"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

PC do B: Continuidade da direita na Colômbia, sem legitimidade

Que legitimidade o novo presidente colombiano poderá ter? O candidato oficial, Juan Manuel Santos, apoiado pelo presidente Álvaro Uribe, um direitista que se transformou no principal apoio do imperialismo norte-americano na América do Sul, foi eleito ontem (dia 20). A marca do pleito, que não empolgou os colombianos, foi a enorme abstenção: 50,7% dos eleitores deixaram de comparecer, diluindo severamente a representatividade e levando à presidência da República um mandatário que teve o voto de menos de 1/3 dos colombianos.

O país tem 29.983.279 eleitores; destes, 14.781.020 (apenas 49,3% do total) foram às urnas, dando 9 milhões de votos (69% do total) para Santos e 3,5 milhões (27,5% do total) para seu adversário Antanas Mockus, do Partido Verde. Resultado que pode ser visto como uma clara mensagem ao novo presidente, a de que não conta com a maioria do povo de seu país.

Outra marca da eleição colombiana foram as denúncias de irregularidades – compra de votos, extorsões praticadas por grupos paramilitares de direita, etc. O grupo de observadores eleitorais da OEA recebeu mais de 15 mil denúncias de irregularidades.

Como Uribe, Santos faz parte da velha e anacrônica oligarquia colombiana (um tio dele foi presidente do país na década de 1930). Como ministro da Defesa do governo Uribe, foi o operador da repressão contra as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), com apoio, financiamento e orientação norte-americana. Como ministro da Defesa, esteve também diretamente envolvido no tratado que cedeu aos EUA sete bases militares na Colômbia, acentuando sua presença ofensiva em território sul-americano.

Com Uribe na Presidência e Santos à frente da repressão, a Colômbia fechou o caminho à negociação com as FARC, acentuando a opção militarista. O alinhamento automático e subalterno com os EUA deixou a Colômbia praticamente isolada no continente, acumulando problemas com vizinhos importantes como a Venezuela e o Equador. O resultado foi o aprofundamento da conflagração no país, o crescimento no número de mortos, o reforço da presença militar dos EUA, o agravamento da crise econômica e do empobrecimento da população. A partir de agosto, ele vai governar um país onde o desemprego supera os 12% e tem quase metade (44%) da população está abaixo da linha da pobreza.

As primeiras declarações de Santos, após a confirmação de sua vitória eleitoral, indicam que o novo presidente percebe as dificuldades que terá pela frente. Ele emitiu sinais apaziguadores à Venezuela e ao Equador, acenou aos partidos Conservador e Cambio Radical, e mesmo ao Partido Liberal, declarando a intenção de tê-los em seu governo. Prometeu combater o desemprego e tirar sete milhões da pobreza e quatro milhões da indigência. São promessas tênues e incertas; mais previsível é a manutenção do combate às FARC, que ele já disse que não vai mudar, o aprofundamento da subserviência aos EUA e do papel de porta-voz de Washington nas reuniões da Unidade Sul Americana de Nações (Unasul).

A continuidade venceu na Colômbia – continuidade do atraso, do domínio oligárquico, da submissão ao imperialismo. Resta ver que fôlego terá, com a legitimidade comprometida pela escassez dos votos alcançados nas urnas

Fonte: portal vermelho