Piedad Códoba quer que sociedade participe de diálogos de paz
A ex-senadora e integrante do movimento Colombianos e Colombianas Pela
Paz, Piedad Córdoba, afirmou, durante coletiva de imprensa nesta
sexta-feira (19) que os diálogos de paz entre o governo colombiano e
as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) deve colocar em
debate o atual modelo de desenvolvimento que impera no país.
Córdoba declarou que existe “um modelo de desenvolvimento gasto”, que
permite o saque dos recursos naturais e a mineração extrativista,
entre outros.
“Este país tem que dar um passo para a democracia participativa. Esses
acordos (entre o governo e as Farc) não podem ser legitimados se não
levarem a experiência das organizações sociais (…) o que queremos são
acordos duradouros e não efêmeros”. A ativista acrescentou que os
meios de comunicação devem se transformar em “porta-vozes da sociedade
civil”.
Para a defensora dos direitos humanos, se não existe a vontade de
mudança profunda do modelo político e econômico na Colômbia, o
resultado vai gerar “uma nova geografia da guerra”. Para ela, todos os
setores da sociedade devem participar desse diálogo, não somente a
insurgência e o governo.
Além dos cinco pontos definidos na agenda das negociações entre o
governo de Juan Manuel Santos e as Farc, a sociedade civil tem suas
inquietações e preocupações que têm que ser tomadas em conta, como
destacou a ativista.
A militante lembrou que nas últimas décadas, na Colômbia, houve 60 mil
pessoas desaparecidas, oito milhões de hectares “arrebatadas” dos
camponeses e mais de 100 mil execuções extra judiciais.
A ex-senadora acrescentou que as próximas etapas dos diálogos de paz,
que serão realizados em Havana, Cuba, devem ser transmitidas
diretamente para o povo saiba sobre o desenvolvimento das negociações.
Há quase 50 anos, a Colômbia vive um profundo conflito interno armado
que ainda não foi superado, apesar das reiteradas intenções de acordos
entre o Estado e os grupos insurgentes, como também com organizações
paramilitares de ultradireita.
Com apoio do Vermelho,
Vanessa Silva