"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 11 de maio de 2010

Reflexões do companheiro Fidel A tirania odiosa imposta ao mundo

(Extraído de CubaDebate)

NOSSA época é caracterizada por um fato que não tem precedentes: a ameaça à sobrevivência da espécie humana imposta pelo imperialismo ao mundo.

A dolorosa realidade não deveria surpreender ninguém. Aproximava-se a passos acelerados nas últimas décadas, a um ritmo difícil de imaginar.

Isso significa que Obama é responsável ou promotor dessa ameaça? Não! Demonstra simplesmente que ignora a realidade e não deseja nem poderia ultrapassá-la. Ou melhor, sonha coisas irreais em um mundo irreal. “Idéias sem palavras, palavras sem sentido”, como expressou um poeta brilhante.

Ainda que o escritor norte-americano Gay Talese, considerado um dos principais representantes do novo jornalismo garantisse, em 5 de maio –segundo informa uma agência de notícias européia– que Barack Obama encarnava a melhor história dos Estados Unidos no último século, no que poderíamos concordar em alguns aspectos, em nada altera a realidade objetiva do destino humano.

Geram-se acontecimentos como o desastre ecológico que acaba de se produzir no Golfo do México, que demonstram quão pouco podem os governos contra aqueles que controlam o capital, que tanto nos Estados Unidos como na Europa são, através da economia em nosso planeta globalizado, os que decidem o destino dos povos. Tomemos como exemplo as medidas que partem do próprio Congresso dos Estados Unidos, publicadas pela mídia mais influente desse país e da Europa, tal como foram divulgadas na internet, sem alterar uma palavra.

“Rádio e TV Martí mentem ao difundir informações sem fundamento, reconhece um relatório da Comissão das Relações Exteriores do Senado norte-americano que recomenda que ambas as estações sejam retiradas definitivamente de Miami e relocalizadas em Washington para se integrarem ‘plenamente’ ao aparelho de propaganda da Voz da América.

“Além de enganar o público” […] “ambas as emissoras usam ‘uma linguagem ofensiva e incendiária’ que as desqualifica.

“Após 18 anos Rádio e TV Martí falharam ‘em penetrar de maneira sensível na sociedade cubana ou influenciar o governo cubano’…”

“O relatório divulgado nesta segunda-feira recomenda fundir o Escritório de Transmissões para Cuba (OCB) – por suas siglas em inglês – com a Voz da América, a rádio oficial de propaganda do governo dos Estados Unidos.

“‘Problemas com o respeito das normas jornalísticas tradicionais, uma audiência minúscula, interferências radiais por parte do Governo cubano, e alegações de nepotismo e compadrio afetaram o programa desde o começo’, reconhece a Comissão presidida pelo Senador democrata John Kerry.”

“O comitê recomenda tirar urgentemente ambas as estações de Miami, sublinhando a necessidade de contratar de maneira mais equilibrada o pessoal para conseguir um ‘produto’ despolitizado e profissional, valoram os senadores.

“O relatório Kerry faz referência a Alberto Mascaró, sobrinho da esposa de Pedro Roig, diretor-geral da Rádio e TV Martí, que foi contratado – graças a seu parente– como diretor do serviço latino-americano da Voz da América.

“O documento assinala pormenorizadamente que em fevereiro de 2007, o ex-diretor da programação de TV Martí, ‘juntamente com um parente de um membro do Congresso’ confessou sua culpabilidade em uma corte federal, por ter recebido aproximadamente US$ 112 000 em comissões ilegais de parte de um empreiteiro da OCB. O ex-empregado da OCB foi sentenciado a 27 meses no cárcere e a pagar uma multa de US$ 5.000, por ter se apoderado de ‘50 por cento de todo o dinheiro pago pela TV Martí para a produção de programas pela firma Perfect Image’.”

Até aqui o artigo de Jean Guy Allard, publicado no site da Telesur.

