"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Uribe paga favores a preços inimagináveis

A solidariedade é agora um alvo militar e policialesco

Por Juan Cendales, Rebelión

No Parlamento Europeu mais da metade dos eurodeputados lhe deu as costas quando ele tomou a palavra. Em Estocolmo, Buenos Aires, Madri, Londres, Quito, Berlim, Genebra, Caracas, Washington, Bruxelas e outras capitais foi recebido com atos de rejeição e protestos. Muitos lhe gritaram: “Uribe fascista o senhor é o terrorista!”. E essas manifestações lhe queimaram o espírito. Subiu nitidamente ao seu rosto o rubor da raiva e do ódio. Vociferou contra os manifestantes. Acusou-lhes de serem amigos, cúmplices e porta-vozes de guerrilheiros.

Os ameaçou.
E agora começa a cumprir as ameaças.

Com a cumplicidade de grandes empresas que fazem o que querem em um país que foi posto à venda, iniciaram a “caça às bruxas” na Europa. A desculpa é a desarticulação das redes da insurgência. É de fato uma desculpa, e esfarrapada. A verdade é que trata-se de uma ação revanchista contra os ativistas da solidariedade. Contra os que revelaram ao mundo a monstruosidade do terrorismo de Estado e a guerra suja na Colômbia. Contra os que narraram a tragédia de um povo que suporta a mais violenta e sanguinária das oligarquias latino-americanas. Graças ao trabalho deles soube-se que a Colômbia não era “à Suíça latino-americana”. Que não era a democracia perfeita. Que ali, sob a beleza de uma natureza exuberante, em um país cheio de cores e cheiros, festas e carnavais, risos e de abraços, se sentia diariamente o cheiro da morte. Dos torturados e dos desaparecidos. Dos massacrados. Soube-se dos cinco mil mortos da UP e do Partido Comunista. Dos quatro milhões de desabrigados. O mundo, graças ao trabalho generoso e a denúncia persistente, inteirou-se dos sindicalistas assassinados. E dos indígenas. E dos estudantes. E dos defensores de direitos humanos. E de tanta gente, dezenas de milhares de homens e mulheres anônimos vítimas do holocausto. Conheceram seus nomes e suas histórias. De dor, mas também de resistência.

Por isso agora o alvo é o auxílio no exterior. Uribe lhes permite uma nova colonização e eles lhe permitem exportar o seu modelo de repressão. Negócios, apenas negócios. Oportunamente isso serve também na tentativa de aplacar os que poderiam liderar mobilizações de resistência aos demitidos que surgiram com a crise econômica. O objetivo das transnacionais são os partidos de esquerda e os Foros Sociais. Ao fazê-lo, tentam atingir a guerrilha e encontrá-la.

Por isso não é hora de calar. Nem de isolar-se. É a hora da solidariedade antifascista. Não é a hora de fugir do contato com as vítimas. Como se estivessem contagiados. Ao contrário. É a hora de chamar. De visitar. De rodear.

É o momento de ampliar a denúncia. De ampliar a solidariedade. De seguir contando e recontando as tragédias e dores até que se cansem de não escutar e nos escutem.

E dizer com a Pasionaria,
Não passarão.

Enquanto isso...

Um batalhão de militares colombianos reforçará o Exército espanhol no Afeganistão. É o preço que Uribe paga pelo silêncio e a impunidade diante do terrorismo de Estado na Colômbia. E para que lhe permitam estender na Europa as suas garras. À entrega do país às transnacionais se soma o mercenarismo servil. Definitivamente Uribe desceu as calças - e alguns gringos e europeus estão dispostos a tudo.