Declaração Política do Movimento Continental Bolivariano (MCB)
Por Movimento Continental Bolivariano (MCB) -
abpnoticias-MCB
Os povos de Nossa América reclamam unidade e
solidariedade nestes dias promissores, porém difíceis. É por isso que o
Movimento Continental Bolivariano (MCB) saúda a realização do XVIII Encontro do
Fórum de São Paulo, em Caracas, Venezuela, terra do Libertador Simón Bolívar,
cenário do estimulante processo para a revolução que deu início e alento à nova
onda de mudanças neste Continente da esperança. A Venezuela é fonte de
solidariedade e merece solidariedade.
À luz da contínua batalha de nossos povos, a contra-ofensiva
imperialista na região novamente se recrudesce. O golpe de Estado no Paraguai é
outro passo em direção à tentativa de reverter a onda de mudanças a favor da
autodeterminação e das transformações sociais encenadas nas últimas três
décadas em nossa América.
Precederam esta nova agressão às aspirações democráticas de nossos povos: o golpe de Estado de Honduras, a vitória eleitoral da extrema direita chilena, colombiana, panamenha e costarriquenha; o aumento da presença militar norte-americana na Colômbia, a reativação da IV Frota da marinha norte-americana, a tentativa derrotada de golpe no Equador e o reforço da ocupação militar no Haiti. Novas ameaças de retrocessos se fecham contra os processos transformadores na Bolívia, Venezuela, Nicarágua e Equador; enquanto Cuba é objeto de intensos e soturnos planos de agressão e desestabilização.
Precederam esta nova agressão às aspirações democráticas de nossos povos: o golpe de Estado de Honduras, a vitória eleitoral da extrema direita chilena, colombiana, panamenha e costarriquenha; o aumento da presença militar norte-americana na Colômbia, a reativação da IV Frota da marinha norte-americana, a tentativa derrotada de golpe no Equador e o reforço da ocupação militar no Haiti. Novas ameaças de retrocessos se fecham contra os processos transformadores na Bolívia, Venezuela, Nicarágua e Equador; enquanto Cuba é objeto de intensos e soturnos planos de agressão e desestabilização.
Não há tempo a perder.
O isolamento diplomático do regime golpista paraguaio não é suficiente,
menos ainda quando se trata de reações passageiras, como a experiência
hondurenha demonstrou. Tampouco bastam as medidas condenatórias. A
solidariedade latino-americana deve ser implantada além das medidas adotadas
pelos Estados progressistas no contexto das relações interestatais.
A situação exige potencializar a resistência popular interna frente a
todos os regimes subordinados às burguesias dependentes e ao imperialismo.
O vergonhoso regime colombiano segue implantando, com o apadrinhamento
dos EUA e seu aliado Israel, a guerra suja contra a heroica e multifacetada
resistência popular. A condenação a estes funestos intentos belicistas, a
reivindicação por uma saída política ao conflito armado e social deve ser tão
firme quanto o respaldo às forças insurgentes e aos componentes de sua também
heroica resistência cívica, especialmente ao emergente Movimento Marcha
Patriótica, formidável e inovadora confluência político-social, portadora de
uma proposta de mudança estrutural, de paz com dignidade e nova
institucionalidade democrática e participativa.
As novas escolas militares criadas pelo chamado Eixo Pacífico, as 44
bases militares ianques em toda Nossa América, as áreas de TLC, que estendem
por todo o Pacífico desde o Chile até o México, o crescente saque de nossos
recursos naturais com devastadoras consequências ambientais, são mostras
incontestáveis da imposição a sangue e fogo de um sistema de injustiça. O
aquífero Guaraní, que se insere nos propósitos do golpe no Paraguai, e a
Amazônia, se constituem nos alvos prediletos da nova guerra de conquista
imperialista.
Os restos de colonialismo no Caribe e nas Malvinas nos convocam a
derrotá-los sem contemplações, da mesma forma que a recolonização e a
militarização das Antilhas, que inclui a ocupação militar do Haiti, o reforço
das bases norte-americanas, em Aruba, Curaçao e Porto Rico, a sua expansão para
territórios da República Dominicana e o aumento extraordinário da guarda
costeira dos EUA no Mar do Caribe. Porto Rico e demais colônias precisam e
merecem sua independência!
