"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 14 de junho de 2011

ONU: "O desaparecimento forçado na Colômbia é de dimensões assustadoras"

A Colômbia registrou mais de 57.200 desaparecidos nas últimas três décadas, dos quais 15.600 são consideradas vítimas de desaparecimento forçado, de acordo com o representante do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos no país, Christian Salazar.

Durante um seminário para a paz, realizado em Bogotá, o funcionário da ONU descreveu o número de desaparecidos como "arrepiante", observou que eles correspondem as milhares de vítimas de desaparecimentos forçados cometidos por agentes do Estado e das forças paramilitares que colaboram com eles .

Salazar destacou que, durante décadas membros das forças de segurança, supostamente, cometeram graves violações alegadas em grande escala, incluindo execuções extrajudiciais, em muitos casos associados com os desaparecimentos.

Estima-se que na Colômbia há mais de 100.000 vítimas de desaparecimento forçado
O representante da ONU disse que entre as vítimas se contam mais de 3.000 mulheres e 3.000 menores de 20 anos, mas informou que os dados são provenientes de Organizações Não Governamentais (ONGs). Durante seu discurso, Salazer disse que, se cada família de um desaparecido é composta por uma média de quatro pessoas, pode-se calcular que na Colômbia há mais de 100.000 vítimas de desaparecimento forçado.
"O desaparecimento forçado é uma das violações dos direitos humanos mais graves que existem, e Colômbia, infelizmente, sofre um recorde alarmante na realização deste crime, sendo um dos países da América Latina e do mundo com mais desaparecidos", afirmou Salazar.

Porque, por quase meio século, a Colômbia sofre um conflito armado em convergem as guerrilhas esquerdistas das FARC, o Exército de Libertação Nacional (ELN), assim como grupos paramilitares de extrema direita, no país, segundo o representante da ONU , São "milhares e milhares de desaparecidos", levando ao "sofrimento prolongado de suas famílias".

Salazar: "A luta contra a impunidade na Colômbia não teve progresso"

Na Colômbia foi aprovado a figura penal do crime de desaparecimento forçado em 2000 e ratificou a Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado em 2005, disse o delegado da ONU, acrescentando que o Legislativo estuda atualmente a ratificação da Convenção Internacional para a Proteção de todas as pessoas contra os desaparecimentos forçados. No entanto, ele observou que, apesar desta "luta contra a impunidade não teve nenhum progresso" na Colômbia.

O porta-voz da ONU disse que por parte do Executivo e, em especial as forças de segurança, há obrigações pendentes a cumprir e reprovou a pouca receptividade por parte do Ministério da Defesa e do Exército para as recomendações feitas pelo seu escritório para colaborarem com a justiça e ajudarem a identificar os desaparecidos.

Ao final de seu discurso Salazar destacou "os esforços incansáveis dos familiares dos desaparecidos" para conseguir progressos na luta contra os desaparecimentos forçados, mas advertiu que "ainda há um longo caminho a percorrer."


Com apoio do Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano