ALBA CONDENA REPETIDA INGERÊNCIA DE INSULZA EM ASSUNTOS INTERNOS VENEZUELANOS
fonte: TeleSUR
A Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), condenou neste sábado a atitude do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, que repetidamente tenta interferir nos assuntos internos da Venezuela. Mais recentemente, em uma greve estudantil liderada por estudantes da direita.
Através de um comunicado, a organização multiestatal expressou que observa “com perplexidade como o Secretário Geral da OEA utiliza sua função parar contribuir com a estratégia de uma minoria política venezuelana, que insiste em negar a existência de institucionalidade democrática na Venezuela”.
Nesse sentido, a ALBA reiterou que “a Secretaria-Geral de uma organização internacional regional é uma instituição a serviço dos Estados-Membros e, de nenhuma maneira, um árbitro ou tribunal no qual devem se tratar assuntos da vida política interna”, e portanto, convoca a Insulza a se manter à margem dos assuntos que as nações, de forma soberana e independente, podem resolver internamente.
“Os países membros da ALBA, e especialmente aqueles que também são membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), exigimos ao Secretário-Geral da OEA que cesse seus ataques contra o governo venezuelano e que respeite a institucionalidade democrática da Venezuela”, diz o texto.
Por sua vez, o organismo também exortou aos demais países do bloco para reagir “diante o que constitui um retrocesso perigoso para os tempos em que a OEA foi instrumento do intervencionismo e do colonialismo em nosso continente”.
A declaração ocorre no contexto de declarações pronunciadas nesta sexta-feira por Insulza que, embora disse que “nunca interviria nos assuntos internos da Venezuela”, também admitiu que “muitas vezes” solicitou permissão para visitar o país sulamericano por causa dos protestos de 13 estudantes.
Diante estas declarações, o chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, afirmou que nunca recebeu tais solicitações e também reiterou que a greve de fome realizada pelos estudantes, “não é um assunto internacional, mas uma questão que deve ser resolvida na Venezuela”.
“Se (José Miguel) Insulza (secretário da Organização dos Estados Americanos, OEA) tivesse que resolver todas as reivindicações que fazem os estudantes, trabalhadores ou professores, de um ou outro setor seria impossível. Estes são assuntos internos que os venezuelanos devem resolver”, declarou o chanceler.
Por seu turno, o embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton, em entrevista exclusiva para TeleSUR, também criticou Insulza e afirmou que “o Governo Bolivariano continua chamando os 13 estudantes para o diálogo” para resolver o conflito da greve pelos canais internos.
“Nós não estamos falando de conflitos ou disputas, mas de coisas que estão sendo feitas pelos canais internos, a participação da OEA não teria cabimento”, disse ele.
Segundo os manifestantes, esta greve visa defender os direitos de políticos, entre os quais Jose “Mazuco” Sánchez, que foi condenado por suas ligações com o assassinato de um funcionário da Direção de Inteligência Militar (DIM), e a ex-Juíza Maria Lourdes Afiuni, processada por crimes de corrupção passiva, abuso de poder, facilitação para a evasão e conspiração.
O grupo de ativistas de extrema-direita Juventude Ativa Venezuela Unida (Javu), que coordena os protestos, foi acusado de provocar atos de violência em várias passeatas convocadas pelos grupos conservadores venezuelanos.
Nesta quinta-feira, os dirigentes da greve se reuniram com autoridades governamentais para discutir o caso e, embora não se especificaram os pontos discutidos, o ministro do Interior e Justiça, Tarek El Aissami, disse que a reunião foi muito positiva.
“Vamos manter uma comunicação direta com estes jovens”, e ratificou a vontade de diálogo por parte do governo venezuelano.