Outro artigo, dos professores norte-americanos Paul Drain e Michele Barry, da Universidade de Stanford (Califórnia), reproduzido no síte Rebelião, informa:

“O bloqueio comercial norte-americano contra Cuba, promulgado depois que a revolução de Fidel Castro derrubasse o regime de Batista, alcança seus 50 anos em 2010. Seu objetivo explícito consistiu em ajudar o povo cubano a alcançar a democracia, mas um relatório de 2009 do Senado dos EEUU concluiu que ‘o bloqueio unilateral contra Cuba fracassou’.”

“…Apesar do bloqueio, Cuba obteve melhores avanços sanitários do que a maior parte dos países latino-americanos, comparáveis aos da maioria dos países desenvolvidos. Cuba tem a esperança média de vida mais alta (78,6 anos) e a maior densidade de médicos per capita, 59 médicos por 10.000 habitantes, bem como as taxas mais baixas de mortalidade em menores de um ano (5,0 em cada 1.000 crianças nascidas vivas), e de mortalidade infantil (7,0 a cada 1.000 crianças nascidas vivas) entre os 33 países latino-americanos e do Caribe.

“Em 2006, o governo cubano destinou US$ 355 per capita para a saúde” […] “O custo sanitário anual destinado a um cidadão dos EEUU foi nesse mesmo ano de 6 714 dólares […] Cuba também destinou menos fundos para a saúde do que a maioria dos países europeus. Porém, os baixos custos em cuidados sanitários não explicam os sucessos de Cuba, que poderiam ser atribuídos ao maior esforço na prevenção da doenças e aos cuidados sanitários primários que a Ilha esteve cultivando durante o bloqueio comercial norte-americano.

“Cuba possui um dos sistemas de cuidados sanitários primários preventivos mais avançados do mundo. Mediante a educação da população na prevenção da doença e na promoção da saúde, os cubanos dependem menos dos produtos médicos para manter sadia a população. O contrário acontece nos EUA, que dependem enormemente de provisões médicas e tecnologias para manter sadia a população, mas a um custo econômico bem elevado.”

“Cuba tem as taxas mais altas do mundo de vacinação e de partos atendidos por trabalhadores sanitários experientes. Os cuidados assistenciais dispensados nos consultórios, nas policlínicas e nos maiores hospitais regionais e nacionais são gratuitos para os pacientes…”

“Em março de 2010, o Congresso dos Estados Unidos da América apresentou um projeto de lei para fortalecer sistemas sanitários e alargar o envio de trabalhadores sanitários experientes a países em vias de desenvolvimento” […] “Cuba também continua enviando médicos a trabalhar em alguns dos países mais pobres do planeta, uma prática que se iniciou em 1961.”

“Na frente norte-americana interior, dado o recente impulso de apóio a uma reforma sanitária, existem oportunidades para aprender de Cuba válidas lições sobre como desenvolver um sistema sanitário verdadeiramente universal, que ponha ênfase nos cuidados primários. A adoção de algumas das políticas sanitárias mais bem-sucedidas de Cuba poderia ser o primeiro passo rumo a uma normalização das relações. O Congresso poderia encarregar o Instituto de Medicina que estudasse os sucessos do sistema sanitário cubano e a forma de iniciar uma nova era de cooperação entre os cientistas norte-americanos e cubanos.”

Por sua vez, o portal de notícias Tribuna Latina publicou recentemente um artigo sobre a nova Lei de Imigração em Arizona:

“Em conformidade com uma sondagem que publicam a cadeia CBS e o jornal ‘The New York Times’, 51% considera que a lei é o enfoque adequado relativamente à imigração enquanto 9% considera que se deveria ir ainda mais longe nesta matéria. Frente a eles, 36% considera que no Arizona foi-se ‘longe demais’.”

