Carta aberta ao Comandante Simón Trinidad
Carta aberta ao Comandante Simón Trinidad
Camarada
Simón Trinidad
Irmão, tua convicção revolucionária que tem sido posta à prova por
todas as baixarias do capitalismo, te permite manter uma atitude
valorosa e digna, um compromisso sério e férreo com a causa dos pobres
do mundo.
Por isso, es símbolo de nossos prisioneiros, daqueles que recebem o
maltrato e o ódio do sistema pelo só feito de ser farianos, de
significar a continuidade do exemplo de Manuel e de Jacobo. Para
ninguém é um secreto que essa é a causa real de tua condenação. Te
cobram o fato de pertencer à nossa organização, com maior sanha, por
ter tido a suficiente coragem para te defender, incluso com a vida
mesma e, defender, também, os direitos dos despossuídos.
Ao falar de Pátria Grande, de Nossa América, de suas lutas pela
independência e a democracia popular, deve-se falar da heroicidade de
seus melhores filhos, entre os quais estão, tu, Sonia, Iván Vargas, os
cinco lutadores anti-terroristas cubanos, os macheteros de Puerto
Rico, que sofrem o opróbrio e a vingança dos ianques por ser o
suficientemente corajosos para manter em seus estrados as razões de
seu compromisso, paz com justiça social e soberania.
É orgulho sadio de lutadores pelos direitos populares, ratificar tua
inclusão como integrante da equipe de diálogo das FARC-Exército do
Povo, oficialmente formas parte dessa equipe. As formas de concretizar
teu aporte nesse empreendimento serão objeto de discussão na Mesa de
Conversações. A realidade impõe resolver as causas da guerra para
lograr avançar pelos caminhos da paz. Essa é a tarefa.
A paz é bandeira dos oprimidos e com eles estaremos sempre. O Estado
colombiano, seus diferentes governos e a Casa Branca são os
responsáveis pela violência que padece Colômbia. Persistem na sua vã
ilusão de nos derrotar militarmente e de nos conduzir à Mesa para que
claudiquemos. Estão muito equivocados!. Tamanho despropósito será
derrotado pela mobilização e o clamor pela paz de todos os humildes da
pátria. Somos maioria.
Seguimos tecendo as linhas das resistências e direitos dos
despossuídos para fazer-los tão fortes que não se rompam na
solidariedade e a vitória.
Acompanhemos os cantores e digamos com os poetas “Irmão, me dás tua
mão, vamos juntos a buscar essa coisa pequenina que se chama
liberdade”.
Essa é nossa divisa.
Estado Maior Central das FARC-Exército do Povo
Montanhas da Colômbia, Outubro 1 de 2012