"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ante o adeus de Madiba

Desde o sul de África pulsam lamentos de tambores difundindo a notícia. Coros de sentidas vozes se elevam ao vento cantando sua dor pela morte do Pai. Não existe rincão da Terra onde as almas não se encontrem estremecidas pela partida de Nelson Mandela ao encontro feliz com seus antepassados. Se foi seu sorriso, o mesmo que cintilavam os primeiros humanos que partiram desse mesmo lugar a povoar o mundo há milhares de anos. Fica sua marca indelével, sua eterna presença.


Formado no rigor das leis, Mandela não vacilou para levantar-se contra elas quando as sentiu injustas. Sua Lança da Nação, perseguida e encurralada pelos racistas, recolhia em sua insurgência os mais elementares princípios de humanidade pisoteados pelo opressor de pele branca. Seu Congresso Nacional Africano [CNA] representou a causa mais justa erguida pela dignidade humana. A força moral de sua verdade juntou o mundo inteiro em torno de sua luta, até vencer. Não ter claudicado jamais foi o sábio segredo de seu triunfo.


Durante quase trinta anos não se conheceu dele mais que a fotografia de um rosto atrás das grades. Nenhuma das grandes potências decretou jamais um bloqueio econômico contra o regime do apartheid sul-africano, como pelo contrário fizeram contra Cuba, a única nação do planeta Terra que enviou milhares de voluntários a enfrentá-lo com suas armas em Angola e Namíbia. Aquele abraço intenso do Presidente Mandela com Fidel Castro celebrou a real solidariedade internacional pela liberdade. E pelo mundo sem injustiças que todos sonhamos construir algum dia.


¡Nicosisikelele Colombia!, ¡Salvemos a Colômbia!, exclamou o Presidente Mandela, referindo-se ao nosso país e convidando o mundo a contribuir para a paz em nossa terra. São muitas as coisas que faltam por compor nas pátrias de Nelson Mandela e Manuel Marulanda. Como lá, aqui se exigirão das forças da grande maioria ignorada e desprezada pelas elites. Só delas poderão emergir os ânimos necessários para desterrar para sempre a guerra e a violência. Paz na tumba de Madiba, e paz para todos os homens e mulheres do planeta.


SECRETARIADO NACIONAL DAS FARC-EP
Tradução: Joaquim Lisboa Neto