“…dois em cada três republicanos apóiam a medida” […] “ao passo que apenas 38% dos democratas se mostra em favor da lei…”

“Por outro lado, um em cada dois reconhece que é ‘bem provável’ que em conseqüência desta norma sejam apreendidas ‘pessoas de determinados grupos raciais ou étnicos com mais freqüência do que outras’ e 78% reconhece que suporá maior carga para a polícia.

“Ainda, 70% considera provável que em conseqüência desta medida se reduzirá o número de residentes ilegais e a chegada de novos imigrantes ao país…”

Quinta-feira 6 de maio de 2010, sob a manchete “Arizona: Um morto pela fome com presunções”, foi publicado um artigo da jornalista Vicky Peláez na Argenpress, que começa recordando uma frase de Franklin D. Roosevelt: “Lembre-se, lembre-se sempre, que todos nós somos descendentes de imigrantes e revolucionários.”

É um documento tão bem elaborado que não quero concluir esta Reflexão sem inclui-lo.

“As marchas multitudinárias deste 1 de maio, em repúdio à nefasta lei antiimigrante aprovada no Arizona, estremeceram toda a América do Norte. Ao mesmo tempo, milhares de estadunidenses, políticos, juristas, artistas, organizações cívicas exigiram do governo federal declarar inconstitucional a lei SB1070 que tem semelhança com leis da Alemanha nazista ou da África do Sul, nos tempos do apartheid.

“Contudo, apesar da forte pressão contra a nefasta lei, nem o governo, nem 70 por cento dos habitantes desse Estado não querem aceitar a gravidade da situação que criaram para usar os indocumentados como culpados da severa crise econômica que estão atravessando. Entretanto, pedem dinheiro a Barack Obama para pagar 15 mil polícias, estão radicalizando sua política racista. A governadora Jan Brewer declarou que ‘a imigração ilegal implica o aumento do crime e o surgimento do terrorismo no Estado’.

“Igualar os indocumentados aos terroristas, autorizar a polícia a disparar contra pessoas só pela cor da pele, por sua vestimenta, pelo que levam nas mãos ou até pelaa forma de caminhar. Sem dúvida alguma, afetará também os 280,000 americanos nativos que vivem marginalizados e na extrema pobreza como a outras minorias, além dos hispânicos, que encontraram refúgio e trabalho nesta zona árida dos EE.UU.

“Seguindo o republicano, Pat Buchanan que diz: ‘Os Estados Unidos devem tornar mais forte a cruzada pela libertação da América do Norte das hordas bárbaras de esfomeados estrangeiros portadores de doenças exóticas’, a governadora Brewer, depois de arremeter contra jornaleiros indocumentados, operários da construção, empregadas domésticas, jardineiros, trabalhadores de limpeza, dirigiu a campanha contra os professores de origem hispânica.

“Conforme seu novo decreto, os professores com sotaque marcado não poderão ensinar nas escolas. Mas ali não conclui sua cruzada porque a ‘limpeza étnica’ em todos os tempos históricos sempre foi acompanhada da ideologia. A partir de agora os ‘estudos e projetos étnicos’ ficam abolidos nas escolas. Também proíbem o ensino de temas que possam promover ressentimento para com uma raça ou classe social. Isto implica politizar o conhecimento, convertendo os mitos criados pelo sistema norte-americano em realidade. Também significa desterrar os pensadores mais respeitados nos EUA, como Alexis de Tocqueville, o qual dizia, em 1835, que ‘o lugar onde um anglo-americano coloca sua bota fica para sempre como seu. A província de Texas ainda pertence aos mexicanos, mas dentro em breve não haverá um mexicano ali. E assim acontecerá com qualquer outro lugar’.”

“A única consciência dos racistas é o ódio e única arma para vencê-lo é a solidariedade dos homens. Este estado já foi vencido quando se negou a dar feriado o dia de Martín Luther King, o boicote foi sólido e contundente...”

Fidel Castro Ruz

7 de maio de 2010