"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 2 de outubro de 2007

Sobre a visita de Piedad Córdoba a Washington

Era algo assim como se na Casa de Nariño houvesse caído uma bomba atômica. Paul quem escreve esta nota também nos faz referencia de Erminso Cuevas Cabrera, extraditado com estardalhaço pelo governo narco-paramilitar de Uribe Vélez. “Seu irmão, Fabian Ramirez, é um dos comandantes do Bloco Sul das FARC, ainda que alguns meios hajam noticiado que Erminso é um comandante das Farc – alguns inclusive citando-o como com o oficial da Intendência da Frente 14 – o mesmo que se acusou Sônia – e ele nem sequer foi membro dessa organização guerrilheira”, aponta Wolf.

[Paul Wolf]


Durante os anos que trabalhou com a imprensa colombiana, nunca havia visto nada semejante como o impacto que teve a presença da senadora Piedad Córdoba. Era algo assim como se na Casa de Nariño houvesse caído uma bomba atômica ou alguma outra arma massiva secreta, em cima de seus próprios correspondentes da imprensa colombiana. No entanto, o resto de Washington não resultou impactado. O congresso não estava em em funcionamento e isso significa que a cidade estava de férias.


A senadora Córdoba não pode organizar as reunioes que havia anunciado. De toda maneira, logrou enviar ondas de choque e surpresas, através dos meios informativos, já que ela foi ao Congresso dos EEUU, o Departamento de Estado e de lá à embaixada da Colômbia. Depois rumou à embaixada da Venezuela e por último foi à embaixada da França. Se realizaram conferencias de imprensa de maneira dramática cada vez que ela saia de um recinto. A senadora Córdoba deixou atrás de si uma pilha de indivíduos bem surpreendidos que agora se perguntam se ainda tem a oportunidade de preparar a reunião com Ricardo Palmera (Simon Trinidad).


Uma Pessoa com a qual ela havia podido reunir-se, o Sr Erminso Cuevas, - recentemente extraditado-, tinha a esperança de que ela houvesse passado ali, mas a senadora já tinha muito o que fazer afinal, em seu apertado itinerário. Eu não pude acercar-me da senadora durante todo o dia.


Passei mais de uatro horas com Erminso Cuevas Cabrera. Portanto quero corrigir algumas coisas que já começaram mal em todos os meios. Primeiro que nada, Erminso não se escreve com H. Segundo, em nenhum dos expedientes nem arquivos os oficiais dos EEUU o acusam de ser membro das FARC. Isto é porque não existe nenhum. Seu irmão, Fabiam Ramirez é um dos comandantes do Bloco Sul das FARC, ainda que alguns meios tem ntoiciado que Erminso é um comandante das FARC (alguns até classificando-o como o oficial de Intendência da Frente 14, - o mesmo que se acusou Sônia!!) – e ele nem sequer foi membro dessa organização guerrilheria.


E, no entanto, com sua extradição, se ajustou perfeitamente o tempo para que coincidisse com a visita da senadora Córdoba. Certamente, eu creio que foi com essa intenção para apresentá~lo dessa maneira como todo o mencionado acima. E de todas maneiras. Erminso sim merece ser parte de um intercâmbio de prisioneiros. Ele foi extraditado com estardalhaço para que parecesse pela lista de seu irmão como comandante importante das FARC, e que por isso está sendo castigado – como se fosse mesmo um comandante das FARC (é também um negociador para o grupo, como Simon Trinidad) e é por isso que ele merece estar na lista dos intercambiáveis.


Outro fato importante do qual ninguem parece estar integrado, é que Erminso Cuevas já foi julgado e foi considerado inocente na Colômbia. O juiz colombiano anulou o caso porque não existia evidencia física que o vinculasse às FARC. Isto pode comparar-se ao sistema judicial dos EEUU, o qual não só julga pessoas que já tenham sido encontradas inocentes, como estão seguros de que podem condenar a qualquer um com base do que dirão usando uma dezena ou mais de informantes pagos. Alguns dos informantes no caso de Erminso Cuevas (Mincho), como tenho entendido são os mesmos elementos que vimos durante o julgamento de Sônia.


Erminso Cuevas é mantido preso na Unidade Especial Administrativa do Cárcere do Distrito de Columbia (DC) conhecida popularmnente como “jaula”, está na parte da prisão reservada para castigar e controlar prisioneiros rebeldes ou de alta periculosidade. Me foi informado que ele é mantido ali, não como castigo mas devido ao perfil de seu caso que é de “alta relevância”. Parece injusto? Sim se lhe trazem à área de visitas com algemas, correntes e arglas em torno de de suas mãos e tornozelos. Tive que assinar uma ata de autorização para que pudesse vê-lo (este é um procedimento padrão) e nos foi difícil, pois teve que acomodar suas mãos em uma posição não confortável para assinar ou escrever qualquer documento. Permitiram a ele sair da sua cela de duas a três horas por semana para tomar o banho de sol e participar de atividades recreativas . Isso não é muito. Ele pode usar esse tempo para fazer chamadas, tomar ducha, ou ir à academia. Para os próximos 1 a 3 anos antes do julgamento, terá que comer todos os seus alimentos na cela designada. Não é permitido contato com outros prisioneiros. A não ser vá à academia ao invez da ducha, por exemplo. E falando da prisão não tem janelas e no seu interior é realmente quente e fede a porão úmido e suado. Suponho que a pessoa se acostuma a este tipo de humilhação. Ainda que Simon Trinidad encontra-se ao fundo do corredor onde se encontra Erminso (Mincho), não sei se lhes permitiriam comunicar-se. Particularmente, porque Trinidad continua sob as SAM Medidas Especiais Administrativas. Isso é outra história, ainda pior que as Medidas de Manejo Especial que se impôs a Erminso Cuevas.

Não vou poder escrever sobre o julgamento de Erminso como fiz nos julgamentos de Simon Trinidad e Sônia. No entanto opino que as condições de encarceramento são bem piores que as que até agora já experimentaram na prisão da Combita, em Boyacá, Colômbia. Espero que todos vocês reconheçam que já se tinha considerado inocente nas cortes colombianas, e que a descrição do caso relatada pela polícia colombiana está viciada, não são verdadeiras e está em total contradição pelo exposto no atual expediente


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