Haiti abarrotado de petróleo
Braulio Martínez Zerpa (*)
Fonte: www.aporrea.org
Por fim desvela-se o porquê do grande interesse do Império Ianque no Haiti, sobretudo nas últimas quatro décadas do século XX, em que não houve um só governo nesse país que não tenha sido imposto e tutelado pelo Império; de tal forma que proponho façamos um breve resumo desses governos para ver se é, ou não, verdade o que aqui se afirma e assim poder desvelar o mistério.
Em 1957, o império coloca no poder ao ditador Jean Claude Duvallier (Papa Doc), que governou o país com mão de ferro, impondo o terror com seus famosos “Ton Ton Macutes”, que jogavam seus adversários num poço cheio de jacarés. Ao morrer, em 1971, e por imposição imperial, é sucedido pelo seu filho Francoise Duvallier (Baby Doc), que seguiu os mesmos métodos de crueldade do seu pai, mas que se converteu em “play boy” preguiçoso e inepto, descuidando o mandato do império; e assim, em 1986, através de um golpe de estado, o império coloca no poder ao chefe do Exército, Gen. Namphi. O império ordena que se convoquem eleições, ganhas por Maginat, mas as discrepâncias continuam assim como os golpes de estado até que, nas eleições de 1990, Luis Bertrand Aristide ganha a presidência para o seu primeiro mandato e, mesmo implantando uma política neoliberal, não era do agrado do império; e assim, através de um golpe de estado, o império coloca no poder ao Gen. Raoul Cedras. Após um bloqueio, o império convoca eleições em 1995 as quais foram ganhas por René Preval, que governa até 2000. Nas eleições desse ano chega ao poder, para um segundo mandato, Luis Bertrand Aristide, que dá uma guinada para a esquerda aproximando-se da Venezuela Revolucionária do Presidente Chávez e à eterna Revolucionária Cuba, coisa que o império não poderia aceitar, e assim, em 2004, Aristide é seqüestrado pelos soldados do império e levado em avião militar para a África do Sul onde se encontra até os dias de hoje, sem possibilidades de retornar. Nas eleições do ano 2006, novamente René Preval ganha a presidência e mantém o poder até hoje.
Pois bem, a pergunta é: por que tanto interesse do Império Ianque por um país pobre, pequeno (27.750 km2, um pouco menor que o estado de Alagoas), sem maior transcendência e cheio de tantos problemas? Muitos analistas falam da sua proximidade com Cuba; do controle das comunicações marítimas para o norte através do Canal do Vento (entre Cuba e Haiti), pois assim teriam maior controle no Caribe; e, porque evitaria dessa forma que a Venezuela se aproxime do Haiti com propostas socialistas como a Petrocaribe, construção de moradias ( o que já está sendo feito), que possam fazer com que o povo haitiano sinta ares de verdadeira liberdade, igualdade e justiça social, tão necessárias num país muito golpeado pelo Império Ianque. Certamente estas coisas são verdadeiras, mas há algo sobre o qual tem se mantido o mais rígido e hermético segredo, trata-se da existência de grandes reservas de petróleo, gás e outros minerais estratégicos no Haiti.
Sobre isto, cito um artigo publicado em 22/01/10, na página War in Iraq, de Marguerite Laurent, onde se fornecem datas, dados e números que permitem ver que no Haiti, além de petróleo e gás, existem jazidas de ouro, urânio, etc. A autora começa dizendo que, num artigo publicado em outubro de 2000, por Bob Perdue, terceiro proprietário da plantação Dauphine, onde supostamente se encontram grandes jazidas de petróleo, lê-se: em 8 de novembro de 1973, a Sra. Martha Carbone, da Embaixada dos EUA em Porto Príncipe, Haiti, enviou correspondência ao Escritório de Energia e Combustíveis do Departamento de Estado, que o Governo do Haiti recebeu propostas de oito diferentes grupos para construir um porto em águas profundas e as instalações para transferir o óleo para navios-tanque dos EUA e levá-lo até os portos da costa leste norteamericana. Menciona-se nessa correspondência que o ex-presidente Duvallier estava participando nessas propostas.
O documento também informa que, em 2004, Bush patrocinou o golpe de estado que sequestrou e tirou do país o presidente Aristide, pois já estavam em andamento as conversações para o estabelecimento de perfuratrizes nas costas do Haiti, pois colocá-las no interior do país exigia grandes portos para que os superpetroleiros pudessem operar, além de que as estruturas da costa leste dos EUA ainda não estavam preparadas para receber tamanhos navios. Mas, tudo isso deixava claro que se tratava de grandes quantidades de petróleo.
