"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Presidente Rafael Correa e o repúdio à tirania imperialista mundial

Não é estranho que o presidente Rafael Correa, solidário com as causas justas deste mundo, tenha decidido conceder asilo a Julian Assange. Está presente, também, um feito que os identifica em especial. Do mesmo jeito que o fundador do Wikileaks em escala global, o governo do Equador, submetido a uma chuva de calúnias midiáticas, trabalha incansavelmente em seu país pela democratização do meios de informação e repulsa a prática usual de seus donos de impedir o direito cidadão a uma informação honesta, pluralizada e não-manipulada. Quito inclusive aprovou uma lei exemplar a respeito.

Não foi uma decisão acelerada. O Conselho equatoriano tem feito o seu trabalho minuciosa, discreta e prudentemente. Tão logo Assange ingressou e pediu asilo em sua sede diplomática da capital britânica, abriu consultorias com os países envolvidos. De Estocolmo, não recebeu as devidas garantias de que, se o jornalista decidisse comparecer voluntariamente à procuradoria sueca - como disse ser a sua disposição - não seria logo extraditado para os Estados Unidos.

Tampouco obteve resposta de Washington à pergunta crucial de, se nessa hipótese, propunha-se pedir a extradição do comunicador australiano. Frente a uma solicitação de asilo, são gestões próprias de um governo zeloso de sua soberania, respeitoso desse direito e, em geral, dos direitos humanos. Por isso Quito provavelmente sobrepesou o histórico de tratos cruéis, desumanos e degradantes nos quais tem incorrido Washington contra quem considera seus inimigos, como os que recebe o soldado Bradley Manning, acusado de entregar informação para a Wikileaks, sem esquecer as escandalosas torturas em seus centros ilegais de detenção.

É natural que um Estado que sinta a enorme responsabilidade de proteger a integridade física de um perseguido político tome precauções para evitar que ele caia nas mãos dos Estados Unidos. Ainda mais tratando-se de Assange, odiado por Washington por ter revelado o crescimento de suas conscienciosas ações de ingerência, de guerra e que perturbam a estabilidade no mundo inteiro. Apenas se fala disso pelas vestais da liberdade de imprensa, mas nada menos do que pela ordem presidencial, a potência do norte - através de seus famosos teleguiados e outros meios - assassina diariamente as pessoas ao redor do planeta - em muitos casos meninos, anciões, mulheres - sem se mediar processo legal algum, e pela simples suspeita de que poderiam ser terroristas.

A denúncia digna e contundente do presidente Correa à brutal ameaça britânica contra a embaixada equatoriana em Londres, a solidariedade imediata e firme recebida de Alba e a Unasur demonstram que a América Latina e o Caribe, outrora pátio ianque, é hoje a região mais independente do planeta. Sem estas atitudes, quem pode assegurar que o assalto à sede diplomática não tivesse sido consumado em questão de horas?

Com elas constata-se mais uma vez a possibilidade e o dever de repudiar a imposição da nova tirania imperialista mundial, de impedir um aventureirismo e um descaro ainda maiores que o inventário de crimes contra a paz e o direito internacional que desde 11/09/2001 vêm acumulando os Estados Unidos e seus aliados mais próximos, Reino Unido e Israel em especial. Não restam dúvidas de que é Washington que tem estado o tempo todo puxando os fios que levaram à Suécia a levantar a ridícula acusação de abuso sexual contra o comunicador australiano e a pedir sua extradição ao Reino Unido, como mais tarde a adotar uma atitude francamente gângster contra o Equador. A procuradora sueca que primeiro tomou conhecimento da denúncia das supostas ofensas não encontrou méritos à acusação e arquivou o caso. Foi mais tarde que, estranhamente, uma instância superior decidiu desenterrá-lo. É muito revelador que uma das acusadoras de Assange seja diligente ativista da base subversiva contra a revolução cubana estabelecida pela CIA nesse país.

O Equador já reiterou sua vontade de reiniciar o diálogo como via para solucionar o conflito com as autoridades britânicas, aspecto no qual tem insistido a Unasur. Mas antes, pede que o Reino Unido retire a ameaça, conduta elementar por parte de um país que valoriza a sua soberania. Por fim, serão as gestões diplomáticas combinadas com uma grande mobilização internacional solidária que conseguirão liberar Julian Assange desta situação de injustiça.

*(Tirado do La Jornada)*
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