Além do nosso continente, o povo palestino e o povo basco lutam por sua
libertação nacional e sofrem as consequências da colonização e dominação tanto
na Palestina invadida pelo movimento sionista internacional, como Euskal Herria
invadida e ocupada pela Espanha e França, hoje, com uma proposta de paz real e
possível que emergiu da sociedade basca.
Faz-se necessária a libertação dos milhares de presos políticos dos
cárceres do Estado sionista de Israel, especialmente o camarada Ahmad Saadat,
Secretário Geral da Frente Popular pela Libertação da Palestina, assim como as
centenas de presos políticos abertzales dos cárceres da Espanha e França.
Em Nossa América, o momento demanda superar as vacilações, os
desdobramentos e as viragens conservadoras de uma parte dos governos e forças
políticas progressistas pressionadas pela burguesia transnacional.
Além disso, é necessário o aprofundamento das mudanças sociais,
políticas e culturais naqueles processos que, como o venezuelano, o boliviano e
o equatoriano, assumem posturas anti-imperialistas e expressam a vontade de
atingir transformações estruturais de orientação socialista.
A Venezuela bolivariana possui diante de si as eleições presidenciais de
outubro, definida pelo comandante Chávez como a batalha de Ayacucho do século
XXI, decisiva para consolidar a independência venezuelana e o processo de
mudanças políticas e sociais em Nossa América. Toda a solidariedade continental
e mundial deve voltar-se a favor da vitória popular nessas eleições.
Assim, dado que o combate não é somente eleitoral e que o imperialismo
norte-americano, a grande burguesia venezuelana e seus sócios políticos estão
implantando um grande plano extraeleitoral destinado a sabotar o processo e/ ou
desconhecer os resultados, a solidariedade deve expressar-se em todos os
cenários de luta até garantir a derrota definitiva desses esforços sediciosos,
o aprofundamento e a extensão do trânsito para o socialismo.
Em todos os pontos do continente devem expressar-se vigorosamente a
determinação de não continuar permitindo que nos arrebatem ou nos
conquistem.
O NÃO ao retrocesso deve ser tão retumbante quanto a vontade de avançar,
de derrotar o poder a serviço da burguesia transnacional, de reverter os
retrocessos impostos mediante golpes de todo o tipo, de defender os processos
transformadores ameaçados pela contraofensiva imperialista. É imperativo sair
do engessamento, aprofundar e compreender a promissora onda pela nova
independência.
Só assim nos faremos fortes para derrotar esta contraofensiva. E, como
dizia o Libertador, “logo que sejamos fortes... então seguiremos a marcha para
as grandes prosperidades a que está destinada a América Meridional”, o que é
impensável sem a criação heroica do socialismo, projeto salvador da humanidade
ameaçada de morte por um capitalismo que é causa e efeito desta crise
destrutiva.
Caracas, 5 de julho de 2012
Pelo Movimento Continental Bolivariano (MCB), assinam:
PRESIDÊNCIA COLETIVA
SECRETARIA EXECUTIVA – SEÇÃO DA VENEZUELA
PARTIDO COMUNISTA DO MÉXICO (PCM)
PARTIDO COMUNISTA PARAGUAIO (PCP)
PARTIDO NACIONALISTA DO PORTO RICO (PNPR)
FOGONEROS URUGUAI
VOZES ANTI-IMPERIALISTAS VENEZUELA
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)
MOVIMENTO CAAMAÑISTA DA REPÚBLICA DOMINICANA
PARTIDO COMUNISTA DA VENEZUELA (PCV)
PARTIDO COMUNISTA DO EQUADOR (PCE)
PARTIDO DO POVO DO PANAMÁ (PPP)
FRENTE POPULAR PELA LIBERTAÇÃO DA PALESTINA (FPLP)
COORDENAÇÃO SIMÓN BOLÍVAR – VENEZUELA
PRIMEIRA LINHA – GALIZA
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)