"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Os arquivos de Carlos Castaño : O governo dos Estados Unidos (EUA) e os paramilitares colombianos

Por Paúl Wolf


Hoje (18 de agosto de 2008), o jornalista independente Jeremy Bigwood fez uma solicitação de acesso aos arquivos de Carlos Castaño através do Acta para la Libertad de Información (FOIA - em inglês) na Corte Federal do Distrito de Columbia, na cidade de Washington D.C, indo contra a Agência de Inteligência para a Defesa (DIA) dos EUA. Ele quer obter acesso a milhares de documentos em poder da dita agência relacionados ao outrora chefe paramilitar Carlos Castaño, morto em 2004.

No transcorrer da última década os paramilitares de extrema-direita da Colômbia, conhecidos por suas siglas, como a AUC, e que ganharam a reputação de figurar entre as organizações mais criminosas e impiedosas da América do Sul - muitas vezes usaram e usam machados e motosserras para desmembrar, mutilar e esquartejar a suas vítimas, a maioria civis inofensivos. A AUC é considerada pelo Departamento de Estado dos EUA como uma Organização Terrorista Estrangeira e muitos dos seus líderes foram extraditados aos EUA com acusações de tráfico de entorpecentes.

Carlos Castaño, precisamente o sujeito da demanda interposta por Bigwood através da FOIA é reconhecido - com seus irmãos Fidel e Vicente – como um dos fundadores da AUC no início dos anos 90. A organização a princípio foi dirigida por Fidel, até que ele foi assassinado. Dali em adiante Carlos assumiu a chefia da AUC, expandindo-a nacionalmente até que ele mesmo também foi assassinado em 2004, em circunstâncias até hoje não esclarecidas. As AUC se financiavam com atividades do narcotráfico, com o financiamento de fazendeiros e grandes agricultores endinheirados, por pelo menos uma corporação transnacional e também aparentes financiadores governamentais. Alguns remanescentes das AUC continuam operando principalmente em vastas zonas rurais da Colômbia, apesar dos relatórios sobre a morte do terceiro irmão (Vicente) mais recentemente.

Sobre Carlos Castaño noticiou-se amplamente que ele teria amplos e estreitos contatos com os militares, policiais colombianos e representantes e senadores eleitos e talvez teria contatos com agências do governo dos EUA. Ele menciona na sua autobiografia que foi treinado militarmente em Israel. Muitos líderes do AUC que se desmobilizaram admitiram que ele ordenou o assassinato de milhares de pessoas. Assim, percebe-se que a história de Castanho - e de qualquer conexão que sua organização criminosa tenha com o governo dos EUA - ainda não é conhecida.

O jornalista independente Jeremy Bigwood é representado por Paul Wolf, um advogado que atende em Washington D.C. Ele também representando mais de duas mil famílias vítimas dos assassinatos das AUC. É um caso que já recebeu muita atenção, tanto dos meios de comunicação de língua inglesa quanto em língua espanhola, pois é contra o gigante bananero Chiquita Brands International. A empresa já admitiu ter ajudado a financiar a AUC desde os primeiros dias da sua formação. "Este caso representa a oportunidade de trazer à luz esse crucial momento da História Colombiana", comentou Wolf. "Dizer a verdade é uma parte importante do processo de reconciliação que atualmente é levado a cabo na Colômbia, e também porque o público de EUA deve estar a par de como foram usadas contribuições ao governo da Colômbia, o que se faz através dos impostos dos contribuintes ". acrescentou Wolf. .

A DIA admite possuir mais de 4 mil documentos sobre Carlos Castaño. O jornalista Bigwood, que usou a FOIA como ferramenta de investigação por mais de uma década, disse: "É impressionante a quantidade de documentos que a DIA afirma possuir, e além disso há o fato de que não foi entregue relatório algum em mais de sete (7) anos. Isso claramente mostra que a DIA oculta algo. Se não lhes interponho uma demanda judicial, duvido que o público norte-americano fosse conhecer algum dia o que realmente ocorreu na Colômbia durante o reino de terror dos irmãos Castaño."

Para maiores informações, favor entrar em contato com Paul Wolf. Telefone: (1).202.674.9653. Se preferir, use o e-mail: paulwolf@icdc.com