Comando chocou-se com o Exército em Los Pinos. SDR/PSN. Em 9 de setembro o Exército ativou mina em Gorgona. R: 3 mortos, 1 tenente, 1 sargento e 2 soldados feridos. Em 23 de setembro o Comando voltou a chocar-se com o Exército em Yarumales. SDR/ PSN. Em 27 de setembro o nosso Comando teve novo choque com o Exército em Yarumales Alto, com vários mortos e feridos. Baixas próprias: 1 morto. Em 1º de outubro o Comando encontrou o Exército em duas ocasiões em Yarumales Alto. SDR/PSN. Em 3 de outubro o Comando encontrou o Exército em Yarumales Alto, 2 quilômetros acima outro Comando também interceptou o Exército. Baixas próprias: 1 morto, 2 feridos. Em 12 de outubro o nosso Comando encontrou o Exército em em Piedras Gordas. No mesmo dia o Exército ativou 4 minas em Yarumales. Baixas próprias: 3 mortos, 1 ferido. Em 13 de outubro bombardearam Piedras Gordas, o Exército ativou uma mina em filo burro. SDR. Em 14 de outubro, às 7 horas, o contingente inimigo caiu em 2 minas em Casa Azul. R: 10 feridos, entre eles 3 soldados em estado grave. Em 15 de outubro o Comando interceptou o Exército em Yarumales. Baixas próprias: 1 levemente ferido. Em 17 de outubro o Comando combateu o Exército em Farolo por 15 minutos. R: 1 morto, 2 feridos. Baixas próprias: 1 morto. Em 20 de outubro o Comando interceptou o Exército. R: 1 guerrilheiro rendeu-se ao inimigo. Em 22 de outubro, à noite, combateu-se o Exército em Farolo. SDR/PSN. Em 23 de outubro uma patrulha do Exército caiu, pela parte de trás, em uma emboscada. Travou-se combate durante 10 minutos. Baixas próprias: 2 feridos leves.

Frente 44. Em 2 de setembro, às 12h30, combateu a Marinha por 10 minutos. R: 1 morto, 2 feridos. PSN. Em 3 de setembro, às 8 horas, combateu a Marinha em Cumare por 25 minutos. R: 2 Piranhas estragadas, 6 mortos. PSN. Em 18 de setembro combateu o Exército em Tres Islas. SDR. Em 27 de setembro combateu a Marinha em Punto Chocho. SDR. Em 29 de setembro combateu a Marinha em Caño Picho. SDR. Em 30 de setembro combateu a Marinha em Caño Eginio. R: 1 ferido. Em 4 de setembro combateu a aviação inimiga em La Ermita. SDR. Em 5 de setembro o Exército ativou minas em La Unión. R: 5 mortos, 6 feridos. Em 26 de setembro, às 15 horas, emboscou a Marinha nas Bocas Mitares. SDR. Em 6 de setembro o Exército ativou minas na vereda El Bambú. R: 4 mortos. Em 12 de setembro atingiu um pequeno avião em El Dorado. SDR. Em 13 de setembro combateu contra mais aviões em La Ermita. R: 1 pequeno avião avariado. Em 15 de setembro combateu o Exército na escola Pipiral. R: 1 morto, 1 ferido. Em 1º de outubro, às 14h30, emboscou o Exército em Caño Danta, detonando 2 gorros chinos. R: 10 mortos e vários feridos. PSN. Em 3 de outubro combateu o Exército em La Hormiga. R: 1 morto. Em 3 de outubro combateu o Exército em Bocas Caño Guaviarito. R: 2 mortos, 2 feridos. Em 6 de outubro o Exército ativou uma mina. Às 12 horas combateu o Exército na vereda Caimán. R: 1 morto, 1 ferido. Em 7 de outubro tomou de assalto o destacamento do Exército na vereda La Liberia. R: 8 mortos, vários feridos. Em 21 de outubro emboscou a Marinha nas proximidades de Cano Yamú. SDR.

