"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 3 de março de 2015

Estados Unidos aceleram o golpe em Venezuela


TELESUR


26 fevereiro 2015






O plano golpista denominado Operação Jericó foi abortado pelos órgãos de segurança bolivarianos nos dias 11 e 12 de fevereiro últimos. Entre os objetivos contemplados pelo plano estava o ataque ou bombardeio ao Palácio de Miraflores, ao Ministério de Defesa e Telesur. Dizem que na guerra a primeira vítima é a verdade e os Estados Unidos já tiveram que sofrer várias vezes importantes derrotas midiáticas, como no golpe contra o presidente hondurenho Manuel Zelaya, graças às verdades difundidas pela Telesur in loco. Os principais implicados na conspiração foram detidos, entre eles militares reformados e na ativa. Suas declarações e a investigação dos fatos conduziram dias depois à detenção e ao processo de Antonio Ledezma, prefeito metropolitano de Caracas.
Há mais ou menos um ano também foi detido Leopoldo López, quem pouco antes tinha chamado desde Miami a “adiantar a saída do governo... e que Nicolás Maduro tem que sair imediatamente da Presidência da Venezuela... como vamos esperar seis anos mais... não podemos assumir uma atitude própria de um sistema democrático”. López é o responsável pelo desencadeamento em janeiro de 2015 de “La Salida” [A Saída], um plano desestabilizador que iniciou com protestos estudantis de universidades privadas e rapidamente tomou um aspecto de extrema violência, que custou a vida de 43 pessoas, entre elas militantes chavistas e membros dos corpos de segurança. Nas chamadas guarimbas [barricadas onde se utilizava uma violência feroz contra simpatizantes chavistas, membros de corpos de segurança ou simples transeuntes] intervieram ativamente mercenários, incluindo paramilitares colombianos, entre eles francoatiradores que com seus disparos ocasionaram várias mortes. No caso dos graves distúrbios na cidade de San Cristóbal, foi fundamental a atuação dos paramilitares colombianos e de delinquentes remunerados.



Vi em Caracas o indignado clamor de membros do Comitê de Vítimas das Guarimbas para que se faça justiça aos responsáveis por esses atos de violência.
Ledezma é o protótipo do político sem escrúpulos do velho partido Ação Democrática. Como López, foi cúmplice do derrotado golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez em 2002, porém ambos se beneficiaram da generosa anistia do comandante. De modo que suas atividades golpistas os converteram em reincidentes.
Assim como Atilio Borón, cabe perguntar se estes personagens teriam corrido igual sorte nos Estados Unidos por terem tentado ali a derrocada do governo. (www.cubadebate.cu/opinion/2015/02/22/conspirar-en-estados-unidos).
Em sua Doutrina de Segurança Nacional de fevereiro deste ano, diz o presidente Obama: “Nós apoiamos aos cidadãos cujo pleno exercício da democracia está em perigo, como os venezuelanos”. Eis aqui a explicação do extraordinário incremento das ações golpistas contra a Venezuela bolivariana, um dos países mais democráticos do mundo desde a chegada de Hugo Chávez à presidência.
O golpismo se intensificou sobretudo a partir da eleição do presidente Maduro em abril de 2013. Washington e as oligarquias decidiram jogar toda a carne no espeto para destruir a Revolução Bolivariana, aproveitando a muito sensível ausência física de seu líder histórico. Desde esse momento a violência brota periodicamente com o pano de fundo de uma colossal campanha midiática internacional de descrédito contra o governo bolivariano, ainda maior que a levada a cabo desde a primeira campanha eleitoral de Chávez [1998] até seu decesso. Seus protagonistas principais são os principais diários e televisoras dos Estados Unidos e da Europa, El País de Madri e seus homólogos da Sociedade Interamericana de Imprensa, CNN em espanhol, Televisa e seus iguais na região.
Quem pagou e continua pagando mercenários por realizar ações violentas em Venezuela?
A oposição venezuelana detesta a democracia, porém as instruções de Washington a levam a transitar descaradamente de reiterados e –ultimamente- constantes intentos de derrocar ao governo bolivariano, ao usufruto do “melhor sistema eleitoral do mundo”, segundo a definição do ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter. A oposição governa nuns quantos estados, em numerosos municípios e tem uma importante, ainda que minoritária, representação na Assembleia Nacional.
Parte importante das ações golpistas tem sido o desabastecimento, provocado pelos grandes empresários que retêm ou contrabandeiam para a Colômbia os produtos subsidiados da cesta básica que compram com dólares vendidos a preço preferencial pelo governo venezuelano.
Na planificação do golpismo contra Venezuela participam ativamente os Estados Unidos e suas embaixadas em Caracas e Bogotá. O governo bolivariano apresentou um intercâmbio de correios eletrônicos entre o embaixador ianque em Colômbia e a líder opositora María Corina Machado em que se evidencia um importante financiamento enviado por aquele para esta para romper os “anéis de segurança”, supostamente do presidente Maduro e de outros líderes revolucionários.
Washington utiliza também a fundações como o Instituto Nacional Democrata e o Instituto Nacional Republicano ou solicita a colaboração de personagens de confiança como os ex-presidentes Álvaro Uribe, Sebastián Piñera, Andrés Pastrana ou Felipe Calderón para encobrir sua liderança golpista. Destaque à parte merecem os legisladores cubano-estadunidenses Ileana Ross-Lehtinen, Mario Díaz Balart, Marcos Rubio e Robert Menéndez, todos célebres militantes da contrarrevolução em Venezuela.
O propósito dos planos golpistas, se não tiverem êxito no curto prazo, é criar uma situação de angústia e desgosto no povo venezuelano que propicie a perda da maioria parlamentar pelo chavismo nas eleições deste ano e assim criar um clima de anarquia e ingovernabilidade ao presidente Maduro. Estão brincando com fogo e podem sair com as mãos queimadas.

Twitter:@aguerraguerra

Tradução de Joaquim Lisboa Neto