"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 29 de maio de 2010

Lula responde aos EUA: São as armas nucleares e não os acordos com o Irã que tornam o mundo “mais perigoso”



29 de maio: O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que são as armas nucleares e não os acordos com o Irã que tornam o mundo “mais perigoso”, em resposta às afirmações da secretária de Estado norteamericana, Hillary Clinton, que alegou que o acordo nuclear negociado entre o Brasil e a Turquia com o Irã para o intercâmbio de urânio era “para ganhar tempo” e que “comprar tempo para o Irã torna o mundo um lugar mais perigoso, não menos”.

Brasil e Turquia foram os gestores da Declaração de Teerã, assinada em 17 de maio, na qual o Irã se compromete a enviar para a Turquia 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5 por cento e receberia de volta o produto enriquecido a 20 por cento para ser utilizado com fins médicos. Embora num primeiro momento parecia que ambos os países agiam com o aval da Casa Branca, logo se comprovou que não era assim, para o contragosto de Lula, que não deixa de criticar que agora Barack Obama se oponha ao mesmo que ele, no mês passado, tinha lhes pedido através de carta. Hillary Clinton disse na quarta-feira que seu país tinha “sérias divergências com a política diplomática do Brasil em relação ao Irã”.

Ontem, durante a reunião do Fórum da Aliança das Civilizações – que justamente tem como objetivo unir o mundo ocidental e o árabe – no Rio de Janeiro, o presidente brasileiro respondeu à secretária. Sem nomear nomes, Lula criticou duramente os Estados Unidos questionando aqueles que usam a “tese sobre uma suposta divisão de civilizações” como “um pretexto para ações bélicas, chamadas de preventivas”.

Juntamente com Lula, o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan defendeu o acordo nuclear com o Irã, como forma de alcançar a paz mundial. “Quando ouço as pessoas falando de impedir o Irã de obter armas nucleares, aqueles que falam possuem armas nucleares. O Brasil e a Turquia não têm armas nucleares, nem as queremos em nossa região”, disse o chefe do governo turco. “Havia apenas uma razão pela qual o presidente Lula e eu fossemos a Teerã, essa razão é alcançar a paz mundial. Não podemos alcançar a paz mundial com a proliferação nuclear”, explicou Erdogan, descrevendo o acordo com o Irã como “uma vitória diplomática”.

Lula o acompanhou, ao afirmar que o pacto com o regime iraniano foi o começo de uma solução negociada “para um conflito que ameaça muito mais do que a estabilidade de uma importante região do planeta”.

Outro participante do Fórum do Rio foi o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, que pediu tempo para avaliar o acordo nuclear entre o Irã, Brasil e Turquia, mas que em princípio o apoiava. “Eles criaram uma nova oportunidade de eliminar as dúvidas sobre este problema”, disse ele. “Agora, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve dar a sua posição e o próximo passo é ver as reações e esperar”, acrescentou o egípcio, que há nove anos está à frente da Liga Árabe.