"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 17 de março de 2015

EUA CONTRA VENEZUELA





Por Narciso Isa Conde.


Obama –atuando em nome do Complexo Militar Industrial e das vorazes corporações mineiro-energéticas norte-americanas- declarou que a Venezuela soberana destes tempos é uma ameaça de primeira ordem para a segurança nacional da superpotência imperialista que preside. Sopra!
Esse é o mesmo Obama que anunciou o processo de normalização das relações com Cuba [sem mencionar a Base Militar de Guantánamo] e a participação dos EUA nos Diálogos de Paz da Colômbia [onde implantaram sete bases militares]; diálogos que atualmente se realizam em Havana e que impactaram positivamente a sociedade colombiana, colocando na defensiva a direita guerreirista e os inimigos da democracia, da justiça e da soberania.
Um Obama, portanto, de duas caras: a do poder duro e a do poder suave. A da reconquista violenta de zonas estratégicas e a da simulação com intenções de dividir e enganar, quando se esgotam as velhas fórmulas criminais.
Se nos guiamos pela história recente, isso de apelar para a segurança nacional é uma espécie de prólogo para a execução em Venezuela de uma versão particular da chamada guerra de quarta geração aplicada em Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, que inclui bombardeios, agressões militares diretas, uso de forças mercenárias, paramilitarismo e certas operações encobertas oriundas da Colômbia.
Esta atrevida e hipócrita acusação contra a Venezuela bolivariana não só revela o papel de grande farsante do mandatário estadunidense como também indica que da guerra econômica, das guarimbas violentas, das conspirações internas e da manipulação dos preços internacionais do petróleo se tem pensado passar à guerra desestabilizadora e às tomadas de territórios pela força. Assim o sugerem o uso de acusações similares contra outros países.



  • Venezuela: principal alvo de ataque da estratégia imperial.

A soberania venezuelana, principal conquista do processo bolivariano, é no presente o maior obstáculo para os EUA reconquistar as imensas riquezas naturais desse país irmão, especialmente suas fabulosas jazidas petrolíferas; e para reverter –como se tem proposto- a onda para a segunda independência continental, desarticulando, a partir da mudança de regime em Venezuela, a ALBA e outros processos de unidade latino-caribenha, desestabilizando em seguida a Cuba, afetando de passagem gravemente a Mesa de Diálogos pela Paz em Colômbia e contendo o avanço político impetuoso das forças insurgentes e alternativas em Colômbia.
Isso –está demonstrado- não se conquistou e dificilmente se poderia conquistar nem com a continuação da hostilidade direta e do drástico bloqueio a Cuba nem opondo-se abertamente à paz em Colômbia; porém, aparentemente, creem que se poderia alcançar concentrando o ataque e reconquistando a Venezuela. E, na falta de resultados seguros por uma via predominantemente política e eleitoral [mesclada com certas modalidades de subversão], o poder imperial parece optar pela guerra de quarta geração ou algo parecido.
A aposta na guerra contra Venezuela é altamente arriscada para o sistema imperialista e o cálculo malfeito poderia ser fatal para os EUA, muito mais que em outras experiências parecidas em latitudes do mundo.
Creio conhecer bastante as realidades de Cuba, Colômbia e Venezuela, e não é verdade que o regime e o povo cubano, nem a insurgência e as forças alternativas colombianas chupam os dedos ou estão dispostos a bajular ou se abrandarem por esta manobra diversionista de Obama, que, entre outros objetivos, persegue isolar a Venezuela e semear desconfianças e divisões em outros níveis, facilitando a agressão.
As forças protagônicas de ambos os processos sabem muito bem –e se trata de uma convicção que transcende fronteiras- o valor crucial que representa a soberania venezuelana para os processos vizinhos e para a autodeterminação da região. De nenhuma maneira poderiam ser nem imparciais nem passivos ante tão nefasta determinação estadunidense. Quem tenha dúvidas sobre isto desconhece realmente o que são o Partido Comunista de Cuba-PCC, as FARC-EP, o ELN e as esquerdas anti-imperialistas [políticas, sociais e culturais] desses países irmãos.
Por demais, uma agressão desse tipo à Venezuela –e isto é o mais importante- desataria no seu interior uma insurgência popular cívico-militar difícil de derrotar, que inevitavelmente se articularia e se potencializaria em unidade solidária com a poderosa insurgência colombiana e outros movimentos vizinhos; ultrapassando fronteiras, impactando intensamente o continente e potencializando as rebeldias anti-imperialistas em toda a região.
Que não brinque, Mr. Obama, com fogo maior!
De nossa parte, @s comunistas-caamañistas@s verdadeir@s revolucionári@s dominican@s de todas as tendências, internacionalistas por convicção, estamos decidid@s à solidariedade sem limites frente à perversidade imperialista contra Venezuela e Nuestra América. Não tem outra. Qualquer vacilação seria indigna e contrária a nossa trajetória.

                                                                                                     
11-3-2015, Santo Domingo, RD [República Dominicana]

Tradução: Joaquim Lisboa Neto