Frentes 53 e 26. Comando de tarefas especiais emboscou o Exército em San Juan de Sumapaz e Mesetas. Combateu o Exército por uma ocasião e combateu por 20 minutos. R: 8 mortos, 25 feridos - entre eles um capitão. Baixas próprias: 3 mortos, 4 feridos, 2 fuzis e uma pistola perdidos. Em Sumapaz, Medellín del Ariari e Uribe o Exército caiu em cerca de 30 minas.

Frente Urias Rondón. Exército caiu em 2 minas. Combateu o Exército em 1 ocasião. R: 1 morto, 2 feridos.


Frente 42. Exército caiu em 10 minas. Combateu por 2 ocasiões com o Exército e participou de 2 tiroteios. R: 2 mortos, 12 feridos. Baixas próprias: 1 ferido.

Companhia Fuerza Especial. Na região entre os rios Guaduas e Platanillo os militares caíram em 15 minas. Esse mesmo Exército foi fustigado em 7 ocasiões. SDR.

Frente 40. Fustigou o Exército em 7 ocasiões. SDR. O mesmo pelotão caiu em 9 minas.

Companhia Uver Zapata. Fustigou o Exército em 7 ocasiões. O Exército caiu em 32 minas.

Companhia Luís Pardo. Em 13 de setembro os militares caíram em 14 minas em Guayabo e Filo d'Água. Numa pista de pouso caíram em 20 minas. Houve novos combates contra esse mesmo pelotão em outras 5 ocasiões. R: 1 soldado morto, um helicóptero avariado.

Coluna Teófilo Forero, Bloco Sul. 1ª Companhia. Em 16 de setembro o Exército caiu numa mina em Puerto Amor. R: 2 soldados mortos, 1 ferido. Em 14 de setembro combateu em Maravalle. R: 2 mortos, 2 feridos. Em 15 de setembro o Exército caiu em 2 minas em Taqua. Em 20 de setembro, em Las Palmas, caíram para 5 minas e um morteiro. R: 8 feridos. Em 22 de setembro, em Caño Venado, caíram em 3 minas. Em 23 de setembro combateu o Exército, que caíra numa mina, em Puerto Amor.

4ª Companhia. 6 trocas de tiro em Brisas del Lozada, caíram para 6 minas. Fustigou o Exército por 7 ocasiões em Alto Guaduas. Caíram em 7 minas. R: 2 mortos, 1 ferido. Baixas próprias: 1 morto, 2 fuzis perdidos. Em outubro trocou tiros com o Exército em Las Palmas. Em 8 de outubro ativou um campo minado em Guayabal. R: 2 mortos. Em 9 de outubro, em Fio Parilla, o Comando penetrou no acampamento de uma patrulha, instalou uma bomba e a detonou. R: 2 fuzis Galil recuperados. Em 3 de outubro em Garzón se bolo hotel ley 002. Em 11 de outubro, em Neiva, realizou sabotagem contra os hotéis Praça e Zuliman que se negaram a pagar o imposto da lei 002. Em 19 de outubro, em El Pato, nossa companhia atingiu um helicóptero. R: 1 helicóptero derrubado, o piloto morto, 5 soldados mortos e 6 feridos.



Comunicado do Bloco Iván Ríos das FARC

1. A “captura” daquele que se identifica como El Pillo, em Antioquia, é outro “falso positivo” do Exército no desenrolar da nova campanha de distorção midiática contra as FARC. O mencionado indivíduo é um desertor que entregou-se ao Exército na base de Urrao há 7 meses. Sua apresentação nesse momento como “capturado” é a reiteração de uma prática de manipulação da opinião pública muito própria do Comando do Exército.

2. Convidamos esta mesma opinião pública a não esquecer os milhares de jovens assassinados a sangue frio pelo Exército durante esses 6 anos do governo Uribe, pois eles foram apresentados como guerrilheiros mortos em combate para mostrar a eficácia de uma política criminal chamada paradoxalmente de “segurança democrática”. Irmanemo-nos ao clamor por justiça das famílias dessas vítimas, para que os responsáveis não somente sejam destituídos, mas responsabilizados criminalmente. Os planejadores com alto cargo no governo, responsáveis pela infame política de recompensas e que causaram essa tragédia, devem responder perante os tribunais.

Bloco Iván Ríos das FARC

Montanhas da Colômbia, 12 de novembro de 2008