Mas o artigo em questão diz que não somente grandes jazidas de petróleo existem no Haiti, mas também de gás, irídio, cobre, diamantes, ouro, urânio e outros minerais. Será por isso que os EUA construíram no Haiti a sua quinta maior Embaixada no mundo, depois da China, Iraque, Irã e Alemanha.
Deve-se pensar que, se o império não havia decidido começar a explorar industrialmente estas grandes reservas, era porque contavam com fontes como a Arábia Saudita, agora Iraque, Venezuela, México, etc. Mas o panorama mudou, as reservas da Arábia Saudita têm limite; a Venezuela, apesar de já terem tentado e continuam tentando, não é mais uma colônia deles; no Iraque, não tem podido explorar o petróleo nas quantidades desejadas porque os patriotas iraquianos não o permitiram; o México está enfrentando o problema do fim das suas reservas. De tal forma que o Império já percebeu que chegou o momento de explorar o petróleo haitiano e, por isso, está atuando em consequência.
Os que temos acompanhado a atuação estratégica desse Império, sabemos que eles necessitam criar um grande acontecimento; e assim vimos que, para invadir o Afeganistão e se apropriar da exploração e mercado do ópio; para invadir o Iraque e apropriar-se do seu petróleo, precisaram desse grande acontecimento, “derrubar as torres gêmeas de Nova Iorque”. Necessitam estabelecer o “caos” de forma a justificar suas ações depredadoras; algo parecido aconteceu na Colômbia que foi invadida com sete bases militares com o pretexto de combater a droga e o seu tráfico, quando todos sabem que eles quadruplicaram a produção de cocaína; mas que, no fundo, subjaz uma invasão da Venezuela para apropria-se dos seus grandes recursos ( a maior reserva de petróleo do mundo e uma das maiores de gás). Reservas que são indispensáveis para a sua subsistência como império.
Mas, voltando ao Haiti, qual poderia ser este grande acontecimento que semeasse o caos e assim apropriar-se dos seus grandes recursos energéticos? Não cabe a menor duvida que esse acontecimento é o grande TERREMOTO de 7.3 graus que ocorreu no Haiti no último dia 12 deste mês e as suas seis replicas fortes. Eles têm a tecnologia para fazê-lo, relembre-se tudo o que já se escreveu sobre o projeto Haarp, onde não só manipula-se o clima (secas, inundações, furacões, etc.), mas também podem fabricar terremotos em lugares escolhidos por eles e na magnitude desejada. Nunca antes tinham ocorrido tantos terremotos no continente como os acontecidos entre os dias 12 a 23 de janeiro de 2010, vinte terremotos de magnitude média e média alta; têm passeado pelas diferentes falhas continentais e extracontinentais, tais como o mortífero terremoto da China onde pereceram tantas pessoas. Eu não me atrevo a dizer que estas práticas têm a finalidade de afinar seus métodos para produzir um grande terremoto aqui na Venezuela, com replicas vigorosas que estabeleçam o caos necessário para mandar suas indesejáveis tropas e apropriar-se dos nossos recursos energéticos e converter-nos novamente em sua colônia.
Por acaso vocês acreditam que era lógico que mandassem mais de vinte mil soldados ao Haiti, que tomaram todos os aeroportos do país, seus hospitais, portos e outros pontos estratégicos? Que se apoderaram de todos os insumos e alimentos que outros países enviaram com tanto amor e sacrifício, para que eles os distribuam ao povo, quando assim o decidirem? Têm um grande hospital flutuante para atender somente o seu pessoal. Por acaso acreditam que somos bobos ou eunucos mentais e que não percebemos que essas atitudes são o prelúdio de uma grande invasão em execução desse país irmão? Minuciosa e diabolicamente planejada para permanecer lá ate roubar todos os recursos. Pois eu lhes digo que aquele que muito acumula pouco aperta e que essa manipulação do clima, contrária às leis de Deus, voltar-se-á contra eles como um bumerangue.
Para concluir, faço um chamado ao governo e ao povo venezuelano para estarmos muito atentos aos passos deste império depredador, porque se fizeram isto com um país que não possui o caudal de recursos que a Venezuela possui (que lhes são indispensáveis), que não farão aqui e, lhes digo: não está muito distante o dia em que o tentem, por isso temos que denunciá-los em todos os organismos internacionais e, principalmente, preparar-nos muito bem na guerra irregular. A se alistar o antes possível Milícias Bolivarianas...não é brincadeira.
Pátria, socialismo ou morte…venceremos.
(*) Coronel da reserva da Força Aérea Bolivariana e advogado em exercício.