"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 9 de agosto de 2008

A repugnante colaboração do Estado espanhol com o regime uribista

A detenção de Remedios García Albert, na sexta-feira, 25 de julho, coincidiu com a detenção de Carlos García Orjuela: senador, ex-presidente do Congresso colombiano e presidente do partido de Uribe, acusado de ter ligações com o paramilitarismo.

Extraido do El Capítulo Galiza de la Coordinadora Continental Bolivariana

Governo espanhol colabora com a repressão do regime narcoterrorista-paramilitar colombiano

Pela Redação da ABP/27/07/2008

Coincidindo com o 55º aniversário de um dos mais heróicos episódios de revolução contemporânea - o assalto ao Quartel Moncada, em Santiago, Cuba -, chegou ao nosso conhecimento a detenção de Remedios García Albert no amanhecer do sábado, 26 de julho, em um povoado nas proximidades da baixa Madri. A acusação: ser a “representante máxima das FARC na Europa”.

A detenção, realizada após uma reunião em Bogotá entre o fiscal da “Audiência Nacional” espanhola Javier Zaragoza e o procurador-geral colombiano, Mario Iguarán, é mais um passo na repugnante colaboração do Estado espanhol com o regime uribista.
Frente à cínica retórica da defesa dos direitos humanos e da democracia, o PSOE colabora abertamente com o regime mais criminoso que existe hoje na América Latina.

Mais de 15 mil desaparecidos pela ação combinada de forças policiais, militares e paramilitares; 4 milhões de camponeses expulsos do campo; milhões de pobres e excluídos; dezenas de milhares de crianças que morrem anualmente de fome, desnutrição e falta de atenção médica; massacres brutais cometidos pelo paramilitarismo e o exército contra a população civil; parte dos deputados e senadores do uribismo presos ou inabilitados pelos seus vínculos com o terrorismo paramilitar e o narcotráfico: esse é o balanço real do que acontece hoje na Colômbia.

Há poucos dias, em 15 de julho, depois de ser seqüestrado em Bogotá em 22 de abril pela polícia política de Uribe, apareceu, agora como cadáver, o Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Controladoria Distrital – Sinserpub, Guillermo Rivera Fúquene. O corpo sem vida foi localizado na cidade de Ibagué, Departamento de Tolima. Com Guillermo, o número de sindicalistas assassinados chega a 29 na Colômbia, só em 2008.

Entretanto, há décadas amplos setores populares organizados em torno de um projeto político emancipatório e patriótico da insurgência não se rendem, nem se deixam explodir e assassinar, defendendo com coragem e valentia o direito a viver dignamente numa pátria soberana. As FARC-EP não são uma organização terrorista, são a expressão da resistência popular à política genocida da oligarquia colombiana. São a mais eficaz autodefesa popular frente ao terrorismo de estado.

Colaborar com elas não pode ser um delito. A esquerda sempre apoiou o movimento guerrilheiro latino-americano, sempre defendeu o direito à rebelião frente às mais diversas formas de tirania que padeceram os povos latino-americanos e caribenhos desde o Río Bravo à Terra de Fogo.

O Capítulo Galiciano da Coordenadora Continental Bolivariana considera que esta detenção só pretende aprofundar a campanha de intoxicação popular e estigmatização da resistência do povo colombiano frente ao regime genocida da oligarquia. Com esta detenção o Estado espanhol contribui para obter do regime ilegal e ilegítimo que ocupa o palácio de Nariño mais facilidades no assalto aos recursos naturais da Colômbia, operado pelas multinacionais hispânicas nesse país.

Tal como temos denunciando desde a nossa formação, o PSOE e o Grupo Prisa defendem abertamente os interesses do capitalismo espanhol, são os marcos de uma estratégia recolonizadora para a América Latina. Para estender a penetração do assalto das multinacionais aos demais setores da economia latino-americana é imprescindível derrotar a resistência popular que representa a insurgência, assim como derrubar todos aqueles governos que não se submetem aos ditames do imperialismo, dos Estados Unidos e da União Européia.

A detenção de Remedios García Albert, na sexta-feira, 25 de julho, coincidiu com a detenção de Carlos García Orjuela: senador, ex-presidente do Congresso colombiano e presidente do partido de Uribe, acusado de ter ligações com o paramilitarismo.

O Capítulo Galiciano da Coordenadora Continental Bolivariana solicita a imediata libertação de Remedios García Albert e uma mudança de política do governo espanhol na Colômbia reconhecendo as FARC-EP como uma força beligerante.

Galícia, 27 de julho de 2008