"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 8 de abril de 2014

Em honra à memória de Manuel Marulanda Vélez, O Herói Insurgente.


--> Ao Povo De Venezuela,

Ao Governo Bolivariano de Venezuela,
Aos Povos e Governos do Mundo,
Aos Meios de Comunicação Nacionais e Internacionais,
À Opinião Pública Nacional e Internacional,
Ao Mundo Inteiro,
Irmãos e Irmãs:


Sua centenária tia Ana Francisca Marín descreveu que, desde criança, era um excelente e invencível jogador de pião. Que, depois, apareceu numa lista que, por erro, o dirigente conservador de Génova, Floro Yépez Gómez havia deixado no bolso de um terno que enviou a uma lavanderia e intitulava «Liberais para matar» e riscados por uma cruz os que já haviam sido assassinados. «Desde que se foi com a gente de Modesto Ávila, não voltei mais a vê-lo», contou a mulher anciã...


Esse menino era Pedro Antonio Marín, mais conhecido pelo nome de Manuel Marulanda Vélez ou Tirofijo. Nasceu em Génova, Estado do Quindío, em 12 de março de 1930 – e morreu nas Selvas do Meta a 26 de março de 2008. Foi um guerrilheiro colombiano, herói insurgente, inicialmente integrante das Autodefesas campesinas liberais em 1950, posteriormente co-fundador das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia [FARC], organização da qual foi Comandante-Chefe até sua morte. Foi o guerrilheiro mais veterano do mundo e de seu tempo. Seu apelido Manuel Marulanda provém de um antigo líder comunista assassinado durante “A Violência”, período histórico da Colômbia no século XX de enfrentamento entre o Partido Liberal e o Partido Conservador, que, sem ter-se declarado uma guerra civil, se caracterizou por ser extremamente violento, incluindo assassinatos, agressões, perseguições, destruição da propriedade privada e terrorismo pelo alinhamento político.


O agricultor Pedro Antonio Marín [Manuel Marulanda Vélez], quem se levantou em armas, quase sem interrupção, contra quinze governos, uma junta militar e uma ditadura, jamais deixou de ser o campesino, e jamais renunciou a seu programa de transformação agrária.


«Tirofijo» [sua precisão ao disparar era impecável] não permitia que as broas que ele e seus homens consumiam fossem feitas com farinhas pré-fabricadas. Por isso, sua Coluna guerrilheira sempre carregava um pesado moinho para moer o milho. Gostava de ter animais e horta em seus acampamentos e escutar o canto de um galo rompendo a madrugada. Por razões táticas e de respeito à própria natureza, suas moças e seus rapazes guerrilheiros tinham a proibição terminante de cortar as raízes das lianas que se elevavam pelos talos das árvores até entranhar-se sobre as cercas; ademais, não permitia o corte de bosques sem justificativa ou a caça de animais da montanha, salvo para alimentar-se naqueles períodos onde a sobrevivência de seus combatentes não tinha outra alternativa. Manuel Marulanda era um homem de costumes simples. Os campesinos que o viam passar por seus miseráveis ranchos nunca o delataram, já que o viam como a representação mesma de sua marginalização e a encarnação de suas ilusões.


Marulanda era um homem alheio às veleidades e à vaidade, foi um chefe revolucionário ao qual lhe tinha sem cuidado sua imagem exterior, posto que para ele o essencial era seu rol de reivindicações. «Tirofijo» nunca levou a sério aquilo de que era um importante dirigente revolucionário da América Latina, e seguiu levando ao cinto uma coberta que guardava um facão de dezoito polegadas, dos mesmos com os quais limpava os potreiros em seus anos de mocidade, quando trabalhava como diarista por uns quantos reais nas fazendas cafeeiras. Sua cotidianidade prosseguia igual, como se ainda fosse o pobre rapaz campesino que se foi com a «gente» de Modesto Ávila porque os conservadores andavam buscando-o para matá-lo.


Seu espírito era de grupo, de ação coletiva. Era dono de uma memória prodigiosa. Podia recordar em detalhes cada rocha, cada árvore, cada riacho que cruzava, um caminho que percorreu fazia muitos anos. Tinha rastreado na memória o teatro do combate, ainda quando estivesse a centenas de quilômetros do lugar ou houvesse deixado de transitar por ali quarenta anos atrás. Se destacou como um guerreiro entregue totalmente a seus homens. Viveu com o mínimo para sobreviver nas duras condições da guerra de guerrilhas, compartilhando com sua tropa cada uma das vicissitudes da transumância guerrilheira. Ensinando a cada combatente desde o mais elementar, tal como a maneira em que se deve cortar uma cebola para temperar a carne de um porco, até a complexidade de uma emboscada cuja relação era de 10 a 1. «Tirofijo» jamais criou distâncias entre ele e seus homens.


A vida de Marulanda é a história da Colômbia e da América Latina no último meio século. Morreu fisicamente num barraca construída com varas, palmas e samambaias da selva, esses mesmos elementos que, pelo espaço de várias décadas, protegeram-no dos inimigos que o buscavam incessantemente para matá-lo.


Marulanda se imortalizou na luta revolucionária da América, em cada campesino, em cada pobre de nosso povo, em cada sonho de Liberdade e Justiça Social. Marulanda é, sem dúvidas, o Herói Insurgente que percorre, junto a Bolívar e Zamora, junto a Guevara e a Chávez, o continente dos Libertadores.


Junto à memória e exemplo de Manuel Marulanda Vélez, juramos vencer!


Resgatando a Memória Histórica Revolucionária.
Com Bolívar e Chávez, dizemos à carga!
Desde Venezuela, Terra de Libertadores, a 522 anos do início da Resistência anti-imperialista na América, e a 204 anos do início de Nossa Independência.


Coordenadora Simón Bolívar
Revolucionária, Solidária, Internacionalista, Indigenista, Popular e Socialista.

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Equipe ANNCOL - Brasil
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