"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 11 de março de 2015

Ameaçando a Venezuela, Obama declara guerra ao continente




por Carlos Aznárez
Resumen Latinoamericano


Não se trata de mais uma bravata, que ninguém se equivoque. Desta vez, o peão obediente dos diferentes lobbies que compõem o governo norte-americano lançou uma advertência gravíssima contra o processo revolucionário venezuelano. O senhor Obama o disse com todas as letras: Venezuela é uma ameaça extraordinária para a segurança dos EUA, e após esse papelão anuncia mais sanções à que já vinha aplicando o governo do norte. Isto quer dizer que não lhes basta em alimentar com milhões de dólares a oposição golpista que não pode tomar pé nas urnas e gera –a cada tanto- ações violentas e desestabilizadoras. Tampouco lhes parece ser suficiente a descomunal guerra econômica descarregada durante todo o ano de 2014 e que vai deste período, gerando desabastecimento, defasagem entre o dólar e o bolívar, incentivando o contrabando atacadista com a ajuda de seus cúmplices colombianos, e tantos outros mecanismos para asfixiar a população venezuelana.
Desta vez, os que manejam o establishment estadunidense fazem seu Presidente dizer que, como Venezuela é uma ameaça, os Estados Unidos deverão defender-se da mesma. Não é preciso ser muito imaginativo para ler nas entrelinhas o que estão decretando: em função do perigo chavista, se poderia produzir um ataque de grande escala contra os que os USA consideram seus inimigos perigosos.
Sabemos muito bem como mentem os gringos para impulsionar invasões brutais contra outros países. Porém ademais que, ante a falta de pretextos, são ativos “geradores de climas” destituintes que terminam no desenvolvimento de ações invasivas de grande escala contra nações que desentoam com sua forma imperial de pensar. Já o vimos nos últimos anos no Oriente Médio e agora o estamos observando nas manobras desenvolvidas na Ucrânia para acossar a Rússia. Armam mercenários como o Estado Islâmico, cooptam governos para que colaborem com estes últimos, constroem mais e mais cárceres clandestinos para torturar seus prisioneiros, recorrem por último a atentados de falsa bandeira, quando acreditam-nos necessários para semear o terror em determinadas circunstâncias. Tudo isso e muito mais é produto da ambição imperialista.
Pelo qual, estas afirmações atuais de Obnama não devem ser tomadas às pressas [sem mais nem menos]. Estão aperfeiçoando a corrida, sabem que, se não o fazem, pouco ou nada poderão esperar de uma oposição a qual ajudam monetariamente, porém no fundo desprezam-na por sua inutilidade. Ademais, percebem que no nível de suas aventuras golpistas têm esbarrado com o muro construído pela Inteligência bolivariana e pela férrea unidade de suas Forças Armadas. É em função dessa realidade que o dono do circo pareceria estar disposto a conceder licença a seus palhaços e passar a atuar como protagonista.
Portanto, se Obama diz que a Revolução que todos os latino-americanos e caribenhos reivindicamos é uma ameaça, nós não podemos ficar de braços cruzados observando como, qualquer dia destes, Venezuela se converte nas últimas horas do Panamá de Torrijos. Toda prevenção é pouca, toda solidariedade é indispensável. A da UNASUL, da ALBA e da CELAC, porém também a dos povos. Ter consciência de que, se o tentam, se um bom dia destes, como já fizeram com Iraque, Afeganistão, Somália, Líbia, Síria e tantos outros rincões do Terceiro Mundo, os ianques decidem inventar um cenário para se verem “obrigados” a intervir com seus marines, ou a gerar uma situação de crise tal que desestabilize superlativamente ao governo legítimo de Nicolás Maduro, devemos exigir de nossos governos romper relações de imediato com os Estados Unidos. É hora de terminar com as hipocrisias de que, se o fazemos, vem o Apocalipse.
Ser solidários com Venezuela hoje não se resolve com declarações e sim com fatos concretos. Boicotando os produtos norte-americanos, paralisando através da ação sindical conjunta latino-americana seus barcos ali onde estejam, da mesma maneira que se fez com a África do Sul racista. Gerando um clima regional em que o território que eles pensam arruinar se lhes pode converter num atoleiro.
Todos e todas nos jogamos com Venezuela, porque os que hoje estão utilizando Obama como porta-voz para nos ameaçar não duvidarão em massacrar nossas frágeis democracias. Se duvidamos em que ante um ataque de envergadura não cabem panos mornos, senão que mostrar os dentes e proceder com patriotismo para defender cada uma de nossas agredidas soberanias, estaremos em graves problemas.
As cartas estão lançadas. De um lado, o Império e seus aliados locais. Do outro, o povo da Venezuela Bolivariana e sua Revolução, que é [o mesmo] como dizer os [povos] de Cuba, Equador, Bolívia, Argentina, Chile, Nicarágua e todos aqueles que se animem a não se deixarem pisotear pela bota prepotente dos que governam nos Estados Unidos.


Tradução de Joaquim Lisboa Neto